Melhores de Todos os Tempos: Brasil – Década de 90

Melhores de Todos os Tempos: Brasil – Década de 90

Por Mairon Machado

Com participação de Alisson Caetano, André Kamisnki, Bruno Marise, Davi Pascale, Leonardo Castro e Micael Machado

Como de costume, encerrado mais uma década de Melhores Discos de Todos os Tempos, escolhemos os melhores discos brasileiros lançados naquela década. Para os que não acompanharam essa série antes da Uol Host limar tudo do ar, já rolaram por aqui Tropicália ou Panis Et Circensis (década de 60), Secos & Molhados (década de 70) e Cabeça Dinossauro (década de 80).

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Igor Cavalera, Andreas Kisser, Max Cavalera e Paulo Jr.

Coube ao grupo de Thrash Metal Sepultura encabeçar a lista da década de 90. Para alguns consultores, não é justo a escolha de um grupo de renome internacional para as listas, mas apesar disso, Chaos A. D., o clássico disco dos mineiros lançado em 1993 arrancou em disparada com dois consultores colocando-o no topo de suas listas, e depois foi só questão de garantir a posição.

Fechando o pódio, dois discos bastante controversos, no caso o pesadíssimo álbum Titanomaquia, do Titãs, e o humor descabido do Mamonas Assassinas. O complemento da lista traz dois veteranos do BRock (Legião Urbana e Engenheiros do Hawaii), os inovadores Raimundos e Chico Science & Nação Zumbi, a excelência progressiva do Bacamarte e duas surpresas: Los Hermanos e Arnaldo Antunes. Confira a ordem final, os comentários dos participantes e, claro, aproveite para deixar a sua lista, críticas e elogios nos comentários.

Lembrando que a pontuação foi feita seguindo o sistema de pontos da Fórmula 1.


 

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Sepultura – Chaos A. D. [1994] (65 pontos)

Alisson: Acho que Roots representa mais a música brasileira como um todo, mas vá lá, é outro clássico dos mineiros e um dos discos mais influentes da história do metal mundial. Qual o problema em ele tomar o pódio para si?

André: E a pergunta que não quer calar: por que não Arise (1991) ou Roots (1996)? O disco é muito irregular, mistura boas faixas com outras mais fracas e os dois discos que citei aqui são muito superiores. Não chego a desgostar completamente do álbum, mas entre uma paulada thrash e o disco que dizem que fundou o nu metal (mas que diferente da maioria das bandas que se dizem influenciadas, era excelente), optar pelo meio termo me soa estranho.

Bruno: Reproduzo meu comentário na edição de 1993 da série Melhores de Todos os Tempos: “Consagrados com o petardo Arise, o Sepultura resolveu experimentar em seu álbum seguinte e cometeu mais um clássico. Chaos A.D. nos presenteia com a agressividade e garra de sempre, com alguns detalhes que dão um tempero especial à bolacha, seja no uso de percussões (“Refuse/Resist”), no hardcore “Biotech Is Godzilla”, com direito a letra de Jello Biafra, na instrumental e totalmente acústica “Kaiowas” ou no belo cover do New Model Army, “The Hunt”. O thrash metal tradicional dá espaço a momentos mais cadenciados e elementos do groove metal, que estava em alta na época. As composições são o melhor que o Sepultura pode oferecer, com a abordagem lírica curta e grossa de Max, botando o dedo na ferida ao abordar opressão policial, conflitos religiosos, censura, assassinatos em massa e guerra biológica. É um orgulho imenso ver o que o Sepultura produziu quando estava no auge, e ao mesmo tempo muito triste saber que a banda acabou quando estava a caminho de se tornar um gigante do heavy metal”.

DaviChaos A.D. mostra o auge do Sepultura. O grupo atravessava uma fase mágica. Aqui, deixavam a velocidade um pouco de lado. Começavam a apostar mais no groove, a fazer arranjos mais elaborados. Buscaram um lado mais experimental. Foi aqui também que fizeram suas primeiras experiências com elementos regionais (que se intensificaria no Roots). O grupo parecia inatingível e poderoso. “Refuse/Resist”, “Territory”, “Slave New World” e “Kaiowas” são clássicos absolutos. Petardos como “Amen”, “Propaganda” e “Manifest” levantam até defunto.

Leonardo: O auge criativo da banda. Chaos A. D. era pesado, moderno e inovador. Deixando um pouco de lado o thrash metal técnico e a velocidade de seus 2 discos anteriores, o Sepultura passou a apostar mais nos riffs de guitarra mais grooveados, com uma maior influência de hardcore e até alguns elementos industriais e outros de música brasileira. O resultado foi sensacional, e o track list do disco fala por si só, com clássicos como “Territory”, “Refuse/Resist” e “Propaganda”. Talvez o melhor disco de metal dos anos 90.

Mairon: Um primeiro lugar esperado, que causou muito estardalhaço quando de seu lançamento. Os mineiros fizeram um de seus melhores trabalhos com Andreas Kisser, despejando peso e pancadaria com a inclusão de percussão na introdução da clássica “Refuse/Resist”. Tem vários momentos interessantes, com o peso de “Amen” sendo um dos melhores, assim como as covers para “Biotech Is Godzilla” (original do Dead Kennedys) e “The Hunt”, que ficou similar, mas não melhor, do que a bela versão original do New Model Army. O que Igor Cavalera está tocando neste disco novamente é um absurdo, principalmente na pancada “Propaganda” ou na destruidora “Clenched Fist”. No geral, o grupo sai um pouco do thrash e dá um salto no groove metal, algo que se tornaria uma banalidade para a banda a partir de Roots, com destaque para a instrumental “Kaiowas”. Para mim, o último grande disco dos mineiros, que depois perderam-se em um mar de invenções que nunca mais me conquistou. Justo primeiro lugar, mesmo não tendo votado nele por questão pessoal.

Micael: Para mim, este é não só o melhor disco do Sepultura, mas o melhor disco de heavy metal de uma banda brasileira em todos os tempos, ao lado do Theatre of Fate do Viper. A única ressalva que eu faço é para a música “Propaganda”, da qual não gosto muito. De resto, é tudo perfeito, desde a cover do New Model Army (“The Hunt”) à acústica Kaiowas, da clássica trinca de abertura (“Refuse/Resit”, “Territory” e “Slave New World”) à crítica de Manifest e “Biotech Is Godzilla”, além de uma das faixas que mais gosto na discografia do grupo, a arrastada e pesadíssima “We Who Are Not As Others”. Primeiro lugar merecidíssimo, dado a um verdadeiro clássico do heavy metal mundial!


 

Titãs - Titanomaquia - Front

Titãs – Titanomaquia [1993] (40 pontos)

Alisson: Não, este não é um disco injustiçado. Ele é apenas um disco que mescla boas faixas com outras sem sentido em sua existência. A crítica pura e simples em a banda embarcar na onda grunge é infundada – jamais se esqueçam da presença do disco grunge do Kiss nas listas de melhores –, o que importa mesmo é se funcionou, e neste sentido, o saldo é mais negativo que positivo. A produção do Jack Endino deu uma levantada e tanto no som do grupo. Guitarras explosivas, bateria na cara e som encorpado. O grande ponto é a capacidade composicional do grupo. Com a saída de Arnaldo Antunes (o melhor letrista e compositor que já passou pela banda), as letras bem sacadas deram lugar para críticas puerís, simplórias e mal acabadas ou, por vezes, são letras que não tem sentido algum. Dos poucos momentos de qualidade, destaco a única contribuição de Nando Reis, “Hereditário”, a urgência de “Agonizando” e a estranheza de “Tempo para Gastar”. De resto, são faixas forçadas (“Será que é isso que eu Necessito”), estranhezas mal acabadas (“Dissertação do Papa Sobre o Crime Seguido de Orgia”) e outras que são simplesmente ruins (“Taxidermia” e “Disneylândia”).

André: Melhor disco dos Titãs, de longe. Mais pesado, mais ácido, mais inspirado, a banda chega aqui em seu auge criativo e que, aparentemente, este disco serviu de inspiração a voltarem com o recente Nheengatu (2014). Jack Endino deu o que os caras queriam e o disco agora é bastante cultuado pelos fãs, embora na época tenha fracassado em vendas devido a banda estar menos radiofônica e mais hard rock. A faixa “Agonizando” é a que praticamente define o álbum.

Bruno: A tentativa de surfar a onda grunge e fazer a banda soar mais pesada. Até que é bacaninha.

Davi: Ainda é um dos meus discos favoritos do Titãs. Sujo, agressivo, com as guitarras falando alto. Nessa época, Titãs era meio que uma unanimidade entre os rockers. Era difícil encontrar algum jovem roqueiro que torcesse o nariz para a banda. Na verdade, isso começou um pouco com esse disco. Contando com a produção do lendário Jack Endino, Titanomaquia trazia um peso até então inédito entre os grupos mainstream brasileiros. Muitos acusaram o grupo de quererem se apropriar da cena grunge para se manterem na mídia. Tendo se apropriado ou não, o álbum é repleto de momentos únicos como “Será Que É Isso Que Eu Necessito”, “Taxidermia”, “Estados Alterados da Mente”, “Agonizando” e “Nem Sempre Se Pode Ser Deus”. Em seu primeiro trabalho pós-Arnaldo, os Titãs ainda soavam relevantes e perigosos. Discaço!

Leonardo: Depois de flertar com todos os estilos possíveis e imagináveis nos anos 80, os Titãs decidiram apostar em um formato mais direto, pesado e agressivo. O resultado já havia sido bem satisfatório no criticado Tudo Ao Mesmo Tempo Agora, mas foi em Titanomaquia que todas as peças se encaixaram. Produzido por Jack Endino, o álbum misturava riffs nervosos, vocais mais agressivos e refrões fortes, como nas excelentes “Será Que É Isso O Que Eu Necessito” e “A Verdadeira Mary Poppins”. Pena que a banda optaria por investir em músicas acústicas com letras de auto-ajuda em um futuro não tão distante, tornando-se uma das bandas mais chatas do Brasil…

Mairon: Esse clássico já deveria entrar aqui só por conta do antológico texto de Micael Machado, que praticamente colocou a Consultoria entre os principais sites do país, e durante muito tempo foi o mais acessado e comentado por aqui, mas além disco, é um álbum que marcou o fim da melhor fase da banda. Sem sentir a ausência de Arnaldo Antunes, o agora hepteto solta o braço e o verbo em um disco hemorrágico e visceral, criando petardos como “Será Que É Disso Que Eu Necessito?”, “Nem Sempre Se Pode Ser Deus”, “A Verdadeira Mary Poppins” ou “Taxidermia”. A letra de “Disneylândia” é de uma excelência exclusiva, enquanto a de “Dissertação do Papa Sobre o Crime Seguida de Orgia” é apavorante para quem gravou “Família”. O ritmo de “Estados Alterado da Mente”, “Agonizando” – Charles Gavin detonando – “Felizes São Os Peixes” surpreende para quem ouviu o grupo cantar “Sonífera Ilha” em seu início de carreira, ou conheceu o grupo com a melosa “Epitáfio”. Ainda temos “De Olhos Fechados”, “Fazer O Quê?” e “Tempo Pra Gastar” complementando um álbum sensacional, fácil Top 3 dos paulistas, e que lamentavelmente, nunca mais teve algo se quer perto, mesmo o aclamado Nheengatu. É o que o Anônimo diz, o Titãs podia fazer música boa, mas daí resolveu gravar “Epitáfio” …

Micael: É praticamente consenso entre os fãs dos Titãs que seus melhores discos sejam Cabeça Dinossauro e Jesus Não Tem Destes no País dos Banguelas (embora alguns, de forma incompreensível para mim, prefiram Ô Blesq Blom a eles). Pois, para mim, Titanomaquia está no mesmo nível de qualidade daqueles dois, sendo indiscutivelmente o mais pesado registro dos paulistas. Se eles embarcaram na “onda grunge” para não sair da moda, se trouxeram um produtor estrangeiro “badalado” só para chamar mídia, e se gravaram um disco “pesado” só porque o mercado “pedia” algo assim, nada disso me importa. O que é fato é que, sejam quais forem os motivos, este é um álbum fantástico, atingindo um nível que nunca mais os Titãs conseguiriam superar, se aproximando apenas no recente Nheengatu, onde, não por coincidência, a “veia pesada” do grupo voltou a aparecer. Um registro excelente, totalmente digno de constar deste lista!

 


22 Sete Cidades

Bacamarte – Sete Cidades [1999] (37 pontos)

Alisson: Não sou fã de rock progressivo. Confesso desde já. Ouvi com boa vontade, já que gosto do Depois do Fim. Mas o impacto não foi o mesmo. Disco de prog padrão. Pra quem é fã die-hard do estilo, é prato cheio. Pra quem não se impressiona com esse tipo de som, não será aqui que irá mudar sua vida.

