Discografias Comentadas: Grateful Dead [Parte II]

Discografias Comentadas: Grateful Dead [Parte II]
Bill Kreutzman, Bob Weir, Jerry Garcia, Keith Godchaux, Mickey Hart, Donna Jean Godchaux, Phil Lesh. Grateful Dead em 1977

Por Marcello Zapelini

A nova formação do grupo estreou bem nos palcos: 1972 é um ano com shows memoráveis e muito elogiados pelos fãs. Pigpen se recuperou o suficiente para participar da turnê europeia, e o Grateful Dead entraria em nova fase de sua carreira. Velhos “cavalos de batalha”, como “Dark Star”, passaram a ser tocados com menos frequência, e novas músicas eram acrescentadas aos shows, vindo não só das gravações do grupo, mas também dos discos solo de Jerry Garcia e Bob Weir. A segunda parte da Discografia Comentada se concentra no período em que Keith e Donna Godchaux estavam no grupo, e atravessa a década de 70: uma década de altos e baixos, tanto ao vivo quanto em estúdio, em que o Grateful Dead incorporaria novas influências nas suas músicas e gravaria algumas das suas músicas mais apreciadas.


Europe ’72 [1972]

Como os custos da turnê europeia eram elevados, a Warner exigiu um disco ao vivo para cobri-los. Deu certo: Europe ‘72, lançado em novembro desse ano, foi um dos primeiros álbuns triplos a receberem o disco de ouro, alcançando platina dupla ao longo dos anos. O disco possui vários overdubs nos vocais e traz diversas músicas novas, como “He’s Gone”, “One More Saturday Night” (cuja versão de estúdio sairia em “Ace”), “Jack Straw”, “Ramble on Rose”, “Brown-Eyed Women”, “Mr. Charlie”, entre outras. A frágil saúde de Pigpen não foi empecilho para que ele tivesse neste disco o melhor desempenho de sua carreira – algo que fica claro na belíssima “The Stranger (Two Souls in Communion)”, bônus no relançamento de 2001. Europe ‘72 satisfaz a todos os fãs do Grateful Dead, pois inclui longas jams, diversas canções já previamente registradas em estúdio, blues, folk, country, numa gravação excelente. Mesmo a Rolling Stone, que raras vezes aplaudia a banda, publicou uma resenha elogiosa na época. Ao longo dos anos, mais material desses shows foi lançado, em “Hundred Year Hall”, “Steppin’ Out With The Grateful Dead” e “Rockin’ The Rhein”, até que em 2011, todos os 22 shows foram lançados em uma megacaixa com 73 CDs em tiragem limitada, que esgotou suas 7200 cópias em quatro dias. Uma segunda tiragem, somente com os discos, também esgotou. Sobrou apenas para os demais fãs um segundo CD duplo, intitulado Europe ’72 Vol. 2, com arte de capa semelhante à da original, e os diferentes shows relançados individualmente (cada fã tem seu favorito, mas, para mim, o segundo show no Wembley Empire Pool é sensacional!). Para o 50º aniversário está previsto o relançamento do CD duplo e LP triplo originais, bem como uma caixa com 24 LPs com os 4 shows de encerramento da turnê no Strand Lyceum de Londres, cujos “melhores momentos” formam um CD quádruplo. Embora não seja meu favorito da banda, Europe ’72 é um daqueles discos para levar para a ilha deserta para muita gente.


History of The Grateful Dead, vol. 1: Bear’s Choice [1973]

