Melhores de Todos os Tempos: Anos 80

Melhores de Todos os Tempos: Anos 80
Steve Harris, Dave Murray, Clive Burr, Adrian Smith e Bruce Dickinson. Iron Maiden em 1982

Por Mairon Machado

Com André Kaminski, Daniel Benedetti, Davi Pascale, Eudes Baima, Fernando Bueno, Libia Brigido e Micael Machado

Seguimos elegendo os Melhores de Todos os Tempos. Chegamos nos anos 80. O desenvolvimento de novas tecnologias fez com que o Pop surgisse com força a partir de 1980. Porém, entre teclados, danças e refrões grudentos, o Heavy Metal também assolava o mundo musical, através da chamada New Wave Of British Heavy Metal. E da batizada NWOBHM surge o maior expoente do estilo, encabeçando nossa lista de Melhores dessa vez. É claro que Iron Maiden possui grandes fãs aqui no site, mas é inegável que a banda propulsionou o Heavy Metal nos anos 80, não só por grandes músicas, mas por shows incríveis, que marcaram (e ainda marcam), toda uma geração. A importância da banda é tão grande que todos os discos lançados entre 1980 e 1989 apareceram nas nossas listas originais, e dois deles emplacaram aqui, com The Number of the Beast no topo.  O pódio fica com o imponente Guns N’ Roses, outro grande baluarte surgido nos anos 80, e a nova versão do Black Sabbath, com Dio nos vocais.

Como o Metal tem suas derivações, ele predomina a lista. Metallica, Slayer e AC/DC, grandes representantes das vertentes Thrash e Hard, também estão na lista, mas nem só de Metal vive a Consultoria. O Rei do Pop está aqui, assim como o grande nome progressivo brasileiro de todos os tempos fecha a lista junto com o maior representante do rock irlandês. É uma lista representativa do que foi os anos 80? O que poderia ter entrado? O que poderia ter ficado de fora? Não deixe de comentar, e acompanhe as opiniões de nossos participantes.

Lembrando que a pontuação é baseada no sistema da Fórmula 1, com a adição de 1 ponto para cada citação de álbum, como se fosse o ponto da volta mais rápida, tentando evitar ao máximo alguma injustiça de um álbum com mais citações não entrar em detrimento de outro com menos citações.

* A lista com os Melhores Discos escolhidos dos anos 80 nas listas originais envolvem os álbuns de cada ano, álbuns das listas de Melhores Brasileiros e aqueles discos citados na série Aqueles Que Faltaram. Esses discos estão listados no fim da postagem, após as listas individuais.


Iron Maiden – The Number Of The Beast [1982] (76 pontos)

André: Gosto mais de Piece of Mind, mas já tive fases de que este aqui era o meu favorito deles. The Number of the Beast já foi dissecado e desossado várias vezes sobre suas qualidades e defeitos, logo, apenas comento que no meu gosto pessoal “22 Acacia Avenue” é a minha canção favorita do Maiden e que “Hallowed Be Thy Name” é muito overrated. Independente disso, merecido estar aqui, é um disco de grandes qualidades e que marcou muita gente.

Daniel: Em uma lista que é dominada pelo Heavy Metal, não é surpresa que este álbum tenha ficado na primeira posição. Talvez seja o disco que mais ouvi na vida (e o outro postulante a este posto também está na lista) e o maior responsável pela minha adoração ao Iron Maiden. Sua história e suas músicas já são amplamente conhecidas e continuo pensando que este, sim, é o melhor álbum do Iron Maiden. Contando com canções muito fortes, este disco inicia a minha fase preferida do grupo e penso ser muito justa sua presença nesta lista.

Davi: Primeiro lugar merecidíssimo. A entrada de Bruce Dickinson levou o grupo para outro patamar. Não me entenda mal. Gosto muito do Paul Di´Anno e adoro os 2 primeiros álbuns, mas Bruce era muito mais versátil e possuía um alcance muito maior. É certamente um dos cantores mais influentes do heavy metal até os dias atuais. O repertório é arrasador e traz pérolas como “The Number Of The Beast”, “Run To The Hills”, “Children Of The Damned” e “The Prisoner”. Não há muito o que dizer de novidade sobre esse disco, mas se algum dia, algum garotinho te perguntar “o que é heavy metal”, coloque esse disco para tocar.

Eudes: O Iron Maiden realmente representou um sopro, não digo de inovação, mas de vitalidade no rock dos anos de 1980. Seu primeiro disco transpira uma adolescência cheia de tesão e energia. Retomando os cânones do hard e heavy rock da década de 1970 e cruzando tudo com passagens progressivas, o LP de estreia anima a gente. The Number of The Beast sintetiza as influências e chega num resultado enxuto e pesado. Ótima estreia de Bruce Dickson que, se não cantava melhor do que Paul Di’Anno, tinha, como os anos mostraram, mais carisma. No rol de uma nota só que os consultores montaram esta lista, o disco não fica mal no podium.

Fernando: Disco fantástico que moldou o que seria o heavy metal oitentista. Pode não ser considerado o preferido por muita gente, mas foi a referências de boa parte das bandas quando se queria fazer heavy metal. Seu set list só não é antológico porque eles preferiram colocar “Total Eclipse” como lado B de um dos single e não como parte do disco no lugar de “Gangland”. Uma música esquecida desse disco, a faixa título “Invaders”, seria certamente um dos clássicos de qualquer outra banda contemporânea do Iron Maiden. Disco do coração. Um dos primeiros que adquiri e que moldou caráter de muito headbangers por aí.

Libia: Um álbum que resistiu ao teste do tempo, sendo um registro inovador e, portanto, um marco no legado do Iron Maiden. Ele oferece solos de guitarras mais melódicos do que antes, faixas mais rápidas do que a banda tocava e com os vocais épicos de Bruce Dickinson liberando e transmitindo um desejo apaixonado pela vida. Uma das favoritas é a “Hallowed Be My Name” que tem uma magia atemporal e tem um dos melhores solos da banda. Outro ponto alto está na “The Prisoner” que tem um início avassalador, com uma aula de bateria. “The Number of the Beast” foi um divisor de águas do Iron Maiden, e é muito bom vê-lo na primeira posição.

Mairon: Mais previsível que final de novela das 9 era a eleição de The Number of the Beast como primeiro colocado dessa lista, apesar de eu discordar bastante disso. Já falei sobre esse álbum em um War Room e de lá repito, que o disco é bom, com um Lado A quase perfeito e um lado B bastante irregular. “22 Acacia Avenue”, “Children of the Damned” e “Halloweed be Thy Name” são as melhores canções do disco de estreia de Bruce Dickinson na Donzela, mas não consigo suportar a voz de Bruce em “Run to the Hills” e “Gangland”. E cara, certeza que “Invaders” e “The Prisoner” ficariam muito melhor com o DiAnno nos vocais do que com o Dickinson. Essa pegada mezzo punk mezzo metal que eles tinham dos dois primeiros discos, e que estão nessas faixas, cai muito melhor com o DiAnno. Não tenho tanto fetiche pela faixa título, mas é um clássico, não posso negar. O Iron já tinha feito material melhor antes, e ainda faria depois a partir de 1984.

Micael: Para começar, eu gostaria de deixar claro que pelo menos 60% da minha lista “ideal” de melhores da década de 80 não estava elegível para votação (coisas como The Cure, Dead Kennedys, Sisters of Mercy e outras menos cotadas tipo Agent Orange ou Toy Dolls). A lista final que acabou sendo escolhida (da qual menos da metade dos álbuns foram votados na minha escolha pessoal) conseguiu deixar totalmente de fora gêneros importantes para a época como o gothic rock, a new wave, o new romantic, o crossover, o hardcore, o punk, o BRock, além de coisas mais fora do universo deste site como o rap/hip-hop ou a música eletrônica, portanto, esta não deve, de forma alguma, ser considerada uma lista “definitiva” de melhores discos da década citada, sendo apenas aquela circunstancialmente escolhida dentre os critérios que adotamos para fazê-la. Dito isto, mais uma vez o critério “importância” me parece prevalecer sobre o critério “qualidade” nas escolhas, como aconteceu nas listas anteriores. Porque The Number of the Beast é um disco que mudou os rumos do Iron Maiden, e possibilitou ao grupo uma ascensão e popularidade que, convenhamos, seriam difíceis de alcançar caso Paul Dianno tivesse continuado nos vocais da banda, e é, obviamente, um disco muito acima da média, mas a ascensão da Donzela de Ferro, tanto em termos de popularidade quanto em termos musicais, seria cada vez mais escalar nos lançamentos seguintes. Um disco totalmente recomendável, mas não o suficiente para estar no topo desta lista.


Guns N’ Roses – Appetite for Destruction [1987] (49 pontos)

André: Não tem jeito este disco sempre será um clássico e obviamente merece estar numa lista como esta por toda sua importância e qualidade contida nele. Grandes hinos do rock estão aqui. A qualidade de todos os músicos é enorme e destaco principalmente os meus dois integrantes favoritos que são Duff McKagan e seu baixo cheio de energia e de Izzy Stradlin, o melhor compositor da banda.

Daniel: Não há muitas dúvidas quanto a este álbum ser um dos símbolos do Rock oitentista. O Guns N’ Roses era uma banda gigantesca entre o final daquela década e o início da seguinte, muito por conta deste álbum e canções como “Welcome To The Jungle”, “Paradise City” e, claro, “Sweet Child O’ Mine”. Não o ouvia há um bom tempo, continua legal, mas já gostei muito mais dele.

Davi: Esse disco é tão bom que quem odeia a banda fala “só o Appetite presta”. Ou seja, não tem como contestar. O impacto desse disco na época foi absurdo. Não apenas em mim, mas em toda uma geração. Os caras fizeram um álbum perfeito. Riffs certeiros, solos criados na dose certa, vocal cantado a plenos pulmões. Pesado, empolgante e memorável. Os hits da rádio foram “Welcome To The Jungle”, “Sweet Child O´Mine” e “Paradise City”, mas não tem como ficar indiferente à faixas como “Mr. Brownstone”, “Outta Get me”, “My Michelle”, “It´s So Easy” entre tantas mais, que já atingiram a alcunha de clássico há um bom tempo. Tiro certeiro.

Eudes: A abertura com “Welcome to the Jungle”, soando meio como o Aerosmith de Rocks, deu ao ouvinte da época aquela sensação de, “porra, o rock’n’roll voltou!”. Talvez esta ainda seja, pros meus ouvidos precários, a melhor faixa gravada pela banda. O hard rock setentista tocado com um padrão sonoro de heavy metal oitentista que marca o disco segura bem a onda, com canções simples mas eficazes, como “It’s So Easy”, e algumas mesmo merecedoras do adjetivo “marcantes”, como as opressivas “Mr. Browstone” e “Paradise City”. Não deixa de ser interessante que talvez o supergrupo mais popular da década reciclasse (muito bem, diga-se) a música da geração anterior, de tal modo que boa parte dos fãs fossem, já então, uns senhores bebedores de cerveja de barriga avantajada. Pena que a banda não tenha segurado a peteca e, nos anos 1990, passasse a ser mais lembrada pelas covers que gravou do que por material próprio.

Fernando: O Guns and Roses teve e tem muitos “haters”, mas eu acredito que foi por ter sido uma banda que quebrou estilos e arrebatou fãs de todos os perfirs. Desde o headbanger, até a patricinha que só ouvia Bon Jovi. Só que o povo mais extremista torceu o nariz. “Como assim esse povinho comercial tá gostando do mesmo estilo que eu”. Só que Appetitte for Destruction contém uma coleção de faixas que faria qualquer banda iniciante dar seu braço direito para ter composto as mesmas. Eu entendo que “Sweet Child O´Mine” tenha tocado demais, mas ninguém pode dizer que ela não é uma música perfeita. E o que dizer do épico “Paradise City”?. Uma das melhores estréias da hístória.

Libia: Odiado por uns, amado por muitos! É um álbum único com muita originalidade – como todos os outros trabalhos aqui discutidos – com riffs sujos, vocal tosco, capa censurada em inúmeros países e letras que vão desde cotidiano, passando por drogas e sexo, enfim, mais Rock ‘n’ Roll que isso é difícil – exageradas? Talvez. Eu o acho um álbum com estilo único, facilmente na minha lista pessoal dos 50 melhores álbuns. “Welcome to the Jungle” e “Sweet Child O’ Mine” me trazem muita nostalgia, pois foram as primeiras músicas de Rock que ouvi assistindo aos clipes. Appetite For Destruction é um disco que já nasceu clássico.

Mairon: Um álbum que dá as boas-vindas para a selva em um dos riffs mais conhecidos da música mundial não podia ficar de fora dessa lista. Appetite for Destruction é uma “coletânea” de clássicos que mudaram uma geração inteira de ouvintes de rock. Antes do Guns N’ Roses, ou você ouvia o Thrash Metal de Metallica e Slayer (e derivados), ou o Metal mais trabalhado do Iron Maiden e Judas Priest (e afins), mas não havia um som popular, que cativasse os jovens simplesmente por ser rock. Quando Axl Rose e companhia lançaram esse disco, se tornaram os Stones dos anos 80, fazendo um som simples, mas que contagia os ouvidos, com uma imagem marcante dentro e fora dos palcos. A sequência do álbum é invejável: “Welcome to the Jungle”, “It’s so Easy”, “Nightrain”, “Out ta Get Me”, “Mr. Browstone”, “Paradise City”, “My Michelle”, “You’re Crazy” e as duas pérolas Roseanas, candidatas para a posição de melhores canções do início da carreira do grupo, “Sweet Child O’ Mine” e “Rocket Queen”. Até mesmo “Anything Goes” e “Think About You”, que não fizeram tanto sucesso assim, possuem qualidades suficientes para agradar qualquer um que curta rock. Para muitos, essa é a maior estreia de uma banda em todos os tempos, um certo exagero, mas que seria um vexame Appetite não aparecer aqui, isso seria, mesmo eu não votando nele.

Micael: Este ficou no topo da minha lista pessoal, e está há tempos no meu pódio de “Melhores de Todos os Tempos”, muitas vezes colocado lá no alto. Não gosto muito de “Anything Goes”, para mim o único ponto baixo deste lançamento, e mesmo que os anos tenham tornado as maravilhosas “Welcome To The Jungle”, “Nightrain”, “Mr. Brownstone”, “Paradise City” e, principalmente, “Sweet Child O’ Mine” em faixas tão cansativas de escutar quanto “Stairway To Heaven” ou “Smoke On The Water”, o álbum ainda tem “It’s So Easy”, “Out Ta Get Me”, “Think About You”, a versão rápida de “You’re Crazy”, e as minhas favoritas “My Michelle” e “Rocket Queen” para agradar aos ouvidos de quem o ouve. Não há nesta lista (ou nesta década) um disco com tamanha quantidade de músicas empolgantes e de qualidade como Appetite for Destruction, o que, para mim, justifica o topo em que o coloquei. Resta saber qual sua posição na lista final, mas torço para que tenha sido alta.