André: Muito mais um projeto solo de Mario Neto do que um disco da banda Bacamarte, acho até injusto compará-lo ao divino Depois do Fim (1983). O que temos em mãos é um lindo álbum de maioria instrumental em que a guitarra, teclado e flauta se sobressaem em criar harmonias instigantes, melodiosas e também com a tradicional energia já presente no velho Bacamarte que conhecemos. Mario Neto não se destaca cantando, mas dá para se acostumar com o tempo. Aprecie “Espírito da Terra”, “Ritual da Fertilidade” (que trabalho percussivo brilhante!) e a longa “Canto da Esfinge & Portais”, além da minha favorita “Mirante das Estrelas” sem moderação.

Bruno: Não é minha praia.

Davi: Na real, esse não é um disco do Bacamarte. É um álbum solo do Mario Neto. Gravou o disco praticamente sozinho. Somente nas gravações do teclado que teve o auxílio do músico Robério Molinari. O resultado final, contudo, é simpático. Continuava bebendo na fonte do rock progressivo. Disco bem viajadão. O trabalho de guitarra é excelente. Trabalho de bateria muito bom também. Minhas faixas preferidas são “Filhos do Sol” e “Mirante das Estrelas”.

Leonardo: Belíssimo disco de rock progressivo, com melodias marcantes, ótimo trabalho de guitarra e um clima melancólico irresistível.A maior surpresa da lista!

Mairon: Sete Cidades foi um disco que chocou aos fãs do Bacamarte em 1999. Quando ninguém esperava, Mário Neto voltou praticamente sozinho (acompanhado apenas de Robério Molinari nos teclados) e gravou esse incrível registro, mas que como eu disse, em 1999 surpreendeu, dessa feita negativamente, já que muitos esperavam algo na linha de Depois do Fim, um dos melhores álbuns de rock progressivo do mundo. Porém, como um bom vinho, Sete Cidades envelheceu muito bem pro meu paladar, e foi depois que vi o álbum ser interpretado na íntegra pelo grupo, mas com a voz de Jane Duboc, que a ficha caiu. Ela transformou canções interessantes, como a intrincada “Filhos do Sol”, a singela e emocionante “Carta” e principalmente, a linda “Espíritos da Terra”, Sete Cidades é um disco fantástico, que teve o azar de não ter a voz de Jane Duboc nas canções com letras, e que comprova como o brasileiro dá poco valor para músicos de altíssima capacidade, como Mário Neto. O homem é um monstro nas seis cordas, a começar com a delicadeza do violão clássico da instrumental “Portais” já mostra o que temos de mais valioso neste que é um dos músicos mais competentes, talentosos e virtuosos do Brasil, ao mesmo tempo que é talvez o mais injustiçado, já que o cara toca demais, e para quem conhece sua história particular, deve valorizar ainda mais todo o trabalho que ele fez, até por que o homem já passou por coisas que até o coisa-ruim duvida. Ainda com as canções instrumentais, “Mirante das Estrelas” é um frenesi entusiástico que  impressiona pela velocidade dos dedilhados de Mário, “Canto da Esfinge” é uma obra complicadíssima, facilmente candidata a Maravilha Prog tanto pela velocidade de Mário no violão, belo brilhante momento clássico na parte central ou pelas passagens de pura perplexidade musical que o músico entrega ao ouvinte, em uma canção mutante que transforma-se diversas vezes em seus mais de doze minutos de duração, impressionantes, enquanto “Ritual da Fertilidade” mostra um show percussivo que faz o Sepultura de Roots corar de vergonha, pois esse é uma mistura de tribal com samba que fica bem mais brasileira do que o grupo tentou fazer. Muito bom ver que os dois únicos discos do grupo estão em ambas as listas de melhores de suas respectivas décadas, atestando que no rock progressivo brasileiro, esse foi o maior dos grupos.

Micael: Este disco é quase um álbum solo de Mario Neto, músico talentosíssimo, mas que neste segundo registro do Bacamarte não chegou nem perto da qualidade do primeiro registro do grupo. É um belo disco de rock progressivo, mas sua inclusão entre os dez melhores da década de 90 me parece um pouco exagerada!


Raimundos-Raimundos

Raimundos – Raimundos [1994] (36 pontos)

Alisson: Sei lá, é divertido, apenas. O jeito nordestido de cantar do Rodolfo confere ares mais escrachados ao disco. É legal, mas pra melhores… sei lá.

André: Sempre tive problemas com o Raimundos devido a razões pessoais: minha irmã com 11 anos tocava o Só no Forévis (1999) – logo que o disco foi lançado – diariamente e em alto som, o que me causou traumas psicológicos irreversíveis atualmente que meio que sinto alergia a banda, mesmo em seus trabalhos anteriores costumeiramente classificados como melhores. No momento em que comecei a tocar este auto-intitulado, terríveis memórias dos vocais de Rodolfo vieram a minha mente, o que tive que parar imediatamente e pular para o próximo disco a ser comentado.

Bruno: Rock ogro, sujo, barulhento e rasgado. Tudo que a molecada da época precisava. Misturando a pegada do hardcore com as letras sacanas de forró, o Raimundos foi mais uma das bandas que trouxe um sopro de ar fresco para o rock brasileiro, saturado das bandas pasteurizadas e insípidas da onda BRock.

Davi: Álbum de estreia do Raimundos deu o que falar na época. As letras – que giravam em torno de drogas e putaria – se tornaram válvula de escape para os jovens e pesadelo para os pais. A banda era crua, despretensiosa, honesta. Sua sonoridade era simples, porém cheia de atitude. As letras eram escritas sem o menor pudor. Se vestiam como seus fãs, falavam a linguagem de seus fãs. “Puteiro em João Pessoa”, “Palhas do Coqueiro”, “Nega Jurema”, “Be a Ba”, invadiram as programações das rádios. Outras como “Marujo” e “Cajueiro” se tornaram clássicos da banda, mesmo sem nunca terem entrado em uma parada de sucessos. Álbum despretensioso e mágico.

Leonardo: E de Brasilia surgia o maior fenômeno do rock brasileiro dos anos 90. Misturando riffs hardcore com letras que pareciam ter saído de um repente politicamente incorreto, o primeiro disco dos Raimundos é um deleite para os fãs de rock pesado. No futuro a banda teria um retorno comercial maior do que o que obteve com seu disco de estréia, mas poucas vezes repetiria a potência de músicas como “Puteiro Em João Pessoa”, “Nega Jurema” ou “Palhas do Coqueiro”.

Mairon: Disparado o melhor disco dos brasilienses, e um tapa na cara da geração anos 80, mostrando que o rock nos anos 90 era muito mais pesado, sujo, e com letras ainda mais toscas. “Puteiro em João Pessoa” é um clássico indiscutível, assim como “Selim”, a qual sinceramente, acho uma música fraca perto das qualidades enaltecidas nas demais. A pancadaria come solta em “Rapante”, “MM’s”, e o grupo despeja peso em “Bê a Bá” Eu adoro a ingenuidade safada de “Marujo”, “Cajueiro” / “Rio das Pedras” e “Palhas de Coqueiro” ou a agressividade de “Bicharada” e “Nêga Jurema”, as quais me faz empensar se, nos dias atuais do politicamente correto, não haveria muitas manifestações contra os Raimundos nas redes sociais. O grupo é uma versão brasileira do Ramones, sem dúvidas, mas mais pesado e escrachado, principalmente nas letras de “Cintura Fina”, “Carro Forte”, “Deixei de Fumar” / “Cana Caiana” “Minha Cunhada” ou seja, não tem como não gostar. Impressionante que esse vinil tornou-se raridade, mas na época, custava menos que alpiste. Não entrou na minha lista por que muita coisa boa foi lançada nessa década, mas sua presença aqui era quase que obrigatória! Comentei um pouco mais sobre ele na série “Os Sete Pecados do Rock Nacional“. Essencial!!!

Micael: Talvez o disco mais importante do rock nacional nos anos 90, apontando o caminho que muitas bandas seguiriam depois, ao mesclar o rock pesado a elementos regionais. E não vou nem entrar no mérito das letras chulas, pois elas poderiam ser sobre qualquer outro assunto que não mudariam a qualidade deste disco, visto serem quase impossíveis de serem entendidas sem o encarte na mão. Perfeito de cabo a rabo, além de ter mais graça em uma única “música-piada” (“Selim”, que nem é para ser uma piada, mas se torna engraçada pela forma com que Rodolfo a canta e por sua letra “pudica” perto das demais) do que toda a carreira dos Mamonas Assassinas, que, por algum motivo obscuro, acabaram entrando nesta lista também. Raimundos é um disco perfeito de cabo a rabo, e tenho dito!


08 Mamonas Assassinas

Mamonas Assassinas – Mamonas Assassinas [1995] (34 pontos)

Alisson: Duas palavras: Memória Afetiva.

André: Não vou me estender muito nesse comentário porque já debulhei o disco nos Melhores de 1995: disco engraçado, criativo, bem tocado, sacana e inteligente. Fica registrado aqui a grande admiração que tenho pelos cinco caras de Guarulhos.

Bruno: Rock bem tocado e divertidíssimo. A cara dos anos 90.

Davi: Álbum muito bem feito. Não havia lugar melhor, nem época melhor para surgir um grupo como esse. Os garotos criaram uma banda de sátira. Eles se utilizavam do rock n roll para satirizar outros gêneros musicais. As letras acompanhavam o ar de deboche, com letras extremamente irreverentes, sem se preocupar com a ideia de politicamente correto. O disco fazia piada com todos os temas que hoje são considerados polêmicos: nordestino, homossexualidade, vinha com uma infinidade de palavrões. Ironizavam sertanejos, pagodeiros e metaleiros. Incrível constatar que uma banda que na época soava extremamente inocente, hoje seria apedrejada.

Leonardo: O sucesso que a banda atingiu em seu curto período de existência foi inegável, e por mais que diversas músicas tenham animado de festas infantis a cerimônias de formatura, musicalmente o disco é bastante irregular. Fica o reconhecimento por terem tido a sacada de unir o humor a refrões grudentos, mas estão longe do que de melhor foi produzido na década.

Mairon: Se na edição de 1995 me causou surpresa a entrada desse grandioso álbum, aqui era obrigatória sua inclusão no Top 5. Afinal, quem viveu a infância e a adolescência nos anos 90 acompanhou, mesmo que indiretamente, o crescimento meteórico e o fim trágico de uma banda que não era formada por um bando de palhaços como muitos atestam por aí, mas de cinco garotos talentosíssimos, com Bento Hinoto sendo o principal nas destaques, esbanjando influências de Eddie Van Halen, acompanhado por Dinho, um vocalista performático como poucos que já apareceram no Brasil, aliás, acho que nunca houve ninguém próximo ao que Dinho fazia nos palcos. Meus comentários sobre o álbum iriam tomar laudas e laudas dessas páginas, então, deixo o link dos que fiz para a edição de Melhores de 1995, e vou me divertir com “Robocop Gay”, “Boys don’t Cry”, “Uma Arlinda Mulher”, “Débil Metal”, “Lá Vem O Alemão”, “Jumento Celestino” e claro, as clássicas “Pelados em Santos” e “Vira-Vira”. Mas deixo uma pergunta: como uma banda tão fraca como o Utopia tornou-se tão interessante como os Mamonas? Davi Pascale, me explique ..

Micael: Lembro quando o Mamonas surgiu na televisão, com “Vira-Vira” e suas fantasias. Achei engraçado e interessante, mas depois o grupo teve uma hiperexposição em toda a mídia que existe, o que me causou um “bode” com o grupo que nunca permitiu que eu gostasse de sua música. Não consigo achar nem atraente, nem engraçado, e não consigo me juntar aos muitos fãs que lamentam sua ausência nos dias de hoje, pois, para mim, não fazem falta alguma. Mesmo assim, reconheço a qualidade de “Débil Metal”, a única composição da qual nunca consegui “não gostar” em um disco que, por motivos totalmente extramusicais, não consigo apreciar de forma nenhuma! A entrada deste registro na lista, deixando de fora discos como os de estreia do Planet Hemp e do Charlie Brown Jr. (que possuem muito mais qualidade e importância do que a estreia dos paulistas) só pode ser devido a algum motivo obscuro que ainda será esclarecido em um futuro distante!


04 Da Lama ao Caos

Chico Science & Nação Zumbi – Da Lama Ao Caos [1996] (27 pontos)

Alisson: Meu voto foi para o Afrociberdelia, mas Da Lama ao Caos merece este posto tanto quanto o seguinte. O manguebeat não foi apenas uma forma cultural. Foi também o grito de um povo que carecia por atenção do resto do Brasil. Criativo por natureza, Science fez uma verdadeira salada cultural. Jogou, no mesmo caldeirão, baião, afrobeat, música tradicional nordestina e maracatú. O resultado é um disco deliciosamente viciante, impressionante e um dos discos mais criativos que a música brasileira já pariu.