Depois de um duplo e um triplo ao vivo, o Dead inovou com um álbum simples com uma gravação que estava arquivada (algo incomum naqueles tempos), que posteriormente seria ampliada para o volume 4 da série Dick’s Picks. O disco, lançado em julho de 1973, soa como uma homenagem a Pigpen, que se afastou definitivamente da banda em junho de 72 e faleceu em março de 1973. Na contracapa, a imagem dos ursinhos de pelúcia dançando se tornou outra imagem icônica da banda, estampada em múltiplos itens de merchandising. O disco em si começa com Pigpen se acompanhando ao violão em “Katie Mae”, de Lightning Hopkins, e depois apresenta Bob Weir em “Dark Hollow” e Jerry Garcia em “I’ve Been All Around This World”. Weir e Garcia harmonizam em “Wake Up Little Susie”, do Everly Brothers, e Jerry fecha o lado A com “Black Peter”, única música já registrada previamente em disco de estúdio. No lado B, o blueseiro Pigpen se diverte uivando em “Smokestack Lightning” e depois canta “Too Hot to Handle”, em que os dois bateristas dão um show à parte e Garcia sola fantasticamente. Na edição de 2001, uma segunda versão para “Smokestack Lightning”, “Big Boss Man” e “Good Lovin’” colocam novamente Pigpen em evidência, e o disco termina com uma versão bem fiel à de estúdio do primeiro LP para “Sitting on Top of the World”. Com o lado A acústico e o B apresentando a banda completa, esse disco é bem diferente dos demais (mas é um dos meus favoritos), entretanto, para quem conseguir uma cópia, Dick’s Picks vol. 4 é bem mais interessante. Em tempo: Bear é Owsley “Bear” Stanley, que trabalhava como engenheiro de som para o grupo e manufaturava o melhor e mais puro LSD de San Francisco – incluindo o Blue Cheer, que batizou a banda.


Wake of the Flood [1973]

A Warner Records perdia dinheiro com as gravações de estúdio do Dead, então, para a banda, a solução mais interessante foi criar a Grateful Dead Records, que lançou os discos do grupo até 1976, quando assinaram contrato com a Arista; a Warner continuou responsável pela distribuição. “Wake of the Flood”, lançado em outubro de 1973, é o primeiro disco sem Pigpen e a contar com o casal Godchaux; as músicas são todas da dupla Garcia/Hunter, à exceção de “Let me Sing my Blues Away” (parceria entre Keith Godchaux e Robert Hunter) e “Weather Report Suite” (dividida em três partes escritas por Bob Weir com Eric Andersen e seu velho amigo John Perry Barlow, que seria o letrista das composições de Weir pelos anos seguintes). O grupo soa diferente, com as canções mais melodiosas, um certo toque de jazz rock e os vocais de Donna Godchaux bem integrados; os destaques são para “Row Jimmy”, “Stella Blue”, e a terceira parte de “Weather Report Suite”, intitulada “Let it Grow”, que seria veículo para longos solos de Garcia ao longo dos anos, da mesma maneira que “Eyes of the World”. O ano de 1973, aliás seria pródigo em excelentes shows, formando uma parcela significativa dos lançamentos póstumos. No todo, Wake of the Flood é um dos melhores discos do Grateful Dead e, para mim, o melhor de todos os que seriam gravados com Keith e Donna Godchaux. Na edição em CD de 2004, três bônus: a primeira versão de “China Doll”, que fez parte de muitos set lists e seria regravada no disco seguinte, a demo acústica de Bob Weir para “Weather Report Suite” e uma versão ao vivo de mais de 17 minutos para “Eyes of the World”.


From The Mars Hotel [1974]

Em fevereiro de 74, a Warner lançou Skeletons from the Closet, primeira coletânea oficial do Grateful Dead – e uma boa introdução aos primeiros cinco anos da banda. O novo disco de estúdio saiu em junho. From the Mars Hotel traz cinco novas composições de Garcia e Hunter, uma de Weir e Barlow e duas de Phil Lesh e Robert Petersen; cada compositor foi responsável pelo vocal solo em suas músicas. O disco soa mais roqueiro do que o anterior, com destaque para “U. S. Blues” (que vinha sendo tocada desde o ano anterior como “Wave That Flag”), “Loose Lucy”, “Pride of Cucamonga” e “Money Money”. “Scarlet Begonias” seria a música do álbum mais tocada em shows, posteriormente unida a “Fire in the Mountain” para formar o medley conhecido pelos fãs como “Scar-Fire”. Lesh sai-se surpreendentemente bem na bela “Unbroken Chain”, e Garcia emociona na versão final de “China Doll” e em “Ship of Fools. “Money Money”, único vocal solo de Weir no disco, apesar de animada, roqueira e trazer boa presença de Donna Godchaux, foi precocemente aposentada pela banda, que considerava a letra muito misógina. A reedição em CD de 2004 traz sete bônus: as demos acústicas de Lesh para “Unbroken Chain” e “Pride of Cucamonga”, um take alternativo de “Loose Lucy” e quatro gravações ao vivo (a já citada “Wave that Flag”, “Scarlet Begonias”, “Money Money” e a cover de “Let it Rock”, de Chuck Berry).

