Resenha de Show: Titãs Encontro (Porto Alegre/RS, 06/05/2023)

Resenha de Show: Titãs Encontro (Porto Alegre/RS, 06/05/2023)

   

Por Micael Machado

Fotos por Tóia Oliveira e Chico Lisboa, encontradas na página “Titãs Encontro” do facebook

Atenção: este não é um relato minucioso da apresentação da banda paulista Titãs em solo gaúcho no início de maio, mas sim um desabafo de um fã frustrado com o descaso e o desrespeito da produtora com seus clientes (que é como eles nos veem, aparentemente), e com a própria banda, por permitir que o show acontecesse nas circunstâncias narradas. Caso você queira se informar sobre aspectos técnicos ou visuais da apresentação, sinta-se livre para procurar outra matéria.

Os leitores mais assíduos do site já devem saber da minha relação de amor/ódio com os Titãs. Se, por um lado, sou um entusiasta da fase mais “pesada” da banda, de discos como Titanomaquia, Nheengatu ou os clássicos Cabeça Dinossauro e Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas, por outro, execro quase por completo o lado mais “suave” que a banda adotou em vários momentos da carreira, especialmente depois do sucesso do álbum MTV Acústico, quando descobriram que a sonoridade mais “família” dava mais grana que a “rebelde”, e passaram a entupir nossos ouvidos de sacarinas descartáveis como “É Preciso Saber Viver” (versão para uma canção de Roberto Carlos), “Epitáfio”, “Por Que eu Sei que é Amor” e tantas outras… além disso, a relevância do grupo em termos mercadológicos vem caindo ano a ano, chegando ao ponto de seu mais recente registro, Olho Furta-Cor, do ano passado, ter sido lançado apenas em meio digital, com um registro “físico” em CD vindo ao mundo apenas este ano, de forma independente, e vendido, pelo menos a princípio, exclusivamente no site da banda (com tiragem inicial de apenas mil cópias, o que, convenhamos, para uma banda da importância dos Titãs, é muito pouco)…

Foi por isso que o anúncio da turnê Titãs Encontro em 2022 me alegrou tanto. A “reunião” da formação clássica da banda nos anos 1980 (à exceção, claro e infelizmente, do guitarrista Marcelo Fromer, morto em 2001), com os cantores Branco Mello, Arnaldo Antunes, Paulo Miklos (no show, também responsável pelo saxofone em algumas músicas), Sérgio Britto (também tecladista) e Nando Reis (também baixista), além do guitarrista Tony Bellotto e do baterista Charles Gavin pela primeira vez desde 2012 (naquela ocasião, para comemorar os trinta anos do grupo; agora, para comemorar os quarenta) foi motivo para atrair meu interesse desde o primeiro momento, e o fato do local escolhido para o show ser o Estádio Beira Rio, com sua excelente estrutura e acústica já elogiada até pela equipe da banda inglesa The Who (que se apresentou no local em 2017), deixava tudo pronto para uma noite inesquecível para os fãs da banda. Com o início da turnê no final de abril, e a divulgação do repertório focado quase exclusivamente nos “clássicos” da década de 80 (apenas quatro das trinta e duas músicas apresentadas não são deste período) aumentou ainda mais o sorriso, e a expectativa para uma grande noite estava formada.

Infelizmente, não foi o que aconteceu. Pouco mais de uma semana antes da data prevista, a produtora 30 Entertainment anunciou a troca de local “por conta de questões técnicas e de logística”, saindo do Estádio Beira Rio para o Estacionamento da Fiergs. Sim, você leu bem: a troca foi de um ESTÁDIO DE FUTEBOL para um ESTACIONAMENTO. Quem iria ao show passou da oportunidade de estar em um local com cadeiras, cobertura, boa visão do palco e acústica elogiável para um estacionamento ao ar livre, sem cadeiras, e com uma acústica reconhecidamente péssima em vários dos eventos anteriores já ocorridos lá. Além disso, quem mora ou conhece Porto Alegre sabe que a Fiergs fica no fim do mundo dobrando à esquerda, sendo um local de dificílimo acesso, longe da região central da cidade, e sem a mínima estrutura para eventos deste tipo. Como um local destes pode ter uma “logística” melhor que um estádio padrão FIFA, alguém me explica? Para piorar, a semana foi de chuvas intensas na capital gaúcha, e a previsão para a noite do show não era diferente, então, todo mundo já se preparou para um banho épico (ao estilo Rolling Stones em PoA 2016 – quem foi lembra) e muitos pontos a menos no quesito “diversão” (que, nos tempos bicudos de hoje, cada vez mais “é solução, sim”).