Black Sabbath – Heaven and Hell [1980] (47 pontos)

André: Por uma questão de fase mesmo estou preferindo o Mob Rules, mas Heaven and Hell fica praticamente empatado em minha opinião. Grande estreia de Dio nesta fase excelente e uma grande virada de mesa para quem achava que o Sabbath estaria morto sem Ozzy. Conseguiu inclusive a incrível façanha de ter gente a preferir esta fase do que a anterior. Desta vez, diferente dos clássicos, gostaria de falar um pouco mais sobre duas faixas que costumam ser mais ignoradas deste disco que são “Wishing Well” tem um instrumental mais alto astral o que pode ser estranho para o Sabbath acostumado ao terror, mas que demonstra bem as boas qualidades que Dio trouxe a eles. Outra é “Die Young” com uma intro de sintetizadores e guitarra divina para cair depois em um heavy metal daqueles mais clássicos com o baixinho novamente arregaçando e Iommi colocando ótimos solos em meio a pancadaria. Mais um petardo entre os muitos da longa carreira do Sabbath.

Daniel: A estreia de Ronnie James Dio no Sabbath é um ótimo caso de ‘volta por cima’ bem sucedida, após, não apenas a saída de Ozzy Osbourne, mas também os dois discos anteriores, ambos muito abaixo do potencial do grupo. Um vocalista formidável como Dio aumentou exponencialmente as possibilidades de um compositor como Tony Iommi e o resultado é uma coleção de músicas memoráveis. “Lonely Is the World” é simplesmente espetacular.

Davi: Há quem diga que Sabbath sem Ozzy não é Sabbath. Realmente, a sonoridade do grupo mudou, mas não dá para dizer que só fizeram porcaria e nem que os discos sejam esquecíveis. Na minha opinião, eles fizeram 3 grandes álbuns sem o Ozzy e esse é um deles. Trabalho que considero um clássico do metal. O trabalho vocal de Ronnie James Dio é absurdo, Tony Iommi continuava o mestre dos riffs e o tracklist é excelente. “Neon Knights”, Children Of The Sea”, “Heaven and Hell” e “Die Young” são simplesmente perfeitas. Depois de 2 álbuns abaixo da média, os caras voltaram a brilhar.

Eudes: Quando, há muito, muito tempo atrás, fui avidamente ouvir o novo disco do Black Sabbath, Heaven and Hell, depois do presumível fim da banda, quase paro na chatinha faixa de abertura, “Neon Knights”, que, além de tudo, descaracterizava o som que consagrou a banda. “Children of the Sea”, soando muito como o clima dos melhores momentos de Technical Ecstasy, me animou. Iommi numa de suas melhores performance e Dio imprimindo novos tons à banda fizeram uma das melhores faixas creditadas ao Sabbath. O resto do disco mantém o bom nível, e inclusive com algumas inovações, como em “Die Young”, mas tem um incômodo: comecei a ter dificuldade de reconhecer a banda no cipoal heavy metal da época.

Fernando: “O novo Black Sabbath”. A banda renasceu depos da saída de Ozzy Osbourne. É difícil falar que o Balck Sabbath é só com o Ozzy nos vocais. Eu mesmo gosto de muitas músicas com todos os outros vocalistas,mas é inegável que com o Ozzy que eles se tornaram uma das pontas da santíssima trindade do rock. Só que com o Dio a coisa evoluiu para um patamar que talvez nem Tommy Iommi esperava já que tecnicamente Dio era MUITO mais vocalista que o Ozzy. Por isso que fica difícil de argumentar sobre qual fase é melhor. A do Ozzy que praticamente criou um estilo,ou a do Dio que pegou o que foi feito e evoluiu e criou outro padrão para música pesada. No mais, Heaven and Hell é fanstástico.

Libia: Quando escutei esse álbum, eu fui pega de surpresa, porque estava conhecendo o Black Sabbath. Ouvi aquela voz que não era do Ozzy Osbourne, mas que era uma coisa de outro mundo. A voz de Ronnie James Dio tinha entrado na minha vida no momento que escutei “Neon Knights”. E quando ouvi solo de Tony Iommi fazendo aquele passeio emocionante em “Die Young”, tive certeza que ele era o elemento principal da banda. A faixa-título para mim é o ponto alto do álbum, cada parte dessa música é incrível, quando a ouvi tive a certeza que escolher apenas uma fase da banda seria bobagem. Foi um dos primeiros CD’s da minha coleção, eu o tenho ainda hoje, ele já sobreviveu até a um acidente de carro de tão Metal que é.

Mairon: O Black Sabbath certamente foi a ausência mais sentida na lista dos anos 70, principalmente por que o favorito da era Ozzy é super discutido entre os fãs. Agora, o disco com o baixinho favorito da gurizada é certamente Heaven and Hell, e ele estar aqui era mais que obrigação. Heaven and Hell evolui por canções marcantes, das quais destacam-se o andamento sinistro da faixa-título, que perdurou por diversas outras faixas do Sabbath anos 80, a velocidade de “Neon Knights”, ou os riffs marcantes de “Lonely is the World” e “Children of the Sea”. O que esse quarteto fez com “Die Young”, pancadaria desgraçada de boa, com o melhor solo de guitarra da carreira de Iommi, é para ser levado às aulas de arte. Mesmo faixas mais aquém, como “Lady Evil” e “Wishing Well”, são aquém para as outras, por que são ótimas faixas. Para mim, Heaven and Hell é o melhor disco da carreira do Black Sabbath, não somente pela entrada de Ronnie James Dio, mas por que o novo estilo adotado por Iommi, Ward e Butler é perfeito. Um pouco mais sobre ele comentei aqui.

Micael: O Black Sabbath renasceu das cinzas após a partida de Ozzy, adotando um estilo um pouco diferente e ganhando a voz de um gigante do metal mundial (já amplamente reconhecido por seus tempos ao lado de Richie Blackmore no Rainbow) para acompanhar os riffs maravilhosos do mestre Tony Iommi. Tudo bem que “Lady Evil” ou a própria faixa título não estariam totalmente deslocadas em um disco da banda anterior de Ronnie James Dio, mas clássicos do porte de “Neon Knights”, “Children of the Sea”, “Die Young” e (novamente) a faixa título tornam este o melhor lançamento do grupo na década de 1980, e merecedor de estar nesta lista aqui, embora não faça parte da minha própria…


Michael Jackson – Thriller [1982] (47 pontos)

André: Esse foi gênio. Compositor, dançarino, ator, coreógrafo, cantor e ainda lançou um disco que tem todas as grandes qualidades daquilo que um grande pop deve conter. Não foi recordista de vendas a toa. E é incrível como tenho alunos adolescentes que sempre citam Michael Jackson quando trabalho com música mesmo após mais de uma década falecido e quase três décadas de seus últimos sucessos. Gostaria muito que os artistas mainstream atuais se influenciassem mais na grande discografia de Michael Jackson ao gravarem seus discos mas, aparentemente, isso dificilmente ocorrerá.

Daniel: Nesta série eu optei por votar apenas em álbuns que fossem diretamente associados ao Rock. Apesar disto, é necessário dizer que este é um dos maiores álbuns da música em todos os tempos, seja pela dimensão de seu sucesso comercial, seja por ter lançado de maneira definitiva Michael Jackson a um inegável posto de figura icônica do universo midiático do fim do século XX. Musicalmente, não é minha praia.

Davi: Considero Michael Jackson um gênio. O cara era um artista completo. Extremamente carismático, bom cantor, exímio dançarino, bom letrista, artista extremamente visionário. Um cara a frente de seu tempo. Depois do ótimo Off The Wall, o cara lançou sua obra prima. Foram vários marcos aqui. Você escolhe. Os passos de “Billie Jean”, o clipe de “Thriller”, as guitarras de Eddie Van Halen em “Beat It”, o dueto de Paul McCartney em “The Girl Is Mine”, a batida de “Wanna Be Start Somethin´” e, para mim, ainda teve um bônus. A intro de “Human Nature”. É só ela tocar que eu me lembro do show que assisti dele no Morumbi me levando de volta à minha infância. Disco simplesmente mágico.

Eudes: Thriller é sem muita dúvida o melhor disco pop da década (e sim, pop inclui o rock, inclusive suas formas mais extremadas de heavy metal!). Tino comercial, melodias inspiradas, arranjos de entortar o espinhaço, tecnologia e swing (40 anos de música digital depois, a turma ainda tem que se medir por este disco), execuções em formato sinfonia pop, com uma cornucópia de instrumentos soando, mas tudo tão encaixadinho que só gente chata como eu fica reparando. Sim, o pacote soul-funk perfeito! Ah, sim, e tem as canções! Dizer o que de um álbum em que todas as faixas são clássicas? Que este álbum não esteja na cabeça desta lista, não é só incompreensível, mas um pecado que cada consultor vai pagar no cantinho quente do mármore do inferno em que Alah vai meter vocês!

Fernando: Como “metaleiro” cabeçudo foi difícil admitir que eu gostava de Michael Jackson. Mas eu sempre curtia ver seus clipes quando passava no Fantástico. Hoje, longe de qualquer radicalismos, admito que gosto muito do que ele fez nos ali no começo da carreira e o considero como um gênio musical. Fora que o clipe da sua faixa título acabou sendo um clássico e sua coreografia é lembrada até hoje.

Libia: Bom, o álbum encontra-se aqui e vou comentá-lo. Todavia, não me levem a mal, mas eu não gosto e não consigo gostar plenamente de Michael Jackson. Inegavelmente Thriller é um excelente e criativo álbum, se não fosse, provavelmente não seria o álbum mais vendido da história, superando o maravilhoso e fundamental Back in Black. Entretanto, talvez seja uma em milhares que não gosta. Para mim, é até difícil dizer que não gosto de algo, porque geralmente, anos depois de alguma forma, principalmente por amadurecimento musical, acabo mudando de opinião. Lado outro, sempre curiosa em consumir música, escutei o álbum Thriller por vezes ainda no ensino fundamental, outras vezes no decorrer da minha vida e recentemente pra fazer esse comentário, e, não consigo gostá-lo. Claro, há músicas inegável boas, como a clássica “Beat It” , “Billie Jean” e “Human Nature”. Mas para mim, é só.

Mairon: Tchê, um disco que é o que mais vendeu em toda a história, ganhou oito Grammys e marcou uma geração de jovens, por mais que eu não goste dele, merece estar nessa lista. Claro que não gosto do disco, acho demasiadamente comercial e chatinho. A trinca inicial é constrangedora (Paul McCartney participa de uma das faixas mais chatas de sua carreira, “The Girl is Mine”). Só o que me agrada nele é o riff de Eddie Van Halen (e o solo) durante “Beat It”, e o ritmo dos outros dois clássicos: “Billie Jean” e a faixa-título. Pop abatumado demais para meus ouvidos, pior que tudo o que Michael Jackson fez antes (depois ainda pioraria com Bad e Dangerous), mas enfim, aqui está ele entre os dez Melhores. Foi brabo ouvir isso novamente, e enquanto passavam as músicas, só pensava naquela frasezinha sobre “milhões de moscas não podem estar erradas”. Preferia ver Madonna como representante do Pop, mas …

Micael: Não é o meu tipo de música, mas confesso que tinha um compacto promocional da Pepsi Cola (ou da Coca Cola, não lembro) com os três clássicos que este álbum legou para a música oitentista (“Beat It”, “Billie Jean” e a faixa título) além da bela “Human Nature”. Para mim, é outro caso de disco que deveria estar na lista de “mais importantes”, não de “melhores”, mas, obviamente, a presença do disco mais vendido de todos os tempos nesta lista não pode, de forma alguma, ser acusada de absurda…


AC/DC – Back In Black [1980] (46 pontos)

André: Não tenho como falar mal de um disco do AC/DC mas também não tenho como elaborar muito já que a banda assumidamente nunca fez questão de tentar coisas novas. Nunca fui grande fã dos australianos mas eles sempre animam seja qualquer festa ou show que fazem. Back in Black é o AC/DC de sempre, mas o primeiro com o Brian Johnson que sempre fez um trabalho legal. Ótimo álbum vendeu pra caralho e tal, mas eu iria gostar mais de um Van Halen ou um Living Colour ocupando este slot.

Daniel: Como comentei no primeiro colocado, este é o outro álbum que mais ouvi na vida. É uma das melhores “voltas por cima” da história da música, pois a forma com que a banda conseguiu superar a morte do carismático Bon Scott e lançar um dos pilares do Rock ‘n’ Roll é mesmo notável. Uma rifferama infernal liderada pelos irmãos Young, clássicos em quantidades absurdas e uma atuação impecável do estreante Brian Johnson fazem deste um dos grandes discos de todos os tempos.

Davi: Outro álbum simplesmente perfeito. Quando o lendário Bon Scott faleceu, ninguém acreditava que o AC/DC pudesse sobreviver. Back In Black foi um choque e tanto. Não só havia vida, como os caras escreveram um dos melhores albuns de sua carreira. O riff de “Back In Black” é um dos melhores já escritos, o refrão de “You Shook Me All Night Long” até hoje ecoa em nossa mente. Como se não bastasse ainda tinha petardos do nível de “Hells Bells” e “Shoot to Thrill”. Sem contar a produção matadora de Mutt Lange. O som de bateria desse disco é simplesmente perfeito. Essencial!

Eudes: Há muito poucas bandas que meu toca-discos admite tocar sempre os mesmos temas. Porque fazer isso com talento é altíssima arte. Para mim, reconhecer quando uma faixa termina e outra começa sempre foi um critério para julgar um disco. Isto não tem nenhuma importância em Back in Black! Uma coleção coerente e homogênea de ótimas canções, com potencial para te tirar do fundo da rede e, mesmo na idade provecta em que me encontro, sair dançando e tocando guitarra imaginária. Entre meus discos favoritos de sempre.

Fernando: É incrível o que Back in Black conseguiu. O menos informado pode achar que esse seja um apenas mais um grande disco da história do rock. Mas ele não é só isso, como tambémé o disco do estilo que mais vendeu na história. Incrível não? Mais incrível quando se sabe que ele foi feito em pouco tempo depois da morte de seu antigo vocalista. O tal do Brian Johnson é um dos caras mais sortudos da história do rock.