O Grateful Dead ao vivo em 1974, diante de sua poderosa Wall of Sound

Durante o ano de 1974, a banda excursionou com o maior e mais potente sistema de som da sua época, o Wall of Sound, e os custos logísticos e de pessoal para montá-lo, bem como a impossibilidade de se apresentar em lugares menores, tornou as turnês proibitivas. Este fato, aliado ao cansaço geral provocado por quase dez anos tocando sem parar, fez com que o Dead anunciasse sua despedida dos palcos em outubro de 1974. Esses shows foram gravados e filmados, formando The Grateful Dead Movie, uma produção caríssima que quase faliu a banda, lançada em 1977, e estão registrados na box de 5 CDs com a trilha sonora (e muito mais), em que Mickey Hart aparece como convidado em algumas músicas.


Blues For Allah [1975]

Blues for Allah é um disco lançado no único ano em que o Grateful Dead não excursionou, tendo feito apenas quatro shows durante o ano inteiro. A banda soa mais experimental no disco, quase fusion em alguns momentos, o que nem sempre funciona bem. Mickey Hart está novamente integrado ao grupo, que voltava a ser um septeto. Para mim, a capa com o esqueleto tocando violino é uma das melhores da banda! O disco traz duas longas suítes, “Help is on the Way/Slipknot” e “Franklin’s Tower” formam a primeira e melhor, e a segunda é “Blues for Allah”, que mescla cantatas com trechos instrumentais e apresenta influências da música árabe, um experimento que falhou. “King Solomon’s Marbles” e “Sage and Spirit” são instrumentais, ambas bem diferentes do som habitual da banda, a segunda trazendo uma flauta proeminente tocada por Steven Schuster. “Crazy Fingers”, composição de Garcia e Hunter, tem uma levada reggae que não entusiasma, mas “The Music Never Stopped”, de Weir e Barlow, é alegre e bem variada, com Donna Godchaux conquistando finalmente o direito de cantar solo em partes da letra (aliás, ela sempre harmonizou melhor com Weir do que com Garcia). As músicas foram compostas em estúdio e cada integrante recebe pelo menos um crédito. Pouco antes do lançamento do álbum (que ocorreu em 1º de setembro), a banda fez um show especial em San Francisco, tocando todas as músicas do novo disco. O show foi transmitido por rádio e se tornou um bootleg popular até ser oficialmente disponibilizado em 1991 como One From The Vault; honestamente, prefiro as versões registradas neste disco às de estúdio, pois desenvolvem melhor o potencial das faixas. Quanto às bônus no CD de 2004, são incluídas várias jams e “Hollywood Cantata”, de Bob Weir e Robert Barlow.


Steal Your Face [1976]