Depois de muita reclamação na internet por parte dos fãs e de desistências e devoluções de ingressos (algo que, segundo relatos, foi bem difícil de ocorrer) por parte de muitos, cerca de 20 mil otários, quer dizer, fãs (incluindo este que vos escreve) eram esperados na “arena’ (como Sérgio Britto chamou o local em certo momento do show, sendo que o pior é que não o fez de forma irônica) na data marcada. Com a apresentação marcada para às 21 horas, saí de casa às 16h (se fosse no Beira Rio, sairia pelo menos às 18h), felizmente com o tempo nublado, mas sem chuva, e rumei para o centro da cidade, atrás do transporte “especial” que a prefeitura de Porto Alegre prometeu disponibilizar para o evento. Chegando ao local marcado para o embarque (divulgado dias antes nos principais sites de informação do RS), fui informado de que os mesmos só estariam funcionando a partir das 19h (!), e que a alternativa seria pegar um ônibus “de linha” em outro local para chegar até a FIERGS. Caminhei até o ponto indicado, esperei uns quinze minutos, e embarquei em um ônibus “normal”, que fez um trajeto pelo meio de bairros e avenidas levando o pessoal para casa após um dia de passeio ou trabalho, gente que, provavelmente, nem sabia que uma das bandas mais importantes do rock nacional se apresentaria na cidade naquela noite, e não os “fãs” que assistiriam ao show em um local próximo do final da linha daquele transporte. Quase cinquenta minutos depois, finalmente desci em frente ao local da apresentação, já passadas as dezoito horas, horário previsto para abertura dos portões, e que, pelo visto, foi cumprido, pois já não haviam filas quando cheguei à FIERGS.

Após comprar uma capa de chuva de um ambulante que vendia camisetas “piratas” por 80 reais na porta do evento, adentrei ao estacionamento, passei por um dos (poucos) banheiros químicos disponibilizados (sendo que o Beira Rio tem uma estrutura muito melhor neste aspecto), conferi o preço extorsivo dos produtos disponibilizados na barraca de merchandising localizada em um dos cantos do local (100 reais um boné e 130 uma camiseta) e fui procurar um local para assistir ao show. Consegui ficar próximo (mas não grudado) à grade que separava a pista “VIP” da “Comum” (como meu ingresso original era para as cadeiras superiores do estádio, fui “transferido” para a pista comum – que foi nomeada pela produtora como “Pista Flores” -, enquanto quem tinha ingresso para as cadeiras inferiores pôde ficar na pista VIP, chamada de “Pista Vip Diversão”), e com uma visão relativamente boa do palco, levando-se em conta que a pista VIP ainda estava bem vazia e não haviam muitas pessoas na minha frente.

Lá pelas dezenove e trinta a chuva recomeçou a cair, e quem, como eu, tinha uma capa de chuva guardada (as mesmas estavam sendo vendidas no interior do evento pelos ambulantes que também vendiam água e cerveja, obviamente a preços extorsivos, como é comum neste tipo de evento), sacou das mesmas e as vestiu. Pouco depois do horário marcado das 20h, iniciou o show de abertura da banda Colomy (que conta, nos vocais e violões, com a presença de Sebastião Reis, filho de Nando), que, em seus pouco mais de quarenta e cinco minutos no palco, pareceu agradar ao público presente (ainda não em sua totalidade), agradeceu à oportunidade aos Titãs e à produtora (agradecimento este ao qual se seguiu uma enorme vaia do encharcado público presente), e foi responsável por uma tocante declaração de Sebastião, que disse estar sendo um sonho ver os Titãs com esta formação, pois ele mesmo nunca havia visto a banda nesta configuração antes. Nem você nem a maioria dos presentes, Tião!