Libia: Antes desse clássico, estava o AC/DC, órfã de seu carismático vocalista, com diversos álbuns lançados, inclusive com disco de ouro em suas prateleiras, e de outro lado um vocalista com mais de 30 anos, já quase aposentado da música, mas que caiu como uma luva para a banda. Dessa forma, o universo conspirou a favor, e Back in Black veio o mundo. “Hell’s Bells” é um bom início para mostrar o fim da estrada anterior, e agora Brian Johnson aberto para negócios. Esse álbum incorpora tudo o que é AC/DC e deu ao mundo, um som inimitável para apreciar.

Mairon: Back in Black é um caso raro de que no meio da desgraça, surge a bonanza. Quem imaginaria que o AC/DC conseguiria se reinventar após a perda de Bon Scott? E é uma baita reinvenção. Apesar de gostar muito mais da voz e da interpretação sacana de Bon Scott em relação ao baixinho Brian Johnson, foi o segundo quem deu a cara que conquistou uma nova geração de fãs para o AC/DC, mais pesado e hard, concentrando-se em riffs e refrões grudentíssimos, vide “What Do You Do For Money Honey” ou a soturna e magistral “Let Me Put My Love Into You”. Jamais ouvi algo tão poderoso assim na fase Scott. Os irmãos Young nesse álbum em especial fizeram canções muito inspiradas, destacando a faixa-título e o agito de “Given the Dog a Bone”, “Shoot to Thrill” e “You Shook Me All Night Long”. Gosto dos blues de “Rock and Roll and Noise Pollution” e “Have A Drink On Me”, Há única que não curto muito é “Shake a Leg”, compensada pela melhor de todas, “Hell’s Bells”, forte candidata a melhor canção do AC/DC era Brian Jonhson. O disco mais vendido do ano de 1980 certamente é justo estar aqui, apesar de não ter votado nele, e mostra que sim, os gigantes do rock pesado dos anos 70 tiveram muito espaço nos anos 80, apesar de diversos baixos em suas discografias.

Micael: Uma recuperação impressionante após a tragédia pela qual a banda passou. Certamente o melhor disco da banda com Brian Johnson à frente, e que possui hinos do porte da faixa título, “Hells Bells”, “Rock and Roll Ain’t Noise Pollution” e “You Shook Me All Night Long”, além de ser um dos álbuns mais vendidos da história, o que o coloca como um dos discos mais importantes de todos os tempos. Mas, como já disse várias vezes, “importância”, para mim, nem sempre é sinônimo de “qualidade”, então, não ficou dentre as minhas escolhas. Mas fica longe de fazer feio na lista final.


Metallica – Master of Puppets [1986] (45 pontos)

André: Gosto mais de Ride the Lightning, mas este disco também é merecedor de entrar na lista. Metallica afiadíssimo, Cliff Burton com linhas de baixo incríveis e uma criatividade que sinto falta na banda em seus dois discos mais recentes, por mais que eu os considere como bons. “Damage, Inc” e aquele início calmo seguido daqueles riffs pesadíssimos e “Welcome Home (Sanitarium)” (poderíamos chamar de balada metálica, ao menos em seus primeiros minutos?) são exemplos de como a banda tinha um bom gosto nos seus arranjos instrumentais e esmero em suas composições. Podem questionar o que for das habilidades de Ulrich como baterista, mas como compositor ele sempre foi um dos melhores dentro do metal.

Daniel: A simbiose perfeita entre agressividade e sensibilidade melódica construída de maneira singular. Ainda tenho este como o melhor álbum de Heavy Metal de todos os tempos, pois considero que as ideias já muito bem desenvolvidas em Ride the Lightning foram elevadas a um patamar muito superior em Master of Puppets. “Orion” é o símbolo disso, uma união entre a força bruta do Heavy Metal e melodias tocantes do Rock. Pena que depois disso a banda jamais conseguiu atingir este nível outra vez.

Davi: Minha porta de entrada no universo do Metallica foi com esse álbum. Muitos colegas meus preferem o Ride The Lightning. Embora também goste muito, sempre tive o Master of Puppets como meu álbum favorito da fase Cliff Burton. Não sei se pelo fato dele ter me tornado fã do conjunto, ou se pela inegável evolução da musicalidade dos caras, sei lá. Só sei que até hoje faixas como “Master of Puppets”, “Damage Inc”, “(Welcome Home) Sanitarium” e “Battery” me soam mágicas. Para mim, esse continua sendo um dos grandes álbuns do thrash metal.

Eudes: Nunca entendi direito o nome do gênero, thrash metal que, mesmo com grafia alterada pela introdução do h, faz referência a lixo. Desde o primeiro disco, os mestres do estilo fizeram questão de caprichar na produção, fazer arranjos cheios de idas e voltas, marchas e contramarchas, mudanças de andamento e outras mumunhas mais, em faixas longas e compenetradas. Sempre me pareceu mais um progressivo com excesso de peso. Ainda ouço, em certos dias, Master of Puppets, mas minha paciência de velho diminui a cada ouvida. Vá lá, marcou época, não estranho que esteja aqui.

Fernando: Eu entendo o motivo de Master of Puppets ser considerado o principal disco do Metallica. o nível técnico que ele alcançaram aqui seria apenas trasnpassado no disco seguinte, mas as composições mais marcantes ficaram aqui. Eu tenho como preferido seu anterior, o Ride the Lighnning, mas é difícil argumetar as razões disso sem cair na famosa ligação nostálgica que eu tenho com ele. o Master vai ser daqueles discos que se perpetuará e vai ser responsável por trazer mais fãs para o heavy metal ao longo do tempo.

Libia: Último álbum com o saudoso Cliff Burton, Master Of Puppets ficou conhecido como “A obra-prima do Thrash Metal”, que comparado aos anteriores é o menos “Cru”. “Battery” é uma das melhores músicas de abertura de um álbum, tem um lindo e suave início depois vem a fúria. A faixa “Master of Puppets” é uma das mais conhecidas no mundo todo, mas as outras músicas transmitem a mesma quantidade de poder e emoção. Realmente foi uma época de ouro, embora eu tenha um carinho especial por Ride the Lightning, o Master of Puppets elevou o nível da banda.

Mairon: Acho esse álbum um tanto quanto superestimado. Claro que quando falo isso, é por conta de que prefiro muito mais Ride the Lightning e Kill ‘em All, mas é inegável o trabalho de Master of Puppets, e seria o mais lógico dos álbuns do Metallica a aparecer aqui. A faixa-título é o melhor momento do disco, com um riff matador, ao lado de “Welcome Home (Sanitarium)”, faixa que mescla as duas principais características de Master of Puppets, momentos rápidos com outros cadenciados. assim como a velocidade de “Disposable Heroes”, “Battery” e “Damage. Inc”. O que me dá um certo “brochamento” é a puxada de freio de “The Thing That Should Not Be” e “Leper Messiah”, duas músicas aquém da qualidade geral de Master of Puppets. Já “Orion” mostra que, assim como em “Call of Ktulu”, o Metallica fazendo música instrumental tinha muitas qualidades. Representativo, essencial, impactante, vários são os adjetivos para Master of Puppets, cujo valor aumenta ainda mais por ter sido o último registro de Cliff Burton para os mortais.

Micael: Da forma que entendo, os verdadeiros fãs de thrash metal sempre tiveram a dúvida de qual é o melhor álbum do estilo: Reign In Blood do Slayer ou este terceiro registro do Metallica (talvez para confirmar isto, ambos fazem parte desta lista). Gosto muito dos dois, mas Master agrada mais aos meus ouvidos, talvez por possuir mais melodias que seu “colega” citado, e, certamente, por causa dos excelentes clássicos que compõem seu track list – e pode escolher qualquer faixa, mesmo as menos “consideradas” “Damage, Inc.”, “Leper Messiah”, “Disposable Heroes” ou “The Thing That Should Not Be”, estas duas, minhas favoritas ao lado de “Welcome Home (Sanitarium)”, outra que não costuma ganhar muito destaque fora dos círculos mais “fanáticos” pela banda. Um disco que possui algo fenomenal como a faixa título e cujos violões do início e a fantástica instrumental “Orion” fizeram meu queixo cair de espanto e surpresa a primeira vez que o ouvi, lá no finalzinho da década de 1980, não podia de forma alguma estar de fora de uma lista de “melhores” da década onde foi lançado. Inclusão plenamente justificada.


Iron Maiden – Seventh Son of a Seventh Son [1988]  (33 pontos)

André: Eu nunca fui lá muito fã dessa fase do sintetizador do Maiden. Óbvio, há ótimas composições aqui como é o caso da energia de “The Evil that Men Do” e “The Prophecy” uma canção bastante ignorada pela banda e pelos fãs mas que tenho gostado com o passar do tempo principalmente seu encerramento acústico, mas o disco ultimamente tem me passado uma certa “leveza” instrumental que não combina muito com o Iron Maiden. Não que eu ache que deve-se ficar baixando ou pesando a afinação das guitarras e tal, mas acredito que seja mais uma questão de produção que mixou um disco “limpinho” demais. Ainda é no geral um bom disco, mas a banda já emplacou o primeiro lugar e gostaria que tivesse entrado um Rush (qualquer um) no lugar.

Daniel: Eu sou muito fã de Iron Maiden e é óbvio que gosto bastante de Seventh Son of a Seventh Son. “Moonchild” e – principalmente – “Infinite Dreams” são das minhas faixas preferidas da Donzela. Entretanto, em uma lista como esta, penso ser um exagero dois álbuns do Iron Maiden e, na hipótese de se aceitar um segundo disco da banda aqui, este deveria ser indiscutivelmente Powerslave.

Davi: Sempre adorei esse álbum. Aqui, os rapazes do Iron Maiden mesclaram seu heavy metal com o rock progressivo e trouxeram um pouco de teclados. Lógico que isso gerou um chororô insuportável por conta dos mais radicais, mas também gerou canções absolutamente brilhantes como “Moonchild”, “Infinite Dreams”, “The Evil That Men Do”, “The Clarvoyant” e “Can I Play With Madness”. Músicos fantásticos, cantor fantástico, album fantástico, mas não precisava de 2 Maidens nessa lista, por mais que os discos lançados por eles nesse período sejam um marco no metal.

Eudes: Bem tocado, com produção lustrosa e muito mais melódico do que os discos anteriores, Seventh Son of a Seventh Son parece ter sido feito para consolidar as conquistas anteriores e abordar as massas ainda não convertidas. Para isso, reciclou inumeráveis clichês do heavy metal, com competência. Foi muito bem-sucedido neste intento, mas meter outro Iron Mainden nesta lista é um exagero injustificável.

Fernando: Eu tenho uma disputa no meu coração sobre qual é o disco preferido da minha banda preferida. E a disputa é justamente sobre os dois discos que estão nessa lista. Porém, falando sem paixões, admito que The Number of the Beast esteja lá no topo. Entretanto, para mim o auge da criatividade e técnica do Iron Maiden está aqui. “Infinite Dreams” é, talvez, minha faixa preferida da banda e é a responável por um dos meu momento mais marcantes com expectador de um show, a não inclusão da faixa na turnê que revisitaram a clássica turnê do Maiden England. Como assim? Mas eu não gosto muito de criticar a banda que mais me deu alegria ao longo dos longos anos do que eu gosto de metal.

Libia: Durante a década de 1980, a Donzela havia lançado álbuns clássicos marcantes um após o outro, e este álbum não é exceção, Seventh Son of a Seventh Son está repleto de riffs e solos de guitarra incríveis, além de um excelente trabalho vocal de Dickinson. O estilo das músicas é bastante diferente dos discos anteriores. Para começar, há um teclado, isso é óbvio da “Moonchild” em diante. O álbum é um daqueles casos em que todos os envolvidos se superam, criando algo que é musicalmente interessante e altamente audível, fazendo deste, um dos melhores álbuns do Maiden.

Mairon: Quando comecei a ouvir Iron Maiden, pela forte influência do Micael, eu detestava a voz do Bruce Dickinson. Somewhere in Time, Fear of the Dark e Powerslave mudaram meu conceito sobre a banda, mas nunca sobre a voz de Dickinson. Porém, Seventh Son of a Seventh Son é um disco a parte na coleção do Iron. As canções soam conforme a história se desenvolve, e há diversas canções nas quais a voz me agrada, com destaque para a suavidade de “Infinite Dreams” e a brilhante “The Clarvoyant”, com uma performance irreparável de Steve Harris. O Iron escolheu muito bem as faixas para abrir (“Moonchild”) e encerrar o LP (“Only the Good Die Young”), pois ambas conseguem trazer ao ouvinte, mesmo aquele que não manja do inglês, a sensação de que uma história foi narrada através dos mais de 40 minutos de duração do disco. Outra pérola vai para a faixa-título, muito bela em toda sua construção. Não curto a dupla mais famosa, “Can I Play With Madness” e “The Evil That Men Do”, que não encaixam no clima do álbum, assim como “The Prophecy”, mostrando indícios da falta de criatividade que o Iron passou a viver a partir de No Prayer for the Dying. O último grande disco do Iron com Bruce, mesmo gostando do Fear of the Dark, é um exagero aqui, mas esse ao menos é bem melhor que o primeiro lugar.

Micael: Poucos irão concordar comigo, mas este é o meu disco favorito na longa carreira da Donzela de Ferro. A aproximação com o rock progressivo e a chegada dos teclados (execrados por parte do público da banda ainda hoje) ao som do Iron geraram oito canções que não conseguiram chegar ao nível de “clássicos” na longa carreira do grupo (talvez “The Evil That Men Do” ou “The Clairvoyant” sejam as que chegaram mais perto), mas casaram perfeitamente com o meu gosto musical desde a primeira vez que as escutei lá no final da década sobre a qual estamos tratando. Um disco sem pontos baixos, faixas que ainda não tinham esgotado a fórmula “Steve Harris” de compor, uma banda afiadíssima e, não posso me furtar de mencionar, uma história conceitual se desenrolando ao longo das faixas, ainda que meio difícil de acompanhar baseando-se apenas no encarte, mas que já rendeu até uma revista em quadrinhos feita no Brasil baseada em seu roteiro. Um excelente disco, merecidamente escolhido para fazer parte desta lista.