O Grateful Dead preparava sua volta aos palcos, ao mesmo tempo em que Garcia trabalhava no filme para seu lançamento, e a banda precisava de um novo disco nas ruas – mas não tinha material de estúdio disponível. A solução foi lançar um álbum duplo com material extraído dos shows de “despedida” em outubro de 1974, ainda sem Hart. Steal Your Face é um dos discos mais amaldiçoados do grupo, a ponto de não estar mais disponível em CD e ter sido “esquecido” na box set Beyond Description, de 2004; hoje em dia, quem quer conhecer o material que formou esse álbum deve recorrer à box The Grateful Dead Movie Soundtrack. O disco é mais conhecido pela capa, pois a imagem do crânio com o raio em azul e vermelho é uma das mais famosas da banda. O repertório destaca composições curtas, deixando de lado as jams, e a qualidade sonora do LP original é ruim em comparação com os demais lançamentos (embora tenha melhorado na edição em CD da década de 80), o que fez com que fãs revoltados o rebatizassem de “Steal Your Money”. Várias músicas são retiradas de discos de estúdio, como nos discos ao vivo “normais” – mas um padrão diferente do que o Dead acostumara seus fãs – e, entre as novidades, “Promised Land”, “Around and Around” (ambas de Chuck Berry), “Big River” (de Johnny Cash), “El Paso” (clássico country que Bob Weir adorava e eu detesto, mas foi constante no set list nos anos 70), “Black Throated Wind” (registrada em “Ace”, de Bob Weir e cortada em fade-out) e “It Must Have Been the Roses” (da carreira solo de Garcia). De acordo com Jerry Garcia, a banda queria focar em canções que não estivessem nos discos ao vivo anteriores e deixar de lado as jams, mas quebrou a cara; a Grateful Dead Records deixou de existir, com a banda assinando contrato com a Arista. A Warner não perdeu tempo e lançou a coletânea What a Long Strange Trip It’s Been, um excelente álbum duplo que permanece como a melhor introdução aos primeiros dez anos de carreira do grupo.


Terrapin Station [1977]

Se em algum momento de sua carreira, o Grateful Dead se aproximou do rock progressivo, foi com a suíte Terrapin Station Part 1, que ocupou um lado inteiro do vinil original e é sem dúvida uma das maiores composições do grupo. O álbum é bem variado, e traz Donna Godchaux como autora e vocalista solo em uma das composições, a balada “Sunrise”. Aliás, Bob Weir e Donna dominam o lado A, e Jerry Garcia assume os vocais apenas na faixa título. Phil Lesh responde por “Passenger”, a mais roqueira de LP, e Bob Weir compôs “Estimated Prophet”, outra com influência do reggae, e fez o arranjo de “Samson and Delilah”, que ele se divertiria bastante cantando com Donna nos shows – e posteriormente, com Brent Mydland. “Dancin’ in the Streets” era tocada ao vivo até a saída de Pigpen e reaparece aqui numa versão meio discoteca, cantada por Bob e Donna –ao vivo, levaria Garcia às alturas solando com seu pedal de distorção. No lado B, a suíte-título, com 17 minutos divididos em sete partes, com Garcia responsável por quatro delas e Hart e Kreutzmann creditados com a autoria nas demais, e Robert Hunter escrevendo as letras. A música inclui um arranjo orquestral (do famoso Paul Buckmaster) e um coral, destacando a percussão da metade para o final. No todo, é um belo trabalho, que leva o Dead a lugares diferentes do que se imagina. A banda, entretanto, não apreciava muito a produção de Keith Olsen (que produziu Fleetwood Mac em 1975 e levou a banda ao sucesso), e, embora Terrapin Station tenha sido tocada até o final de sua carreira, até onde eu sei nunca foi apresentada completa – e nunca teve uma parte 2. Entre as músicas bônus do CD de 2004, vários outtakes e inéditas, e uma maravilhosa “Dancin’ in the Streets” ao vivo, com Jerry Garcia solando quase o tempo todo. O LP chegou ao 28º lugar da Billboard e receberia disco de ouro em 1987. Embora Terrapin Station não seja dos mais elogiados pelos fãs, os Deadheads têm 1977 em alta conta, por causa da turnê na Costa Leste dos EUA em abril e maio, com shows de altíssimo nível registrados em duas box sets (“May 1977” e “Get Shown the Light”), nas séries Dick’s Picks e Dave’s Picks, e no álbum To Terrapin: Hartford ‘77.

