Melhores de 2021 – Por Eduardo Luppe

Melhores de 2021 – Por Eduardo Luppe

Novamente um trabalho árduo para um ano repleto de bons lançamentos e destaques que ficarão cravados nas listas de clássicos por toda a eternidade. Digo isso, pois muitos lançamentos que figuraram nesse ano entraram num patamar digno de ser classificado como “novo clássico”, ou melhor dizendo, referência para a posteridade. Felizmente foi um ano que consegui ouvir cerca de 50 lançamentos e o mais importante, ouvi a moda antiga, ou seja, com a obra do artista em mãos.

Pode parecer bobagem, mas acredito piamente que essa forma de audição, ou melhor dizendo apreciação é de suma importância para que o ouvinte obtenha a sensação completa comandada pelos 5 sentidos humanos, claro, provavelmente alguém vai perguntar – e o paladar? Eu sempre tento ouvir, ou melhor, sentir o álbum tomando uma boa cerveja ou mesmo um bom café. rsrsrs

Sou um colecionador apaixonado e para mim, é fundamental esse ritual, pois a embalagem sempre proporciona um entusiasmo e faz parte da obra, não tem como separar as duas coisas e dizer que somente a música é importante, pois não é. Há pessoas que pensam de modo diferente, respeito a opinião, mas o “streaming” para mim, provoca distorção e quebra da magia que a arte, diga-se embalagem proporciona ao ouvinte, enfim, levando tudo isso em conta, segue abaixo o meu TOP 10 de 2021.


Iron Maiden – Senjutsu

É uma sensação incrível vivenciar um lançamento do Iron Maiden, uma experiência que muitos no futuro não saberão ou não terão ideia do que isso representa ou representou para a comunidade dos headbangers. Confesso que esse álbum superou as minhas expectativa e criou algo que há muito tempo eu não via. A capa e as artes do disco são sensacionais, quem não gostaria de ver o Eddie numa roupagem de samurai? Os clipes veiculando na ‘internet’ de maneira enigmática e o que dizer das músicas? Caramba! O Maiden criou uma temática sensacional e melodias absurdas, da tensa e diferentona “Senjutsu”, passando pela excelente “Stratego” e seguindo firme pelo melhor hit da banda em anos “The Writing On The Wall” — Que sequência matadora! Se não bastasse ainda temos mais uma sequência monstruosa do Sr. Harris, “Death Of The Celts”, “Parchment” e a linda, e fantástica “Hell On Earth”. Para mim esse álbum mostrou que a banda está no seu segundo melhor momento criativo desde o excecional “Seventh Son of The Seventh Son”, fez praticamente o impossível, lançou o melhor álbum desde os anos dourados da banda e o melhor, olhando para frente e sem apelar para um revival.



Helloween – Helloween

Outro boom no mercado fonográfico e uma agitação generalizada pela comunidade Metal, da bela arte da capa (talvez a melhor de 2021) até a expectativa de um trabalho novo com Michael Kiske e Kai Hansen. Tudo aqui funcionou do jeito que os fãs queriam e eu incluo-me nessa. As guitarras funcionaram perfeitamente o encaixe das vozes ficaram excelentes e as harmonias trouxeram novamente a aura dos anos 80 com uma roupagem mais moderna. Músicas como “Out For The Glory”, “Fear of The Fallen”, “Best Time”, “Skyfall” e “Indestructible” com certeza vão estar no repertório do novo Helloween daqui para frente. Esse álbum soa como um recomeço e criam uma esperança de que registros melhores ainda possam aparecer. Mais do que merecido!


Lucifer – IV

Confesso que estava ansioso pelo lançamento desse álbum e “Graças ao Dio” fui surpreendido por um disco perfeito e simplesmente avassalador dessa fantástica banda. Acredito que o Lucifer nesse álbum encontrou o equilíbrio entre o peso e a harmonia das canções. A arte da capa já vem com um tom de provocação e as letras soam absurdas e insanas, tudo contribuindo para uma atmosfera soturna e libertina. Johanna Sadonis está perfeita como sempre e Nicke Andersson vem acrescentando muito à banda. Certamente, os seus antepassados (Black Sabbath) devem estar impressionados com a qualidade desse álbum e como ele soa tão anos 70.


Crazy Lixx – Street Lethal

Lançado praticamente no finalzinho desse ano, quase passando despercebido por todos, temos praticamente o prazer de ouvir essa pérola do Hard Rock sueco. O Crazy Lixx sempre foi uma banda que achei muito diferente daquela escola a lá WET, Eclipse, Crashdiet e dentre outras que surgiram praticamente na mesma época. O fato desse álbum soar muito com o Def Leppard dos anos 80, chamou-me muita atenção e para mim, foi um prato cheio, com ótimos riffs de guitarra e com refrões que há muito tempo não ouvia, remetendo imediatamente ao passado glorioso do Hard Rock dos anos 80. Destaque para a linda “Thief in the Night” e para as rockeiras e sensacionais “Rise Above”, “Anthem For America” e “Street Lethal”.


KK’s Priest – Sermons Of The Sinner

Tem aquele velho ditado que diz, “panela boa é aquela que faz comida boa”, não seria diferente para o novo álbum do controverso K.K. Donington. Há solos de guitarra impressionantes e excelente musicalidade por toda parte; também é justo dizer que os vocais de Ripper Owens brilham ao provar que ele não é um mero clone de Rob Halford. Sim, existem algumas falhas no álbum, mas em geral é um excelente trabalho que os fãs do Judas Priest deveriam adorar. Fica atrás do Firepower lançado em 2018? Fica, mas por muuuuito pouco.