U2 – The Joshua Tree [1987] (29 pontos)

André: As vezes, por mais boa vontade que se tenha, é necessário reconhecer que certas bandas não são para você. Esse é o caso do U2 comigo. Toda vez que aparece uma obrigação de ouvi-los (caso do nosso site aqui), eu vou com boa vontade e coração aberto em relação a casos como o deles. Mas nunca deu certo. E creio que nunca dará. Única coisa que posso dizer é que, pelo menos, nesta década eles eram mais criativos em suas composições do que nas seguintes.

Daniel: Embora seja um disco incrível – na minha concepção – fiquei na dúvida se ele entraria nesta lista. Com uma sonoridade mais direta, The Joshua Tree é meu álbum preferido do grupo irlandês. Faixas incríveis como “Where the Streets Have No Name”, “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” e “Bullet the Blue Sky” são exemplos formidáveis de sua qualidade. Este foi o trabalho responsável por colocar o U2 no panteão dos gigantes do Rock e sua presença nesta lista era necessária.

Davi: Esse foi um dos álbuns que selecionei no meu “aqueles que faltaram”. O fato dele aparecer aqui só comprova o quanto foi importante aquela continuação que fizemos. Esse álbum é um verdadeiro marco dos anos 80 e representa o que considero o auge do U2. Tanto no lado de composição, quanto de execução. O trabalho vocal de Bono é absurdo. O LP traz diversos clássicos do grupo como “Still Haven´t Found What I´m Looking For”, “With Or Without You”, “Bullet The Blue Sky”, “Where The Streets Have No Name”. Todas as características do grupo estão aqui: a bateria segura de Larry Mullen Jr, a guitarra criativa de The Edge, sem contar nas letras lindíssimas que só o U2 consegue escrever.

Eudes: O impacto do aparecimento de U2 sobre mim foi próximo a zero. Sempre aloquei seus discos na gavetinha dos discos “agradáveis”. Mas reconheço que este The Joshua Tree quebrou em muitos aspectos o padrão da banda, encaminhando-a para algo mais rock’n’roll. Em The Joshua Tree, o U2 fez a clássica jornada de tantas bandas europeias às fontes originais do rhythm and blues e do rock. E o resultado, se não espanta, é ótimo. E o repertório rendeu um rol de suas canções mais conhecidas e, sejamos sinceros, melhores. Para mim, o ponto mais alto a que a banda chegou. Ainda ouço “Where the Streets Have No Name”, “I Still Haven’t Found What I’m Looking For”, “Bullet the Blue Sky” e mesmo a arroz de festa “With or Without You” com prazer.

Fernando: Eu acho que esse disco não tem a força dos seus anteriores apesar de ter a faixa que eu mais gosto da banda, “I Stll Haven´t Found What I´m Looking For”. É claro que “Bullet the Blue Sky” (a versão do Sepultura ficaram ou não melhor que a original?) e o super hit “With With or Withou You” também são grandes músicas. Talvez esse tenha sido o limite onde o Bono ainda era lembrado com o um rock star e não como um agente político, e isso era muito melhor.

Libia: Eu não me considero grande conhecedora de U2, demorei a pegar esse álbum e quando escutei, pasmem, não curti muito, mas com o passar do tempo e das audições, posso dizer que é um álbum sem falhas. Entre os que ouvi, é o mais consistente e sofisticado. Cada música é apaixonadamente escrita com uma ótima variedade de temas. Minha favorita é “Running To Stand Still”, que mesmo sem entender totalmente o idioma, acabamos identificando o sentido dessa profunda música. The Joshua Tree envelheceu bem e vai encantar muitos ouvidos pelo mundo ainda.

Mairon: Não é o meu disco preferido do U2, mas é um disco que marca os anos 80 com faixas que ainda hoje soam espetaculares. O lado A é perfeito, desde “Where The Streets Have No Name”, passando por “I Still Haven’t Found What I’m Looking For”, e chegando “With or Without You” , temos uma coleção do melhor que foi ouvido nas rádios de 1987 em diante, faixas que hoje qualquer marmota bêbada reconhece e canta com alegria. Mas segue com a pancada “Bullet the Blue Sky”, que até o Sepultura regravou, e se encerra com a linda “Running To Stand Still”. Se The Joshua Tree fechasse aqui, já seria forte candidato a ser um dos melhores discos de todos os tempos, mas há o lado B, e nele, mais faixas bonitas e marcantes, com destaque especial para “Exit” e “Trip Through Your Wires”, que mesmo ofuscadas pelo brilho das gigantes do Lado A, se sobressaem nas audições que faço. Foi o estopim para que o U2 não parasse de crescer, se tornando, na minha opinião, a maior banda do Pop Rock Mundial daquela década. Nos anos 90, o grupo fez álbuns ainda melhores musicalmente, mas odiado por muitos, acabou tendo que mudar os mares dantes navegados nas experimentações de Achtung Baby, Zooropa e Pop para se tornar uma ótima banda de palco, revivendo sucessos e trazendo poucas novidades. Mesmo assim, ouvir The Joshua Tree ao vivo na íntegra foi uma experiência inesquecível!

Micael: De um agrupamento de pirralhos que mal sabia tocar suas próprias canções no final dos anos 70, o U2 evoluiu para se tornar um dos maiores nomes da música mundial já na década de 1980, status que ainda mantém até hoje, mesmo com alguns altos e baixos pelo caminho. Para mim, o ponto mais alto desta trajetória está neste disco, e escutá-lo ao vivo na íntegra no estádio do Morumbi em 2017 foi quase como um sonho realizado. Todo mundo que gosta deste álbum idolatra a clássica trinca de abertura (“Where the Streets Have No Name”, “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” e “With or Without You”), mas eu sempre gostei do álbum inteiro, sendo minhas favoritas as mais “obscuras” “In God’s Country”, “Bullet the Blue Sky” (que recebeu uma bela versão do Sepultura já neste século) e, principalmente, “Exit”. Um dos poucos álbuns que, a meu ver, mereciam estar tanto na citada lista de “mais importantes” quanto nesta de “melhores” da década de 1980. A meu ver, obrigatório.


Slayer – Reign in Blood [1986] (28 pontos)

André: Sempre gostei de thrash metal mas nunca fui fã do Slayer. Heresia isso não é mesmo? Eu gosto do Dave Lombardo que empata com o Igor Cavalera como o melhor baterista do estilo em minha opinião. Eu respeito os caras, mas meu coração mesmo bate mais forte por Sepultura, Metallica e Megadeth (dessa época que tocavam thrash), Anthrax, Exodus e pelo famoso trio alemão (Kreator, Destruction e Sodom) considerando primariamente esta época.

Daniel: Quase 30 minutos de uma brutalidade insana. Reign in Blood e seus clássicos incontestes como “Angel of Death” e “Rainning Blood” são gigantescas influências para todas as vertentes mais extremas do Heavy Metal. No entanto, com o passar dos anos, o Slayer passou a ser a banda que menos tenho ouvido do chamado “Big 4”. Mas nada disso me impede de reconhecer que este é um dos discos fundamentais do Heavy Metal.

Davi: Meu álbum favorito do Slayer sempre foi o Seasons In The Abyss, mas acredito que esse seja um dos melhores álbuns para representar o Slayer. Aqui, a porradaria come solta do início ao fim. Meia hora de paulada sem tempo para respirar. Dave Lombardo esmurra a bateria sem dó. A dupla Hanneman/King estraçalha as cordas da guitarra. “Angel of Death”, “Jesus Saves”, “Postmortem” e “Raining Blood” são verdadeiros hinos. Merecida sua aparição por aqui.

Eudes: Bom, numa lista metálica como esta, faz muito sentido este disco aqui. Para os padrões do estilo, é muito bem feito, tocado com fúria e marcou época. Mas, como gosto pessoal, conta muito aqui, não me pegou e acabou fora do que me agarrou pelas bitacas, musicalmente falando. Deixo os comentários aos especialistas.

Fernando: Ouço bandas fazendo disco de 60-70 minutos hoje em dia e eu só lembro de Reing in Blood. Pra que tentar aproveitar o máximo que o CD suporta hoje se você não precisa nem da metade para transmitir o que é necessário. Com seus 29 minutos de música Reing in Blood consegue transmitir toda sorte de blásfêmias, toda raiva, toda potência do metal que inspirou milhares de outras banda a serem ainda mais extremas que os californianos conseguiram nesse disco. Cada um tem seu preferido do Slayer, mas ninguém consegue dizer que não é o mais importante da banda.

Libia: Facilmente um dos melhores, e, para muitos, o melhor álbum de Thrash Metal já executado. Não obstante, não é preciso falar muito quão talentosos são os integrantes da formação original da banda. Todavia, sempre que ouço este álbum fico imaginando como o Dave Lombardo conseguiu tamanha perfeição em bateria. Quando se fala na estrondosa habilidade de Dave, em Reign in Blood ela foi elevada ao cubo. Ao ouvir “Angel of Death” pela primeira vez você pensa imediatamente “nossa! Como esses caras conseguem fazer isso? Jesus!! Ou diabo …?”, é uma música que evolui do início ao fim, após aulas de baixo alto e rápido de Tom Araya, solos e riffs destruidores de uma das melhores duplas de guitarras do estilo, e Dave dá uma demonstração de como as bandas após este álbum deveria usar bumbos duplos. Indiscutivelmente, esse álbum é nota dez em todos os seus momentos, poderíamos honrar linhas e mais linhas só para falar de cada grandiosa música. Quem nunca se pegou bangueando e fingindo tocar o riff introdutório de “Raining Blood”? Aliás, quem nunca se imaginou praticamente se mantendo numa das rodas de quando a banda toca “Raining Blood”? Uma verdadeira obra de arte from hell, divisor de águas para o estilo, influência fundamental para as demais bandas de extremo e outras que visaria velocidade. O que dizer mais deste álbum? Apenas, perfeito.

Mairon: Poucos discos tem qualidade suficiente para serem chamados de PERFEITOS, e marcarem uma década de forma unânime. Pet Sounds (Beach Boys) é o grande disco dos anos 60, Physical Graffitti (Led Zeppelin) mandou os anos 70 para espaços inimagináveis, Grace (Jeff Buckley) é uma romântica flor de lótus entre tanta baboseira lançada nos anos 90, 4 (Los Hermanos) é a mais alegre tristeza que já foi registrada nos anos 2000, e Reign in Blood é simplesmente a maior destruição sonora que um disco faz em menos de meia hora. A pancadaria come solta em pouco menos de meia hora, o suficiente para que seu pescoço saia totalmente quebrado. O que Jeff Hanneman e Kerry King fazem nas guitarras desse disco é assombroso, e Tom Araya simplesmente mostra por que é o melhor vocalista do Thrash Metal, cantando como nunca. A performance soberana de Dave Lombardo atrás dos bumbos influenciou toda uma geração a partir de então.O disco parece uma única suíte, estraçalhando miolos com solos rápidos, escalas e passagens intrincadas, gritaria e muita velocidade. Violência, religião, morte, entre outros, são temas cuspidos e escarrados por Araya sem piedade, e numa fúria impressionante. A maturidade de jovens com no máximo 24 anos em fazer essa obra prima é algo que eu não consigo conceber. Citar uma única canção do disco é cometer injustiça, mas posso afirmar que desde o início com “Angel of Death” até o encerramento com “Raining Blood” você terá um dos momentos mais marcantes de sua vida audiófila. Escrevi um pouco mais sobre esse incrível álbum aqui, e para não me espichar mais, digo que daqui há 200 anos, Reign in Blood será tratado pelos futuros terráqueos como hoje tratamos As Quatro Estações de Vivaldi ou a Quinta Sinfonia de Beethoven: UMA OBRA-PRIMA. Ver perder para o Iron é uma das maiores vergonhas desse site, mas, já houveram piores.

Micael: Da forma que entendo, os verdadeiros fãs de thrash metal sempre tiveram a dúvida de qual é o melhor álbum do estilo: Master of Puppets do Metallica ou este terceiro registro do Slayer (talvez para confirmar isto, ambos fazem parte desta lista). Pura violência sonora em menos de trinta minutos, Reign in Blood é essencial para quem quer conhecer o heavy metal em geral, não só o thrash. Dos primeiros acordes da porradaria de “Angel of Death” à chuva de sangue ao final de “Raining Blood”, este é um álbum que tem (ou deveria ter) um lugar especial na coleção de qualquer headbanger de verdade. Na disputa aquela citada lá no início, ainda fico com Master, mas Reign não fica longe…


Bacamarte – Depois do Fim [1983] (26 pontos)

André: Continuo me impressionando cada vez mais que escuto este incrível disco do Bacamarte, que infelizmente eu não conhecia na época que votei na lista de 1983. Um disco impecável do início ao fim, as partes instrumentais só demonstram o quão bons são os instrumentistas que impressionam em todos os momentos e os vocais feitos pela incrível Jane Duboc encantam em um trabalho que transpira arte e poesia. Quem não conhece deveria agora mesmo ir atrás desta obra prima.

Daniel: Confesso que não conhecia este Depois do Fim. Uma sonoridade progressiva muito agradável em que percebi reminiscências de Renaissance, mas com inegável identidade própria. Gostei bastante de “Miragem”. Não penso que necessariamente represente a década de 1980, mas com certeza o ouvirei mais vezes.

Davi: Ainda que o álbum só tenha sido lançado em 83, O Bacamarte teve seu início ainda nos anos 70. As bandas brasileiras dessa época costumavam usar referências do rock progressivo. Com eles não foi diferente. É inegável a influência de grupos como Genesis e Renaissance nesse trabalho. O CD é bacaninha, muito bem feito, ainda tem como um plus o belo trabalho vocal da respetadíssima Jane Duboc, mas considero sua aparição aqui um tanto quanto exagerada. Mesmo no universo brasileiro haviam discos muito mais representativos…

Eudes: Em privado, disse ao Mairon, para horror de nosso comandante-em-chefe, que gosto muito de Depois do Fim, mas não consigo ouvir esta coisa extraordinária que todo mundo ouve. As faixas são muito boas, mas convencionais, valorizadas pela execução soberba e uma produção, para os padrões brasileiros de 40 anos atrás, state of the art. Uma bela inclusão de um álbum brasileiro, quebrando um pouco, a unilateralidade desta lista.

Fernando: É impressionante o quanto esse disco é respeitado no mundo e é praticamente ignorado aqui no Brasil. Lembro-me quando estava engatinahndo no mundo do progressivo e nas conversas que tinha com pessoas de fora (saudades Soulseek) em grupos de progressivo as pessoas falavam de Bacamarte e eu não sabia o que eles estavam falando. Quando ouvi, percebi o motivo de tanta reverência. Disco que deveria ser apresentado nas escolas.