Jerry Garcia no Egito

Shakedown Street [1978]

Mickey Hart assistiu “Os Embalos de Sábado à Noite” e ficou tão impressionado que levou Jerry Garcia para ver o filme. Os dois capitanearam a transformação do grupo em “Disco Dead”. Esse não é o problema do disco: há um certo cansaço – ou falta de material, pois a banda decidiu gravar “Good Lovin’”, que era uma das marcas registradas do velho Pigpen, e uma nova versão para “New Minglewood Blues”, intitulada “All New Minglewood Blues”, ambas realmente desnecessárias. Além disso, há músicas desinteressantes como “France” e a baladinha de Donna Godchaux, “From the Heart of Me”. “If I Have the World to Give” é suave e gentil, mas não decola e seria uma das poucas falhas de Jerry Garcia em toda a carreira do grupo. Por outro lado, a faixa-título, “Fire on the Mountain”, “I Need a Miracle” e “Stagger Lee” são muito boas, e a curta instrumental “Serengetti” (um exercício de percussão de Hart e Kreutzmann) também é interessante. Na época, o Dead alternou shows fantásticos com outros nem tanto, indicando um certo desgaste nessa formação. De fato, no início de 1979, os outros integrantes pediram ao casal Godchaux que se retirasse da banda; as constantes brigas entre os dois foram apontadas como a principal razão para esse pedido. Infelizmente, Keith morreu pouco depois em um acidente de automóvel. Os bônus são muito bons: três músicas gravadas em Gizé, junto às pirâmides, num show patrocinado pelo departamento de Estado dos EUA, interessado em maior aproximação com o Egito; posteriormente, um dos volumes da série Road Trips traria mais músicas desses shows, e o combo 2CD+DVD Egypt 78 traz um set list completo desses shows. Os outros bônus são uma versão ao vivo de “All New Minglewood Blues” e uma alternativa para “Good Lovin’”, com Lowell George (do Little Feat), que produziu o disco, nos vocais. O disco, lançado em novembro de 78, chegou ao 41º posto na Billboard.

Com Shakedown Street, o segundo capítulo da saga do Grateful Dead se encerra, e a banda entra na fase mais estranha de todas: poucos discos novos, muitos shows, e um hit inesperado nas paradas de sucesso.

10 comentários sobre “Discografias Comentadas: Grateful Dead [Parte II]

  1. Fiquei me perguntando pq não incluiu o Live Europe na parte I e lendo a parte ll fez mais sentido. Pra mim, Wake The Flood é o último disco completo que eu curto ouvir da banda. Depois disso eu gosto de algumas músicas e principalmente dos shows. Dessa fase o que eu mais tenho escutado é o Live Cornell de 77, que tem um dos melhores setlist que eu já vi a banda executando.

    Sabe me dizer se existe alguma boa versão ao vivo de Unbroken Chain com a banda? Acho das melhores coisas que o Leash fez na vida.

    1. Obrigado pelo comentário! Durante muito tempo concordei contigo, Mateus – Wake of the Flood era o último disco realmente bom do Dead para mim. Mas atualmente tenho curtido mais os posteriores, à exceção do Built to Last – que realmente ficou muito sem sal. Unbroken Chain é mesmo maravilhosa, uma das melhores músicas que Phil Lesh gravou com a banda, mas só estreou ao vivo mais de vinte anos depois. Uma ótima versão ao vivo (e com boa qualidade de gravação) está disponível no Internet Archives, extraída do show em Charlotte, em 23 de março de 1995: https://archive.org/details/gd95-03-23.sbd.1369.sbeok.shnf/gd95-03-23d2t01.shn.
      Quanto ao show em Cornell em 1977, realmente não há muito o que dizer. Uma das melhores performances do Grateful Dead em todos os tempos, gravação soberba e um setlist fenomenal.

    2. Esqueci de falar que há uma versão oficialmente lançada na box Fare Thee Well, de 2015! Até onde pude apurar, é a única versão ao vivo disponível na discografia oficial da banda.

      1. Tem razão, Blues For Allah e Terrapin são grandes discos pra mim tb, mas menos coesos que o “Wake” por terem algumas faixas que eu não gosto tanto.

        Vou atrás dessa versão que tu indicou. Box Of Rain é outra que eu adoraria encontrar com qualidade sendo executada lá em 71/72.

