Melhores de 2021: Por Vidal Neto

Melhores de 2021: Por Vidal Neto

Salve! Salve! Rapaziada que acompanha e faz a Consultoria do Rock. A pedido do Fernando Bueno (amigo que o mundo do colecionismo me proporcionou), venho aqui fazer minha lista dos dez melhores lançamentos de 2021. Primeiramente, deixe me apresentar: me chamo Vidal Neto, moro atualmente em Blumenau/SC, tenho 50 anos, sou funcionário público das Forças Armadas e professor de História. Cá estou nessa hercúlea missão, pois esse ano foi de excelentes lançamentos, claro reflexo desse anseio de gritar, se manifestar pela arte, sobre o que nós passamos e estamos a passar. Enfim, como diria Marceleza: “Sobreviver é uma forma de arte”… Avante sempre!

Meu critério de escolha foi aleatório de estilos, pois transito no que meu coração pulsa mais forte, sendo a escolha e  sequência de lembrança imediata ok?


Accept – Too Mean to Die

Bem, esse saiu logo no início do ano, e sendo fã da banda foi o que de imediato me despertou interesse. Vamos à obra. Nesse 16º trabalho de estúdio da banda,  a expectativa por ser o primeiro sem um de seus membros fundadores, o baixista Peter Baste, que além de talentoso é figura super carismática, despertou mais o interesse no sentido. Agora, um novo baixista e três guitarristas… diria que a fórmula não comprometeu, e sim deu um gás novo, ou pelo menos manteve-se a mesma garra dos últimos trabalhos. Mas confesso que gostei demais do disco. A produção feita por Andy Sneap, que é o melhor produtor da atualidade em minha opinião, deixou o disco com um brilho a mais. Tornillo também merece destaque, vocal foda, carismático e está presente em quase todas composições. O disco traz tudo que o fã espera, duetos de guitarras fortes, solos maravilhosos, vocal forte e com bons refrãos, tem metal, hard, balada, tudo na medida. Enfim um passo rumo a continuação da caminhada.


UDO – Game Over

O velho e bom anão raivoso de voz marcante e poderosa está afiadíssimo nesse novo álbum. Fico feliz demais por essa velha guarda estar aí de pé fazendo excelentes trabalhos. Udo continua com voz firme e fiel aos anos 80, cercado de excelentes músicos. Com fôlego juvenil a banda é um destaque a parte. Temas marcantes são também fatores importantes a ressaltar. As críticas e preocupação com o planeta permeia nas letras, e só a canção “Prophecy” me faria comprar o disco. Um porém seria a quantidade de músicas 16, ai já acho que fica pra fãs fiéis, mas talvez prejudique audições de novos fãs. Enfim uma observação. Ansioso pela nova turnê dele que passará por aqui.


Moonspeel – Heritage

Minha relação com a banda foi um namoro que demorou a acontecer rsrsrsrsr. Demorei a me debruçar sobre a banda. Um fato interessante foi que o Fernando, quando num dos encontros nossos em PVH (Porto Velho-RO), estava tocando em seu carro e pelo momento me despertou interesse e ele me indicou o 1755, (que traz um tema também muito forte e pertinente, além da versão inusitada de “Lanterna dos Afogados”). Gostei! Depois peguei o Excticto, mas em seguida eles lançaram o Heritage. O disco enfim em questão aqui, sim consolidou o equilíbrio que eu buscava neles. Aqui tá tudo na medida, produção, peso, melodias marcantes, vocais limpos, vocais guturais usados quando necessários, e uma temática super bacana, que se inicia pela capa e título. Esse sentimento de descrença e decepção pelo qual o mundo está no momento, o isolamento e descrença cada vez mais presente etc. Fernando Ribeiro como grande letrista e filósofo soube nos presentear com uma obra no mínimo intrigante.