André: Reouvindo depois de uns meses, ainda acho um disco legal apesar de estar bem longe de minhas preferências musicais. Os caras tiveram criatividade de conseguir misturar tantas influências regionais diferentes com o rock e assim fizeram uma identidade própria. Uma pena que seus “influenciados” jamais conseguiram chegar aos pés em termos de qualidade, ficando naquela linha que só agrada a universitários modernosos. Se gosta desse tipo de som, mantenha-se com os melhores do manguebeat.

Bruno: Uma injeção de ânimo na música brasileira, diretamente de Recife. Misturando guitarras pesadas, percussão, hip-hop, música eletrônica, grooves funkeados e as letras afiadas de Chico, a Nação Zumbi colocou Pernambuco de vez no mapa com essa estreia inspirada.

Davi: Belíssimo álbum de estreia da rapaziada do manguebeat. Infelizmente, Chico Science nos deixou uma obra muito pequena. Teve tempo de gravar apenas dois CD´s. Da Lama Ao Caos, álbum que é símbolo do manguebeat (ele e Samba Esquema Noise são os primeiros discos que vem à mente quando alguém comenta sobre o movimento) traz alguns dos maiores hits do grupo como “A Cidade”, “Rios, Pontes e Overdrives”, “Da Lama Ao Caos” , “Samba Makossa” e “A Praieira”. O grupo criou uma sonoridade própria incorporando elementos do rock, da musica afro, do eletrônico. Musica universal misturada com música regional. Clássico!

Leonardo: Ainda que o estilo da banda não esteja entre os meus favoritos, não tem como negar o frescor e inovação que a banda apresentava em seu disco de estreia. A mistura de ritmos regionais com funk e rock era energética, pesada e marcante, e influenciou toda uma geração.

Mairon: Quando esse álbum entrou na lista de melhores de 1994, disse que não gostava do álbum, mas entendia se ele entrasse na lista de Melhores da década de 90. Não votei no disco, continuo não gostando dele, mas seria muita hipocrisia e mediocridade minha não reconhecer a importância desse clássico para a música nacional. “A Praiera” é de dar dó, mas vamos lá, a partir daqui muita coisa mudou no cenário do rock, então, ok, seja bem-vindo novamente a lista de Melhores, dessa vez em um local justo.

Micael: O álbum mais importante do “movimento manguebeat”, uma revolução na música brasileira que foi “sabotada” pela trágica morte de Chico em 1997. Se não fosse este fato, acredito que as bandas de Recife teriam hoje uma importância muito maior do que possuem. Este registro, que tem forte ênfase nos elementos percussivos, além de revelar o excelente guitarrista Lúcio Maia (que depois gravaria o álbum de estreia do Soulfly), contém músicas do porte de “A Cidade”, “A Praieira”, “Samba Makossa”, “Da Lama ao Caos” e “Rios, Pontes & Overdrives”, faixas que fazem com que ele não possa ser ignorado de forma nenhuma. Presença mais do que merecida na lista.


 

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Legião Urbana – V [1991] (27 pontos)

Alisson: Mistura de The Smiths e Joy Division. Por que isso seria tão impressionante? Algumas letras do Renato são realmente muito boas, mas outras sequer fazem muito sentido. Não estou dizendo que é ruim, estou questionando o seguinte: Por que o endeusamento?

André: A crise econômica do governo Collor, somados com o fato de Renato Russo descobrir ter contraído AIDS e seus problemas com drogas e o alcoolismo se acentuarem trouxeram músicas com uma temática mais pesada e de certa melancólica por parte da banda. Eram muitas cacetadas de uma vez só na mente de Russo, o que acabou se traduzindo em música. É um bom disco, também com uma pegada mais progressiva, com “Teatro dos Vampiros” e “Vento no Litoral” se tornando grandes clássicos do rock brasileiro.

Bruno: Minha relação com Legião Urbana se limita a algumas poucas músicas. Não gosto de nenhum álbum inteiro.

Davi: O quinto álbum da Legião surpreendeu todos na época. Depois de vir com um álbum declaradamente pop (As Quatro Estações) que continha um de seus principais hits (“Pais e Filhos”), quando todos esperavam um disco mais do mesmo, afim de repetir o estrondoso sucesso, fizeram exatamente o oposto em V. Se utilizando do progressivo como referência, criaram um álbum melancólico, repleto de músicas longas. As letras de Renato Russo continuavam sendo um capítulo à parte, mesmo assim o CD passou batido na época. O disco não teve single (“Teatro dos Vampiros” fez sucesso no Acústico MTV), não teve clipe. As músicas não eram exatamente comerciais. Realmente uma pena. O disco mantinha o nível de excelência dos trabalhos anteriores e contava com canções excepcionais como “Metal Contra As Nuvens”, “Vento no Litoral” e “L´Age D´Or”. Vale a pena reescuta-lo.

Leonardo: Sempre considerei a Legião Urbana a banda mais superestimada do Brasil. As letras de Renato Russo soam tão forçadas quanto a sua performance vocal, e o instrumental do grupo sempre foi extremamente limitado. Ainda assim, em todos os seus discos havia algo que se destacasse positivamente. Mas este V soa ainda mais cansativo do que os discos anteriores da banda. A maior parte das musicas é longa, com letras depressivas, e acabam tornando a audição do disco extremamente cansativa. Passo.

Mairon: Podem xingar a vontade, mas V é um dos melhores discos do rock nacional, e fim de papo. Tive a oportunidade de viajar em sua história também na série “Os Sete Pecados do Rock Nacional”, e relendo a mesma, constato que muito do que viajei naquela época tem possibilidades de serem reais. Mas vou ficar apenas com a música. O grupo de Renato Russo tentou fazer um disco inspirado no progressivo, algo difícil para quem não tinha talento musical suficiente como Marcelo Bonfá e Renato Russo, e saiu com seu quinto álbum, com a capa lembrando Lark’s Tongues in Aspic (King Crimson) e dois lados muito distintos. Enquanto o lado B traz uma variação de canções, que vão das alegres “Sereníssima” e “O Mundo Anda Tão Complicado”, essa a mais fraca do disco, abrindo com a singela “Teatro dos Vampiros”, cuja versão de Música p/ Acampamentos eu acho ainda melhor, chegando ao Thrash de “L’age D’or”, uma paulada rasgada com uma surpreendente performance de Villa-Lobos, passando pela emocionante e dolorida “Vento no Litoral”, não indicada para um possível suicida que acabou de perder um grande amor, e concluindo com a instrumental “Come Share My Life”, o lado A é o suprassumo da criatividade que o grupo conseguiu ter. Afinal, a vinheta medieval “Love Song”, ou a bela instrumental “A Ordem dos Templários”, na qual Renato mostra seus dotes nos teclados, servem como belos aperitivos para as viagens de “A Montanha Mágica” e “Metal Contra as Nuvens”. Enquanto os sete minutos da primeira falam do difícil relacionamento de Renato com às drogas, a segunda é um tour de force de mais de dez minutos repletos de variações, contando sobre os problemas fiscais que o Brasil da era Collor passava, com um instrumental incrivelmente fácil, mas ao mesmo tempo riquíssimo de harmonias e melodias, tornando-se fácil a melhor canção de toda a carreira do Legião. Não sou fã da banda, não aceito essa idolatria exacerbada à Renato Russo, mas senti muito a falta desse disco na lista de Melhores de 1991. Aqui ele entrou com méritos, e julgo que talvez até merecesse uma posição maior. Discaço!

Micael: “Uma espécie de Low, de David Bowie, mas com o lado difícil à frente”. Foi mais ou menos assim que a revista Bizz definiu este álbum ainda antes de ele ser lançado. Realmente, o lado A de V é bastante diferente de tudo que a Legião havia gravado antes, mais triste, depressivo, arrastado e “progressivo” do que seus fãs esperariam. O que não o impede de ser um dos melhores registros dos brasilienses, e talvez, no “conjunto da obra”, o melhor lado de um LP deles. O Lado B já é composto por canções mais “comuns”, onde os destaques ficaram para “O Teatro dos Vampiros”, a “bobinha” “O Mundo Anda Tão Complicado” e a lindíssima “Vento no Litoral” (uma composição perfeita no que se propõe, triste ao extremo, mais tão bela quanto), mas minhas favoritas sempre foram “Sereníssima” e “L’âge D’or”. Como último comentário, gostaria de registrar que acho “Come Share My Life” chata demais, mas ela funciona bem como “música de encerramento” de um dos álbuns mais diferentes da minha banda nacional favorita!


 

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Engenheiros do Hawaii – Várias Variáveis [1991] (26 pontos) *

Alisson: Sempre me soaram extremamente medíocres. Porém, ao contrário do Los Hermanos, que também são elevados ao posto de deuses por seus fãs insuportáveis, Humberto Gessinger e cia. pelo menos sabem tocar seus instrumentos (e, vá lá, Humberto canta bem). A produção não apresenta novidade alguma (é aquele padrão de discos noventistas). As músicas ficam no mesmo pé: não apresentam nada de grandioso ou coisa do tipo.

André: É curioso que além de pesado, é também o disco mais “progressivo” do Engenheiros. Não sei ao certo se essa é a melhor definição para ele, mas é o que percebo. E talvez por isso, seja o meu preferido da banda. Há influências claras de Rush e de algumas progressivas britânicas em sua sonoridade. Não há tantos “clássicos” costumeiramente tocados quando a banda se apresentava ao vivo, mas para mim são as composições mais bem azeitadas e bonitas do Engenheiros. “Quarto de Hotel” com aquela pegada bem rock ‘n’ roll e o baixo lindamente bem colocado e “Curtametragem” deixando os erros lá – o que torna o trabalho até mais espontâneo – e são as faixas mais legais da obra.

Bruno: Uma das piores coisas que surgiram na música brasileira em todos os tempos.

Davi: Sem duvidas, meu álbum favorito do Engenheiros do Hawaii. Comprei esse CD na época e já perdi as contas de quantas vezes ouvi esse disco. Depois do (ótimo) Papa é Pop, onde abusaram de bateria eletrônica, o trio voltou com uma pegada mais rock n roll. A complexidade dos arranjos, das letras, continuam. Assim como as mensagens subliminares. Tanto em citações quantos em imagens nas capas do disco. Humberto Gessinger sempre foi um cara bem inteligente, nuca entregou tudo de mão beijada. O repertório é espetacular. Difícil escolher uma. Sempre gostei muito de faixas como “Herdeiro da Pampa Pobre”, “Piano Bar”, “Muros e Grades”, “Ando Só” e “Sampa no Walkman”. Belíssimo disco.

Leonardo: Muitas vezes subestimados, os Engenheiros de Hawaii foram responsáveis por alguns dos discos mais legais do pop/rock nacional dos anos 80 e 90. E Várias Variáveis não decepciona, com melodias agradáveis e as letras sempre bem sacadas de Humberto Gessinger.

Mairon: Senti falta dos Engenheiros na lista de Melhores da década de 80, mas eles aparecem aqui com o penúltimo disco da formação Gessinger Licks & Maltz. Fazia tempos que não ouvia Várias Variáveis, do qual tenho “Piano Bar”, “Muros e Grades” e “Herdeiro da Pampa Pobre” como principais clássicos – “Piano Bar” aliás é linda, e me apavorei como a letra de “Sonho Popular” é tão perfeita para os dias de hoje. O peso de “Não É Sempre” e “Sala VIP” deve ter assustado aos fãs que estavam acostumados om os eletrônicos que estavam em voga no disco antecessor, O Papa É Pop, e isso fez eu pensar que tenho realmente poucas lembranças desse álbum, com exceção da capa cheia de alusões gaúchas que fez bastante sucesso no Rio Grande do Sul. Gostei das simples “Curtrametragem” e “Descendo a Serra”, tendo Gessinger ao piano e Licks ao violão, e que devem ter servido para muito gurizinho metido à besta conquistar uma gatinha em um lual em Atlântida. “Quarto de Hotel”, “Museu de Cera” e “Sampa No Walkman” remetem-nos aos discos que a banda gravou na década de 80, sem soarem pesadas e privilegiando as letras trabalhadas de Humberto Gesinger. Nessa época, Gessinger emulava Geddy Lee, tocando teclados com os pés e usando um baixo de dois braços, mas o som não é nada progressivo, com “Ando Só”, a vinhetinha “Nunca É Sempre” e as viagens da faixa-título sendo o mais próximo disso. Ainda acho O Papa É Pop melhor, mas é um belo disco para registrar a entrada dos Engenheiros entre os melhores da década de 90.

Micael: Lembro de uma resenha da revista Bizz dizendo que, com este disco, finalmente Humberto Gessinger havia transformado os Engenheiros na banda progressiva que ele sempre sonhou em ter. Particularmente, considero o álbum posterior, Gessinger, Licks & Maltz, bem mais digno desta “honra”, mas Várias Variáveis é mais “redondo” que GL&M, com faixas fortes como “Piano Bar”, “Muros E Grades” e “Herdeiro Da Pampa Pobre” (gostaria muito de saber como foi a reação das pessoas de fora do Rio Grande do Sul quando ouviram a versão original do Gaúcho da Fronteira e a compararam à dos Engenheiros, se é que algum dia o fizeram). Minha favorita aqui sempre foi “Ando Só”, que felizmente Gessinger voltou a tocar em suas apresentações como artista solo. Um bom disco, mas que, para mim, marca o início de um declínio de qualidade na carreira dos Engenheiros, que não voltariam mais a gravar discos com a qualidade de seus antecessores.


