Os melhores discos de 2012 segundo a Consultoria do Rock

Os melhores discos de 2012 segundo a Consultoria do Rock
Como anunciado ao longo desta semana, hoje publicamos uma compilação congregando os dez melhores álbuns de 2012 segundo a Consultoria do Rock, levando em consideração os lançamentos mais citados nas listas particulares elaboradas por nossos colaboradores. Cada um dos discos vem acompanhado de breves comentários, mesmo daqueles que não gostaram do álbum citado. Neste ano, quem se sagrou vencedor foi o Van Halen, que lançou seu grande retorno à (ótima) forma: A Different Kind of Truth.

 

Van Halen – A Different Kind of Truth

 

Bruno Marise: O Van Halen é uma banda que eu respeito, mas nunca me empolgou muito. O único disco que eu realmente gosto é o primeiro. Então, mesmo com a volta de David Lee Roth, nem tive curiosidade de ir atrás desse.Davi Pascale: Sempre fui um grande fã do Van Halen e estava com muita expectativa em relação a este disco. Certamente, um dos melhores trabalhos que ouvi nos últimos anos. Esse lance de revirarem o baú em busca de novas canções não muda em nada o meu sentimento ao relação ao álbum. Eddie Van Halen, mais uma vez, arrebenta.

Diogo Bizotto: O retorno mais aguardado dos últimos anos (diria da história do rock) fez jus à expectativa. Uma banda totalmente em forma apresenta uma pedrada atrás da outra, cheias de riffs memoráveis, boas melodias e letras que são a cara do grupo. Certeza entre meus melhores do ano desde a primeira audição.
Fernando Bueno: Mesmo sabendo que muitas dessas músicas foram compostas lá nos primeiros anos de banda, não dá para desmerecer o ótimo trabalho que o grupo fez hoje. Nem parece que ficaram tantos anos sem tocar juntos.
Igor Miranda: Uma das voltas mais aguardadas do rock ocorreu em A Different Kind of Truth. Os anos podem se passar, mas a química entre os Van Halen (agora são três e não dois) e David Lee Roth continua incrível.
João Renato Alves: O retorno definitivo de um gigante que parecia adormecido entre baladas “pianinhas”.
Mairon Machado: Um sensacional atestado de que, apesar das diferenças, David e Eddie Van Halen são capazes de satisfazer os seus fãs, superando o ego individual e retornando às origens do grupo, ao mesmo tempo que soa extremamente original.
Micael Machado: A volta ao velho estilo do começo dos anos 80. Bons instrumentistas, boas músicas e um clima de festa no ar. Apesar disso, não me contagiou naquela época, e ainda não foi desta vez!
Europe – Bag of Bones

Bruno: Difícil de acreditar que a mesma banda que fez “The Final Countdown” gravou esse discão de rock pesado e com uma pegada setentista sensacional, fugindo totalmente daquele AOR brega e farofento dos anos 80.Davi: Os dois discos que mais me agradaram desde que a banda voltou à ativa foram Start From the Dark (2004) e este. O Europe sempre foi visto com um pouco de preconceito na década de 80 por serem descaradamente comerciais. Muitos foram incapazes de perceber o nível musical desses rapazes. John Norum, na minha opinião, é um dos melhores guitarristas da década de 80. Grandes músicas, grande álbum.

Diogo: Lá se vão quatro álbuns de estúdio e quase dez anos da volta do Europe e ainda há gente surpresa com a sonoridade que o grupo tem praticado. Desde Start From the Dark (2004) a banda tem protagonizado um dos retornos à ativa mais honestos do rock, colocando a música sempre à frente. Em Bag of Bones não é diferente, e o Europe demonstra suas influências à flor da pele. Excelente.
Fernando: Se é triste saber que ainda tem muita gente que acha que o Europe é aquela banda de The Final Countdown (1986), mais triste ainda é ter a certeza que muitos vão deixar de ouvir esse disco (e os anteriores) por desconhecimento do direcionamento musical da banda atualmente.
Igor: É incrível pensar que uma banda tenha evoluído tanto com o passar dos anos, tendo ficado separada por uma década e longe de sua fase de maior sucesso. O Europe evolui a cada álbum que lança e Bag of Bones é seu ponto alto.
João Renato: Um dos melhores álbuns de uma banda que nunca se prendeu a um estilo, nem mesmo em seus primórdios, ao contrário do que muitos alardeiam.
Mairon: Uma forte influência de Led Zeppelin, Whitesnake e Uriah Heep, ampliando a sonoridade que o grupo criou nos últimos anos. Aquisição fundamental, e talvez um dos melhores discos da banda.
Micael: Fazia tempo que não ouvia o Europe, e a audição deste álbum foi um choque. Onde está o hard rock quase glam que a banda fazia? E os teclados e as baladinhas bregas? O grupo buscou influências setentistas sei lá onde e registrou um bom disco, que vale a pena ser ouvido.
Rush – Clockwork Angels