Entre o show de abertura e o principal, ainda houve tempo para um longo anúncio da produtora no telão principal (havia este principal ao fundo e um em cada lateral do palco) exaltando seus feitos e realizações, anúncio este que mal ouvi, pois as vaias do pessoal encobriram o que vinha do palco. Vinte minutos depois do horário marcado (com a chuva caindo incessantemente e vaias já sendo ouvidas aqui e ali pelo público), os “barulhinhos eletrônicos” da introdução de “Diversão” se fizeram ouvir, com o telão ficando totalmente branco e os sete membros da banda entrando um a um no palco, ficando alinhados contra o telão, apenas com suas silhuetas aparecendo (em uma imagem muito semelhante à que abre esta matéria). Confesso que foi emocionante, ainda mais quando o famoso produtor (e ex-baixista dos Mutantes) Liminha se juntou ao grupo na segunda guitarra, “substituindo”, de certa forma, Marcelo Fromer. Eu já havia assistido todos os outros juntos na turnê de Titanomaquia (disco que, infelizmente, não teve nenhuma canção apresentada no show), mas nunca havia assistido Arnaldo Antunes no palco (nem solo, nem em algum de seus vários projetos). Pois já na segunda música ele assume o microfone e, após perguntar “onde fica o Brasil?”, interpretou “Lugar Nenhum” como se ainda estivéssemos em 1989.

Depois de Sérgio cantar “Desordem” (e agradecer ao público pela presença de todos mesmo debaixo de chuva e pela compreensão em relação à troca de local – eu não compreendi não, Britto), o microfone ficou com Branco Mello, que fez um emocionante discurso onde disse que tirou um tumor do pescoço e metade da laringe, mas que estava ali, vivo, e cantando para nós. É claro dizer que a voz do cantor ficou “prejudicada” depois da cirurgia é redundância (por vezes, saia de sua garganta pouco mais que um sussurro, apesar do esforço do músico), mas a garra e a vontade de Branco em estar ali compensavam este “problema técnico” (em outros momentos do show, quando Arnaldo ou Paulo estavam no vocal principal, Nando concentrado no baixo e Sérgio em seus teclados, e a voz de Branco era necessária para os backing vocals, esta dificuldade do cantor também aparecia de forma mais evidente, embora ninguém ali estivesse realmente ligando para isso).

Nando cantou “Igreja” com Arnaldo no palco fazendo os backings (nos anos 80, ele saia nesta hora, por não concordar com a temática da música), e os hits foram se sucedendo, com os vocalistas se revezando frequentemente ao microfone, e não fazendo “blocos ” de músicas para cada um, como em turnês anteriores do grupo como sexteto ou quinteto. Meus “momentos” favoritos na primeira parte ficam, sem dúvidas, com a dobradinha “Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas” e “Nome aos Bois” (onde Nando incluiu o nome do ex-presidente Bolsonaro à lista de calhordas e facínoras elencados na letra, o que fez com que o público – e eu mesmo – emendasse um “Hey, Bolsonaro, vai tomar no c*” depois da canção, embora alguns poucos vaiassem a atitude do pessoal). As duas foram seguidas por “Eu Não Sei Fazer Música” e “Cabeça Dinossauro”, interpretadas por Branco, seguidas por um vídeo com imagens da banda em momentos gravados durante as turnês da década de 1980, o qual serviu para os roadies prepararem o palco para a anunciada “parte acústica” do show.