 

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Los Hermanos – Los Hermanos [1999] (26 pontos)

Alisson: O maior número de desafinações por minuto de música. Não sei como quatro zé ruelas e um cara que sequer sabe cantar direito conseguiram mexer com a cabeça de tanta gente aqui no Brasil

André: Não tenho como negar uma certa admiração minha ao Mairon, nosso consultor mais conhecido e que já está fazendo uma fanbase própria devido aos seus textos ricos e detalhados e um conhecimento enorme principalmente quanto ao rock progressivo. Por tudo isso, ele acaba se tornando um dos pouquíssimos críticos (não conheço outro, talvez seja o único) nessa internet brasileira que é apaixonado pelo Los Hermanos, e que os defende com unhas e dentes já que sabemos o quanto a banda é atacada desde que surgiu. Minha opinião pessoal não difere do que escrevi na estreia do Consultoria Recomenda, de bandas com naipe de metais: tem um instrumental competente, mas suas letras e os vocais de Marcelo Camelo me mantém a léguas de distância.

Bruno: O começo de toda a chatice.

Davi: Esse disco do Los Hermanos sempre considerei mediano. Não mais do que isso. Ok, letras bem escritas, álbum bem gravado. Reconheço. Mas as composições são muito fracas. Parabenizo o grupo pela ousadia de fazer algo diferente do que rolava na época. Ali nos anos 90, tinha virado moda a galera ficar misturando ritmos (principalmente depois da explosão do Raimundos, do Mamonas e do Chico Science) e eles conseguiram uma combinação que não era usual. Misturar hardcore com metais e uma influencia pop. Mas como disse acho a maioria das composições fracas. Milagrosamente, fizeram um dos grandes discos do rock brasileiro no álbum seguinte, mas isso é papo para uma próxima vez.

Leonardo: O estilo da banda, uma mistura de rock depressivo, pseudo-intelectualismo e marchinhas de carnaval, é uma das coisas mais insuportáveis surgidas na cena rock brasileira em todos os tempos. O disco de estreia do grupo é horroroso, piegas e auto-indulgente. E pensar que a coisa ficaria ainda pior nos discos seguintes…

Mairon: Cara, o que falar do melhor disco de estreia dos últimos 36 anos no rock nacional? Tive a sorte de conhecer o Los Hermanos antes da fama de “Anna Julia”, através de uma fitinha k7 que me chegou em meados de 1998, com uma apresentação da banda na PUC do Rio de Janeiro. Me surpreendi com o naipe de metais e a pancadaria comendo solta em um hard rock fantástico. Depois, eles apareceram no Programa Livre do Serginho Groismann (o mesmo do Altas Horas), quando ainda no SBT, cantando “Anna Julia”, e PQP, como a banda mudou. Daí veio  o primeiro lançamento da banda, esse petardo, e novamente, PQP, que discaço. Ouvia a fita k7 com o disco e mais a cópia do show da PUC direto, e até hoje, é um dos poucos discos que conheço de cor e salteado cada frase, cada melodia, cada harmonia. Esse disco é MARAVILHOSO. O que o grupo criou com os metais e a pancadaria em “Pierrot”, “Descoberta”, “Azedume”, “Lágrimas Sofridas”, “Vai Embora” e “Tenha Dó” é simplesmente demais, principalmente por que o baixão de Patrick Laplan ajuda muito para dar peso as cações (pena que ele saiu da banda? Será que não foi melhor?). Impressionante quando rola “Descoberta”, “Pierrot” e “Azedume” nos shows, a roda punk rolando entre mauricinhos, patricinhas, GLSs em geral, e todo mundo virando um único Bloco, sem distinção de classe, etnia ou gênero sexual, o Bloco do Eu Sozinho, cantando essas e outras canções a plenos pulmões. Só quem vivenciou um show do Los Hermanos sabe o que é ver um público levando o show. Talvez só a Legião Urbana fizesse algo maior. Não vá achando que irá encontrar tudo no mesmo nível de “Anna Julia” e “Primavera”, elas são as mais fracas. Um álbum único na curta discografia dos cariocas, e o que mais me assusta é que, como fã da banda que sou, mesmo considerando Los Hermanos impecável, acho ele o mais fraco dos quatro oficiais, ou seja, como que eles construíram discos tão sensacionais depois dessa MARAVILHA?? E joguem as pedras.

Micael: A estreia dos cariocas é bem diferente do restante de sua discografia, focando essencialmente no hardcore com “letras de corno”, como alguém já definiu jocosamente um dia. O uso diferenciado dos metais dá um charme a mais às músicas, e a “pauleira” “pegando” enquanto as letras tristes vão sendo declamadas formam um contraste interessante, e ajudam a compor aquele que, para mim, é o melhor disco do grupo. Uma pena que ele ficaria marcado apenas por “Anna Júlia” e “Primavera”, duas composições quase alienígenas na discografia da banda. Se você só conhece estas duas, corra atrás do resto, pois irá se surpreender.


 

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Arnaldo Antunes – Nome [1993] (25 pontos) **

Alisson: Os Titãs perderam – e muito – com a saída de Arnaldo. Ele era, disparado, o melhor compositor dentre todos ali. Sua visão inquieta da música proporcionou algumas das melhores composições da história dos Titãs. Tanto é verdade que basta observar os discos que se seguiram após sua saída. Por outro lado, em sua carreira solo, deu vazão a todas as ideias malucas – e boas! – que não conseguiu usar junto da banda paulista. Já em sua primeira investida solo, resolveu chutar o balde com força em um disco de musique concrète. Se escutar este disco esperando algo convencional ou minimamente parecido com os Titãs, vai detestar com todas as suas forças. É preciso mente aberta para escutá-lo. Boa parte das músicas não passam dos 2 minutos de duração. Colagens, vocalizações e experimentos com sons estranhos são pano de fundo para suas letras tortuosas sobre obscenidades, críticas sociais ou simplesmente letras dadaísticas. Dentre todos os discos mais comentados da música brasileira, Nome é um dos que se colocam dentre os destaques não apenas do cenário nacional, mas também da música experimental como um todo. Disparado o melhor, o mais arriscado e o mais visionário disco brasileiro dos anos 90.

André: Sempre gostei das músicas de Arnaldo no Titãs, mas nunca tive qualquer consideração pela sua carreira solo devido as suas escolhas sonoras para compor a maioria dos seus álbuns. Para ele foi uma boa sacada sair da banda porque teria liberdade total para experimentar, mas fico mesmo com suas músicas mais rockeiras de sua banda anterior por questão de gosto. Nome se caracteriza por umas experimentações bizarras, noise como o próprio Arnaldo cafungando no microfone em “Fênis” e uma certa veia alternativa que me incomodam muito. Peço também perdão pelo fato de ser leigo e não entender toda a filosofia por trás da faixa “Armazém”, por exemplo. Pouca coisa se salva como “Direitinho” e “Cultura”. Álbum chatíssimo.

Bruno: Umas das figuras mais insuportáveis da música brasileira.

Davi: Sempre considerei Arnaldo uma das forças criativas por trás dos Titãs. A banda perdeu muito depois da sua saída. Sempre considerei Arnaldo um dos melhores letristas do rock brasileiro também. Portanto, foi com enorme euforia que adquiri esse CD, assim que ele foi lançado. Na época, o CD vinha acompanhado de um livro e de um VHS. Infelizmente, minha expectativa foi por água abaixo depois que coloquei o disco para tocar. Nome é um trabalho difícil, uma audição cansativa, arrastada. Sempre considerei seu disco mais fraco. E não ajudou muito reouvindo agora ele para essa edição. Mas beleza, como já era de se esperar, esse trabalho demonstrou ser um pequeno desvio dentro de uma bonita estrada. Concordo com a escolha do artista, mas não com a escolha do disco.

Leonardo: Letras escatológicas, sonoridade experimental e minimalista. Funcionou diversas vezes com os Titãs, mas aqui tudo soa um pouco desconexo e sem sentindo.

Mairon: Uma viagem sem pé nem cabeça, mas muito interessante de se ouvir. Lembro que “Pouco” fez um sucesso enorme em 1993, e ao ouvir todo Nome, constatei que ela é um ponto fora da curva. São canções curtas, com palavras encaixadas de forma a criar a letra, das quais destacam-se “Armazém”, “Fênis”,”Carnaval”, “Dentro”, “Soluço” e “Soneto”. Optei por esse álbum no lugar de Holy Land por que achei o mesmo bem mais criativo, apesar de que o segundo disco do Angra é tão bom quanto, mas a inteligência maluca de Arnaldo sobressaiu dessa vez.

Micael: Lembro que este lançamento causou impacto por vir acompanhado de uma fita VHS e um livro que “complementavam” o disco, algo bastante incomum na época. A “música concretista com poesias cabeça” feita por Arnaldo em sua carreira solo definitivamente não é a minha praia, e nunca me dediquei a tentar gostar de seus discos, sendo que este não é nenhuma exceção. Mas lembro de que, na época, gostei bastante de “Alta Noite”, embora o restante não me cause emoções maiores que o sono. Mais um disco que entra na lista para afastar outros mais meritórios de estarem aqui. Exijo a instalação de uma CPI nesta eleição fraudulenta, e para ontem!


 

* Várias Variáveis e Los Hermanos empataram no mesmo número de pontos (27 pontos) e também em indicações (um sexto lugar e um segundo lugar). Por votação interna com os participantes da série, Várias Variáveis ganhou por 5 votos à 2.

** Nome e Holy Land empataram com o mesmo número de pontos (25 pontos) e indicações *cada um recebeu uma indicação na primeira posição). Por votação interna dos participantes da série, Nome ganhou por 4 votos à 3.

10 Sobrevivendo no InfernoAlisson
1. Arnaldo Antunes – Nome
2. Racionais MC’s – Sobrevivendo no Inferno
3. Pato Fu – Gol de Quem?
4. Sepultura – Roots
5. Chico Science & Nação Zumbi – Afrociberdelia
6. Ed Motta – Manual Prático Para Festas, Bailes e Afins, Vol. 1
7. Rebaelliun – Burn the Promised Land
8. Tom Zé – Com Defeito de Fabricação
9. Sarcófago – The Laws of Scourge
10. Angel’s Breath – Angel’s Breath


 

capa__891André
1. Titãs – Titanomaquia
2. Mamonas Assassinas – Mamonas Assassinas
3. Pato Fu – Televisão de Cachorro
4. Bacamarte – Sete Cidades
5. Index – Index
6. Engenheiros do Hawaii – Várias Variáveis
7. Ira! – Música Calma Para Pessoas Nervosas
8. Márcio Rocha – Juno
9. Acústicos & Valvulados – Acústicos & Valvulados [1999]
10. Quaterna Réquiem – Quasímodo


 

Rdp_anarkophobiaBruno
1- Chico Science & Nação Zumbi – Da Lama Ao Caos
2- Ratos de Porão – Anarkophobia
3- Sepultura – Chaos A. D.
4- Chico Science & Nação Zumbi – Afrociberdelia
5- Little Quail & The Mad Birds – Lírou Quêiol en de Méd Bârds
6- Mundo Livre S/A – Samba Esquema Noise
7- Raimundos – Raimundos
8- Planet Hemp – Usuário
9- Dead Fish – Sonho Médio
10- Mukeka di Rato – Gaiola


 

Angra-Holy-LandDavi
1. Angra – Holy Land
2. Engenheiros do Hawaii – Várias Variáveis
3. Kid Abelha – Meu Mundo Gira Em Torno de Você
4. Raimundos – Lavô Tá Novo
5. Dr. Sin – Dr. Sin
6. Mamonas Assassinas – Mamonas Assassinas
7. Charlie Brown Jr – Preço Curto, Prazo Longo
8. Rosa Tattooada – Rosa Tattooada
9. Cavalo Vapor – Greatest Little Hits
10. Chico Science & Nação Zumbi – Da Lama Ao Caos


21 EvolutionLeonardo

1. Sepultura – Chaos A. D.
2. Viper – Evolution
3. Angra – Angels Cry
4. Raimundos – Raimundos
5. Dark Avenger – Dark Avenger
6. Sarcofago – The Laws Of Scourge
7. The Mist – The Hangman Tree
8. RDP – Anarkophobia
9. Sepultura – Arise
10. Dorsal Atlantica – Alea Jacta Est


 


JunoMairon

1. Bacamarte – Sete Cidades
2. Los Hermanos – Los Hermanos
3. Legião Urbana – V
4. Marcio Rocha – Juno
5. Os Mutantes – O A E O Z
6. Mamonas Assassinas – Mamonas Asssasinas
7. Recordando o Vale das Maçãs – As Crianças da Nova Floresta 2
8. Quaterna Réquiem – Quasímodo
9. Natiruts – Natiruts 
10. Viper – Evolution



usuario-W320Micael

1 – Sepultura – Chaos A. D.
2 – Raimundos – Raimundos 
3 – Titãs – Titanomaquia 
4 – Legião Urbana – V
5 – Planet Hemp – Usuário 
6 – Los Hermanos – Los Hermanos 
7 – Angra – Angels Cry 
8 – Charlie Brown Jr – Transpiração Contínua Prolongada
9 – Racionais MC’s – Sobrevivendo no Inferno 
10 – Chico Science e Nação Zumbi – Da Lama Ao Caos

158 comentários sobre “Melhores de Todos os Tempos: Brasil – Década de 90

      1. Como assim, só listas? Teve a minha coleção no meio tempo, e a discografia do Racer X, e a resenha do livro do The Cure, e a resenha do Warrant, e tantas outras matérias não listas. Tá faltando remedinho na mansão mor da ASPABROMI?