Bruno: Simplesmente o melhor disco do Rush desde Signals (1982). O trio canadense mostrou muita garra  em um trabalho pesado e mais calcado na fase clássica de 1975 a 1978, fugindo da zona de conforto dos discos anteriores.Davi: Justamente por eu ser baterista, o Rush sempre foi uma banda que me chamou a atenção. O que o Neil Peart toca não é brincadeira. Bem, nesse caso… os três. Quem gosta de dizer que rock é coisa para jovem quebra a cara ao ouvir esse disco. Escutar esse trabalho é uma viagem sem volta. Técnico e melódico. Pesado e com brilho. Poucos são capazes de fazer um disco assim nos dias de hoje.

Diogo: Álbum denso, que requer audição muito atenta. Ótimo ouvir a prova de que o trio não sossegou sobre suas glórias e ainda tem o tesão de produzir um disco complexo e pesado como esse. “Caravan” é sensacional.
Fernando: Desse novo ciclo do Rush que se iniciou com Vapor Trails (2002) este é o melhor registro. Aqui podemos dizer que a experiência faz a diferença.
Igor: O trio canadense continua adicionando pitadas generosas de peso ao seu som e em Clockwork Angels não foi diferente. Uma das bandas mais técnicas do mundo surpreendeu novamente.
João Renato: Uma aula de como ser técnico sem perder o feeling nem a qualidade.
Mairon: Como todo disco do Rush, a primeira ouvida é complicada, mas com o passar das audições, rapidamente o sangue é contaminado por um grandioso álbum de um trio que sinceramente, já está quase virando o motor.
Micael: O álbum do ano para mim, com o trio canadense provando que, ao menos no estúdio, ainda manda muito bem, e é superado por poucos! No aguardo do livro sobre a história contada no disco!
Testament – Dark Roots of Earth

Bruno: Ouso dizer que é o melhor disco da carreira do Testament (para desespero dos mais radicais). Um disco pesadíssimo, amontoado de riffs e músicas que grudam na cabeça por dias. Os caras mostram como se fazem canções longas sem serem monótonas, diferente dos últimos trabalhos do Exodus.Davi: O melhor álbum do Testament em anos. Muitos estão dizendo que é o melhor trabalho do grupo. Para mim, ele ainda não supera clássicos como The New Order (1988) e Souls of Black (1990). Mesmo assim, é um belíssimo disco. O melhor álbum de heavy metal que ouvi nos últimos anos. A prova de que é possível fazer um som porrada com melodia.

Diogo: Além de ser o disco do ano, é muito provavelmente o melhor álbum da carreira do Testament. A capacidade de criar músicas ao mesmo tempo extremas, técnicas e ainda assim cativantes é assombrosa. Mais assustadora ainda é a performance de Chuck Billy, cada vez mais confirmando que é meu vocalista favorito em se tratando de thrash metal. Imperdível, viciante, magnífico!
Fernando: Muito peso, ótimos riffs e candidato a figurar entre os melhores da carreira da banda.
Igor: Após muitos atrasos, o novo do Testament chegou já em 2012 com peso e coesão. O quinteto é um dos melhores representantes atuais do thrash metal.
João Renato: Raro caso de grupo que só melhora com o passar do tempo.
Mairon: Faz alguns anos que o Testament vem lançando discos interessantes. Não gostei de Dark Roots of Earth o suficiente para entrar na minha lista, mas, mesmo assim, é um bom álbum dos californianos
Micael: Bem ao estilo do grupo, um álbum pesado, bem tocado e muito interessante. Bastante variado, não fica na mesmice thrash o tempo todo, e poderá agradar fãs de outros tipos de metal. Recomendado!
Kiss – Monster
Bruno: Achei bacana, algumas referências da fase de ouro do Kiss. Mas nada da maravilha que estão dizendo por aí. Um bom disco de hard rock.

Davi: Uma verdadeira aula de rock ‘n’ roll. Riffs cativantes, bateria com som matador e ótimo trabalho vocal. Melhor trabalho do grupo desde Revenge (1992).Diogo: Ouvi um bom número de vezes, mas não me fisgou. Bom disco, algumas músicas muito boas, mas não faz por merecer todos os elogios que vem recebendo. O melhor disco relacionado ao Kiss pós-Revenge (1992) continua sendo, com sobras, Live to Win (2006), álbum solo de Paul Stanley.