Britto anunciou então que fariam algumas canções em um formato mais “intimista e acústico, pois este álbum foi muito importante para nós”, e iniciou “Epitáfio”, no que, acredito, tenha sido o “início” de verdade do show para muitos presentes ali. O final desta parte acústica trouxe Arnaldo de volta ao palco (ele não estava nas primeiras canções desta seção) junto à cantora Alice Frommer, filha de Marcelo e que, de certa forma, representava o pai nesta reunião. Foi pouco depois da moça iniciar “Toda Cor” que a capa plástica de chuva e o cansaço de estar há horas em pé me cobraram seu preço, pois me senti mal, sentei no chão e cheguei quase a desmaiar. Felizmente, como estava próximo à grade, alguém avisou aos seguranças do outro lado, que notificaram a equipe médica presente no local, e rapidamente apareceram alguns bombeiros que me colocaram em uma cadeira de rodas e me levaram ao posto médico da pista comum. Lá, fui muito bem atendido, e, assim que me retiraram (a meu pedido) a capa plástica que eu vestia, já me senti muito melhor, meu corpo pareceu “respirar” de novo, e, após algum tempo (e algumas músicas apenas “ouvidas” e não “assistidas”), eu já estava em condições de voltar para a pista, não para a “muvuca” onde eu estava antes, mas para um local mais afastado e, como disse o médico do posto, mais “arejado” do que o meio da pista. Comentei com ele que, se estivesse no Beira Rio, isto não teria acontecido e eu não estaria no posto médico, pois eu estaria sentado nas cadeiras e seco debaixo da cobertura do estádio, e ele disse que isto teria acontecido comigo e com a maioria dos que passaram por ali naquela noite, muitos também sentindo os efeitos do calor provocado pela capa plástica e a falta de hidratação adequada, como, acredito, foi o meu caso.

Quando saí do posto, a chuva, felizmente, já havia quase parado (embora a água acumulada em certos pontos já chegasse quase a cobrir os tênis que eu usava), e a banda interpretava “Televisão”, com Arnaldo nos vocais. Pude, assim, mesmo que de longe, assistir ao final da apresentação, e ao bis, que iniciou com a “Introdução por Mauro e Quitéria” do disco Õ Blésq Blom, que, claro, levou à interpretação de “Miséria”, música que a segue no disco. “Família” (com Nando nos vocais) e “Sonífera Ilha” (anunciada por Paulo como “nosso primeiro sucesso”) fecharam as quase duas horas e meia de show, em uma noite marcante para todos os que acompanham a banda há décadas, mas que merecia ter ocorrido em um local com uma estrutura melhor tanto de som (que até estava bastante aceitável ao longo de toda apresentação, tanto no show dos Titãs quanto no da Colomy) como de acomodação para o pessoal.

Na saída do show (depois de rejeitar comprar o “copo oficial’ do evento por 25 reais, sendo que no início era 30) quase perco o ônibus “especial” disponibilizado pela prefeitura, que saiu hiper lotado do local e, depois de uns quarenta minutos, deixou a todos no Mercado Público no centro da capital gaúcha, já passado (e bem) da meia noite de domingo (quem conhece o local, sabe da insegurança que rola por ali, especialmente neste horário. Teria sido mais fácil e mais seguro ter nos deixado na Rodoviária, mas a Prefeitura e a empresa que comanda o trânsito da cidade não pareceram concordar com esta ideia). Felizmente, rapidamente um táxi “apareceu” no local (que, àquela hora, não conta com pontos de táxi ou lotação nem perto dali) e pude embarcar rumo à minha casa em segurança, chegando ao lar depois de toda a minha “aventura” já perto da uma da manhã. Valeu a pena? Bem, diria que, apesar dos pesares, antes da parte acústica consegui me divertir bastante, mas, se as circunstâncias fossem as mesmas, não repetiria de forma nenhuma a experiência. Agora, se você for fã da banda e tiver a oportunidade de assistir a esta aula de nostalgia em um local adequado e com boa estrutura (sonora e de acomodações – saudades Beira Rio), recomendo que não perca este show! Tirando os percalços, vale a pena, sim!

Set List (anunciado antes do show, mas, pelo que lembro, foi este mesmo):

1. Diversão

2. Lugar Nenhum

3. Desordem

4. Tô Cansado

5. Igreja

6. Homem Primata

7. Estado Violência

8. Pulso

9. Comida

10. Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas

11. Nome aos Bois

12. Eu Não Sei Fazer Música

13. Cabeça Dinossauro

Acústico:

14. Epitáfio

15. Cegos do Castelo

16. Pra Dizer Adeus

17. Toda Cor (com Alice Frommer)

18. Não Vou me Adaptar (com Alice Frommer)

Segunda parte elétrica:

19. Marvin

20. Go Back

21. É Preciso Saber Viver

22. 32 Dentes

23. Flores

24. Televisão

25. Porrada

26. Polícia

27. AA UU

28. Bichos Escrotos

Bis

29. Introdução por Mauro e Quitéria

30. Miséria

31. Família

32. Sonífera Ilha

10 comentários sobre “Resenha de Show: Titãs Encontro (Porto Alegre/RS, 06/05/2023)

  1. Gostaria muito de ter ido a este show, rincipalmente quando anunciaram ser no Beira-Rio (e não no anfiteatro Beira-Rio), mas desde o início senti o cheiro de alguma coisa errada e acabei optando por não ir.