          1. Marco, eu ando devagar por que já tive pressa, levo esse sorriso por que já chorei demais

          2. Eu sonhava como a feia da vitrine, como carta que se assina em vão

          3. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ri demais!
            Nada vai me fazer desistir de voltar todo dia pro seu calor

          4. Não Eudes, é efeito “Queda do PICI” em 17 de out de 2015

  1. Achei estranho que a galera preferiu o Nome ao Holy Land só para descer o sarrafo no Arnaldo Antunes. Jamais, na história do Consultoria, vi algo parecido.

    1. Pois é… Vieram com aquela de evitar heavy metal e depois não curtiram o disco escolhido. Aquela história, é melhor fazer listas com o coração do que com a cabeça. Eu mantive meu voto no Holy Land. Gosto do Arnaldo e comprei esse disco na época do lançamento. Esse disco em particular, nunca gostei. E avisei o pessoal que esse era o pior trabalho do Arnaldo. Enfim, o resultado foi esse. Um monte de gente malhando um artista que mereceria um mínimo de respeito. Cara extremamente autêntico, criativo e talentoso. Triste, mas o que podemos fazer?

      1. Eu gostei do Nome pela criatividade, mas o que me fez pensar sobre as críticas a ele é que o pessoal que votou nele realmente tem horror ao Andre Matos, ou se é só uma reaça contra o METÁU COXINHA PTralha!

        1. Eu já disse meu critério: nessa seção, eu privilegio discos em português independente do meu gosto pessoal. Cantou em inglês (ao menos a maioria das faixas), considero como internacional.

      2. Nao apenas gosto como coloquei ele em primeiro. Aliás, discordo do Davi, pra mim o trabalho mais fraco dele é o que ele lançou na sequência. Entendo quem nao curte esse disco, é pra poucos e não tem nada a ver com o que ele fez antes na vida. Mas achei estranho também todos escolherem eke pra descer o cacete, fiquei até meio triste com a reação kkkk

        1. Pois é. Deu 4 x 3 na votação.

          Pró Nome: Mairon, Alisson, André e Bruno

          Pró Angra: Davi, Leonardo e Micael

          1. Eu sempre gostei muito de Titãs, mas a carreira solo do Arnaldo, inteira, é quase insuportável! E, encarnando o Anônimo aqui, a pisada na bola que ele deu com o projeto “Tribalistas” foi algo vergonhoso, de dar dó mesmo! Sem mais, fico esperando as pedras!

          2. Também não consigo gostar do Tribalistas, mesmo gostando do Arnaldo Antunes e da Marisa Monte. Acho o disco bem meia-boca…

          3. As letras dos Tribalistas fazem as letras de cantores sertanejos parecem obras primas literárias. Não é possível, Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte devem ter fumado maconha estragada pra terem escritos letras inacreditavelmente patéticas e ridículas.

          4. Hahuahauhauha. Era erva-mate com cogumelo estragado, misturado com grama seca

  2. O Arnaldo Antunes não era o melhor compositor da banda. Se vocês olharem quem criou o quê entre o Tudo ao Mesmo Tempo Agora e o sensacional Titanomaquia, irão ver que a maioria das músicas eram de autoria de Branco Mello e Sérgio Britto. O primeiro era o mais porra-louca da banda durante os anos 90 e cantava as músicas mais porradas e agressivas dos Titãs. O segundo surpreendeu a todos com o vocal gutural podrão de Titanomaquia. Chega a ser impressionante que o mesmo que canta Agonizando é o mesmo quem canta a melosa e totalmente descartável “Epitáfio”. O Kleiderman foi a continuação do Titanomaquia qu não teve nos Titãs. É tão bom quanto Titanomaquia o projeto solo de Britto e Branco. O Arnaldo ganhava status de melhor compositor da banda por causa que ele escrevia poesias concretas e suas letras fugiam do convencionalismo. Isso irritava alguns Titãs como é mostrado na biografia chapa branca e fuleira deles que saiu no fim de 2002. Por exemplo, a chatérrima canção Flores-que é de autoria de Paulo Miklos, Sérgio Britto, Tony Bellotto e Charles Gavin-umas das canções de maior sucesso da banda, era erroneamente creditada na imprensa como sendo de Arnaldo Antunes. E outra, no Tudo ao Mesmo Tempo Agora, apesar de ele ter ajudado em várias canções ele já estava desencanando da banda e já demonstrava durante a turnê que não se identificava com o som que a banda então estava fazendo e iria radicalizar ainda mais durante os ensaios de Titanomaquia. Durante os ensaios do Titanomaquia, aí então ele abriu o jogo e caiu fora. Por um pouco o hippie chato e fedido do Nando Reis não seguia o passo do amigo e caia fora também. O Nando não ajudou a compor nenhuma canção do disco. E eu suspeito que em algumas músicas ele nem tenha tocado contrabaixo. Já em relação aos Raimundos eu concordo, o primeiro disco deles é um clássico. Se duvidar o melhor disco já lançado no rock nacional. Nunca se ouviu tanto peso, velocidade e guitarras pesadas e distorcidas em um disco de rock nacional. Junto com o Titanomaquia dos Titãs lançado alguns meses antes no meio do ano de 1993. O segundo deles o Lavô Tá Novo tem uma gravação melhor e com músicas nitidamente influenciadas pelo Pantera e mais cadenciadas. Ainda falando em Raimundos, o Digão de fato não é um bom vocalista, e ele não consegue ter o mesmo carisma que o bom e velho Rodolfo em cima do palco. Porém o primeiro disco do Raimundos com o Digão nos vocais que é o Kavookavala de 2002 é infinitamente melhor do que o último disco deles com o Rodolfo que é o fraco e comercial Só no Forévis-sim o da capa aonde eles estão vestidos de pagodeiros tirando um sarro legal dos grupos de pagode ridículos e cafonas que estavam fazendo muito sucesso na época. Ali os caras fizeram uma espécie de exorcismo aonde extravasavam toda a raiva que sentiram pela forma como o Rodolfo saiu e depois as asneiras que ele falou na imprensa, dando a entender que ele era o certo da história e os ex-amigos os errados. Nesse disco os Raimundos fizeram uma espécie de Lapadas do Povo 2 com músicas perfeitas pra pogar e ficar com o pescoço doendo. Sem dúvidas Kavookavala é um disco injustiçado pacas do Raimundos assim como Lapadas do Povo.

    1. O Nando Reis nunca foi “roqueiro visceral”, é só perceber suas composições dentro e fora dos Titãs (além de ser responsável pela criação dos maiores sucessos de bandas como Skank, Jota Quest e Cidade Negra, que de rock não tem quase nada). Nando Reis é um artista pop, o que não o impede de, nesse estilo, ser excelente no que faz!

      1. E o Kavookavala é um disco sem direção, sem foco e sem produção, além de muito fraco. A única coisa boa que os Raimundos fizeram sem o Rodolfo foi o recente Cantigas de Roda, onde reencontraram sua veia artística original!

        1. Vou discordar de novo! O Kavookavala na verdade não teve destaque nenhum na mídia. E a música de trabalho que eles escolheram “Fique Fique”-uma das mais agressivas da banda- foi escolhida errada. Ficou poucos dias no horrendo Disk MTV. Em relação a produção, confesso que não tenho simpatia nenhuma pelo produtor Rafael Ramos que hoje produz o Matanza, e a Pitty. Ele é um pasteurizador, o Liminha do ano 2000. Mesmo assim curto muito o Matanza, grande banda. Voltando ao Raimundos, como eu falei, se compararmos o anterior de inéditas Só no Forévis com o Kavookavala ele soa como um disco pop. No Kavookavala apesar de alguns temas mais comerciais, ele soa mais sujo, agressivo e autêntico. Talvez o que faça você o considerar um álbum fraco seja os vocais do Digão. Aí eu posso concordar. Já que ele não tem a potência vocal que tinha o Rodolfo.

      2. Independente de ser um roqueiro visceral ou um abobado pop, Nando Reis fez pelo menos uma obra sensacional, chamada “Marvin”

          1. rsrs Já eu, prefiro a escatológica e genial “Isso Para Mim é Perfume” do Tudo ao Mesmo Tempo Agora. Chega a ser engraçado ver um sujeito que hoje canta músicas românticas e tem uma postura politicamente correta em relação a movimentos feministas cantando coisas como: “Cheirar sua calcinha suja na menstruação”.

          2. Realmente é uma versão, mas o Nando é um puta compositor. Gosto muito do estilo de composição dele. Acho a carreira-solo dele muito boa.

          3. O Tudo ao Mesmo Tempo Agora é o disco mais estranho do Titãs, e ao mesmo tempo, o melhor. Várias faixas boas (Clitóris, Isso Para mim É Perfume, Filantrópico, Saia de Mim, Eu Não Sei Fazer Música …)

  3. Vale lembrar que o primeiro disco do Little Quail saiu pelo selo banguela dos Titãs assim como o primeiro do Raimundos. É um disco muito bom! A versão de Samba do Arnesto do Adoniran Barbosa é ótima, genial. e O Gabriel Thomas é um bom compositor e amigo dos Raimundos. Foi ele junto com o Rodolfo quem compôs o sucesso I Saw You Saying do Lavô Tá Novo segundo disco dos Raimundos. E os Raimundos depois regravariam “Aquela” do Little Quail no Só no Forévis.

  4. A definição do Leonardo sobre o que é o chatérrimo, ridículo e insuportável Los Hermanos é perfeita! Isso mesmo, uma banda com letras pseudo-intelectuais e muitas, mas muuuuuuuuuuuuuuita dor de corno típico de mangina. E o Marcelo Camelo é um dos músicos mais medíocres e insuportáveis da MPB. Ele seria um híbrido de Tom Zé com o cafona Oswaldo Montenegro. E ainda se casou com aquele mongol da Malu Magalhães. Não quero provocar polêmicas mas………Pelo fato dele ter começado a namorar a pequena quando ela ainda tinha apenas 16 aninhos e ele 30, brother na boa. O cara poderia ser considerado um pedófilo. Mas ele tem fama, dinheiro. Nunca vi ninguém criticá-lo por isso. E ainda teve um filho com ela. Imagina isso, o pai é um panacão, sonso e chato. A mãe uma indie chata que parece que vive em outro mundo e fala coisas desconexas sem sentido. Se ele ficar ainda pior que os dois no futuro….Pobre criança.

    1. E eu ainda tenho de ler umas coisas dessas… Vá catar coquinho… não gostar é uma coisa, não procurar entender é outra, mas nem tentar compreender e já malhar desse jeito… patético…

  5. Já o Sepultura com todo o respeito rapaziada do Consultoria do Rock. Chaos A.D. não é tão ruim como o samba do crioulo doido do Roots-quando o Max só faltava dizer que odiava metal e gostava até de pular Carnaval fantasiado de Rei Momo hahahaha-mas já se percebia que a banda estava decaindo em qualidade. O Andreas Kisser já começava a se tornar acomodado, limitado já dava os primeiros sinais de que iria muito em breve se tornar um arroz-de-festa que toca com tudo mundo, até com o irmão da Sandy hehehe. E a produção não é totalmente boa. Isso sem contar que o Max parecia estar mais ligado na mulher dele do que na banda. E seu estilo de compor decaia cada vez mais. Vide o fato de que nessa época ele tenha começado a tocar a guitarra só com quatro cordas já que no conceito do pingução “eu nunca usei as outras cordas, não sei tocar direito. Sou tosco mesmo” e enfim..Dali em diante foi um festival de disco ruim atrás de disco ruim e muita queimação de filme. Na boa, se o Sepultura tivesse acabado depois do Arise eles teriam feito a coisa certa. E é simplesmente deprimente ver como hoje a banda está cada vez pior. O Derrick Green não tem nada a ver com o Sepultura. Foi uma péssima escolha como substituto para Max. Ele se sai bem cantando hardcore tosco não thrash metal. E a última pá de cal envolvendo a banda que usando um trocadilho sepultou de vez a banda foi ver o falastrão Andreas Kisser no Carnaval desse ano tocando com o hoje patético e vergonhoso Angra tocando covers mais do que manjados de clássicos do rock em cima de um trio elétrico. Baixou a pomba-gira no Rafael Bittencourt que ficou histérico por causa da enxurrada de críticas que ele e Andreas receberam dos fãs mais radicais. Disse que temos que aprender a conviver com outros estilos diferentes e blá blá blá. O mané aparece em um vídeo usando sutiã toda nervosinha em um vídeo cheio de clichê politicamente correto dando a entender que aquilo era uma forma de confrontar a “sociedade conservadora hipócrita”. Depois dessa tanto o Angra como o Sepultura provaram que envelhecer não significa amadurecimento. E que ruga não é sinal de inteligência. Se ruga fosse sinal de inteligência meu saco seria o Einstein. Poxa quanto mais esses caras envelhecem mais medíocres eles ficam. Ainda bem que o Kiko Loureiro foi tocar no Megadeth. Pelo menos ele foi poupado desse episódio vergonhoso. E voltando ao Sepultura. Se o Andreas se aposentasse ele faria a melhor coisa. Chega de pagar mico e grvar discos ruins com uma banda que musicalmente já era e os “Goldens Years” já ficaram para trás. O nome que ela sustenta até hoje não é digno de seu passado glorioso.

