Review Exclusivo: Queensrÿche & Fates Warning (São Paulo, 14 de abril de 2012)

Review Exclusivo: Queensrÿche & Fates Warning (São Paulo, 14 de abril de 2012)


Por Eduardo Luppe
Fotos: Eduardo Luppe
Quatro anos após sua última passagem por São Paulo, os norte-americanos do Queensrÿche voltaram ao Brasil para comemorar seus 30 anos de carreira, juntamente com seus bons amigos do Fates Warning, que ainda por cima trouxeram uma uma surpresinha a mais: Mike Portnoy no comando das baquetas.
Devido ao fato do show do cantor Sebastian Bach (ex-Skid Row) ter ocorrido no mesmo dia, confesso que, ao chegar no HSBC Brasil – casa de espetáculos localizada na capital paulista -, pensei que ocorreria mais um daqueles fiascos de público com o qual estamos acostumados, pois a quantidade de pessoas que ali transitavam e esperavam pela abertura do local era surpreendentemente baixa. Entretanto, logo isso foi desmentido pela massiva invasão de headbangers casa adentro.
Frank Aresti em ação

Com um pequeno atraso, os também norte-americanos do Fates Warning entraram em cena desfilando seu repertório com muita técnica e precisão, deixando surpresos os fãs que ali estavam, tamanho o grau de profissionalismo dos músicos. A apresentação começou com a bombástica “One”, seguida pelas excelentes e clássicas “Life in Still Water” e “A Pleasant Shade of Gray, Part III”. A admiração do público frente ao entrosamento de Jim Matheos (guitarra) e Frank Aresti (guitarra) era perceptível, ou seja, todos ali embasbacados com a avalanche de notas que os dois despejavam música após música. 

O set list contou ainda com “Heal Me”, “Pieces of Me”, “Another Perfect Day”, “The Ivory Gate of Dreams: IV”, “A Pleasant Shade of Gray, Part XI” e chegou à trinca mais que esperada pelos fãs da banda: “The Eleventh Hour”, “Point of View” e “Through Different Eyes”, tudo sem um segundo de pausa para respirar. No encore, tocaram a contagiante “Eye to Eye”, e terminaram com a monstruosa e técnica “Monument”, na qual foi possível conferir a potente voz de Ray Alder.
O carismático Mike Portnoy
Após o término do show, posso dizer com certeza que o grande destaque da noite ficou a cargo da cozinha mais que coesa da dupla famosa Mike Portnoy (bateria) e Joey Vera (baixo). Impressionante como esses dois músicos fazem a diferença na banda, pois todas as faixas foram executadas perfeitamente, chegando a superar suas versões de estúdio, fantástico! 
Ray Alder e Jim Matheos

Passado o show do Fates Warning, subiu o backdrop do tão aguardado headliner da noite. Perto das 23h30min, o Queensrÿche subiu ao palco, iniciando a apresentação com a faixa “Get Started”, do seu mais recente álbum, Dedicated to Chaos, lançado em 2011. Importante dizer que a qualidade do som do show do Queensrÿche é absurdamente cristalina, sendo possível ouvir todos os instrumentos perfeitamente.

Queensrÿche em ação
Na sequência, a pesada “Damaged”, seguida da clássica “I  Don’t Believe in Love”, colocou casa abaixo, com os fãs indo ao delírio. Para quem já tinha visto a banda ao vivo duas vezes, sendo uma no Festival de Rock da 89FM em 1997, e outra no Credicard Hall (São Paulo) em 2008, me surpreendi novamente tamanha a habilidade vocal de Geoff Tate. O cara simplesmente é completo. Sem variações vocais, afinadíssimo e sem cantar em tons baixos, ele praticamente conquistou o público com seu carisma habitual. Outro destaque também ficou a cargo de Michael Wilton, que, na falta do saudoso Chris DeGarmo, cumpriu bem o papel e fez praticamente tudo sozinho, sem que houvesse danos na execução das canções.
Michael Wilton
O setlist da banda revisitou os 30 anos de carreira, passando por músicas de seus álbuns mais recentes como “Desert Dance” e “I’m American”, e clássicos como “The Lady Wore Black”, “Walk in the Shadows”, “Take Hold of the Flame” e claro, “Silent Lucidity”, baladinha mais que batida, porém ainda sempre necessária.
Encerrando a noite, o Queensrÿche voltou ao palco para executar a obrigatória “Jet City Woman”, seguido da imponente “Empire” e terminando a apresentação com “Eyes of a Stranger / Anarchy-X”, do excelente trabalho Operation Mindcrime (1988).
Geoff Tate
Depois do encerramento, Geoff Tate ainda retornou do camarim com uma taça de vinho e fez um brinde à plateia, que saiu do HSBC Brasil crente de ter visto uma das apresentações dignas de figurar entre as melhores do ano. Em suma, o show foi executado pelas duas bandas com muito profissionalismo e virtuosismo, deixando a impressão de que a apresentação foi além do valor pago pelo ingresso, o que nos deixou felizes da vida.
Set list Fates Warning:

1. One

2. Life in Still Water
3. A Pleasant Shade of Gray, Part III
4. Down to the Wire
5. Heal Me
6. Pieces of Me
7. Another Perfect Day
8. The Ivory Gate of Dreams: IV. Quietus
10. The Eleventh Hour
11. Point of View
12. Through Different Eyes
13. Eye to Eye
14. Monument

Set list Queensrÿche: 

1. Get Started

2. Damaged
3. I Don’t Believe in Love
4. Hit the Black
5. I’m American
6. My Empty Room / At 30,000 ft.
7. Desert Dance
8. Real Word
9. NM 156
10. Screaming in Digital
11. The Lady Wore Black
12. Walk in the Shadows
13. The Right Side of My Mind
14. Silent Lucidity
15. Take Hold of the Flame
16. Jet City Woman
17. Empire
18. Eyes of a Stranger / Anarchy-X

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