    Primeiro que é evidente que por maior que seja, o Titãs não é capaz de lotar um estádio como o Beira-Rio, não fazia sentido marcarem o show lá (assim como acho que ocorrera com o próximo show do Jota Quest, marcado para o mesmo local, mas que não vejo a possibilidade de ter publico suficiente, sendo talvez um fiasco grande).

    Segundo, o Gigantinho, do lado do Beira-Rio, sediou o show do Scorpions semanas antes. Seria a melhor opção para garantir aqueles que saíram de outras cidades e reservaram hotéis e alugueis de apartamentos/quartos próximos ao Beira-Rio. Levar para a FIERGS é um descaso gigante com quem é de fora.

    Terceiro, a quantidade de água que caiu no Rio Grande do Sul na semana (e no dia) do show do Titãs me fazem pensar que fiquei bem mais seguro estando em casa do que tentar me aventurar pela estrada até Porto Alegre em quase 600 km de São Borja até lá.

    Quarto, e finalmente, por mais que curta os Titãs, é uma fase muito específica que admiro de verdade e gostaria de ouvir. Claro que ver os caras juntos no mesmo palco (ainda mais com o Arnaldo) seria sensacional, mas saber que o Branco está com dificuldades vocais, e que ainda fizeram o setzinho acústico para cantar “Epitáfio”, me faz pensar que ao menos vi os caras trazendo músicas novas, de um disco fraquinho, no Rock in Rio de 2017.

    Fica a expectativa que ocorra uma nova reunião da banda em 2033, e que venha a Porto Alegre em um ambiente digno de receber os hj já velhinhos, que lá estarão ainda mais velhinhos, e nós fãs também.

    Que bom que ficou tudo bem Micael

    1. Sim, no final tudo acabou bem. Mas foi um perrengue totalmente desnecessário.

      Mesmo que, ao invés do Gigantinho, tivessem escolhido o Estádio do Zequinha para fazer o show, ainda assim seria melhor, pela possibilidade de ficar nas arquibancadas (e de ser bem mais fácil de chegar do que na FIERGS).

      No final da história, segundo os jornais locais, 15 mil trouxas, quer dizer, pessoas, acabaram indo, ou seja, um número que o Gigantinho comportaria muito melhor, com acomodações melhores e, apesar de ser outro local com acústica complicada, certamente com uma sonoridade bem melhor que o estacionamento alagado da FIERGS.

      Lamentável também o fato de que que este show não vai servir de exemplo para futuras produtoras que colocam o lucro à frente da possibilidade de prestar um bom serviço a seus “clientes”. Certamente, logo logo alguma outra (ou essa mesma) vai ter a “brilhante” ideia de arrastar uma multidão para aquele fim de mundo para “curtir” um show de alguma banda “famosa mas nem tanto”… eu aprendi a lição e, se puder evitar, não caio mais nessa armação. Como diz o meme, “é uma cilada, BIno!”.

  2. Gostaria muito de ver um show dessa turnê. Mas pelo jeito serão poucas oportunidades e só aí no Brasil…aqui para rondonha dificilmente virá!!!

    1. Eu achei poucas datas para uma turnê que chamou tanta atenção! Mas duvido que estendam o giro para mais datas, mesmo fazendo “sucesso” de público e crítica… vamos aguardar e ver, até mesmo quanto ao futuro da própria banda, agora que Branco tem visíveis dificuldades para seguir cantando como antes. Na minha opinião, era hora de reconhecerem que já chegou a hora de parar, e encerrar a história do grupo com essa reunião especial, deixando uma imagem positiva para os fãs, do que seguirem carregando o cadáver insepulto pelo país, tendo apenas Sérgio Britto como cantor “efetivo” na banda… veremos o que acontece…

  3. Pelo que você escreveu me parece claro que o público previsto para o show foi superestimado pelos produtores que, devido ao erro de cálculo, tiveram que correr atrás de um local mais “barato” para que o show ocorresse sem prejuízo para eles. E só para eles, pois o público que se dane!!!