    1. Concordo totalmente, e o episódio Bittencourt que você citou chega a ser hilário de tão vergonhoso que é.

      1. Aí o sujeito despreza Chaos AD e Roots… beleza, é “radicalzão” que não gosta de mudanças no estilo das bandas… mas me soa mais como “preguiça mental” acusar dois discos reconhecidos por quase todo mundo como de nível elevado de serem “porcarias”. Não me interessa o que o Andreas e o Bittencourt fazemfora de suas bandas (até porque, se fosse para fazer igual, não precisaria ser fora), me interessa a qualidade dos discos de Sepultura e Angra. Sim, nenhuma das duas nunca atingiu o patamar que tiveram com suas formações originais, mas não significa que não tenham qualidade. Basta “abrir os ouvidos” e tentar entender o “diferente”.

        1. Tem razão Micael, o Sepultura pós Jairo T nunca mais foi o mesmo. Morbid Visions e Beastial Devastation são os melhores discos de Metal Pesado do Brasil

          1. O Andreas sempre desprezou o Morbid Visions e o EP Bestial Devastation porquê são “mal gravados”. E ele também considera as letras satânicas desse período como alienadas. Prefiro o Sepultura com o Jairo Guedez do que com esse arroz-de-festa que toca até com pagodeiro e nunca gostou de death metal. O próprio Max costuma dizer que o Andreas nunca foi um guitarrista de death metal. O negócio do Andreas é tocar cover manjado de rock’n’roll em cima do trio elétrico. kkkkkkkk

          2. O Andreas parecia ser um grande guitarrista enquanto o Max estava ali do lado tocando a guitarra base com seus riffs porradas. Depois que ele saiu todo mundo viu que ele era apenas um guitarrista mediano. E um tanto limitado. E ainda se tornou o líder da banda. E deveria ter tido caráter e acabado com o nome Sepultura, visto que ele não fundou a banda e o nome não lhe pertencia. Mesmo que o Igor na época da saída do Max ainda estivesse na banda, eles deveriam ter mudado de nome para preservar o passado glorioso deles. Mesmo porquê os discos pós Max Cavalera não absolutamente nada a ver com a sonoridade da banda. Se no Roots eles já tinha perdido a essência do som deles, nos discos seguintes eles praticam não tinham mais nada a ver com Sepultura. Do Against até hoje, o Sepultura parece mais um projeto solo do Andreas do que outra coisa.

          3. O Andreas quando surgiu era um belo guitarrista, mas depois que encarnou a personalidade de líder do Sepultura, daí não prestou mais

          4. Mairon, você falou no Sepultura pós Jairo T, mas eu me expressei mal com relação a esta banda, pois, quando escrevi “nunca atingiu opatamar que tiveram com suas formações originais”, no caso do Sepultura estava me referindo à formação “clássica” com Max, Andreas, Paulo e Igor, e não à dos dois primeiros discos. E, só aproveitando, retifico que “Biotech Is Godzilla” não é um original dos Dead Kennedys, como você citou, mas é sim escrita pelo Sepulturas, apenas tendo a letra composta especialmente para o grupo pelo genial Jello Biafra, que a cedeu a Max quando o Sepultura participou da coletânea “Virus 100”, do selo de Jello!

          5. Valeu pela informação Micael, e quanto ao Jairo T., eu estava apenas debochando, pois entendi que vc falava da formação com Andreas. Mas não adianta, Sepultura bom é quando eles tinham 15, 16 anos

          6. Beleza Micael, vou fazer o seguinte! Eu retiro o que eu disse sobre o Chaos A.D que pelo menos ainda tem algumas músicas boas com ótimos riffs. Agora aquela batucada chata e ridícula do Roots por favor né? Muito baianão aquele disco, como se tivesse sido feito por uma banda que estava com preguiça de criar músicas mais técnicas e sem vontade de tocar som extremo. Só aquele lixo da Bizz gostou dessa porcaria chamada Roots.

          7. Eu gosto de Roots, uma das bem poucas vezes em que uma banda brasileira de rock deixou de ser macaquito copiador e criou algo, como bem diz o nome, de raíz. Não fosse cantado em inglês e seria talvez nosso maior exemplo de “RIO”. Claro que ninguém tem obrigação de gostar, mas vamos respeitar quem gosta.

    2. Meu caro Marco Gaspari, antes o Sepultura tivesse continuado a ser “macaquito” copiador dos gringos do que exaltar esse lixo de cultura brasileira de raiz que é um verdadeiro cocô sonoro. O que se salva na chamada cultura brasileira é nossa música sertaneja de raiz, só. Agora querer introduzir essa merda no metal, e pior, fazendo papel de otário para os gringos lá fora com batucada sem sentido? É ridículo esses artistas que acham essencial valorizar nossas raízes culturais. Que raiz cultural o quê! Ainda se os integrantes da banda tivessem lançado isso em um disco solo deles, beleza. Mas agora uma banda de metal gravar batucada? Faça-me o favor né? E vou mandar a real sobre o Andreas, me desculpem os seus admiradores. Ele colocou o Derrick Green na banda porquê se ele tivesse escolhido um músico melhor para substituir o mala do Max-que nunca foi grande coisa-ele teria problemas para compor músicas mais técnicas, mais pesadas. O Andreas tinha sorte que tinha uma segunda guitarra na banda. Isso escondia o quanto ele sempre foi medíocre como guitarrista. E vou provocar uma polêmica aqui. Andreas é politicamente correto, esquerdista. Acho que ele achava que se não escolhesse o Derrick, ele iria estar sendo “rascista e fascista”. É um panacão.

      1. E pra finalizar, chega de humanismo, chega de ser bonzinho e politicamente correto. Isso é uma verdadeira camisa-de-força, ninguém mais pode ter uma opinião contrária dessa corja sionista da esquerda.

        1. Esse Derrick Green disse que o Brasil é um país mais racista do que os EUA kkkkkk. Porquê esse pentelho então não volta a morar lá? Se nós somos racistas, ele que volte pro país dele. O país da “liberdade” que acha que manda e desmanda no mundo.

          1. Bom, seja o que for que você goste nesse imenso mundo do rock, se ele for relevante, vai estar calcado em algo enraizado no seu país de origem. Até no punk, com um pouco de boa vontade, encontramos isso. Mas o Sepultura não podia incoporar batucada porque brasileiro complexado não gosta de lembrar que é brasileiro. Pro gringo é exótico e surpreendente. Pro brasileiro é vergonha alheia. Eu não pertenço à corja sionista de esquerda, pelo menos até entender que porra que isso quer dizer neste contexto.

  6. Chico Science é um dos motivos de eu odiar a MTV Brasil e aquele cocô chamado Revista Bizz que classificavam esse lixo como “rock”. Rock aonde? um som insosso, cheio de batucada pra gringo ver e cair no riso. Letras pretensamente “questionadoras” cheias de clichês esquerdistas, dignas de quem leu muito aquele velho babão do Paulo Freire. Nunca consegui digerir aquele som cafona. O pior é que a MTV endeusava aquele mala e pentelho do Chico Sciente como se ele fosse um “gênio”. Prefiro ouvir Odair José que pelo menos é brega de qualidade. Nação Zumbi não é brega de letras românticas, é brega com um som insosso, vazio, pobre, sem energia e feito por músicos considerados por jornalistas medíocres-incluindo aí gente de renome, mas que não diz muita coisa como o medíocre Fábio Massari-como “inovadores”. Batucar até eu batuco, até uma criança de dois anos pode fazer o que a Nação Zumbi faz. Essas bandas pretensiosas como a Nação Zumbi consideram até o som de um peido como inspirador para suas músicas medíocres e insossas. Até eu roncando consigo criar um som muito mais interessante do que essa batucada sem sentido e sem graça.

    1. Eis um dos mistérios que mais me afligem: em que o Chico Science é tão genial assim? Mas não é só ele: há muitos outros gênios em quem não consigo enxergar genialidade. Serei cego, tonto, burro?

      1. Não, de jeito nenhum! Você está correto, tá cheio de artista medíocre que é considerado “gênio”. Até um porra sem talento, babaca depressivo, perdedor, infeliz e mediocre como o Kurt Cobain não me entra na cabeça como pode ter jornalista dito “profissional” chamar aquele lixo de “gênio”! Até o lixo descartável da Pitty tem Cobain como ídolo. Então é porquê esse bastardo era ruim mesmo. Fique longe de bandas medíocres amigo.

  7. E vou jogar mais titica no ventilador. Um jornalista que considera Nação Zumbi uma “grande banda” não merece respeito nenhum, pelo contrário. Merece repúdio e desprezo. Não sei como esse Fábio Massari ganhou status de “deus” do jornalismo musical na época da MTV sendo que o mesmo nunca me disse nada. Sempre me pareceu um esnobe que se acha o pica das galáxias mas possui um gosto musical duvidoso. Bom…Pra quem é fã do chatérrimo Frank Zappa e sua voz debochada parecendo um trombone só podia gostar de uma banda medíocre no mesmo nível do seu gosto musical. Se eu fosse jornalista, mas nem que me pagassem algum eu falaria bem da Nação Zumbi. Não sei como alguém consegue gostar daquela batucada toda.

    1. Falar mal de Sepultura, Titãs, Raimundos e Angra aqui pode, mas muito respeito com Zappa. Taxar um gênio musical como ele, que aproveitou sua música para fazer sátiras ao povo americano, e fez obras-primas musicais que fogem dessa imagem “debochada” que o marcou, com algo como a Nação Zumbi, é demasiado meu caro anônimo. Por favor, mais respeito, já que sempre respeitamos sua posição de não se manifestar com um nome.

      1. Eu já tive o prazer de algumas conversas com o Massari. E, realmente, foi um prazer. O cara é muito gente fina.

      2. O anónimo merece uma dose diária de metal music machine do Lou Reed por um ano para expandir seus horizontes musicais. E viva Zappa

      3. Por isso eu amo o Mairon. Mais respeito ao mestre Zappa aí, vacilão (como dizem por aqui na minha terra)

      4. “Sátira do povo americano”. Com todo o respeito meu caro Mairon, mas é patético o quanto artistas americanos adoram ridicularizar seu próprio povo. Sempre aquele clichê politicamente correto: “Essa sociedade hipócrita e fascista. Reacionários burgueses blá blá blá. Ridicularizar Fidel Castro e a corja sionista que financia $$$$$$$$$$$ o comunismo ninguém ridiculariza.

        1. Mas tudo bem, vou respeitar seu gosto pessoal. Não falo mais mal do Zappa. Só o mala do Chico Science hahaha.

          1. Anônimo, você é tão do contra que deveria se chamar Antônimo de volta.

          2. Nunca gostei da música de Frank Zappa, não faz meu estilo. O que não me impede de reconhecer que o sujeito era um gênio, pelo talento, conhecimento e capacidade musical que possuía. Agora, acusar o Massari de “medíocre”, por favor, é, no mínimo, falta de conhecimento daquilo que o cara já escreveu e ouviu na vida! Não sou o maior conhecedor dos críticos nacionais, mas sempre tive o “reverendo” no mais alto nível quando se trata de “crítico musical brasileiro”. Mais conhecimento e menos raiva, meu caro Anônimo!

          3. Ok, Chico Science pode. Mas o principal do Zappa é que além da sátira (muito bem feita), o cara era um gênio em todas as linhas musicais. Criar peças sinfônicas intrincadas, e fazer peças de jazz rock, ou rock ‘n’ roll, ou todas as vertentes que metia a mão, com altísimo nível de qualidade, é para poucos.

        2. Estava dando moral pro Anônimo até ele falar mal do Zappa. O cara era um gênio, não dá para comparar mestres como ele com gente do nível do Chico Science.