Hammer King – Hammer King

Antes que alguém pergunte, não, não é um álbum do HammerFall, mas poderia ser, e garanto que faria tanto sucesso como a trinca inicial do próprio. O novo álbum do Hammer King recebeu boas críticas e chegou a figurar no Top 10 de álbuns na Alemanha. Como já conhecia a banda de discos anteriores, sabia que encontraria aqui um ótimo e sólido metal com toda aquela aura medieval, porém esse álbum superou as minhas expectativas, pois o som é fantástico e musicalmente percebe-se uma produção de alto nível, arte linda, refrãos e coros a lá Running Wild e HammerFall nos seus melhores momentos.



Running Wild – Blood On Blood

Finalmente os alemães do Running Wild, ou melhor, Rolf Kasparek retorna à briga após quase “vinte anos” sem lançar um álbum digno do seu legado. Rapid Foray de 2016 quase chegou lá, mas Blood on Blood é apresentado como talvez uma próxima escada em direção a dias melhores. Estamos perante um álbum com temas dinâmicos, uma produção melhor e uma boa promessa futura. As canções estão simplesmente fantásticas, destaque para as “Blood On Blood”, “Wings of Fire” com o seu riff cortante e solos a lá Iron Maiden, “Diamonds & Pearls” e a épica “The Iron Times (1618-1648)”. Se os últimos álbuns do Running Wild não chamaram a sua atenção, este pode e com certeza vai. A arte da capa e encarte está bem bacana.



Brainstorm – Wall Of Skulls

Não sou profundo conhecedor dessa banda alemã que me parece estar numa ótima fase. Ouvi o “Wall of Skulls” por conta dos vários comentários positivos sobre ele e fiquei realmente impressionado com tamanha qualidade das músicas, refrões, arte da capa e ainda mais pelo vocal ser muito parecido com o do Zak Stevens (ex-Savatage). É bem pesado e um pouco menos power metal, e as músicas realmente prendem a atenção na primeira audição. Um álbum muito bom para deixar rolar no repeat sem enjoar.


Sweet Oblivion – Relentless

Fiquei realmente surpreso ao ouvir esse álbum. Em primeiro lugar, a música é ótima e remete a elementos dos discos clássicos do Queensryche, como Empire e Rage For Order. Musicalidade, vocais, produção e as canções são excelentes. “Relentless” é uma melhoria percetível em relação ao debut e um lançamento verdadeiramente grande na minha opinião. Sweet Oblivion é um projeto de estúdio idealizado pela Frontiers Records como um veículo para o ex-vocalista do Queensrÿche Geoff Tate retornar ao estilo de música que o tornou famoso nos anos 80. Embora o seu alcance não seja exatamente o que era durante o seu apogeu, ele ainda soa muito bem e poderoso em Relentless.


Alice Cooper – Detroit Stories

Sou suspeito para falar de um álbum de Alice Cooper, mas aqui ele retorna às suas raízes novamente com um ótimo álbum de rock. Tudo aqui é sensacional e sem preenchimento (fillers). Com a sua marca registrada (voz rouca – rosnada) ele oferece um álbum sem frescuras e direto ao ponto. Fico muito feliz que este senhor continua na ativa criando e gravando músicas de altíssimo nível sem firulas.


Menção honrosa para:
– Smith/Kotzen – Smith/Kotzen
– Gojira – Fortitude
– Moonspell – Hermitage
– Blazon Stone – Damnation


Decepção: Michael Schenker – Immortal

Muitos cantores e canções muito fracas. Eu sou um fã de Schenker desde os primeiros dias de UFO, mas este álbum realmente decepcionou-me. Trouxe o chatíssimo arroz de festa Ronnie Romero e o fraco Michael Voss. Não empolgou, acredito que essa fórmula de trazer vários vocalistas já deu o que tinha que dar.

9 comentários sobre “Melhores de 2021 – Por Eduardo Luppe

  1. Lista são coisas bem pessoais, mas como está público para comentários, a sua está bem ruim… Na iniciou por um dos piores trabalhos do Maiden rs

  2. “Para mim esse álbum mostrou que a banda está no seu segundo melhor momento criativo desde o excepcional ‘Seventh Son of a Seventh Son’…”

    SSOASS é excepcional desde quando? Eu não penso assim. Talvez supera o Senjutsu e o Book of Souls em termos de chatice e tédio infinito. Quer saber? Paro de ouvir o Maiden 80’s no Somewhere in Time!

      1. E você mais o Fernandão dizem isso logo pra mim? SSOASS é, a meu ver, o The Lamb Lies Down on Broadway do patrão Harris (isto é, com uma ajudazinha do Bruce e do Adrian em metade do repertório). Não gosto dele unicamente por não ser tão representativo quanto Powerslave ou TNOTB (eu não pedi para que ele entrasse na lista dos melhores dos anos 1980 feita pela Consultoria em 2020), e é outro que nem de longe é o melhor na discografia do Maiden (tal qual o que eu citei não é nem de longe o melhor na discografia da banda de Peter Gabriel e Phil Collins). Me soa forçado quando alguém o cita como seu favorito da donzela. A verdade é que eu acho o SSOASS um disco muito controverso e polêmico pelo seu conceito, mas talvez se a banda não continuasse a investir nesta palhaçada de adicionar teclados (ou sintetizadores) em sua sonoridade e deixasse APENAS o Somewhere in Time neste experimento, eu já gostava deste álbum. Por essas e outras é que eu não gosto muito do SSOASS, já tentei ouvir mais atentamente, mas não deu pra mim. Certo?

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