    1. Cleibsom, foi exatamente esta a impressão que eu tive, assim como muitos dos que estavam lá com quem eu conversei. Acredito que a produtora imaginava que conseguiria umas 40 mil pessoas para lotar o Beira Rio, e, quando viu que as vendas não atenderam às expectativas, trocaram logo pro lugar mais barato que acharam para amenizar as perdas financeiras, sem se preocupar com as consequências advindas da troca, principalmente para o público “cliente” deles. Descaso total, em uma atitude lamentável da produtora!

  4. Caramba, que aventura… Ainda mais com um toró caindo. Assisti ao Black Sabbath (com Megadeth na abertura) no estacionamento da FIERGS, e me lembro que, embora a estrutura não fosse nada adequada, o maior problema era a acústica – quem vai de ônibus de excursão, como foi meu caso, não tem tanto problema como quem mora em Porto Alegre ou ficou hospedado perto do Beira-Rio. Anos depois assisti o Sabbath novamente no Morumbi, em São Paulo, e aí deu para perceber que realmente o estacionamento não favorece um show de rock.
    Já vi vários shows no Beira-Rio, e de fato aquele do The Who foi o melhor em termos de acústica e conforto. Aqui em Santa Catarina o show foi no Hard Rock Live (que fica em São José, não em Florianópolis, diga-se!!) – que é muito bom em termos de conforto, instalações e acústica (assisti os Scorpions. Não fui assistir porque o orçamento não permitia (e para ser franco, depois do “Go Back” não curti muito do que os Titãs fizeram). Mas realmente ia ser uma forma de fechar a carreira da banda com chave de ouro.

    1. Marcello, eu também estava neste Sabbath com Megadeth… Mal vi algo do telão naquela data, que dirá a banda em si… e a acústica… sem comentários… FIERGS é uma piada, um escracho total com quem realmente é fã de uma banda, e não vai ao show só pelo “evento” em si, pra ficar tirando selfies e se auto-divulgando nas redes sociais (aliás, com o toró que caiu, quem foi com essa intenção no show dos Titãs deve ter se dado bem mal…). Quem quer mesmo ver/ouvir o espetáculo, fica muito prejudicado em qualquer ponto da FIERGS.
      Obrigado pelo comentário.

  5. Esse é um show que gostaria de assistir, mas me desanima ir até um estádio para vê-los. Pelo visto, o Branco, coitado, perdeu a voz em definitivo. Pelos vídeos que assisti, vejo que ele ficou em um estágio bem parecido ao que ficou o Netinho dos Incríveis. Fiquei triste quando assisti aos vídeos dele cantando. Não torço pelo fim da banda, mas acho que eles têm que negociar a volta de alguns integrantes. Acho quase impossível, o Nando Reis e o Arnaldo voltarem em definitivo, mas eu tentaria o Charles Gavin e o Paulo Miklos, pelo menos. O Branco, eu deixaria só no baixo, não deixaria ele ficar forçando o que restou da voz. E eles precisariam contratar mais alguém que manjasse de compor para fazer parte da nova etapa. O Sérgio e o Tony mandam bem, mas sempre foi característica dos Titãs a pluralidade de linguagem e eles perderam dois compositores importantes (Nando e Arnaldo). Eles precisam dar um jeito nisso aí.

    1. Pois é, Davi, a fase atual da banda como trio mais os “agregados” se sustenta do que fizeram no passado, porque desde o Nheengatu os discos já não “chamam” mais a atenção que aquele despertou (e que já foi menos do que despertava no passado, pra deixar bem claro). Não vejo como o Branco continuar nos vocais com as limitações atuais, mas, realmente, se Paulo e Charles voltassem, talvez houvesse uma sobrevida… mas não acredito nesse retorno “definitivo” de algum dos ex-membros… de todo modo, aguardemos…

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