Libia: Eu não conhecia a banda, e me aprofundar nesse disco foi uma experiencia surpreendente. Depois do Fim tem o instrumental como o maior destaque da banda, mas a voz de Jane Duboc se torna o céu em algumas partes dessa grande viagem a outro planeta. O álbum começa com “UFO” que é como um convite bem detalhado do que estar por vir, já começando com um violão intenso e impressionante de Mário Neto. “Smog Alado” e “Miragem” vem em seguida tão intensas quanto a faixa introdutória. Temos também “Pássaro de Luz”, uma balada acústica, que mostra mais do lindo vocal da Jane, e depois de muitas audições, a faixa “Último Entardecer” se tornou a minha favorita, ela é a mais longa e com muitas mudanças. As faixas do álbum flutuam, e o álbum melhora a cada escuta.

Mairon: Lembro quando o Micael conseguiu esse disco em uma fita de um CD sei lá de onde, e a ansiedade para ouvir, já que era uma das coisas mais raras que conhecíamos na época. As faixas instrumentais foram um deleite, seja pela guitarra endiabrada de Mario Neto, pela flauta de Marcus Moura ou os teclados de Sergio Villarim. Era uma novidade incrível aqueles sons saindo do cassete, mas não consegui, na época, gostar dos vocais de Jane Duboc. Os anos passaram, e comprei Depois do Fim em vinil. A cada audição, Mario Neto se tornava um dos meus ídolos, mesclando técnicas clássicas com um jeito único de tocar, dedilhando a guitarra e o violão com sabedoria e exclusivamente. Porém, as canções com Jane Duboc foram conquistando meu coração amiudamente, com a essência lírica de Jane exaltada com perfeição. Hoje, quando ouço “Smog Alado”, “Depois do Fim”, mas principalmente, a Maravilha prog “Último Entardecer“, meu corpo chega a se contorcer de prazer. Claro que “UFO” talvez seja a mais bela das faixas de Depois do Fim, que “Caño” tem uma energia absurda, que o clima oriental de “Miragem” nos coloca no meio do Deserto do Saara, mas ao invés de delirar com Oásis inexistentes, somos levados para dentro de uma casa de mil e uma noites repletas de paixão, e que a intrincação de “Controvérsia” deve ter dado muito nó na cabeça da imprensa gringa, mas só quem não tem coração pode passar despercebido emocionalmente por “Pássaro de Luz”. Ouvir e ver esse álbum na íntegra, com metade da formação que o gravou no mesmo palco, foi um dos melhores shows que já assisti, e que só me fez ver a importância de Depois do Fim para a Música Brasileira. Esses caras merecem uma estátua, e só não é o melhor disco dos anos 80 por que o que o Slayer fez em Reign in Blood é de outro mundo. Mas certamente, Depois do Fim é forte candidato a Melhor Disco Brasileiro de Todos os Tempos!

Micael: Representante solitário tanto do progressivo quanto do rock nacional nesta lista, este excelente disco me impressionou desde a primeira vez que o escutei, ainda lá no começo da década de 1990. A habilidade instrumental dos músicos e a qualidade da voz de Jane Duboc (que depois faria carreira de sucesso na MPB) tornam este um dos melhores álbuns do estilo já registrados no país. Se você for fã do progressivo clássico da década de 70, e ainda não conhece esta verdadeira “maravilha prog”, está perdendo seu tempo e fazendo um desfavor a seus ouvidos. Corrija este erro imediatamente.


Listas individuais

ANDRÉ

1. Sepultura – Beneath the Remains
2. Rush – Signals
3. Iron Maiden – Piece of Mind
4. Van Halen – 1984
5. Living Colour – Vivid
6. Black Sabbath – Mob Rules
7. Bacamarte – Depois do Fim
8. Michael Jackson – Thriller
9. Guns N’ Roses – Appetite for Destruction
10. Whitesnake – Whitesnake (1987)

DANIEL

1. Metallica – Master of Puppets
2. AC/DC – Back in Black
3. Iron Maiden – The Number of the Beast
4. U2 – The Joshua Tree
5. Bruce Springsteen – Nebraska
6. The Cult – Sonic Temple
7. Rush – Moving Pictures
8. Black Sabbath – Heaven and Hell
9. Judas Priest – British Steel
10. Mercyful Fate – Melissa

DAVI

1. Iron Maiden – The Number Of The Beast
2. Kiss – Creatures Of The Night
3. Michael Jackson – Thriller
4. Guns n Roses – Appetite For Destruction
5. AC/DC – Back In Black
6. Def Leppard – Hysteria
7. U2 – The Joshua Tree
8. Madonna – Like a Prayer
9. Dio – Holy Diver
10. Faith No More – The Real Thing

EUDES

1. Michael Jackson – Thriller
2. King Crimson – Discipline
3. The Waterboys – This Is the Sea
4. AC/DC – Back in Black
5. Os Paralamas do Sucesso – Selvagem?
6. Prince and the Revolution – Purple Rain
7. Bruce Springsteen – Nebraska
8. Titãs – Cabeça Dinossauro
9. Faith No More – The Real Thing
10. Iron Maiden – The Number of the Beast

FERNANDO

1. Iron Maiden – Seventh Son of a Seventh Son
2. Iron Maiden – The Number of the Beast
3. Metallica – Ride the Lightning
4. Marillion – Misplaced Childhood
5. Helloween – Keeper Of The Seven Keys Part II
6. Viper – Theatre of Fate
7. Guns N’ Roses – Appetite For Destruction
8. Rush – Moving Pictures
9. AC/DC – Back in Black
10. Slayer – Reign in Blood

LIBIA

1. Black Sabbath – Heaven and Hell
2. Judas Priest – Defenders of the Faith
3. Deep Purple – Perfect Strangers
4. Iron Maiden – The Number of the Beast
5. Dio – Holy Diver
6. Ozzy Osbourne – Blizzard of Ozz
7. Manowar – Into the Glory Ride
8. Accept – Balls to the Wall
9. Scorpions – Blackout
10. Rush – Moving Pictures

MAIRON

1. Slayer – Reign in Blood
2. Bacamarte – Depois do Fim
3. Black Sabbath – Heaven and Hell
4. Madonna – Like a Prayer
5. Rush – Permanent Waves
6. Whitesnake – Whitesnake (1987)
7. Kiss – Music from “The Elder”
8. Possessed – Seven Churches
9. Iron Maiden – Somewhere in Time
10. Helloween – Keeper of the Seven Keys Part II

MICAEL

1. Guns N’ Roses – Appetite for Destruction
2. Metallica – Master of Puppets
3. Faith No More – The Real Thing
4. Rush – Permanent Waves
5. Legião Urbana – Dois
6. U2 – The Joshua Tree
7. Iron Maiden – Seventh Son of a Seventh Son
8. Rush – Moving Pictures
9. Pixies – Doolittle
10. Ozzy Osbourne – Blizzard of Ozz


DISCOS ELEITOS ENTRE 1980 E 1989

AC/DC – Back in Black
Accept – Restless and Wild
Accept – Balls to the Wall
Aerosmith – Pump
Anihilated – The Ultimate Desecration
Anthrax – Spreading the Disease
Anthrax – Among the Living
Bacamarte – Depois do Fim
Black Flag – Damaged
Black Sabbath – Heaven and Hell
Black Sabbath – Mob Rules
Black Sabbath – Born Again
Bon Jovi – New Jersey
Bon Jovi – Slippery When Wet
Bruce Springsteen – The River
Bruce Springsteen – Nebraska
Bruce Springsteen – Born in the USA
Candlemass – Epicus Doomicus Metallicus
Candlemass – Nightfall
Celtic Frost – To Mega Therion
Celtic Frost – Into the Pandemonium
Cock Sparrer – Shock Troops
Dark Star – Dark Star
David Lee Roth – Eat ‘em and Smile
David Bowie – Scary Monsters (and Super Creeps)
David Bowie – Let’s Dance
Death – Scream Bloody Gore
Deep Purple – Perfect Strangers
Def Leppard – Hysteria
Descendents – Milo Goes to College
Dinosaur Jr. – You’re Living All Over Me
Dio – Holy Diver
Dio – The Last in Line
Dire Straits – Brothers in Arms
Dokken – Under Lock and Key
Exodus – Bonded By Blood
Faith No More – The Real Thing
Guns N’ Roses – Appetite for Destruction
Helloween – Keeper of the Seven Keys, Part I
Helloween – Keeper of the Seven Keys Part II
Ira! – Vivendo e Não Aprendendo
Iron Maiden – Iron Maiden
Iron Maiden – Killers
Iron Maiden – The Number of the Beast
Iron Maiden – Piece of Mind
Iron Maiden – Powerslave
Iron Maiden – Somewhere in Time
Iron Maiden – Seventh Son of a Seventh Son
Journey – Escape
Joy Division – Closer
Judas Priest – British Steel
Judas Priest – Screaming for Vengeance
Judas Priest – Defenders of the Faith
King Crimson – Discipline
King Diamond – Abigail
Kiss – Music from “The Elder”
Kiss – Creatures of the Night
Kiss – Lick It Up
Legião Urbana – Dois
Living Colour – Vivid
Madonna – Like a Prayer
Manowar – Battle Hymns
Manowar – Into the Glory Ride
Marillion – Fugazi
Marillion – Misplaced Childhood
Marillion – Clutching at Straws
Megadeth – Peace Sells… But Who’s Buying?
Megadeth – So Far, So Good… So What!
Mercyful Fate – Melissa
Mercyful Fate – Don’t Break the Oath
Metallica – Kill ‘em All
Metallica – Ride the Lightning
Metallica – Master of Puppets
Metallica – … And Justice for All
Michael Jackson – Thriller
Minutemen – Double Nickels on the Dime
Morbid Angel – Altars of Madness
Mötley Crüe – Too Fast for Love
Mötley Crüe – Dr. Feelgood
Os Paralamas do Sucesso – Selvagem?
Overkill – Taking Over
Ozzy Osbourne – Blizzard of Ozz
Ozzy Osbourne – Diary of a Madman
Ozzy Osbourne – Bark at the Moon
Ozzy Osbourne – The Ultimate Sin
Pink Floyd – The Final Cut
Pixies – Surfer Rosa
Pixies – Doolittle
Possessed – Seven Churches
Pretty Maids – Future World
Prince and the Revolution – Purple Rain
Queensrÿche – The Warning
Queensrÿche – Rage for Order
Queensrÿche – Operation: Mindcrime
Ratos de Porão – Brasil
RPM – Revoluções por Minuto
Riot – Thundersteel
Rush – Permanent Waves
Rush – Moving Pictures
Rush – Signals
Sepultura – Beneath the Remains
Scorpions – Blackout
Scorpions – Love at First Sting
Skid Row – Skid Row
Slayer – Show No Mercy
Slayer – Hell Awaits
Slayer – Reign in Blood
Slayer – South of Heaven
Sonic Youth – Daydream Nation
Talking Heads – Remain in Light
Testament – The New Order
The Cult – Love
The Cult – Sonic Temple
The Jesus and Mary Chain – Psychocandy
The Replacements – Let It Be
The Smiths – The Queen Is Dead
The Waterboys – This Is the Sea
Titãs – Cabeça Dinossauro
Triumph – Allied Forces
Tom Waits – Rain Dogs
Tygers of Pan Tang – Spellbound
U2 – War
U2 – The Joshua Tree
Ultraje a Rigor – Nós Vamos Invadir a Sua Praia
Van Halen – 1984
Van Halen – 5150
Venom – At War With Satan
Viper – Soldiers of Sunrise
Viper – Theatre of Fate
W.A.S.P. – The Headless Children
Whitesnake – Ready an’ Willing
Whitesnake – Whitesnake (1987)
Yes – Drama
Yngwie J. Malmsteen’s Rising Force – Rising Force
Yngwie J. Malmsteen’s Rising Force – Marching Out

42 comentários sobre “Melhores de Todos os Tempos: Anos 80

    1. São discos muito bons para os seus anos, mas para a competição da década acho que complica.

  1. Minha dor maior é não ter um único Rush na lista. Assim como ocorreu com o Sabbath na década anterior, todos votaram em discos diferentes e bem no fim não entrou nenhum.

    1. O Rush e a Madonna sao as maiores ausências pra mim no ponto de vista pessoal, mas o Helloween eu dava certo q entrava

  2. Bem, olhando por cima, me surpreendi pela ausência do Rush e do Holy Diver. Dentro dos padrões da Consultoria, uma boa lista

    Meu hipotético Top 10

    1) Metallica – Ride the Lightning
    2) Mercyful Fate – Melissa
    3) Marillion – Misplaced Childhood
    4) Iron Maiden – Piece of Mind
    5) Scorpions – Blackout
    6) Rush – Permanent Waves
    7) Megadeth – Peace Sells… but Who’s Buying?
    8) Black Sabbath – Mob Rules
    9) Candlemass – Nightfall
    10) Faith No More – The Real Thing

    Talvez metálica em demasia minha lista, mas das opções disponíveis fora da seara hard/heavy, não vejo muita coisa que me instiga

    1. O mob rules eh um baita disco, mas a pegada do Ward pra mim da um up muito maior ao heaven and hell

      1. Hoje minha predileção é mais pelo Mob Rules por questão de “frescor” mesmo, por ter ouvido bem mais o Heaven and Hell, o Mob é menos “manjado” aos meus ouvidos, por assim dizer

      2. Parece que o mesmo efeito ocorreu comigo. Também escutei muito o Heaven and Hell que hoje acabo gostando mais do Mob Rules.

  3. Dez para um ano já é complicado, pra década então…

    Felizmente, únicas escolhas questionáveis foram o Heaven and Hell (lugar do Black Sabbath é nos anos 70), Bacamarte (novamente votantes forçando progressivo… se fosse pra entrar um representante nacional, que fosse Arrigo Barnabé – infelizmente não elegível) e Seventh Son (se era pra entrar outro Maiden, que fosse um com Di’Anno, pois aí a sonoridade de fato era bem mais diferente… ao menos vai deixar o tal Igor depressivo).

    Ao contrário do fã do disco grunge do KIss (que teve a coragem de votar no disco prog ruim do Kiss), acho sim que daria pra fazer uma lista predominantemente metálica e ainda representativa, pois foi o período que o estilo desabrochou tanto no mainstream como no underground. Thrash, death, black, industrial, doom, heavy, power… muita coisa. Tanto que Metallica e Slayer são do mesmo estilo, mas nem de longe podem ser tachadas de “a mesma coisa”.

