Direto do Forno: Soulspell – The Labyrinth of Truths [2010]

Direto do  Forno: Soulspell – The Labyrinth of Truths [2010]
Por Thiago Reis
O Soulspell Metal Opera é um projeto capitaneado pelo baterista Heleno Vale, que teve início em 2008 com o álbum A Legacy of Honor e deu continuidade à história em 2010 no álbum The Labyrinth of Truths.

Desse disco constam várias participações especiais, como as de Roland Grapow (Masterplan, ex-Helloween), Edu Falaschi (Angra), Tito Falaschi, Jon Oliva (Trans Siberian Orchestra, ex-Savatage), Mário Pastore (Pastore), Zak Stevens (Circle II Circle, ex-Savatage), entre outros nomes de peso. Admito que comprei o álbum por ser fã do trabalho do Edu, mas me deparei com muitas vozes que não conhecia e que são brasileiras. A história por trás dos discos do Soulspell é muito interessante e vale a pena conferir no site oficial do projeto (www.soulspell.com). Nesse espaço, concentrarei-me apenas nas músicas.

The Labyrinth of Truths inicia com uma introdução chamada “The Entrance”, que nos dá, literalmente, a impressão de estarmos entrando em um labirinto. Logo depois começa a energética faixa-título, que tem como destaque as vozes de Pastore e Daisa Munhoz (não conhecia essa excelente vocalista e gostei muito de sua voz), da banda Vandroya. A música é muito bem construída e possui um riff principal que fica na cabeça do ouvinte, alem dos refrões com várias vozes, especialidade do Soulspell. Depois disso, temos uma parte que remete à intro, com Alex Voorhees (Imago Mortis) nos vocais. Bem sacado! Com certeza “The Labyrinth of Truths” é uma das faixas mais pesadas do trabalho, ótima para se abrir um disco e um show.

Seguimos com “Dark Prince’s Dawn”, que começa com um solo bem legal e cai em uma parte bem grooveada, com Pastore nos vocais. Após isso, Nando Fernandes (ex-Hangar) dá as cartas. Logo depois aparecem os já citados refrões que realmente grudam na cabeça. Todas as faixas são interligadas, bem tocadas e bem cantadas, mas essa música não caiu no meu gosto, como por exemplo “Amon’s Fountain”, que em minha humilde opinião é a melhor do álbum. Ela começa bem leve, com um belo duo teclado + vocal, que nos brinda com a belíssima voz de Daisa. O grande destaque, sem sombra de dúvidas, é o dueto entre Pastore e a vocalista no refrão. Uma faixa que mostra que tem coisa nova e de qualidade sendo feita no nosso heavy metal. A curiosidade aqui fica por conta da homenagem feita a Michael Jackson, com um “RIP MJ” no final da página do encarte onde temos a letra de “Amon’s Fountain”.

Cast do Soulspell
“Into The Arc of Time” começa de maneira semelhante à faixa anterior, com teclado e voz, mas aqui as coisas ficam mais teatrais, cortesia de Zak Stevens e Jon Oliva. Esse dueto também está entre os destaques do álbum. Nos faz pensar em uma peça com esse fundo musical. O riff que acompanha o dueto merece destaque também, já que criar um clima como esses em uma música não é nada fácil. A partir dos três minutos e quarenta de musica, a canção fica ainda mais teatral, com várias vozes se misturando, assemelhando-se a uma trilha sonora de cinema, encerrando com uma risada de Oliva. Depois disso voltamos ao dueto Stevens/Oliva, que é a espinha dorsal dessa faixa.

A próxima música é um outro grande destaque pela participação de Daisa, mais uma vez fazendo bonito, junto com Lucas Martins. A canção em questão, “Adrift”, é uma música mais leve para acalmar os ânimos, muito bem construída e com uma melodia suave. É um momento de calmaria no meio do turbulento labirinto da verdade. Grande destaque da segunda metade do álbum. “The Verve” vem em seguida com Daisa fazendo uma boa introdução. Logo em seguida temos um riff “alegre”, que rege a música e os vocais de Rafael Gubert (ex-Akashic). Temos então um clima de tragédia, com várias vozes. Parece que o fim de alguém se aproxima. A facilidade em criar melodias para que seja instaurado o clima apropriado é um ponto positivo do Soulspell. E aqui não é diferente, pois quando a tragédia se aproxima, sentimos isso transportado para a música.

Chegamos a “Forest of Incantus”, que é bem densa em seu início, mas quando o refrão chega as coisas ficam mais claras. Temos um bom riff para seguir os vocais e o clima mais performático também pode ser conferido aqui. Essa faixa ao vivo deve ficar muito boa, já que, além de contar com um ótimo solo, em nada ela soa repetitiva. O fim do segundo ato dessa ópera metal chega com “A Secret Compartment”, que traz uma bela homenagem a Ronnie James Dio em seu início, facilmente perceptível lendo sua letra. A faixa conta com a participação de Edu Falaschi, que executa bem seu papel, assim como Manuela Saggioro, que possui uma belíssima voz. Essa música  possui, em seus três primeiros minutos, um toque bem heavy metal tradicional, mas a pertir daí temos uma quebrada no clima e entra a voz de Germán Pascual (Narnia), junto a um teclado que é a abertura para a entrada de várias vozes. Temos aí mais um momento que deve ser belíssimo ao vivo. O álbum certamente é encerrado em alta.

Devemos ressaltar também a produção do disco: tudo é muito límpido, podemos escutar todos os instrumentos muito bem. Outro destaque é o encarte presente no CD e o website do projeto, que são muito bonitos, vale a pena conferir. Heleno Vale merece os parabéns por manter a chama do projeto viva e que venha o terceiro ato!

9 comentários sobre “Direto do Forno: Soulspell – The Labyrinth of Truths [2010]

  1. Entrei em contato com o Pastore para comprar o CD solo dele, que diga-se de passagem, é muito bom, e acabei comprando esse também. Nem estava tão interessado nesse CD, mas que bom que aproveitei a oportunidade…

  2. The Labyrinth of Truths é um ótimo álbum é acho The Entrance maravilhosa, uma sensação de flutuar junto com os instrumentos… É difícil achar uma banda de metal que seja boa quando tem uma mulher no vocal, mas essa realmente conseguiu encaixar tudo e fazer um som de qualidade (:

  3. Realmente tudo funcionou bem em "The Labyrinth of Truths!. O tempo de duração do CD, as melodias, os vocais, a turnê…tudo isso para nos brindar com um dos melhores lançamentos do metal nacional!

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