Discografias Comentadas: Crashdïet

Discografias Comentadas: Crashdïet
Crashdiet em 2005
Por Leonardo Castro
Ao longo da década passada, um estilo dado como morto anos anos 90 voltou a mostrar vigor, força e relevância: o Hard Rock, também conhecido como Hair Metal ou Sleaze Glam. Mas, ao contrário da primeira onda no estilo, baseada firmemente nos Estados Unidos, o epicentro dessa nova geração era bem inusitado: a Suécia, país até então famoso no universo da música pelo pop do Abba e do Roxette, e no mundo da música pesada pelas bandas de Death Metal.
Dentre as inúmeras boas bandas surgidas por lá, uma das mais representativas foi o Crashdïet. Idealizada pelo vocalista e guitarrista Dave Leppard em 2000, a banda não só praticava o típico hard rock californiano como também usava um visual extravagante, mas ao mesmo tempo moderno, sem parecer uma cópia das bandas oitentistas, mas com muita identidade própria. Depois de várias mudanças de formação, a banda se estabilizou em 2004, e no ano seguinte lançou seu disco de estreia.

Rest In Sleaze [2005]
Este disco é, na minha modesta opinião, o melhor disco de hard rock lançado neste milênio. As composições, que já eram boas em formato demo, como se pode comprovar através de vários bootlegs e versões disponíveis no youtube, ganharam uma outra dimensão nas mãos de Chris Laney, produtor do álbum. Diretamente influenciadas por bandas como Ratt e Mötley  Crüe, mas gravadas e produzidas de forma moderna, músicas como “Knokk You Down”, “Out Of Line” e “Bakk On Trakk” grudam imediatamente na cabeça, e seus refrões dificilmente serão esquecidos.
Mas os grandes destaques são “Riot In Everyone”, “Queen Obscene”, “It’s a Miracle” e “Breakin The Chainz”, todas lançadas como singles, e até hoje os pontos altos dos shows da banda. O disco, lançado pela Universal Music, explodiu na Suécia e criou muita expectativa sobre o segundo disco e o futuro da banda, que parecia ser grandioso. Entretanto, no início de 2006, o vocalista e principal compositor Dave Leppard foi encontrado morto em sua casa. Considerado por todos a alma da banda, ele se suicidou aos 25 anos de idade. Logo em seguida, a banda anunciou que encerraria as atividades, pois seria impossível seguir sem ele.


The Unattractive Revolution [2007]
Alguns meses após a morte de Dave, o trio restante muda sua decisão e anuncia que iriam continuar com a banda, como uma forma de manter o espírito e a música do falecido vocalista vivos. Olliver Twisted, da banda finlandesa Reckless Love, foi escolhido como novo membro e as gravações de um novo disco tiveram início, com a participação de Mick Mars, do Mötley Crüe. The Unattractive Revolution foi lançado em 2007, e mostrava uma banda mais pesada e agressiva, com mais influência de punk e menos de pop metal, o que surpreendeu muitos fãs.
A voz de Olliver também era muito diferente da de Dave, mais rasgada e agressiva. Os singles “In The Raw” e “Falling Rain” tiveram ótima receptividade, assim como as músicas com participação de Mick, “I Don’t Care” e “Alone”. Outros destaques são “Die Another Day”, “Like A Sin” e “Thrill Me”. A banda esteve no Brasil para divulgar o disco, e fez uma apresentação fenomenal em São Paulo, onde tocou praticamente os dois discos na íntegra. Infelizmente, logo após este show, a banda informou que Olliver estava deixando o grupo, que procuraria um novo vocalista antes de começar a gravar um novo álbum.


Generation Wild [2010]
Em 2009, a banda anuncia que Simon Cruz, ex-Jailbait, havia sido escolhido como novo vocalista, e começa as gravações de um novo álbum. Lançado em 2010, Generation Wild marcava um retorno ao som do primeiro disco, mais influenciado pelo hard rock do que pelo punk.
O primeiro single, “Generation Wild”, caiu diretamente no gosto dos fãs, se tornando rapidamente muito pedida nos shows. “Armageddon” e “So Alive” mostravam claramente a influência do Ratt, enquanto “Chemical” tem backing vocals como os do Stryper. Em “Native Nature” o novo vocalista mostra todo o seu alcance, com uma performance que lembra a do Sebastian Bach. “Rebel” e “Down In The Dust” mostram a face mais heavy metal da banda, e são pesadas e diretas. O disco foi muito bem recebido pela crítica e pelos fãs, e boa parte dele é executado ao vivo nos shows da banda, que ainda excursiona para promovê-lo.

8 comentários sobre “Discografias Comentadas: Crashdïet

  1. Considerando a morte de Dave Leppard e o fato de contarem com um vocalista diferente em cada um dos discos, me atrevo a dizer que o Crashdïet teve sorte. Conseguiram manter a qualidade e cada um dos cantores possui características próprias, nenhum se preocupou em querer emular Dave Leppard. Por isso é até difícil apontar um disco melhor, considero perfeitamente admissível que uma pessoa escolha qualquer um dos três como seu favorito. Gosto pacas do primeiro, e canções como "Riot in Everyone", "Breakin' the Chainz" e "Queen Obscene" (minha favorita do grupo) são ótimas. Quanto ao "The Unattractive Revolution" eu não senti tanto essa pendência para o lado punk, aliás, ouso dizer que em algumas faixas achei a banda mais melódica que o habitual, vide "Falling Rain" e "Overnight". Gostei de Olliver Twisted na banda e a princípio achei uma pena sua saída. Que bom que estão continuando o bom trabalho com a entrada de Simon Cruz.

    Mais uma coisa… tem algo que considero o ponto fraco da banda: as letras. Não que eu ache que elas sejam ruins nem que não se encaixem com o instrumental. Apenas acho que alguns clichês pegam forte por ali, inclusive com o grande uso de algumas palavras-chave nas letras de hard rock. Quem presta atenção nas letras das bandas notará isso. Aliás, achei que a banda deu uma melhorada nisso no segundo disco, não sei se por influência de Olliver. A letra de "Falling Rain" é um bom exemplo disso.

  2. Diogo,

    Eu acho o segundo disco muito mais pesado e agressivo, apesar de Overnight ser bem melodica, musicas como "I Don't Care" e "Buried Song" mostram esse lado mais pubk da banda. Não estou dizendo que é um disco punk, mas sim que tem uma influencia mais latente do estilo, e menos do pop metal dos outros dois discos.

  3. Não gosto dessa banda de maneira alguma , mais considero que eles tem a sua importância no cenario atual , angariando muitos fãs pro estilo , é uma das bandas top no segmento , ao lado de bandas como Wig Wam e Recless Love

  4. Rafael, procure por "Falling Rain" e a escute ignorando o visual dos caras. É uma música bem mais melódica do que se espera habitualmente das bandas rotuladas como sleaze.

  5. ae, muito boa a matéria pra divulgar a banda….nem vou comentar nada sobre minha paixão pelo crash….só uma correção, queen obscene não foi single do primeiro album e sim knokk'em down! abraços

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