Melhores de 2021 – Por Deny Hexenschuss

Melhores de 2021 – Por Deny Hexenschuss

Editado Por Fernando Bueno
(Visite o canal da Deny)

Se tem uma coisa que não podemos reclamar no ano 2021 é de lançamentos! Os artistas se superaram e nos presentearam com grandes álbuns. Nesse ano tivemos inúmeras histórias de bandas que se reinventaram e exploraram novas possibilidades sonoras nos mostrando como somos capazes de ser resilientes em tempos menos favoráveis.  Trago a vocês alguns dos meus dez álbuns favoritos do ano e uma menção honrosa.


Todd La Torre – Rejoice in The Suffering
Que Todd La Torre é um vocalista competente, todos já sabiam, pois não é qualquer um que substitui o saudoso Midnight no Crimson Glory e Geoff Tate no Queensryche com tanta maestria. La Torre me surpreendeu muito com seu primeiro álbum solo, Rejoice in the Suffering, que foi feito a quatro mãos com seu amigo de longa data, Craig Blackwell. No álbum, Blackwell assume as linhas de baixo e guitarras, enquanto La Torre detona na bateria e nos mostra todas as sua habilidades vocais com muita técnica e carisma. Esse é pra mim o álbum do ano, pois nos mostra que com poucos recursos e muita criatividade podemos fazer qualquer coisa! E que venha o próximo álbum!

Blazon Stone – Damnation
Eu sabia que um dia o aprendiz superaria o mestre, mas não sabia que seria tão rápido! Em 2016 já ocorreu a coincidência do Blazon Stone lançar álbum no mesmo período que o Running Wild,  mas pra mim os louros foram para os mestres, que mesmo com um álbum mais simples conseguiu me cativar. O mesmo não aconteceu esse ano! Damnation é altamente empolgante que já te ganha na primeira audição! O álbum começa com uma faixa instrumental  que inicia devagar e vai acelerando, te preparando para a “Endless Fire of Hate” que abre muito bem essa obra recheada de melodias rápidas! Resumindo: é o álbum que o Running Wild deveria ter lançado!  Acho que esse ano quem foi caminhar na  prancha foi o Rock N Rolf mesmo!

Brainstorm – Wall of Skulls
Talvez Walls of Skulls tenha sido o lançamento mais esperado por mim.  O Brainstorm está em uma fase criativa muito boa que se consolidou em 2018 com o lançamento de Midnight Ghost. Na ocasião Sebastian Levermann (produtor, engenheiro de som, além de idealizador e vocalista do Orden Ogan) produziu o álbum que foi sucesso de crítica. Em 2021 eles repetem essa parceria de sucesso e o resultado não poderia ser outro: 12⁰ lugar nos charts alemães. Por algum motivo desconhecido o Brainstorm nunca foi reconhecido em seu próprio país, sendo mais ovacionado em países do leste europeu,  mas desde 2018 isso vem mudando consideravelmente. O álbum conta com algumas participações mais do que especiais como Peavy Wagner do Rage e o próprio Sebastian Levermann cantando em uma das minhas faixas favoritas do álbum, “Turn of the Lights”. Brainstorm, assim como Orden Ogan  e  Rage, que também lançaram bons álbuns  esse ano, só nos prova o quanto o power metal está unido, ativo e conquistando cada vez mais o coração dos fãs.

Eternity’s End – Embers Of War
Confesso que nunca dei a devida atenção ao Eternity’s End.  Banda alemã de power metal sabe como é, né?! Em sua maioria excelentes, mas nada muito impressionante e novo, certo? ERRADO! No caso de Embers of War aconteceu exatamente o contrário comigo. Já na primeira faixa “Dreadnought (The Voyage of the Damned)” eu me perguntava repetidamente se eu estava ouvindo aquilo mesmo! Linhas de guitarras duplas, muito bumbo duplo, uma firula só coroada com o vocal maravilhoso de nosso já conhecido Iuri Sanson (ex Hibria). E o álbum segue assim nas oito faixas: rápido, energético e empolgante!

Poverty’s No Crime – A Secret to Hide
Essa é uma banda que sempre me trás a nostalgia do início dos anos 2000, época da parceria  entre  Rock Brigade e a Laser Company que nos traziam novidades musicais naqueles tempos sombrios onde a internet ainda não era realidade para todos! O  Poverty’s No Crime é uma banda alemã de prog metal  de carreira longa, bem consolidada e, infelizmente, ignorada pela maioria dos fãs do estilo. Esse ano fomos agraciados com o esplendoroso A Secret to Hide. Apesar de seus 30 anos de carreira, a banda ainda mantém o brio do prog metal feito nos anos 90. Gostaria de destacar as faixas “Supernatural”, que abre muito bem o álbum, passando pelo single e carro chefe “Hollow Phrases” com sua melodia belíssima no piano, “The Great Escape” que é a faixa “instrumental” do álbum contando apenas com samples do filme “Fugindo do Inferno” de 1963 criando desconforto e fascinação. O Poverty’s No Crime conseguiu toda a minha atenção esse ano tirando o holofote de gigantes do prog como o Dream Theater.