        Aliás, eu acho que talvez você fale sobre isso na parte III, mas tô curioso pra saber o que tu acha da Dead & Company com J. Mayer hahaha

  2. Terrapin Station acho um álbum bem sólido, com uma produção impecável. Li em uma entrevista com Robert Hunter que a suíte Terrapin Station não foi finalizada por completo do jeito que ele gostaria, pois Jerry não estava disposto a trabalhar mais na música naquele momento, então incluíram parte 1 no título a fim de concluírem com uma parte 2 num futuro que nunca aconteceu. Outra coisa que o Hunter fala na entrevista é que um dos momentos mais memoráveis e emocionantes de toda a carreira dele com o Dead foi quando ouviu a faixa executada ao vivo pela primeira vez lá em fevereiro de 77. Enfim, é um grande álbum e um dos meus preferidos de toda a carreira do Dead.

    1. Eu também gosto muito do Terrapin Station, Tiago. Não conhecia essa entrevista do Robert Hunter – os livros que li não esclareciam porque não houve parte 2. Quanto à produção do álbum, de fato o som tem uma clareza fora do comum, e, apesar das críticas que li de Jerry Garcia e Phil Lesh, a orquestra e o coro não prejudicaram Terrapin Station Part 1. É uma pena que, mesmo tendo-a executado mais de 300 vezes em shows, ela nunca foi apresentada por completo. Obrigado pelo comentário e pela dica da entrevista!

  3. Mateus, tem uma boa versão de Box of Rain no Winterland em 1972, mas com qualidade de gravação não muito boa, que vale muito a pena por causa da harmonia vocal, que está perfeita, e do talento do Keith Godchaux no piano neste link: https://archive.org/details/gd72-10-09.sbd.vernon.5249.sbeok.shnf/gd72-10-09d1t10.shn.
    Na série Dave’s Picks tem várias versões gravadas em 1973, mas a minha favorita está na box Pacific Northwest 73-74, no show de Portland em 73. Nos anos 80 tem várias versões razoáveis, incluindo aquela de 1989 na compilação Fallout from the Phil Zone. E na box Fare Thee Well ela é a primeira música do primeiro show, numa versão um pouco nervosa, mas comovente – vale a pena ir atrás. Quanto ao Dead & Company, acho que eles se saíram melhor do que eu imaginava! Obviamente que o John Mayer não tem o talento do Jerry Garcia para improvisar, mas acho que ele tocou direito nos shows que pude ouvir. Para mim, quem faz mais falta mesmo é o Phil Lesh, porque o baixo dele é sempre surpreendente! Obrigado por mais esse comentário, espero que goste das versões.

    1. Muito obrigado! Vou checar essas versões que tu passou. Já o Dead & Company eu tô curtindo muito o som deles, acho que essa é a melhor versão do John apesar dele não um put* improvisador no nível do Jerry, poucos são né?! Quanto ao Bob ele sempre me parece felizão nos shows hahaha Oteil é um grande baixista, dos melhores da cena, particularmente gosto muito dele desde quando entrou para a Allman Brothers e acho que ele encaixa legal no projeto, mas de fato o Phil faz falta demais. O projeto dele solo é bem legal, especialmente a versão ao vivo de Dark Star com o gênio do Derek Trucks.

      1. Concordo, Oteil Burbridge é fera!! Em termos de habilidade no baixo, deixa o Phil Lesh no chinelo, mas ainda prefiro o Phil porque ele não tinha uma abordagem rítmica – ele parecia estar sempre trilhando um caminho diferente nas músicas. Quanto ao Bob Weir, ele realmente parece estar curtindo muito o projeto.
        Não conheço essa versão de Dark Star com Derek Trucks, mas tenho que procurar! Obrigado pela dica!

  4. Que lindeza essa “Terrapin’ Station” hein? Fazia tempos que não ouvia. Que produção magnífica!!! Linda faixa. Valeu Marcello, por me resgatar essa obra sensacional. Preciso correr atrás dos demais!!!

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