    Apesar de achar que a fixação pela Madonna é mais fetiche do que música aqui (tanto que votaram no pior disco dela na década), é indiscutível o impacto dela na década, e poderia se discutir se ela, Kate Bush (não elegível, infelizmente) ou Prince (felizmente lembrado pelo Eudes) não são musicalmente mais amplos que o Michael Jackson, mas Thriller não tem como desviar. Mesma coisa com AC/DC e representantes do rock, mas Back in Black por um tempo foi o disco mais vendido de sempre também.

    Rock alternativo foi a ausência sentida.

    1. Vou te dar um aviso aqui.

      Suas críticas quanto as escolhas ou a lista são válidas e ninguém aqui do site reclamaria disso. Porém, uma coisa que tem me incomodado em suas postagens.

      A gente já entendeu que você é um hater do Mairon.

      O Mairon, inteligentemente, te ignora. Porém, a impressão que venho tendo é que você está provocando mais e mais apenas para gerar mais algum flame inútil e daí “comprovar” o seu hate por ele. É verdade? Não é verdade? Não importa. Essa é a impressão que passa.

      Essa é a sua última mensagem de provocação ao Mairon. Atenha-se ao tópico, critique a vontade, fale mal dos discos ou das escolhas, o que for. Mas das suas 28 postagens aqui, mais da metade tem uma provocação ou alfinetada nele. Como eu disse naquela postagem anterior, esta é a nossa casa da qual deixamos o portão aberto para você entrar, sentar no sofá e debater música. Agora se você se incomoda e fica falando mal a todo momento de um ou mais moradores da casa, não será mais bem vindo.

      Caso isso não ocorra, suas mensagens vão para o ralo. Aviso dado, depois não diga que não te alertaram antes.

      1. Não posso odiar quem não conheço. Critico escolhas, e não é minha culpa se o dito cujo se contradiz mais facilmente – vários outros “consultores” já mencionaram isso. O máximo de “ofensa” de minha parte foi chamar de arrogante, pelo que vejo dos comentários do mesmo. É verdade? Não é verdade? É a impressão que passa. Bastava argumentar o oposto.

        Na lista de 2010, por exemplo, critiquei outras coisas que julgo erradas e não o mencionei. Ao contrário do que possam assumir, não perco meu sono com as postagens aqui, só tento dar um ponto de vista.

      2. Cara, eu já estou nessa há muito tempo, essa desculpa de “critico escolhas e não o sujeito” é só uma velha forma de incomodar os outros normalmente tentando burlar as regras de fóruns e comunidades principalmente de moderações frouxas.

        “Seus posts são estúpidos, sua escrita é arrogante, suas escolhas são imbecis e seus gostos são ultrapassados, mas que fique bem claro que não estou lhe ofendendo, longe de mim fazer isso”.

        Logo, também não perderá seu sono se parar com as provocações ao Mairon. Aviso novamente reforçado e não irei mais discutir isso contigo.

      3. Você está tomando uma dor que não existe, baseado na sua “experiência” em fóruns – não à toa, até usou esses termos tipicamente “channer”, como diz meu afilhado.

        Critiquei contradições nas escolhas, sim. Mas não se trata de perseguição (vide que outra pessoa votou no disco da Madonna que citei), pode ver lá os comentários que critiquei falas de praticamente todos os participantes. Só não critiquei as suas diretamente porque nem mesmo esta atenção você merece.

        Se quanto ao Mairon a impressão que tive (repito, pode ser só impressão) é de alguém arrogante, já entendi sua laia de bolsulista logo de cara. É o tipo de sujeito que apaga comentários quando a discussão não pende pro seu lado, que tenta forçar autoridade e inclusive ofende quem discorda, como foi com o Cleibsom.

        Fique aí com “a sua casa”, “o seu sofá”.

      4. André Kaminski, o pitbull do CONSULTORIA!Cara, não sei quais experiências você teve no passado em “debates” na internet para ter a postura que tem nas respostas de alguns comentários “controversos” postados aqui, mas, isto posto, cuidado para não ver fantasmas onde estes fantasmas simplesmente não existem.

    2. Valeu por ter me citado, meu caro Jeremias… Eu realmente fiquei muito chateado com a presença de Seventh Son nesta lista, e quanto ao Maiden com Di’Anno afirmo-lhe que só gosto do Killers (1981), mais do que o primeiro bolachão deles (1980). Gosto, mas não sou grande fã do álbum, tá bom?

  4. Todos os discos da lista passaram muito bem pelo teste do tempo, mas a minha lista seria muito diferente e aí vai ela:

    1 – PUBLIC ENEMY – FEAR OF A BLACK PLANET(1990)
    2 – SLAYER – REIGN IN BLOOD(1986)
    3 – FAUSTO FAWCETT E OS ROBÔS EFÊMEROS(1987)
    4 – THE SMITHS – THE QUEEN IS DEAD(1986)
    5 – IRA! – PSICOACÚSTICA(1988) / MERCYFUL FATE – MELISSA(1983)
    6 – RATOS DE PORÃO – BRASIL(1989)
    7 – ROXETTE – LOOK SHARP!(1988) / PUBLIC ENEMY – IT TAKES A NATIONS OF MILLIONS TO HOLD US BACK(1988)
    8 – PRINCE – PURPLE RAIN(1984)
    9 – CELTIC FROST – TO MEGA THERION(1985)
    10 – RITCHIE – VOO DE CORAÇÃO(1983) / LEGIÃO URBANA – DOIS(1986)

    1. Acho que 1990 não conta, mas Public Enemy de fato marcou gerações… não ouço rap, mas onde morava eles e o Racionais eram constantes nos falantes.

  5. Mais uma lista para relembrarmos os melhores momentos das listas de “Melhores de Todos os Tempos” aqui da Consultoria do Rock feitas no passado, agora focando a década de 1980, a chamada “década dourada”. Segue-se aí as minhas opiniões a respeito de alguns discos escolhidos aqui. Vamos lá!

    Vou começar com BACK IN BLACK (AC/DC) = O disco mais vendido do rock em todos os tempos, e que recentemente completou 40 anos de lançamento no mês passado, sendo assim o disco quarentão de maior impacto em 2020. Quem é fã dos australianos sabe de toda a história por trás dessa maravilha: a morte de Bon Scott, a chegada de Brian Johnson para ocupar o lugar dele, o lançamento estrondoso do álbum, que até hoje continua a vender bem e a fazer sucesso em todo o mundo, e seu enorme legado até hoje mantido em diversas gerações e culturas. Enfim, Back in Black é um disco que eu aprecio bastante por todas as suas conquistas obtidas com muito merecimento pelo grupo, nos ensinando a cada nova audição de que o “rock and roll não é poluição sonora”. Por tudo isso, ele merecia, por mim, ocupar a primeira colocação da lista de 1980, e não o Black Sabbath com seu Heaven and Hell, já que o AC/DC ganhou a medalha de prata. Nada mal. Deixo aqui meus parabéns ao Back in Black pelos seus 40 anos de história! Clássico absoluto que dispensa qualquer tipo de apresentações!

    THRILLER (Michael Jackson) = Quinto colocado da lista de 1982, por mim merecia ganhar a primeira posição daquela lista, e não o Iron Maiden com The Number of the Beast (falarei dele já, já). Esse é daqueles álbuns que ultimamente não estou mais ouvindo por razões óbvias (claro, antes já o ouvia constantemente), mas que continua sendo o maior best-seller da história da música no geral. Por consagrar definitivamente a carreira de Michael Jackson e por tudo o mais que representou e representa até hoje, Thriller merece sim estar não só nesta lista, mas em qualquer lista de melhores álbuns de todos os tempos, não importa o ano ou o estilo musical. Recentemente só estou ouvindo o Off the Wall (de 1979 – quinto colocado da lista da Consultoria), por contar com músicas mais empolgantes e que me agradam mais do que as de Thriller. É uma pena que depois disso, MJ começaria a fazer suas doidices que lhe renderiam enormes polêmicas mundo afora (como aquela ridícula ideia em querer passar de negro para branco, por exemplo), mas isso não vem ao caso…

    MASTER OF PUPPETS (Metallica) = Primeiro colocado da lista de 1986. Comentar sobre o Metallica hoje é falar de polêmica, pois trata-se de um grupo que muito deu o que falar no cenário do rock/metal desde seu surgimento na década de 1980 e também refletido em sua discografia. Minha fase preferida da banda é baseada em seus quatro primeiros discos (de 1983 á 1988), que mostram aquilo que o Metallica sabia fazer de melhor na época: thrash metal da melhor qualidade, que fez da banda o ícone-mor do gênero nos Estados Unidos, país natal deles. Desses quatro petardos, o meu favorito é sem dúvida esta maravilha de 1986, que representa o aperfeiçoamento do que foi mostrado nos dois discos anteriores: o debut Kill ‘Em All, segundo colocado de 1983 (já começaram com tudo) e o sucessor Ride the Lightning, primeiro colocado de 1984 (visto por mim como o “patinho feio” dos quatro primeiros álbuns do grupo, mas que trouxeram várias inovações para o som deles). Mas foi com Master of Puppets que o Metallica se tornou de vez o líder do heavy/thrash metal em 1986, e continuaram assim até a morte do gênio do baixo Cliff Burton ocorrida no mesmo ano. O álbum seguinte, And Justice for All (1988 – se alguém souber que posição ele ficou na lista feita pela Consultoria, favor me informar), pra mim foi o último disco realmente bom do Metallica por marcar o fim de uma década produtiva na carreira deles, já que na década de 1990 pra frente eles mudariam muitas coisas em sua sonoridade e perderiam muitos fãs da turma de “puristas” (nos quais me incluo) ao redor do mundo, ao mesmo tempo em que ganhariam outros fãs para suas novas propostas musicais. E quanto ao Master of Puppets, vou destacar o disco inteiro e recomendar a todos para que ouçam-o no volume máximo.

    THE NUMBER OF THE BEAST (Iron Maiden) = Vencedor dessa lista dos melhores dos anos 1980, o primeiro colocado da lista que a Consultoria focando 1982 (ano em que o heavy metal passou a dominar o mundo de vez) e o disco vencedor de uma pesquisa a respeito do “melhor disco britânico em 60 anos” pelo site HMV para marcar o jubileu de diamante da Rainha Elizabeth II, o que para mim me pareceu um gigantesco exagero. Mas enfim, vamos ao disco em questão. Começo dizendo que TNOTB para mim não é o melhor do Maiden porque gosto mais de Powerslave (1984 – segundo colocado da lista feita pela Consultoria), por marcar o auge da banda na época. Mas por outro lado, admiro este álbum por ter simbolizado um importante marco na história do Maiden: a estréia do excepcional vocalista multi-facetado Bruce Dickinson (que antes cantava no grupo pouco conhecido Samson) para ocupar o lugar do problemático punk “bêbado e drogado” Paul Di’Anno (não gosto dele por conta desses tais problemas). Com isso a banda passou a adotar uma nova sonoridade que finalmente faria o Maiden famoso em todo o mundo: canções empolgantes com letras de cunho histórico vindas do baixista e chefe Steve Harris, riffs e solos harmonizados por parte de Adrian Smith e Dave Murray (antes de na virada do milênio se unirem com o palhaço do Janick Gers e formarem um trio de guitarristas, que até hoje perdura na banda), Dickinson mostrando as novas gerações como ser um grande cantor de heavy metal, com muito talento, categoria e energia nos palcos (ele também mostraria seu lado “compositor” um ano depois), mais a bateria enérgica e caprichadíssima do saudoso e inesquecível Clive Burr em sua última empreitada com o Maiden, já que no lugar dele viria, em 1983 (ano de Piece of Mind – terceiro colocado de seu respectivo ano e o disco preferido da minha mãe), o sofisticado (e brincalhão nos bastidores) Nicko McBrain, que até hoje está no grupo também. Tudo coroado pelas ilustrações de capa feitas pelo mago Derek Riggs (criador do mascote Eddie) e pelo trabalho do brilhante produtor Martin Birch, talvez em sua parceria de maior sucesso. Em suma, TNOTB é uma excelente indicação para iniciantes não apenas na obra do Iron Maiden, mas no heavy metal como um todo. Up the Irons, galera!

    Agora, tal como a lista anterior focando os anos 1970 em que a chamada “escolha da discórdia” foi Close to the Edge (Yes – campeão da lista de 1972), nesta lista dos anos 1980 temos DUAS “escolhas da discórdia”, que são Heaven and Hell (Black Sabbath – primeiro colocado de 1980) e Seventh Son of a Seventh Son (Iron Maiden – entrou na lista de 1988, só não me lembro em qual posição).

    Sobre Heaven and Hell, deixo claro que a banda de Tony Iommi nunca fez meu tipo (respeito todos os fãs que gostam do Sabbath, incluindo os nossos consultores) e sempre achei estranho a banda soar com a voz de Ronnie James Dio ao invés de Ozzy Osbourne. Para mim, totalmente fora do contexto que o Sabbath fazia na década anterior. Sem ofender, prefiro mil vezes Blizzard of Ozz (quinto colocado de 1980) e Diary of a Madman (quarto colocado de 1981), todos com o melhor guitarrista que a banda solo de Osbourne já teve: o jovem Randy Rhoads, falecido em 1982. E quanto ao Dio, acho que Holy Diver (campeão de 1983) merecia ter aparecido nesta lista para representá-lo adequadamente, ainda mais em virtude dos 10 anos de seu falecimento completados em 2020.

    E quanto ao SSOASS, eu tinha afirmado anteriormente que se ele aparecesse em uma lista como essa, eu iria me matar. Porque este é o disco que eu “menos gosto” dentre todos os que eu “menos gosto” na discografia do Iron Maiden. A pessoa que o indicou para essa lista devia se arrepender e ter escolhido um outro qualquer desta banda (Powerslave, por exemplo) ou de uma outra para ocupar o posto que este tão controverso álbum ocupa aqui. Minha implicância com SSOASS se dá por três motivos: a banda encheu totalmente seu som com teclados/sintetizadores (eles haviam antes experimentado isso moderadamente em Somewhere in Time, que foi eleito o segundo colocado de 1986), o que gerou muito “mimimi” dos fãs mais puristas da donzela; a influência do rock progressivo foi mais exagerada neste disco do que em qualquer outro e o conceito no qual o disco se baseia em suas letras não me convence muito (parecia que a trupe de Steve Harris estava querendo provocar a ala conservadora novamente, tal como fizeram em 1982 com TNOTB). Só por esses fatos negativos é que costumo não gostar de SSOASS. Me desculpem, este disco por aqui é totalmente desnecessário, nada excepcional, marcante ou qualquer outra coisa.