Fernando: Apesar de gostar da fase dos anos 80, esse disco comprova que o que o Kiss fez de bom foi lá nos anos 70 mesmo.
Igor: Monster é um digno revival dos anos 70, apresentando o que há de melhor no trabalho clássico dos mascarados sem reinventar a roda. A genialidade dos chefes aliada à competência dos empregados Tommy Thayer e Eric Singer gerou um ótimo registro.
João Renato: De volta aos anos 70 e com uma de suas melhores formações, para desespero dos conservadores.
Mairon: Kiss sem Ace Frehley e Peter Criss não é Kiss. Kiss com imitações de máscaras de Ace Frehley e Peter Criss é menos Kiss ainda.
Micael: O grupo revisitou sua discografia dos anos 70 e gravou um disco que, com certeza, agradará sua imensa legião de fãs. Infelizmente, não me incluo entre eles.
Soulfly – Enslaved

Bruno: Ouvi muito pouco pra opinar, mas achei bem mais pesado que os trabalhos habituais do Soulfly. Destaque para o baterista.Davi: Sempre achei a discografia do Soulfly consistente. Mais uma vez gostei muito do disco. Thrash pesadão, sem muitas experimentações dessa vez. As músicas são muito boas. Por um pouquinho só não entrou na minha lista de melhores do ano. Numa boa, o Soulfy anda me agradando mais do que o Cavalera Conspiracy e o Sepultura atual.

Diogo: Max abandonou suas forçadas e megalomaníacas aspirações de brasilidade e resolveu voltar a ser aquilo que ele melhor sabe ser: um dos caras mais importantes na construção do heavy metal nos últimos 25 anos. Além disso, a formação que gravou Enslaved, competentíssima, ajuda muito no resultado final.
Fernando: Max parou se achar o Midas do thrash metal. Ele achou que tudo o que fazia e experimentava em sua música era genial. Ficou perdido durante anos e anos e até que enfim se encontrou. Só falta agora se livrar do visual de mendigo.
Igor: Um pouco mais pesado que seus antecessores, Enslaved é denso e mostra a liderança de Max Cavalera em boa forma, semelhante à que imperou no Sepultura anteriormente. Agrada aos mais adeptos.
João Renato: Max acordou de seu complexo de mártir e voltou ao que sabe fazer de melhor.
Mairon: Não gosto da banda, então, não tenho opinião e nem vontade de ouvir.
Micael: Seja com o Soulfly ou com o Cavalera Conspiacy, Max Cavalera vem, há anos, lançando bons álbuns seguidamente no mercado. Não foi diferente desta vez, em um disco ainda mais pesado que agressivo que o anterior Omen, de 2010.
Stone Sour – House of Gold & Bones Part 1

Bruno: O Stone Sour finalmente acertou a mão, em um disco mais pesado sem perder a melodia e a sonoridade mais acessível da banda. O monstruoso Corey Taylor dispara toda sua versatilidade entre as faixas, provando que é sem dúvida um dos maiores vocalistas dos últimos anos.

Davi: Mais um belo álbum do Stone Sour, mas confesso que ainda sou mais fã da barulheira promovida pelo Slipknot. Muita gente tem comentado que ficou surpreso de ver o Corey Taylor cantando de maneira mais melódica, mas a verdade é que nas músicas mais comerciais do Slipknot já se percebia esse outro lado da moeda.

Diogo: Como se não bastasse Corey Taylor arregaçar no Slipknot, seu trabalho no Stone Sour também está fulminante, como prova em House of Gold & Bones Part 1. Esqueça esse monte de bandas que dizem unir peso com melodia: aqui é que essa combinação funciona de verdade. Arrasador.
Fernando: – Não ouvi, não posso opinar
Mairon: Não ouvi, mas quem sabe um dia.
Micael: Um disco surpreendente, e uma banda para mim bem mais interessante que o Slipknot. Bem tocado, bem arranjado, bastante recomendado. E quem diria que Corey Taylor realmente sabe cantar?
Baroness – Yellow & Green

Bruno: Meu disco favorito do ano. O Baroness chegou no auge em um álbum que consegue juntar o sludge tradicional da banda com psicodelia, rock progressivo e até alguns momentos mais pop. Parece estranho, mas essa mistura dá muito certo e é extremamente agradável de ouvir. Uma banda que mostra que o heavy metal pode ser muito criativo.Davi: Não ouvi.