Todd La torre – Rejoice in the Suffering

Aos que acompanham o trabalho dele no Queensrÿche e que se dividem em admirá-lo, achar que é cover do Geoff Tate ou simplesmente achar que ele só cumpre bem o papel no Queensrÿche, principalmente ao vivo, aqui nesse trabalho vai de fato ter a noção de todo o potencial desse fantástico vocalista, que ao lado de Jeff Scott Soto é o melhor da atualidade. La Torre além de mostrar uma diversidade absurda de talento vocal, transitando do metal tradicional ao groove, power ballad indo ao gutural, todos esses estilos de forma competente e natural. Esse talvez seja o grande trunfo dessa obra, sem falar que ele ainda gravou, bateria e guitarras. Ufa precisa falar mais? Mergulhe sem medo.


W.E.T. – R3tr4nsm1ss1on

Aos amantes de um Hard-Melodic Rock ou AOR, som pra cima e bem feito com uma energia bacana, esse trabalho do projeto W.E.T. vai cair como uma luva. Banda que reúne três feras que dispensam comentários. Sou meio pé atrás com projetos, mas esse aqui me convenceu. A química é perfeita, ponto para o idealizador o italiano Serufino Perugino, dono da gravadora Fontiers. A aposta foi certeira. O disco em questão é maravilhoso, e traz Jeff Scott Soto, o homem multiprojetos, afiado, junto com os demais integrantes que dispensam apresentações, um tal de Erik Martensson e Robert Sãil. Juntos entregam um trabalho fantástico que merece se perpetuar pela alquimia conseguida.


The Dead Daises – Holy Ground

Aqui mais um daqueles lançamentos que nos enche de orgulho, pois traz mais um veterano sobrevivente dos anos 70, que soube preservar a voz de forma primorosa. Gleen Hughes nos presenteia com um equilíbrio fantástico, pois manera nos agudos, não gritando tanto, que pra mim em seus trabalhos e projetos não incomoda, mas aqui está perfeito. Tudo nos remete aos anos 70, e isso é maravilhoso quando feito de forma natural. A banda se encontra em seu quinto trabalho, ganhou além de um excelente vocalista um exímio baixista, que se destaca nas composições, e garanto, pois vi o homem ao vivo, de fato o tempo foi bom para a garganta do mesmo. Continua cantando muito.


Camisa de Vênus – Agulha no Palheiro

E lá se vão 42 anos de resistência. O Camisa de Vênus na figura do seu mentor e trovador solitário Marcelo Nova, o cara aos 70 nos continua fiel e afiado em seu discurso, continua mijando em pé kkkk. O título já entrega, segue a mesma pegada do anterior Dançando na Lua. Disco ácido, letras debochadas e excelente produção. A banda ganhou muito em técnica com seu filho Drake, agora um guitarrista moldado nas estradas em shows que faz desde adolescência, seu fiel escudeiro Robério Santana no baixo. A essência é a mesma e o discurso cada vez mais afiado. Recomendo e respeito!


Old Lamp – Body N’Soul

Aqui  uma grata surpresa, vindo diretamente de Fortaleza. A banda composta de um time de músicos experientes, nos brinda com um Hard setentista de primeira grandeza, energia é que não falta. Tudo soa natural, a energia e verdade da banda é notório no andar do disco. Composta pelo excelente front man Sérgio Murilo (este morou um longo tempo nos EUA), dai a fluência primorosa no idioma, mais o guitarrista Ricardo Nobre que dispensa apresentação diante da bagagem que tem, mostra talento e garra da primeira a última música, e a cereja do bolo fica pro final. Tente não se arrepiar ao ouvir a balada “Something New”. Corra atrás que vale muito á pena, escrevam ai, vão longe esses cabras! A banda não pára, shows, divulgação e já tem material suficiente para  disco novo em 2022.


Plastique Noir – Iskuros

Mais uma prata da casa, que nos enche de orgulho, vindo do seguimento gótico. Na estrada desde 2005, a banda já acumula alguns Álbuns e EPs, inclusive lançados por selos Alemães e Italianos. Conhecidos no circuito underground e gótico mundo afora, lançam seu quarto álbum após um hiato de 6 anos, mais uma vez em parceria com a Wave Records. Neste trabalho, cujo título traduzido do grego significa “bravo ou forte”, mas também pode ser um falso cognato para “Escuro”, a banda mostra toda maturidade, experiência e garra conquistada e adquirida ao longo da caminhada. Se você curte Sisters of Mercy, The Cure, Bauhaus, punk/ Gótico e afins, pule de cabeça. A banda é tão diversificada que tocam, circulam e agradam todos seguimentos do rock, tem muita personalidade e vem galgando seu espaço solidificando um estilo próprio .