    Finalmente, deixo aqui algumas citações de álbuns importantes dos anos 1980 que mereciam aparecer nesta lista, além dos que eu citei anteriormente:
    – BRITISH STEEL (Judas Priest – sétimo colocado de 1980). Outro discão que completou 40 anos de lançamento em 2020, e foi o que me iniciou na obra do lendário grupo inglês de heavy metal. Com esse álbum (recheado de clássicos hinos como “Breaking the Law”, “Living After Midnight”, “United”, “Rapid Fire” e “Grinder”) passei a conhecer a história da banda comandada pelo vocalista Rob Halford e pela dupla de guitarristas Glenn Tipton e K. K. Downing, seus discos clássicos e suas mudanças sonoras com o passar dos anos somadas a chegada de outros novos integrantes. Enfim, o Judas Priest é uma banda com a qual tenho um carinho e uma admiração muito grande pela sua história e influência que exerce até hoje nas bandas mais novas de heavy metal que surgem ano após ano e discos como British Steel estão aí para comprovar isso. British Steel abriu também o caminho para os Metal Gods forjarem sua “trilogia de ouro” com Screaming for Vengeance (segundo colocado de 1982) e Defenders of the Faith (1984 – resgatado pelo Flávio Pontes, um dos chefes do site Minuto HM, em sua lista pessoal feita aqui no site), três discaços que representam a minha fase preferida do Judas. Enfim, espero ter feito a minha parte ao citar a banda por aqui!

    – BROTHERS IN ARMS (Dire Straits – oitavo colocado de 1985). O disco mais conhecido e vendido da banda de Mark Knopfler (um dos maiores guitarristas do mundo), antes de seu fim prematuro na década seguinte. Trabalho que revolucionou a comercialização do formato CD e também um dos discos mais vendidos de todos os tempos, Brothers in Arms possui os maiores hits clássicos da banda (“So Far Away”, “Money for Nothing”, “Walk of Life” e “Your Latest Trick” são alguns deles), que até hoje continuam a ser tocados nas rádios de todo o mundo, trazendo novos fãs para o Dire Straits. Será que um dia teremos uma reunião de Knopfler com seus antigos parceiros de banda?

    – RESTLESS AND WILD (Accept – nono colocado de 1982). Minha banda alemã de metal favorita. Eu citaria por aqui Balls to the Wall (minha dúvida é com o ano real de seu lançamento, se é 1983 ou 1984), mas preferi citar esta belezinha por ter sido o álbum que fez os caras explodirem em todo o mundo. O que dizer desse disco? Um petardo que contém pérolas como a faixa-título, “Fast as a Shark”, “Flash Rockin’ Man” e “Princess of the Dawn” (obrigatórias nos shows do grupo, seja na formação clássica com Udo Dirkschneider ou na formação recente do grupo com Mark Tornillo nos vocais) não pode jamais ficar de fora de uma lista como essa, principalmente com a capa que mostra o Accept tocando ao vivo do que a capa original com duas guitarras pegando fogo. Não importa, o certo é que Restless and Wild é diversão garantida para qualquer headbanger!

    – BORN IN THE USA (Bruce Springsteen – quinto colocado de 1984). O álbum mais bem-sucedido do nosso “The Boss” (mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo) e para muitos o melhor do músico americano – não para mim (já que, volto a insistir, o melhor é o The River, disco duplo de 1980). Álbum que marcou o retorno dos trabalhos de Springsteen com a E Street Band após lançar dois anos antes o (na minha opinião) injustiçado Nebraska (quarto colocado de 1982), com ele fazendo todo o serviço – compondo, cantando, tocando e produzindo. Não havia como esse retorno ter sido melhor: a sonoridade que Bruce vinha desenvolvendo em seus discos antecessores ganhou uma cara mais acessível, com um acento forte de sintetizadores, como pedia a época, mas que felizmente não diminuiu a qualidade demonstrada anteriormente pelo patrão, em discos como o já citado The River, Born to Run (quinto colocado de 1975) e Darkness on the Edge of Town (terceiro colocado de 1978). A explosão comercial de Born in the USA também contribuiu para seu sucesso global, tornando-se um dos discos mais vendidos de todos os tempos e sempre muito bem cotado em qualquer lista de melhores. Os hits são muitos neste LP: a faixa-título, “Dancing in the Dark”, “Glory Days” (minha preferida do The Boss), “No Surrender” e “My Hometown” são alguns deles. Não custa citar que na edição do festival Rock in Rio em 2013, Bruce veio com sua gigantesca equipe de banda pela primeira vez ao nosso país e tocou esta pedrada na íntegra em suas turnês pelo mundo afora. Reconhecimento merecido para Born in the USA, álbum que, por mim, merecia ocupar merecidamente o primeiro lugar da lista de 1984 feita pela Consultoria (ou este ou o Powerslave), e não o Metallica com Ride the Lightning.

    – SLIPPERY WHEN WET (Bon Jovi – quinto colocado de 1986). Muitos vão odiar essa minha citação quando lerem este meu longo texto, mas decidi faze-lo por ter sido o disco em que tudo mudou para os americanos farofentos de Nova Jérsei, após lançarem dois álbuns que não obtiveram repercussão em nível mundial. Foi com esta bolacha primorosa que a coisa mudou de figura para o Bon Jovi. O disco vendeu como água (também está hoje na casa das 30 milhões de cópias), consagrou os caras como astros do hard rock do dia para a noite, e trouxe hinos como “Let it Rock”, “You Give Love a Bad Name”, “Livin’ On a Prayer”, “Never Say Goodbye” e a minha preferida do grupo: “Wanted Dead or Alive”. Jon Bon Jovi e Richie Sambora começaram aqui uma das parcerias perfeitas da década (sem menosprezar os outros três membros da banda mais o co-compositor Desmond Child e o finado produtor Bruce Fairbain, que fizeram maravilhas neste álbum). Só por esses poucos detalhes é que a minha citação a Slippery When Wet é válida, mas eu particularmente prefiro muito mais o sucessor New Jersey (1988 – não me lembro em qual posição ele entrou nessa lista).

    – ESCAPE (Journey – sexto colocado de 1981). Um marco do AOR e um clássico da década. A banda americana passou por várias mudanças antes de chegar ao som ideal, eles já haviam feito antes três discos ótimos com Steve Perry nos vocais e já emplacavam vários hits nas paradas. Mas foi com este sétimo disco de carreira que o Journey estourou no mundo todo, graças a hits como “Don’t Stop Believing”, “Stone in Love”, “Open Arms” e “Who’s Crying Now” esta última, na minha opinião, a melhor canção da banda. Uma pena que o Journey hoje seja uma daquelas bandas vistas com maus olhos pelos críticos e que até hoje não entendemos o porque… Mas fica aí a minha citação a eles com este disco histórico.

    – PUMP (Aerosmith – oitavo colocado de 1989). Cito este álbum não apenas porque não sou muito fã da banda de Steven Tyler e Joe Perry, mas por ter sido para mim, seu último grande disco. Para facilitar as palavras, seu “canto de cisne artístico”. Não que os sucessores sejam ruins, mas o certo é que depois de Pump, o Aerosmith nunca mais fez um álbum que pudesse agradar os fãs do começo ao fim, tal como fizeram antes na década anterior, por exemplo, com Toys in the Attic (1975) e Rocks (1976), que não apareceram em suas respectivas listas aqui do site. Mas voltando ao Pump, foi o disco que cravou para sempre o nome do Aerosmith na geração MTV, com seus videoclipes e singles marcantes como “Janie’s Got a Gun”, “What it Takes” e “Love in an Elevator”, aperfeiçoando o que havia sido apresentado no disco anterior, o também ótimo Permanent Vacation (1987 – alguém me fala em que posição ele entrou na lista desse ano), que simbolizou a “ressurreição” do quinteto americano graças a releitura de “Walk This Way” feita em parceria com os rappers do Run-D.M.C. no ano de 1986, que colocou o nome do Aerosmith novamente na boca da galera. Pode se dizer que o grupo cumpriu esta missão com muito sucesso!

    – LOVE AT FIRST STING (Scorpions – nono colocado de 1984). Esta é a minha “citação da discórdia” das minhas citações dos anos 1980. Cito este álbum aqui pelos fatores positivos e negativos. Começando pelos positivos: Love at First Sting foi o disco que finalmente consagrou a banda alemã de hard rock em todo o mundo, após lançarem outros ótimos discos nos anos anteriores, na fase setentista com Uli Jon Roth nas guitarras (1974-1978) e na fase de ouro dos caras, com os álbuns Lovedrive (1979), Animal Magnetism (1980) e Blackout (1982 – resgatado por Alexandre Pontes, outro chefe do Minuto HM, em sua lista pessoal feita aqui na Consultoria). E ainda trouxe várias canções marcantes que até hoje são indispensáveis nos shows do grupo, como o caso de “Big City Nights”, “Bad Boys Running Wild”, “I’m Leaving You” e “Rock You Like a Hurricane”. Neste LP, os alemães basicamente seguiram o exemplo do Def Leppard com Pyromania (1983 – não apareceu em nenhuma posição desta lista) e do próprio Judas Priest com British Steel (e também com Screaming for Vengeance) em termos de conquistar o mercado norte-americano com seu som. E eles conseguiram realizar o feito brilhantemente com o lançamento deste álbum. Agora, citarei os fatos negativos: se por um lado admiro Love at First Sting pelos fatores positivos citados anteriormente, pelo lado negativo é que o disco musicalmente não me atrai muito como os anteriores. A voz de Klaus Meine não me soa convincente neste álbum, as guitarras de Rudolf Schenker e Mattias Jabs parecem estar fora de sincronia e entrosamento em alguns momentos, e reza a lenda que Herman Rarebell (baterista e um dos membros do trio de compositores ao lado de Meine e Schenker) e o baixista Francis Bucholz não participaram das gravações do disco, sendo substituídos por outros músicos. Também contribuiu para todo esse meu descontentamento com Love at First Sting o fato de uma das músicas ter feito muito mais sucesso que as outras contidas nesta bolacha – estou falando do pecado mortal cometido pela banda nos anos 1980 que atende pelo nome de “Still Loving You”. Sim, falo da balada responsável pelo “quase-fim” de carreira dos alemães em pleno auge, e que deu a eles a fama de “traidores do rock” pelos fãs mais “puristas” da época. Talvez este seja o fato mais negativo que observo a respeito de Love at First Sting, que não é nem de longe o melhor disco do Scorpions, mas sim, um dos que mais dividem opiniões entre seus fãs e admiradores. Por isso a minha “citação da discórdia” neste meu longo comentário. Espero que os consultores me entendam…

    – LIKE A PRAYER (Madonna – sexto colocado de 1989). Essa vai para o chefão Mairon, que é fã assumido da Rainha do Pop que eu chamo hoje de “Vovó” (hehehehehehehe). Muitas das cantoras pop que temos hoje no mercado musical devem tudo a Madonna, que abriu definitivamente o caminho para este surgimento nos próximos anos. Like a Prayer é uma das provas máximas de sua relevância que até os dias de hoje exerce nas pessoas. Madonna já vinha desde 1983 lançando discos que mostraram que ela não era mais uma artista qualquer, mas foi com Like a Prayer que ela alcançou enfim o status de unanimidade máxima dentro do mundo da música mundial. Este álbum marca também uma mudança drástica nas letras da cantora, que decidiu abordar temas mais sérios, como questões familiares e pessoais de sua vida. Tal mudança se mostrou muito importante para o sucesso que Like a Prayer obteve mundialmente com méritos. Até hoje me emociono com a história por trás deste álbum que Madonna dedicou-o em memória de sua mãe, que faleceu quando ela tinha apenas cinco anos de idade. E tem mais um pouco dessa e de outras histórias de Madonna aqui na Consultoria!

    E não vou citar Roberto Carlos e Richard Clayderman porque eu citei eles nos meus comentários da lista anterior, mas vou citar, agora sim, o Bezerra da Silva (diretamente da Gravadora Cometa, do Sílvio Santos) com o álbum Malandro Rife (1985). Na minha opinião o melhor disco da discografia do saudoso sambista, sem menosprezar tudo o que ele lançou, antes de falecer nos anos 2000. Presença obrigatória nos churrascos de domingo, a obra do Bezerra é essencial. Um cara que sempre se mostrou antenado com a política brasileira em suas letras, costumo dizer que se Bezerra estivesse vivo ainda hoje, ele apoiaria 100% o Pres. Jair Bolsonaro. Destaques para “Bicho Feroz”, “Vítimas da Sociedade”, “Zé Fofinho de Ogum”, “Saudação ás Favelas” e “Vou Contar até Três”, mas a audição integral de Malandro Rife e também de outras obras clássicas de Bezerra é indispensável. Longa vida ao mestre Bezerra!

    Então é isso. Me perdoem se me alonguei muito, mas precisei fazer isso para tentar preencher boa parte do tempo aqui na Consultoria. Afinal, o visitante (ou o freguês) sempre tem razão por aqui! Valeu, turma!

    1. Valeu pelo cometário Igor. Infelizmente perdemos a lista de 1988, e sendo assim, não sabemos qual a posição de And Justice for all. Uma lástima

      1. Nem do New Jersey, nem do SSOASS, nem do And Justice for All… Que lástima a lista de 1988 ter sido perdida… Mas tá valendo!

      2. Considerando a postagem do Facebook na época, com as bandas sendo tageadas na ordem respectiva das posições (Do 1° ao 10°), a lista de 1988 seria essa:
        1) Queensrÿche – Operation: Mindcrime
        2) Helloween – Keeper of the Seven Keys: Part II
        3) Slayer – South of Heaven
        4) Metallica – …And Justice for All
        5) Iron Maiden – Seventh Son of a Seventh Son
        6) Living Colour – Vivid
        7) Pixies – Surfer Rosa
        8) Bon Jovi – New Jersey
        9) Testament – The New Order
        10) Sonic Youth – Daydream Nation

        (Link da postagem na época: https://m.facebook.com/consultoriadorock/photos/a.276281405805025/604298533003309/?type=3&source=54 )

      3. Bah raphael, que legal. Obrigado por esse link, apesar de não termos a matéria. Mas fica a ordem. Vlw

    2. CORREÇÃO: “Vencedor dessa lista dos melhores dos anos 1980, o primeiro colocado da lista que a Consultoria elaborou focando 1982 (ano em que o heavy metal passou a dominar o mundo de vez)…”

  6. Bacamarte achei forçado (é um puta disco, mas entraria numa lista minha só se a década de 70 durasse uns 15 anos). No mais é aquela compulsão metaleira, como se os 80 se resumisse nisso. E eu sim sou um hater do Mairon, esse gaúcho cueca de couro.

