Discos Que Parece Que Só Eu Gosto: Deep Purple – Slaves And Masters [1990]

Discos Que Parece Que Só Eu Gosto: Deep Purple – Slaves And Masters [1990]

Hoje trazemos a primeira matéria publicada por Eduardo Luppe (publicada originalmente em 22 de janeiro de 2011)

Por Eduardo Luppe

Sem querer causar conflitos de opiniões e queima de retinas, resolvi fazer a resenha deste álbum que considero um dos melhores do Purple, rejeitado pelos fãs mais puritanos, assim como também  é rejeitado seu vocalista.

Depois do fraco álbum The House of Blue Light (1987), a reunião de ouro da MKII foi pro vinagre, Gillan pediu as contas e caiu fora para continuar com sua mediana carreira solo. Sendo assim, foi chamado para o posto o contestado vocalista Joe Lynn Turner (ex-Fandango, Rainbow e Yngwie Malmsteen). Bem, nesta altura do campeonato o que o Purple tinha para mostrar? Um dos álbuns mais diversificados em sua longa e discutível discografia, Slaves and Masters (1990). E não é que o resultado foi bom? Claro, na minha opinião!

O álbum começa com a excelente “King of Dreams”, um som pra lá de diferente que nos remete aos tempos mais comerciais do Rainbow. Detalhe… só percebemos que se trata mesmo de um Rock bem feito no momento em que Ritchie Blackmore toca os dedos em sua Fender Stratocaster. Essa faixa tem uma levada bem viajante onde a voz de JLT encaixa perfeitamente na nova proposta da banda.

Em seguida temos “The Cut Runs Deep”, uma das músicas mais rápidas e pesadas, talvez o ponto alto do álbum… um riff potente e a proeminente voz de Turner, que, apesar de ser repudiado pelos puritanos, mostra extrema competência e versatilidade.

Deep Purple 90: Ian Paice, Roger Glover, Joe Lynn Turner, Jon Lord e Ritchie Blackmore.

Seguindo com o álbum, temos em “Fire in the Basement” um Purple com uma áurea mais despojada, mais blues. Blackmore mostra todo seu virtuosismo e JLT faz uma excelente interpretação vocal… apenas imagine Gillan cantando essa música… impossível!

Depois segue-se com a semi-balada “Truth Hurts”, de letra bonita e solo inspiradíssimo. JLT conduz muito bem a música e percebemos que Gillan não faz muita falta. Opa! Peço calma aos fãs xiitas… é um tipo de música que jamais Gillan cantaria!!!

Na sequência temos “Breakfast in Bed”, uma música razoável, nada mais. Para quebrar o ritmo da bolacha temos “Love Conquers All”, excelente balada onde JLT mostra porque foi uma ótima opção para o Purple. Esse som tocou muito nas rádios americanas.

O álbum segue com “Fortuneteller”, uma música muito boa, onde Roger Glover marca muito bem o tempo com seu preciso baixo para que Blackmore fique a vontade para desenhar seus excelentes solos. Depois o álbum termina com uma leve queda de criatividade com “Too Much is Not Enough” e “Wicked Ways”.

Bom, em suma, é um álbum muito bom e que merece respeito pelos fãs xiitas, pois mostra uma banda coesa, madura e criativa. Parece muito mais com o Rainbow de Blackmore do que o Purple de Gillan. Um álbum para ouvir sem preconceitos e dar o braço a torcer, pois JLT é talentoso e canta muito sim. Vale a pena conferir.

Dica: Se você continua achando que JLT não canta nada, por favor, ouça os álbuns do Sunstorm.

Tracklist:

1. King of Dreams
2. The Cut Runs Deep
3. Fire in the Basement
4. Truth Hurts
5. Breakfast in Bed
6. Love Conquers All
7. Fortuneteller
8. Too Much is not Enough
9. Wicked Ways

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