Iron Maiden – Senjutsu

Pra fechar nada mais nada menos que a banda que faz parte de minha formação como ser humano, desde adolescência aos dias atuais, ainda continua a arrepiar meus pêlos e me fazer viajar em seu universo. A banda é prato cheio aos apressados e ávidos detratores de plantão, mas convenhamos movimenta o mercado kkkk. Costumo dizer a seguinte tese:  pegue as canções dessa fase do Iron e imagine uma banda nova lançando, seria sem dúvidas um estrondoso sucesso. Diriam ser a nova sensação do rock etc. Daí se tira a qualidade das composições da banda. Não entrarei no mérito das composições, mas desde a primeira ouvida já agradecia à eles pelo presente, e me maravilhava nas longas canções, as melhores. Senjutsu é sem dúvida o melhor trabalho deles nos últimos anos.


Enfim muitos como falei no início poderiam compor essa lista , então em minha lista de honra estão: Dee Snider que vem fazendo um belo trabalho e cada vez mais engajado, temos os garotos do Greta Van Fleet, com um excelente trabalho e ganho de personalidade, Volbeat bem mais pesado, The Nigth Fligth Orchestra, este nos brinda com seu melhor trabalho esse ano, Exodus com uma baita produção e disco que só peca ao meu ver pelo vocal do Zetro que incomoda após a terceira música, temos o Edu Falaschi que por pouco não entrou na lista acima devido uma necessidade talvez de demonstração de técnica que peca pelo excesso, enfim mais é um disco muito bom, The Mist banda seminal do cenário mineiro de outrora, que lança um EP maravilhoso, só fiquei na dúvida porque vão de fato chegar ao mercado e em minhas mãos no início de janeiro de 2022.Pelos singles ouvidos por mim garanto Korg e cia continuam afiados e merecem reconhecimento!

8 comentários sobre “Melhores de 2021: Por Vidal Neto

  1. Gostei da inclusão do novo disco do Udo “Game Over”, que se depender de mim dá uma baita surra no novo de sua ex-banda, o Accept, com o (na minha opinião) decepcionante Too Mean to Die. Mas a decepção maior de 2021 é – não tão maior quanto a trágica morte da Marília Mendonça – o Senjutsu, um dos discos mais chatos e cansativos que o Iron Maiden já compôs. Já passou da hora da donzela de ferro dizer adeus aos palcos e aos estúdios também, na boa… A missão de Harris e seus amigos já foi mais do que cumprida!

      1. Obrigado por ter entendido a minha opinião sobre a fase atual do Maiden, patrão… E digo o mais: se um dia fizermos uma lista sobre os discos mais chatos da banda, daqueles que você tem um sentimento bem rancoroso e discordioso, pode ter certeza que o Senjutsu será um dos 5 mais – já adianto que o álbum mais chato da minha lista deles é o Seventh Son of a Seventh Son (esse sim eu não engulo!).

  2. Concordo também em relação ao Iron, essa fórmula deles já deu o que já tinha que dar faz tempo. O No prayer for the dying, que o povo adora meter o pau, é muito melhor que tudo de 2000 pra cá. Vidal, parabéns pela iniciativa de escrever o texto, mas aqui vai uma crítica construtiva: dê uma revisada, principalmente em relação à pontuação, está incômodo de ler.

    1. Valeu amigo, fiz de um fôlego só e até alertei ao Fernando se poderia revisar, devido a pressa na qual foi escrito, abraço.

    2. Concordo fortemente Vicente. Por mais defeitos que o No prayer for the dying tenha, é bem melhor que tudo lançado de 2000 para cá por eles. E quanto a revisão foi falha minha. Acabei acumulando tarefas e não consegui fazer uma edição justa para o texto do Vidal. Mas vou revisar esse fim de semana. Desculpa aí Vidal

  3. Gostei do Todd La torre e do Dead Daisies, Glenn Hughes não tem erro! E o WET já estava na playlist tem tempo! Valeu pelas indicações, Vidal!

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