          1. PERFEITO! aliás, para comparar com Zappa, talvez só Bowie

          2. Zappa e Bowie fazem parte do Olimpo do Rock, são de outro patamar.

  8. Uma questão me intriga: nessas listas elegem os genéricos (Legião e Los hermanos) mas jamais citaram o original na lista dos melhores internacional: The Smiths. É muita injustiça

    1. Aqui vamos discordar: este disco dos Hermanos é o mais fraco de sua discografia, mas a banda é uma das poucas coisas não derivativas deste período, embora o item originalidade seja mais enfático a partir do segundo disco, uma das melhores coisas que se gravou em português e, acerca do qual, confina-lo na rubrica “rock” é extremamente reducionista.Não consigo ouvir nada de Smiths na banda.

      Agora, me permitam, LU me parece mais derivada de Joy Division (inclusive os trejeitos de Russo) do que de Smiths, sendo que, neste caso, o imitador é mais audível do que o imitado. Ô negócio chato este tal de Joy Division!

      1. Joy Division é fabuloso, Eudes, Legião Urbana não passa perto da qualidade de um Unknown Pleasures ou Closer.

        1. Verdade! Joy Division é chato mesmo. 1.000 vezes a Legião!!! Os discos da Legião são ótimos. E ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão. Lembro que ouvi um disco do Joy Division por conta da nossa série de melhores (se não me engano foi o Closer) e lembro de ouvir o Ian Curtis chupando o Jim Morrison em vários momentos. Renato Russo está mais do que perdoado.

        2. Dois, Que País É Este, V e Uma Outra Estação dão um baile em toda a discografia do Joy Division. Enão sei se o Ian Curtis tentava imitar o Jim Morrison, mas honestamente, enquanto o primeiro era um depressivo que não posso entender por que foi virar roqueiro, o segundo era um poeta frustrado que teve a sorte de cair numa banda de excelentes músicos, que criaram melodias incríveis para poemas inspirados e mucho lokos

          1. Gosto de Joy Division, Legião e Doors. E não vejo semelhança nenhuma. Ficam procurando pelo em ovo. Já os Smiths nunca liguei muito. Acho o som deles bem Silva mesmo, mas não vou enterrar feito cocô de gato. Los Hermanos eu acho meia boca, aquecimento para a Banda do Mar, da maravilhosa Mallu Magalhães, aquela que apagou velinhas no coração do véio aqui com seu soprinho de voz.

          2. Esperava mais da Banda do Mar, assim como esperava mais do Little Joy. Na verdade, fora do Los Hermanos só o Amarante fez algo bom, que é o Cavalo

          3. Los Hermanos gosto do Bloco do Eu Sozinho e do Ventura. Não gosto deles fora da banda. The Doors eu acho sensacional. O Legião eu gosto bastante também. Como todo grupo, os caras tinham suas influências. Grupos como Smiths, Joy Division, Gang of Four, realmente foram influencias para a Legião. Reconhecido, inclusive, pelos próprios músicos. Só que a galera que não gosta fica com esse papo de genérico. Que é o que os críticos que não gostavam da Legião faziam com eles na época. Tentando desmerecer ou minimizar o trabalho dos caras por conta das influências (que sempre existem. Pode ser mais descarado ou mais disfarçado, mas estão ali). Daí meu comentário sobre o Joy Division. Escutei esse LP e várias linhas vocais me remeteram ao Jim Morrison. Logo um dos grupos que a galera cita como sendo ‘o original’. Não estou desmerecendo o trabalho da banda, não estou dizendo que eles não tenham valor (sei que eles influenciaram uma porrada de gente) e nem dizendo que é uma vergonha alguém gostar. Apenas dizendo que eles também não estavam imunes à essas semelhanças.

          4. E realmente Los Hermanos não tem a ver com essa cena. O primeiro álbum tinha bastante influência de hardcore. Nos trabalhos seguintes, buscaram referência na MPB e no samba. A confusão deve ter sido porque muita gente compara os dois grupos. Só que a comparação não é por conta da sonoridade, mas sim por conta do impacto na juventude e na devoção de seus fãs.

          5. Pior Davi. Assistir um show do Los Hermanos é algo que, pelo que vi de comentários tanto de quem viu ao vivo, quanto de quem via os vídeos, é do mesmo nível que Legião. Acho uma lástima a banda ter parado no quarto álbum, mas enfim, dos quatro fico com o 4

          6. Mairon, vai me desculpar a minha sinceridade mas o Villa Lobos e o Bonfá tocavam muito mal. Pô, os caras eram tosquérrimos até demais. Até os Ramones eram músicos melhores do que a Legião. O único músico da Legião que era o menos pior ali era o Renato Rocha o baixista. Não estou desmerecendo a obra da banda e nem o Renato Russo que fique claro isso.

          7. Eu nunca disse que eles tocavam bem, principalmente o Bonfá, que é muito tosco, mas conseguiram fazer obras populares que são cantadas até hoje, e que tem muita qualidade no geral.

    2. Smiths apareceu na lista de 1986. Acho o Legião um similar do Joy Division, com um pouco do Smiths, mas o Los Hermanos não tem nada de nenhum dos dois

      1. Resumir a Legião a “clone do Joy Division” ou “clone dos Smiths” é muito reducionismo. Sim, as duas foram influências para o grupo de Renato Russo, mas qual das duas gravou algo parecido com QUALQUER música do Que País É Este ou do V?

        1. Não sei se o que vou escrever a seguir tem algo a ver com a conversa por aqui, mas me veio à mente o raciocínio: muitos poetas românticos no século 19 se mataram antes dos 30 anos. Era uma espécie de rito, como se pesasse muito viver seus ideais. Nem por causa desse ato extremo suas obras foram diminuídas, apenas abreviadas. Ian Curtis e Kurt Cobaian, sob efeito de depressão profunda, também nos deixaram jovens. E muita gente, em vez de lamentar, os julga por isso e condena a herança que nos deixaram. De certa forma, Renato Russo e Cazuza também fazem parte desse time, já que fazer sexo sem camisinha numa época de AIDS não passa de tentativa de suicídio. Então por que a obra de um seria melhor do que a do outro? Não acho que existam gênios aqui, apenas talentos precocemente extintos. Dizer que um fez melhor do que o outro é bairrismo ou torcida. Cada um foi importante do seu jeito e para vários fãs. Não consigo ver onde Renato Russo foi melhor do que Ian Curtis ou Cobaian. E vice versa. Só vejo fãs se identificando com a obra de um mais do que com a do outro.

          1. Renato Russo criou uma bela obra, melhor do que a de Ian Curtis no meu gosto, por que consegue me fazer sentir melhor ouvindo ele do que a choradeira do Joy Division, e ainda tem o V e o Uma Outra Estação que são diferentes de tudo o que o Joy Division fez, mas por outro lado, a obra do Joy Division é mais “glorificada”, acredito por que uma geração de fãs da época do Joy Division ter se identificado com aquilo, além do fato de nós, brasileiros, sempre sofrermos do defeito de “inferioridade colonial”. O que vale para o Ian Curtis vale para o Kurt Cobain. Ele foi importante para uma grande geração de jovens e adolescentes que perceberam que podiam fazer música sem saber tocar, e gerou seguidores no mundo inteiro. Aliado com uma banda de qualidade (quem nega os talentos de Dave Grohl?), fez discos importantes, e se tornaram ídolos aind amaiores que os músicos do Joy Division (afinal, poucos lembram que o pessoal do Joy Division formaram o New Order), e eu, por mais que deteste o Nirvana, tenho que respeitar o que fizeram. Mas ainda prefiro Legião ao dois, e Los Hermanos a todos. E nenhum destes que citei nesse comentário são gênios

          2. Começa que a obra do Renato Russo é mais que o dobro da obra do Ian Curtis e do Cobaian. Daí, né? E outra coisa que li por aqui é que o Jim Morrison era um poeta frustrado. Como assim? Ele tinha 21 anos quando formou o Doors. Como alguém pode ser “qualquer coisa frustrado” numa idade em que está começando uma vocação? Aliás, aos 27 anos ele morreu um poeta consagrado. Ou alguém duvida de que ele seja considerado um poeta norte americano? E que seja consagrado? Eu não gosto de um monte de gente, porque meu santo não combina com o santo deles, mas é simplesmente uma questão de me identificar ou não, gostar ou não. O resto é preconceito puro.

          3. Marco, deixe-me explicar. Estou lendo o livro Os Ultimos Dias de Jim Morrison, de Philip Steele, e lá ele confirma com todas as letras que Jim Morrison era um poeta frustrado, que não queria mais saber de rock e queria dedicar-se apenas para escrever livros e, talvez, fazer filmes. Eu já tinha ouvido o Krieger e o Manzarek falando algo similar, e a justificativa de ele fugir da polícia para ir para a França, sinceramente não me é cabível. Ele não formou o Doors, ele entrou para o Doors por ser um boa pinta e fazer boas letras. Claro que é consagradíssimo, mas muito dessa consagração se deve ao que fez como vocalista do Doors, escrevendo belas letras, mas não como poeta (me diga qual consultor ou leitor daqui do site que tem o nome de um dos três livros de poemas do Morrison de cabeça, sem ser o An American Prayer). A frustração do Morrison era de ser reconhecido como vocalista de uma banda de rock, mas não por seus poemas, sendo que por mais que ele tenha imposto nos tracklists coisas como “Horse Latitudes”, o pessoal queria mesmo era ouvir “Light My Fire”, que é do Krieger. Adoro The Doors, mas cada coisa na sua coisa.

          4. Claro que toda consagração é pós morte no caso de alguém que morreu tão cedo. Concordo com várias coisas que você escreveu, mas jamais vou diminuir um letrista/poeta (sim eu acho suas letras poesia) de vinte e poucos anos chamando-o de frustrado. Também li um par de livros sobre ele e entendo que alguns possam traduzir como frustração seu desgosto por na época ser mais admirado pela forma do que pelo conteúdo. Mas temos aí um problema semântico. Você diz que a palavra é frustração e eu acho que no máximo seria desgosto. Afinal, sua poesia era divulgada, foi publicada e estava na boca de muita gente. Claro que ela se agigantou depois de sua morte. O que me leva à seguinte pergunta: será que o Hammill poderia ser taxado de frustrado caso tivesse morrido aos 27 anos, bem antes de ser reconhecido como poeta além de simples letrista?

          5. Meu caro Antônimo, qualquer frase é candidata a parachoque de caminhão. Só que essa que você citou do Renato Russo te garanto que não havia sido escrita em parachoque nenhum antes de 1989. O que só demonstra, caso tenha sido escrita depois, que o cara conseguiu uma coisa que nem eu e nem você conseguimos ainda: reconhecimento. Belchior nos anos 70 escreveu “ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”, ótima candidata a frase de parachoque, escrita naquele caminhão envenenado chamado Elis Regina. Frases como essas duas não se tira do chapéu não. É preciso inspiração e talento. Se você tem isso de sobra,a ponto de julgar e menospresar o talento alheio, o que está fazendo aqui que não compõe umas músicas de sucesso e fica famoso e milionário? Me candidato a parceiro, que tal?

          1. Nada contra nada nem ninguém…gosto musical entra pouco na definição de bom ou mau caráter. Veja um cara como o Mairon…sujeito gosta do ABBA! Mas pós-punk, Smiths, maior parte do BRock, cena Indie não são pra mim. Como velho, nos anos 80, achei aquelas bandinhas um retrocesso. Só isso!

          2. Jim Morrison era um mala, o cara podia até cantar bem mas o The Doors musicalmente era muito pobre musicalmente. O som era vazio e muito chato. Engraçado, até o Eric Burdon confessou pro Marcelo Nova que achava o Jim Morrison um babaca. E o Renato Russo e o Ian Curtis eram dois depressivos que não sabiam cantar. O primeiro fazia letras que mais pareciam ter sido inspiradas em livros de auto ajudas. Uma frase como “é preciso amar as pessoas como se não ouvesse amanhã” é muito lugar comum. Todo mundo sabe disso, não precisa ser um “gênio” para escrever uma frase dessas. Até em parachoque de caminhão tem frases assim. Russo é superestimado demais. As músicas do Renato Russo são perfeitas para meninas depressivas e autodestrutivas. Para quem gosta de rock de verdade, Legião Urbana é pop brega.

          3. Não curto muito esta coisa de “poetas do rock”. Uma das grandes decepções minhas como leitor foi o livro Tarântula, do meu herói Bob Dylan.Lendo os textos de Morrison, tenho a impressão que ele, pelo menos, era um leitor sério de poesia. Já John Lennon, como poeta era um bom letrista.Mas essa coisa de letras com valor poético é algo muito próprio da música brasileira, onde o texto, para o ouvinte mais ou menos cultivado, é tão importante quanto a música. O mundo anglo-saxão não dá esse valor todo a letras. Vários clássicos do rock são tão somente onomatopaicos.
            Uma vez, uma conhecida escreveu uma dissertação em literatura comparada sobre Dylan e Chico Buarque. A tese que ela sustentava era de uma equiparação entre os dois autores. Mas simplesmente lendo a transcrição das letras dos dois no trabalho dela já dava pra ver a enorme superioridade de Chico sobre Bob, no campo puramente literário, claro.