Edu Falaschi – Vera Cruz
Se Edu Falaschi queria marcar a história do metal nacional com Vera Cruz ele conseguiu! Durante todo álbum você não só se conecta ao herói da história, Jorge, como também ao próprio Edu. É lindo ver que o nosso Alemão se recuperou e venceu! Vera Cruz é um álbum absurdamente bem escrito, bem composto, bem produzido e bem executado. Há quem diga que é cópia do Temple of Shadows de seus tempos no Angra, mas… Não foi o Edu que compôs parte dos hits do álbum?! Acho que devemos esquecer as  polêmicas do passado e focar nas vitórias do futuro. Canções como “The Ancestry”, “Land Ahoy” e “Rainha do Luar” com a inesperada participação de Elba Ramalho me conquistaram já de primeira e a cada audição me envolvo e me apego mais a este álbum que, na minha opinião, é o melhor lançamento nacional em 2021.

The Night Flight Orchestra – Aeromantic II
Ano passado o The Night Flight Orchestra não me empolgou com Aeromantic. Achei o álbum repetitivo e cansativo, sendo assim não acompanhei de perto o lançamento de Aeromantic II acreditando que fosse apenas a continuação de um álbum fraco. Graças ao “boca a boca” nos grupos de whatsapp, muitos amigos me indicaram o álbum e serei eternamente grata por isso! Esse é um álbum imperdível para “crianças viadas” que viveram nos anos 80 dançando ao som de Dee D. Jackson e Survivor! Aqui o bom humor e a boa música são garantidos como no clip de ” White Jeans”! Faixas como “How Long”, “Changes” , “Zodiac e “Burn for Me” mantém a chama da música pop oitentista acesa!

Insania – V (Praeparatus Supervivet)
A felicidade tomou conta do meu ser ao descobrir que o Insania, banda de power metal sueca, ressurgiu com o maravilhoso V (Praeparatus Supervivet) depois de 14 anos de hiato. A espera foi longa, mas valeu muito a pena, o álbum conta com 12 faixas que são o deleite para todo fã do famigerado “Metal Espadinha” – termo que deveria soar pejorativo, mas foi ressignificado e nos informa apenas que o som é cativante, épico, conta com guitarras duplicadas, muitos falsetes e voz de cabeça, refrãos grudentos, coros, duelos de teclados e guitarras, bumbão duplo no talo, muita aventura e tudo que os fãs de metal melódico da velha guarda esperam. Mais um lançamento provando que o power metal NÃO morreu e ainda vai assombrar muito gente que torce o nariz pra ele!

Robin McAuley – Standing On The Edge
A idade avançada dos medalhões sempre foi usada pra justificar álbuns mornos e chatos, não é o que acontece com esta pérola. No auge de seus 68 anos de idade e depois de muitos problemas com o lançamento do álbum por conta do Covid – 19, Robin McAuley lança o excelente Standing On The Edge, segundo álbum de sua carreira solo. As melodias e refrãos simplesmente grudam na sua cabeça, canções como “Say Goodbye”, “Thy Will Be Done” e “Running Out The Time” ficaram no repeat por dias a fio. É inacreditável como McAuley se mantém tão em forma, alcançando todas as notas, mostrando técnica, segurança e deixando seu registro vocal rouco e sexy brilhar! Afinal de contas, quem é rei nunca perde a majestade!

Frozen Crown – Winterbane
Se teve uma banda que teve perrengue nos últimos tempos foi a Frozen Crown! Devido a pandemia, três dos cinco integrantes resolveram sair. A vocalista Giada Jade Etro e o guitarrista Federico Mondelli correram contra o tempo, reformularam a banda e lançaram Winterbane.  Mesmo pouco tempo juntos a banda parece bem entrosada  como se já se conhecessem de mil décadas! O álbum não deixa nada a desejar aos anteriores e nele você encontra belas melodias como em “Water Dancer” ou faixas mais rápidas como “Far Beyond”. O destaque maior da banda fica com o vocal de Giada Jade Etro que tem um registro muito diferente do que a maioria espera dentro do power metal, ou seja, não há nada lírico e operístico por aqui, mas uma voz lindíssima, limpa e delicadamente forte com muita personalidade.

Menção Honrosa: Sound & Action – German Hard Rock & Heavy Metal Rarities Volume 1 
Devido a facilidade de compartilhamento de música, os colecionadores foram perdendo o interesse pelas coletâneas. Pra que comprar uma coletânea se eu posso ouvir as bandas individualmente nos streamings? Aqui a proposta é outra! A Golden Core Records está ano a ano lançando coletâneas que resgatam a história de bandas e selos respeitados como Gamma Records e Neat Records. Em 2021 eles nos trazem raridades do hard rock e heavy metal alemão de 1978 a 1998. A coletânea é dupla com um total de 34 faixas. A seleção de ouro conta com nomes como: Avenger (pré Rage), Trance, Jutta Weinhold Band, Glory Anthem, Mad Butcher,  Mass, Tyrant , Defender e muitos outros. O encarte é recheado de fotos e informações sobre as bandas e  seus respectivos períodos históricos.

3 comentários sobre “Melhores de 2021 – Por Deny Hexenschuss

  1. Pelo jeito vou ter que ir atrás desse Night Flight Orchestra que eu já vi em várias listas.

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