    1. Como o sócio, agora internacional, Marco Gaspari odeia o Mairon, eu vou odiar também…só pra constar.

      1. Eudes, vc que está cuidando da ASPABROMI agora? Como estão as associações? Estou pensando em entrar como inquilino agora, e não mais como vedete das apresentações noturnas. Desde que o Marco abriu a ASPABROMI AUSTRALIAN, minhas performances não fazem mais sentido. Ainda mais online …

      2. Um ornitorrinco me contou que o Gaspari anda em conversações para ressuscitar o Men at Work, só para se vingar dos detratores da banda.

    2. Aproveitei minha estada na Austrália antes da pandemia para adiantar conversações sobre a volta do Men at Work. O problema é que dois integrantes da banda fizeram operação de troca de sexo e eles estavam cogitando mudar o nome para Transmen at Work. É um impasse, mas enquanto aguardamos alguma novidade, aproveitei e lancei um disco duplo só com outakes e demos do hit Who Can It Be Now. Um must para fãs da banda como o Eudes Baima, que está ficando famoso nos karaokês de Fortaleza devido às suas interpretações de sucessos do Barry Manilow.

  7. Eu não quero cair na tentação de colocar dois, talvez três Springsteen no mesmo ano, então decidi impor-me a regra de não repetir artista. Sendo assim, essa seria minha lista, totalmente pessoal e sem compromisso algum que não seja com meu deleite auditivo. Ah, sem ordenar por preferência também. Quem sabe os ordeno em outro momento, mas, por ora, vai alfabeticamente mesmo.

    Bruce Springsteen – Born in the USA
    Candlemass – Nightfall
    Celtic Frost – To Mega Therion
    Death – Scream Bloody Gore
    Guns n’ Roses – Appetite for Destruction
    Iron Maiden – Killers
    Journey – Escape
    Metallica – Ride the Lightning
    Morbid Angel – Altars of Madness
    Queensrÿche – Operation: Mindcrime

    1. Lembrei-me recentemente que, em determinada época da série, costumava fazer uma lista complementar apenas com metal extremo. Considerando que os anos 1980 já foram bastante prolíficos nesse sentido, achei interessante dar uma pesquisada e juntar dez que julguei dignos de algo assim, sem me preocupar se os álbuns estão elencados como elegíveis ou não. Também não me importei em citar determinado artista mais de uma vez. Como no caso anterior, a lista é alfabética. E, claro, o que é ou não extremo fica totalmente ao meu critério.

      Celtic Frost – Morbid Tales
      Celtic Frost – To Mega Therion
      Dark Angel – Darkness Descends
      Death – Leprosy
      Death – Scream Bloody Gore
      Kreator – Pleasure to Kill
      Morbid Angel – Altars of Madness
      Pestilence – Consuming Impulse
      Possessed – Seven Churches
      Sepultura – Beneath the Remains

  8. Expectativa para os anos 90. Quem vocês opinariam que ocupa primeira posição? Metallica, Guns, Nirvana e Bruce Dickinson acho que tem chances …

    1. Gostaria que fosse o Dirt do Alice in Chains, mas não creio muito nessa possibilidade. Outro postulante forte seria o Megadeth – ao menos no comparativo com o Metallica, prefiro o RIP e o Countdown ao Black Album

    2. Metallica ou Guns. Os outros dois devem entrar também em posições mais abaixo. Quanto ao restante, sem a mínima ideia.

      1. Mairon, André e Raphael, é o seguinte: Metallica, Guns e Megadeth pode até ser que tenham chances de entrar na lista da década de 1990. Sobre o Dickinson, eu só espero que não seja citado Accident of Birth (o álbum mais fraco de sua carreira solo, na minha opinião) e que The Chemical Wedding ganhe sua vaga lá. Para mim, o melhor disco dessa década foi o Painkiller, do Judas Priest. Vamos ver se os Metal Gods vão aparecer na lista dos discos dos anos 1990 com esse LP, porque nessa dos anos 1980 eles não apareceram… Felizmente eu falei sobre o British Steel em minhas citações pessoais!

  9. Listas são sempre complicadas porque partem muito do subjetivo de quem escolheu, mas apesar dos pesares, esta lista representa bem a década de 80.
    Aqui vai a minha opinião sobre os discos escolhidos:

    1)The Number of the Beast (1982) : O que falar de um disco que tem “The Number of the Beast”, “Hallowed Be Thy Name” e “22, Acacia Avenue”, sendo esta última uma forte candidata a melhor música do Maiden em todos os tempos? A empolgante “Invaders” foi a primeira música que escutei da banda em uma fita cassete lá por volta de 1999 e nunca mais fui o mesmo. Todo o disco é clássico e para os odiadores de “Gangland”, essa música é muito legal e uma das poucas composições do Clive Burr.

    2)Appetite for Destruction (1987) : Essa capa é foda e esse é um dos 5 melhores discos de hard rock de todos os tempos. Não curto mais isso igual antigamente. Porque é claro que com o tempo a banda ficou “batida” demais vivendo de passado e não produziu quase mais nada além desse álbum.

    3)Heaven and Hell (1980) : Clássico absoluto e melhor disco do Sabbath 80s ao lado de Born Again. A faixa-título é uma maravilha da humanidade! Para quem diz que a banda só presta com Ozzy tudo bem, mas o Black Sabbath tinha a necessidade de se reinventar e não ficar vivendo só de passado igual outros grupos medalhões por aí.

    4)Thriller (1982) : Apesar de achá-lo talentoso, não curto a obra de Michael. Desse disco acho legais umas quatro músicas e são elas:”Trhiller”, “Billy jean”, Human Nature” e “Beat It”.

    5)Back in Black (1980) : Obra-prima do rock! O maior problema do AC/DC é que a banda se acomodou demais depois disso e não fez mais nenhum trabalho de grande destaque.

    6)Master of Puppets (1986) : Confesso que já gostei mais desse disco um dia. Hoje o acho superestimado tanto por fãs quanto críticos. Depois da excelente dupla de abertura, o disco cai um pouco. Faixas como a melancólica “The Thing That Sould Not Be”, a repetitiva “Disposables Heroes” e “Damage Inc.” não mantém o mesmo nível de “Battery” e “Master of Puppets”. Eu ainda gosto desse disco, mas hoje prefiro mil vezes a crueza e velocidade do Kill ‘Em All.

    7)Seventh Son of A Seventh Son (1988) : Confesso que o álbum não me chamou muita atenção quando o ouvi pela primeira vez. Gostava apenas das mais conhecidas. Depois de uns tempos para cá, Seventh Son cresceu muito no meu conceito. Hoje acho que é um dos melhores ao lado de Killers e The Number…”Moonchild” tem uma introdução impressionante e toda a música é ótima. “The Prophecy” apesar de não ter refrão, é excelente. “The Clairvoyant” é perfeita. Pelo menos umas quatro faixas estão entre as melhores da carreira do Iron Maiden. O que chama bastante atenção também é a produção do álbum.

    8)The Joshua (1987) : Eu era um fã do U2 quando adolescente. Quando comprei a coletânea “The Best of 1980-1990) em fita cassete foi inexplicável a satisfação que eu tive de ouvi tantos hits grudentos do rock 80s. Quando ouvi falar que esse era o melhor disco de estúdio dos irlandeses, corri rapidinho para adquirí-lo e confesso que a decepção foi TOTAL!!! Depois da já conhecida e fenomenal trinca de abertura com “Where the Streets…”, “I Still Haven’t Found…” e “With or Without You”, passando pela obscura “Bullet the Blue Sky”, o disco desce ladeira abaixo, tendo apenas “Exit” de boa no lado B, inclusive essa ganhou uma versão do Anthrax. Os meus heróis dos anos 80 não foram mais os mesmos. Hoje vejo U2 como uma banda de “sucessos” e que se perdeu com músicas chatinhas nos anos 90. Born in the USA (Bruce Springsteen) e The Queen is Dead (The Smiths) na minha opinião seriam muito melhores do que o U2 para essa lista.

    9)Reign in Blood (1986) : Não tem Master of Puppets certo, Reign in Blood é o MELHOR DISCO DE THRASH METAL DE TODOS OS TEMPOS E COM LETRAS MAIÚSCULAS AINDA!!! “Necrophobic” tem uma violência incrível! Som do apocalipse com aquela chuva no final…Álbum inesquecível!

    10)Bacamarte – Depois do Fim : Nunca tinha escutado, estou ouvindo agora mas não posso opinar rsrs

    No mais, o rock 80s está bem representado na lista dos consultores.

    Aqui vai a minha lista dos 20 discos mais representativos do anos 80 (dos que eu conheço):

    1)The Smiths – The Queen is Dead (1986)
    2)Rush – Moving Pictures (1981)
    3)AC/DC – Back in Black (1980)
    4)Iron Maiden – The Number of the Beast (1982)
    5)Dire Straits – Alchemy (1984)
    6)Slayer – Reign in Blood (1986)
    7)Tear for Fears – Songs from the Big Chair (1985)
    8)Black Sabbath – Heaven and Hell (1980)
    9)Bruce Springsteen – Born in the U.S.A. (1984)
    10)Guns N’ Roses – Appetite for Destruction (1987)
    11)The Cult – Love (1985)
    12)Metallica – Kill ‘Em All (1983)
    13)Joy Division – Closer (1980)
    14)Faith No More – The Real Thing (1989)
    15)Motörhead – No Sleep ‘Til Hammersmith (1981)
    16)A-Ha – Hunting High and Low (1985)
    17)Mercyful Fate – Melissa (1983)
    18)Van Halen – 1984 (1984)
    19)The Cure – Seventeen Seconds (1980)
    20)Dorsal Atlântica – Antes do Fim (1986)

    1. Sim, Renan… Concordo com suas opiniões sobre Master of Puppets, TNOTB, Thriller e Back in Black, mas uma das minhas dúvidas é a respeito de Heaven and Hell – se o Black Sabbath com Dio realmente vale a pena estar nessa lista, de minha parte eu acho que não, já que eu gosto muito mais dos dois primeiros bolachões de Ozzy Osbourne (Blizzard e Diary). Não curto muito o U2, Slayer, Guns e o Bacamarte eu ainda não ouvi.

      Agora a grande “polêmica” dessa lista é realmente com o Seventh Son – várias vezes deixei bem claro por aqui que não gosto desse disco do Maiden e acho sua presença realmente desnecessária nesta lista, já que TNOTB é mais que o suficiente. Se é para entrar um outro disco deles, que fosse Killers, Powerslave ou qualquer outro que não fosse o Seventh Son, mas parece que quase ninguém compreende as minhas opiniões e sugestões aqui neste site… Queria mesmo era que outro disco ocupasse a sétima posição caso não fosse o Maiden, são muitos os exemplos: British Steel, Born in the USA, Holy Diver (ou The Last in Line), Brothers in Arms, Restless and Wild (ou Balls to the Wall), Slippery When Wet, Like a Prayer, Pump, Purple Rain ou quem sabe um Love at First Sting seriam bem mais dignos de ocupar a posição 7 nessa lista do que o Seventh Son. Enfim, vamos esperar a lista dos anos 1990 para ver se vai entrar algum álbum que eu considero “polêmico” para depois descer a lenha nele… Espero que não, rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs

      1. Olha Igor, eu acho sem sentido alguém dizer que Black Sabbath é só com Ozzy. O Grupo já estava acabado em 78 e precisava se renovar. Ozzy partiu para carreira solo. E o Sabbath não poderia ser um clone dos anos 70. Iommi e Cia não mereciam ficar presos ao passado. Com Heaven and Hell o grupou inovou e arrebatou muitos fãs, inclusive gente que não gostava da banda com Ozzy. Se o Black Sabbath tem tantos fãs aqui no Brasil, uma grande parte disso se deve aos discos dos anos 80 especialmente Heaven and Hell e Born Again. Eu curto Black Sabbath em todas as fases, mas se fosse depender apenas da fase Ozzy, o Sabbath estaria uns degraus abaixo do gigante que é.

        O melhor disco de Ozzy Osbourne é de longe Blizzard of Ozz. Depois de Diary…Ozzy só gravou discos medianos. Ozzy foi um cara de sorte, pois sempre teve grandes músicos e compositores ao seu lado mas não pagava devidamente os direitos autorais dos coautores de suas músicas.

        Eu também já tive essa mesma impressão sua sobre o Seventh Son. Mas hoje o disco cresceu no meu conceito. Algumas das melhores composições do Maiden estão nele e o som é brilhante. Escute Moonchild, Infinite Dreams, The Prophecy e The Clairvoyant com mais atenção. Sobre dois discos do Maiden, isso foi por causa da votação mas também comprova a importância do grupo assim como o Led Zeppelin na lista de 70.

  10. Olha Renan, entre a carreira solo do Madman e o Black Sabbath sem ele, eu logicamente prefiro a primeira opção. Blizzard e Diary são obras-primas, e Ozzy também fez discos legais nos anos seguintes, sempre com grandes músicos ao seu lado (por exemplo, No More Tears, de 1991, é um clássico). Mas de lá pra cá ele está meio que caducando em seus discos mais recentes, ao contrário de outras bandas veteranas, como o Judas Priest, por exemplo, que até hoje está tinindo. Compreendo totalmente sua opinião sobre a fase do Sabbath com Dio, mas ainda sim me soa estranha se comparada com a fase com Ozzy, não levando em conta as fases com outros vocalistas e formações diferentes. Tal como o caso de Ozzy, também prefiro a carreira solo do Dio, e olhe lá!

    Sobre o Seventh Son eu volto a dizer que não gosto deste álbum do Maiden da mesma maneira que não gosto de The Lamb Lies Down on Broadway, do Genesis. Já tentei ouvir atentamente por várias vezes mas mesmo assim não gosto. O conceito de Harris é bem esquisito (Dickinson e Smith deram uma ajudazinha ao patrão maluco em metade do disco), as letras são bem polêmicas e todas aquelas coisas que disse antes fizeram com que eu me afastasse deste álbum. Acho que eu devo ser um dos poucos ou muitos admiradores (não fãs) do Maiden que não gostam muito do Seventh Son e não concordo que ele seja tão representativo ou importante para a trajetória deles como foram Powerslave e The Number of The Beast, na década de 1980, e mais alguns outros discos que vieram depois. Merecia sim ser substituído por qualquer um dos outros discos que eu citei anteriormente.

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