          4. Meu caro Antônimo, qualquer frase é candidata a parachoque de caminhão. Só que essa que você citou do Renato Russo te garanto que não havia sido escrita em parachoque nenhum antes de 1989. O que só demonstra, caso tenha sido escrita depois, que o cara conseguiu uma coisa que nem eu e nem você conseguimos ainda: reconhecimento. Belchior nos anos 70 escreveu “ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”, ótima candidata a frase de parachoque, escrita naquele caminhão envenenado chamado Elis Regina. Frases como essas duas não se tira do chapéu não. É preciso inspiração e talento. Se você tem isso de sobra,a ponto de julgar e menospresar o talento alheio, o que está fazendo aqui que não compõe umas músicas de sucesso e fica famoso e milionário? Me candidato a parceiro, que tal?

  9. Sete pessoas votando para escolher 10 discos. Ora, os discos votados em primeiro lugar por cada um dos consultores garantiram sua presença na lista (menos o Angra mas isso não invalida o raciocínio). Isso porque o critério de pontos a lá Formula 1 permite que isso aconteça. Mas vejam os senhores como o gosto pessoal impera: o disco que cada consultor mais gosta merece estar entre os 10 melhores da década. Daí chega um desavisado (qualquer um de nós, leitores) e leva a sério, achando que houve consenso. Outro caso interessante pinçado a esmo: todos sabemos que os irmãos Machado adoram o disco V do Legião Urbana. Não deu outra: um deles votou o disco em terceiro e o outro em quarto. Só os dois votaram nele. E voilá: é mais um disco com o sacrossanto status de um dos melhores da década. Daqui pra frente, sempre que eu pegar esse disco nas mãos, vou dizer: Nossa, um dos 10 melhores discos nacionais da década de 90 na opinião dos consultores da Consultoria do Rock. Ironia à parte, peço o impeachment dessa pontuação. Não consigo levar lista nenhuma à sério por causa dela.

      1. Uma saída seria respeitar um número mínimo de participantes, nem que fosse preciso convidar a torcida do Corínthians para ter quorum. Numa lista de 10, não menos do que 12 votantes, por exemplo… ia ser bem mais interessante. Talvez aí até o sistema de pontuação fosse menos injusto. Bom, sei lá, eu não participo mesmo, quero que se dane, hehe… (olha eu aqui sacudindo os ombros e com ar blasé!)

        1. Marco, todos foram convidados, apenas sete toparam participar. Também acho o critério injusto, mas é o mesmo adotado para as demais listas, então, não vejo por quê mudar!

          1. Se não muda o critério, mudo eu: adoro essas listas! Pronto, mudei!

          2. Falou e disse Micael. Se vão criticar a lista, por que não participaram?

  10. “Podem xingar a vontade, mas V é um dos melhores discos do rock nacional, e fim de papo.”

    Eu preciso assinar umas 20 vezes isso aí que você falou, Mairon!!!

    1. O que falaram sobre o lado A de V eu já tinha dito, com uma certa hipérbole, mas reproduzindo realmente o que eu acho, em algum post antigo do Micael: “Ao lado de Led Zeppelin IV, V tem uma das melhores quatro-primeiras-músicas de um álbum”.
      Merecidíssima inclusão nos 10+. E digo mais: Só não é O melhor álbum nacional porque Milton Nascimento e Lô Borges não deixaram!

      1. Acho um certo exagero comparar com o Led IV, até por que “A Ordem dos Templários”, por mais legal que seja, não se compara a obra que o Page fez. Mas acho exagero principalmente falar que o ótimo Clube da Esquina é o melhor álbum Nacional. Deixo essa tarefa para algum dos álbuns do Bacamarte, ou então para a belíssima obra Falso Brilhante!

        1. Depois do Fim está por lá mesmo. Sei lá, às vezes eu tento ser levado a sério em meus comentários. Neste, o esforço foi máximo para que não tenha sido. Ainda bem que aqui o pessoal entende (o que não invalida o que eu falei).

  11. Não consigo gostar desse disco do Chico Science. Em contrapartida, o Lenine fez, anos depois, um disco inspiradíssimo, inteligente e com misturas que deram certo. Ele deve ter se inspirado no Chico Science, mas na minha opinião foi a música dele a que deu certo.

        1. Chico Science é o artista predileto dos críticos medíocres da extinta Revista Bizz. Só sendo muito falastrão e com mal gosto musical pra conseguir curtir aquela batucada toda sem sentido nenhum.

  12. V é, ao meu ver, o melhor disco da Legião…mas isso não quer dizer muita coisa, já que os demais apenas macaqueiam o rock inglês dos 80 que,ele mesmo, já não era grande coisa.Agora nunca entendi esta conversa de que é o disco prog da Legião…digamos que a banda não aprendeu escalas o suficiente para fazer um disco prog.

  13. As listas são sempre divertidas. Esta, por exemplo, traz, desde já (e estamos ainda em março), uma séria concorrente a frase mais engraçada do ano: “Ao lado de Led Zeppelin IV, V tem uma das melhores quatro-primeiras-músicas de um álbum”.

  14. Nossa um sujeito sem nome “repudia e despreza”…como diria o conterrâneo Didi Mocó, “meda!”.

  15. Gosto muito do disco da Nação Zumbi aí listado, mas se fosse para contemplar o Mangue Beat, escolheria Guentando a Ôia, segundo álbum do Mundo Livre S/A,que traz uma das melhores faixas da década, Tentando Entender as Mulheres…

      1. O Adriano saiu do armário. É gay. Vive com um primo do Eudes Baima lá em Fortaleza e não curte mais rock, só discoteca.

        1. Pelo que eu entendi, o computador dele ficava dentro do armário, por isso ele não aparece mais por aqui.

        1. O RPM podia até ser um lixo mesmo. Mas que fique claro que a Legião Urbana e o Ira! nunca foram grande coisa. E se for pra escolher um poeta do rock nacinal, prefiro o Wander Wildner.

  16. Meu jesus cristinho, Legião, Engenheiros e Los Hermanos entre os dez mais da década e ficaram de fora Sarcófago, Angra e RDP. Perdoai-os, senhor. Eles não sabem o que fazem…

    Mas agora numa boa, essas três aí que entraram fazem parte do quarteto de bandas mais insuportáveis deste país. Só faltou o RPM.

  17. Creio que as ausências que merecem destaque são: Amor louco do Fellini e o primeiro do Graforreia Xilarmonica

  18. O RDP é uma banda superestimada demais. Seus músicos hoje em dia são tiozões lesados por causa de tanta droga que tomaram. O guitarrista Jão parece um eterno revoltadinho e ressentido com o “sistema fascista”, sempre com arrogância e querendo cagar regra pros outros, querendo a todo custo impor o politicamente correto para os outros. É um babaca esse cara. E o perdedor do João Gordo nem se fala. É um falastrão que nunca cantou nada, e parece um mongol cantando. Só sabe fazer de conta que canta hardcore. E as letrinhas patéticos do João Gordo não condizem mais com a situção atual dele, hoje vivendo como um burguês e tendo o conforto do mundo. Mas continua bradando como um animal irracional contra o capitalismo que hoje ele não abre mão de jeito nenhum. Ratos de Porão é uma banda descartável. O Replicantes é muito melhor. Até o Garotos Podres que mesmo eu não tendo simpatia nenhuma pelo ex vocalista Mao, é bem melhor que o Ratos de Porão.

  19. Nos anos 90, quando o Sepultura tinha estourado lá fora e seus integrantes estavam com o ego nas alturas, não faziam questão nenhuma de citar outras grandes bandas brasileiras de metal para os jornalistas gringos. Eles só falavam do descartável e medíocre Ratos de Porão. O Ratos sempre foi superestimado, nunca achei nada de excepcional em seus discos. Muita propaganda e pouca música boa.

  20. E concluindo, se é pra escutar Hardcore ogro, sujo, agressivo e sem essa idiotice gay politicamente correta do RDP, eu vou logo no Worst, disparada a melhor banda de HC da atualidade aqui no Brasil. E eles fizeram uma música com uma letra deveras interessante. chamada Sem Dó. Nela eles detonam pra valer um idiota hipócrita que fala tanto em amor, mas adora aparecer na mídia e fica rebolando em busca de fama. Juro, tenho certeza que essa música foi feita para o perdedor do João Gordo que andou esculhambando a banda classificando-os como “facho-core”(hardcore fascista) ou macho-core coisa assim. O Gordo chama de fascista todo mundo que não é politicamente correto igual a ele. Depois de escutar o Worst, vocês irão achar as músicas do RDP coisa de criança.
    https://www.youtube.com/watch?v=fdj3qWHxUYU

  21. Os Mutantes sempre foram uma banda muito chata e cabeça. Não sei como alguém consegue escutar alguma música deles. O Arnaldo Batista ser considerado “gênio” é de me deixar indignado. Como pode um sujeito mala com seu papo cabeça e músicas que dão sono ser considerado gênio? Fora o fato de que eles nunca foram rock de verdade. Era uma MPB com elementos de rock progressivo ou psicodélico como na primeira fase com a Rita. Aquilo lá não é rock não meu irmão. Chamar Mutantes de chato é pleonasmo.

  22. Se críticos musicais como aqueles jornalistas invejosos e infelizes da extinta Revista Bizz gostavam tanto deles, é porquê os Mutantes nunca foram grande coisa. Mutantes era a Nação Zumbi dos anos 60. Tão cabeça e insossa quanto. “Eles foram revolucionários, inovadores” dizem seus admiradores. Aonde? Copiando quase tudo o que os Beatles faziam lá fora? Me espanta que o panacão do filho do John Lennon adore esses caras. Mas talvez nem me espante. O que esperar de um sujeito que só faz música experimental e indie? A MPB sempre foi uma droga. Prefiro ouvir Os Originais do Samba do saudoso Mussum.

  23. Racionais Mc’s é uma grande bosta. Detesto rap nacional. As letras desses caras na verdade mais fazem apologia ao crime do que outra coisa. Rap não é música, é um estilo chato.

  24. Rap é trilha sonora de bandido e marginal. Jamais vou curtir músicas que enaltecem a marginalidade. Racionais é som de bandido.

      1. É música de bandido mesmo. Música ruim em todos os aspectos, letra, parte musical deprimente. Rap é lixo musical.

  25. Vai ser meio atrasado, mas vou me atrever a postar minha lista aqui:

    1. Legião Urbana – V
    2. Resgate – On The Rock
    3. Oficina G3 – Indiferença
    4. Lenine – O Dia em que Faremos Contato
    5. Legião Urbana – O Descobrimento do Brasil
    6. Catedral – Está Consumado
    7. Bacamarte – Sete Cidades
    8. Mad Dogs – Mad Dogs
    9. Catedral – O Sentido
    10. Engenheiros do Hawaii – Várias Variáveis

    Listinha meio monotemática, é verdade (Duas bandas repetidas), mas anos 90 não é algo que escuto muito, além de 1990 ser considerado da década anterior me privou de colocar os ótimos “O Papa é Pop” e “Velha Gravura”, o que dificulta ainda mais as coisas.

    Obs.: Estou CHUTANDO (claro que não completamente) que o álbum do Mad Dogs é de 2000, porque é difícil pra caramba colher informações das bandas do RN. Um blues bem-humorado e muito bom de ouvir (além de ser da minha terra!!).

    1. Acho que só por lançar um disco chamado “Várias Variáveis”, banda deveria ser processada por crime de responsabilidade.

  26. Acho que analisar certas bandas dos anos 80, tipo RPM, Engenheiros, Nenhum de Nós e Capital Inicial, só para citar alguns exemplos de bandas medíocres mas que fizeram muito sucesso no contexto de hoje, não é justo. Naquela época o som era diferente, o universo do rock era diferente, o país era diferente, enfim, todo o cenário da música era diferente: ainda não existia a música digital, shows de bandas estrangeiras no Brasil ainda eram raros e nossa mídia também não tinha o mesmo nível de informação de hoje, leia-se Internet. Hoje certamente eles teriam mais dificuldade em empurrar seu som meia-boca para o público.

  27. Los Hermanos se tornaria a banda brasileira mais influente dos anos 2000, mas colocar esse homônimo nessa lista é um pouco demais.

    Raimundos e Mamonas envelheceram mal, mas ao menos de fato marcaram época. Sepultura e Nação Zumbi são escolhas inquestionáveis, embora possa se discutir qual disco de cada merecia entrar.

    No mais, Angra e Racionais Mcs deveriam ter entrado no lugar de Titãs e Legião Urbana. Chutaria que Hawaii seria uma escolha para os anos 80 mesmo, já o Arnaldo… bem, seguiu um caminho mais digno que a ex-banda, mas pra top 10 de uma década toda… sei não.

    “Talvez o disco mais importante do rock nacional nos anos 90, apontando o caminho que muitas bandas seguiriam depois, ao mesclar o rock pesado a elementos regionais.” Chico Science e Raul Seixas foram obliterados da história?

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