Diogo: Bom disco, criativo, mostrando um caminho interessante a ser explorado no heavy metal. Destaque para “Take My Bones Away” e “Eula”.
Fernando: Uma das mais gratas surpresas do ano. Não só por esse ótimo disco e sim por ter encontrado uma banda muito competente. Melhor álbum da banda (que já tem outros dois) e certamente o disco dessa lista que mais vai surpreender o ouvinte.
Igor: Não ouvi.
João Renato: Não ouvi, não posso opinar.
Mairon: Não ouvi, mas as pitadas de progressivo exaltadas por diversas listas que colocaram o disco entre os melhores de 2012 atiçam os ouvidos.
Micael: Não tive a oportunidade de ouvir, mas, pelo que li, acredito ser bem interessante. Mas não posso opinar mais do que isso.
The Toy Dolls – The Album After the Last One

Bruno: É legal e ao mesmo tempo estranho ver o Toy Dolls com uma produção tão boa. Quem gosta de Toy Dolls vai amar o novo disco. Tem tudo aqui: a genialidade de Olga com as canções engraçadas, divertidas e recheadas de sing-alongs.Davi: Não ouvi.

Diogo: Ouvi apenas uma música e achei interessante e divertida. Punk bem tocado e bem humorado.
Fernando: Não ouvi e não tinha a menor intenção de ouvir, portanto não posso opinar.
Igor: Não ouvi.
João Renato: Não ouvi, não posso opinar.
Mairon: O álbum mais engraçado dos últimos tempos. Olga voltando a fazer letras de altíssimo humor e com a guitarra mais que afiada. Essencial aquisição.
Micael: Típico álbum da banda, com o talento dos músicos superando em muito o que se espera de integrantes de um grupo punk. Bons arranjos, muito bem tocado e extremamente divertido. recomendadíssimo!
Flying Colors

Bruno: O pouco que ouvi achei monótono.Davi: Fantástico! A prova de que músico virtuoso não precisa demonstrar a sua técnica todo o tempo para prender a atenção do ouvinte. Acho fantástica a ideia de ter uma levada mais pop por trás, embora isso possa assustar os admiradores mais radicais.

Diogo: Ouvi com a maior boa vontade do mundo, mas não rolou. Apesar de algumas boas canções, no geral soou bastante asséptico, sem agradar de verdade nem agredir. Se é pra fazer o progressivo soar pop, ainda prefiro a breguice do velho Asia do que a assepsia do Flying Colors.
Fernando: Excelente prova que o progressivo, quando bem feito e sem a necessidade de tentar revisitar o passado toda hora, pode render bons frutos atualmente. Tem uma pitada pop que poderia fazer o álbum cair no gosto de muito mais gente. mas acho que isso não vai acontecer.
Igor: Não ouvi.
João Renato: Não ouvi, não posso opinar.
Mairon: Ouvi o álbum poucas vezes, principalmente pelos nomes de Neal Morse e Mike Portnoy. Do que ouvi, não me agradou, mas a mistura de progressivo com pop parece que irá render alguns bons frutos.
Micael: A primeira música, “Blue Ocean”, me lembrou o Transatlantic, e os vocais de Neal Morse ficaram sensacionais. Mas depois o tal Casey McPherson toma conta dos microfones e coloca tudo a perder, além do estilo mudar bastante. Decepcionante.

7 comentários sobre “Os melhores discos de 2012 segundo a Consultoria do Rock

  1. Coloquei 5 entre os 10 finais. Acho que é um bom número…rs
    Vou começar a ouvir o Stone Sour nesse exato momento. Tá todo mundo falando tão bem dele que tô achando que tenho que reparar algum tipo de erro….sei lá…rs
    ABSURDO ninguém mais ter colocado o The Night Flight Orchestra!!!! ABSURDO!!! Até tu Diogus!?!?!?

  2. Coloquei 4 entre os 10 finais, até que não ficou ruim. Minha decepção é que poucos (acho que só eu) coloquei disco de banda nacional entre os 10 melhores. Será que os lançamentos brasileiros tem sido tão ruins assim, ou o acesso a musica de boa qualidade em nosso país é escasso mesmo?

  3. Ulisses e Mairon
    Eu não ouvi nada de bandas nacionais esse ano. Acho que só o disco do André Matos. Esse do Pastore eu fiquei enrolando para comprar, inclusive comprei o outro direto dele.

  4. Eu teria vergonha de colocar 5 numa lista de 10 DISCOS DE METÁU! Apesar disso, parabéns pelo trabalho desenvolvido competentemente no blog. Só falta direcionar essa competência a música boa de verdade. rç Vcs ficam falando de prog metal chamando isso de "progressivo". É como chamar religião de Filosofia. É a Idade das Trevas do Prog, meu Deus!

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