Broken Jazz Society – Gas Station [2016]

Broken Jazz Society – Gas Station [2016]

Por Micael Machado

Formado na cidade mineira de Uberaba em 2013, o trio Broken Jazz Society (composto por Mateus Graffunder nos vocais e guitarra, João Fernandes no baixo e Felipe Araújo na bateria) lançou no ano seguinte seu primeiro registro, Tales From Purple Land, e, agora em 2016, solta o EP Gas Station, que serve como aperitivo para o segundo disco de estúdio. Se o novo álbum seguir a linha da faixa título deste item, os fãs podem esperar por muita coisa boa vindo por aí!

O próprio grupo rotula seu estilo como “stoner rock“, mas a sonoridade dos rapazes vai bem mais além do que a mera cópia dos riffs imortalizados pelo Black Sabbath na década de 1970, coisa que muitas bandas do estilo se limitam a fazer. No caso do BJS, a palavra “jazz” no nome da banda pode levar a expectativas errôneas sobre o tipo de música que os mineiros fazem, mas serve para lembrar que, assim como o tradicional estilo que lhe empresta o epíteto, a música do Broken Jazz Society também não precisa ser limitada pelas convenções do nicho sonoro onde se abrigam. “Gas Station”, a música, apesar de começar com um belo riff arrastado e de afinação baixa, como manda a cartilha do Stoner (e que remete ao Corrosion of Conformity da fase Deliverance / Wiseblood), logo ganha ares mais variados, possuindo um refrão bem mais animado que 90% das músicas de seus colegas de estilo. Os vocais de Graffunder podem causar certa estranheza no começo, sendo um pouco mais agudos que o comum em bandas deste gênero, mas se deixam ouvir sem dificuldades depois que nos “acostumamos” a ele. O bom nível da gravação (feita na própria cidade natal dos músicos, com a produção de Ricardo Barbosa e mixagem e masterização a cargo de Gustavo Vazquez, que já trabalhou com bandas como Uganga e Hellbenders) também ajuda no impacto que a faixa causa, dando uma boa impressão do trabalho do trio logo no início da audição além da mesma ter ganho um vídeo clipe de divulgação muito bem feito, e que agrega bastante à sonoridade da canção.

O trio Broken Jazz Society em cena do clipe da música “Gas Station”

“Mean Machine”, a faixa que encerra o EP, pode ser qualificada como uma semi-balada, fugindo um pouco do stoner tradicional e agregando algo de southern rock à sua melodia, mostrando mais uma vez que, na hora de compor suas canções, o trio não se limita às convenções do gênero que decidiram abraçar. O refrão mais energético surge como um contraponto ao ritmo calmo das estrofes, em uma composição que tem tudo para agradar quem é fã das saudosas baladas das bandas do hard rock oitentista, desde que o peso da guitarra não lhes assuste ou espante.

No meio das duas faixas citadas, fechando o track list deste EP (cujo único problema está justamente em sua curta duração, de pouco mais de onze minutos), temos “Riot Spring”, uma regravação da faixa de mesmo nome presente no debut. Mais arrastada e soturna que as demais, mas com um refrão rápido e empolgante, a canção dá destaque ao peso do baixo de João Fernandes, além de contar com um solo final por parte de Mateus que causará empolgação aos fãs do instrumento. A música também ganhou um vídeo de divulgação (bastante elaborado, diga-se de passagem), e é mais uma faixa de destaque no repertório de Gas Station.

Broken Jazz Society: João Fernandes (baixo), Felipe Araújo (bateria) e Mateus Graffunder (vocais e guitarra)

Particularmente, sou um grande apreciador do gênero Stoner (ou retro rock, como alguns preferem chamar), e descobrir um talento do estilo surgido aqui no Brasil é bastante agradável, pois não conheço tantos nomes relevantes desta vertente no nosso país. Se o próximo full lenght tiver a mesma qualidade deste EP, o Broken Jazz Society tem tudo para cravar seu nome dentre os principais do estilo no Brasil, e deverá colher excelentes frutos ao longo de sua trajetória! Vamos esperar e conferir!

Track List:

01. Gas Station

02. Riot Spring

03. Mean Machine

 

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