Melhores de 2011: por Daniel Sicchierolli

Melhores de 2011: por Daniel Sicchierolli
Stryper: Oz Fox, Michael Sweet, Robert Sweet e Tim Gaines



Nesta primeira semana de janeiro, de segunda a sexta, diversos colaboradores da Consultoria do Rock estarão apresentando listas com suas preferências particulares envolvendo os novos álbuns de estúdio lançados em 2011. Cada redator tem a oportunidade de elaborar sua listagem conforme seus próprios critérios, escolhendo dez álbuns de destaque, além de uma surpresa e uma decepção (não necessariamente precisam ser discos). Conforme o desejo de cada um, existe também a possibilidade de incluir outros itens à seleção, como listas complementares, enriquecendo o processo e apresentando sugestões relacionadas ao ano que acabou de se encerrar. Como culminância do processo, no sábado, os dez álbuns mais citados serão compilados e receberão comentários de todos os colaboradores, não importando o teor das opiniões.

Por Daniel Sicchierolli
Álbuns do ano
Stryper – The Covering
O ano foi cheio de bons lançamentos, mas um álbum de covers no qual uma banda faz versões honestas e bem feitas de Iron Maiden, Black Sabbath e Judas Priest, entre outros, não tem como não assumir a primeira posição. É natural que a comparação caia diretamente nos vocais, afinal, ter uma banda na qual o vocalista consegue cantar “The Trooper” e “Heaven and Hell” não é para qualquer um, mas Michael Sweet executa muito bem esse papel. Vale cada centavo gasto e mostra que a banda está com tudo para mais vários anos de estrada.
Mr. Big – What If…
O Mr. Big nunca foi uma das minhas bandas preferidas, apesar de figurar entre os grupos que sempre gostei. Assim sendo, fui conferir o disco sem muitas preocupações ou expectativas pelo retorno da formação clássica. Quando ouvi o álbum, não acreditei na qualidade das músicas e em como o registro soava bem em todos os aspectos. Bem tocado, produzido e com um gás de uma banda iniciante. O disco me agradou tanto que fui forçado a revisitar a discografia da banda e ouvir novamente todos os álbuns, que para minha surpresa, pareceram melhores e mais cativantes do que na época dos respectivos lançamentos. Hoje, os coloco como uma dos grupos que mais gosto. Está certo que as listas mudam frequentemente, mas e dai? O que mais esperar de um disco novo do que trazer esse sentimento para quem escuta? De inéditas, é o melhor do ano.
Anthrax – Worship Music
Não tenho muito mais o que falar a respeito desse disco, pois muito já foi dito e comentado. Trata-se de um álbum muito bom, com guitarras “gritando” nas caixas e vocal totalmente integrado à banda. A curiosidade é que agora quero ouvir a gravação original, se é que um dia virá à tona. A fase Belladonna sempre foi minha preferida e espero que a banda siga esse caminho. Totalmente recomendável.
Victory – Don’t Talk Science
Esse disco é algo que motiva. Uma mistura de hard rock com heavy metal na medida certa, com vocais típicos e músicas simples e cativantes. Nada mais do que absurdamente bom. Para se ouvir no volume máximo e sentir tudo o que o estilo tem de bom. Uma aula de bom gosto que me surpreende por não estar na lista dos demais.
Voodoo Circle – Broken Heart Syndrome
Resumir esse disco é fácil: trata-se de uma mistura de Rainbow com Pink Cream 69. Não há como negar que o instrumental é totalmente inspirado na banda de Blackmore e a semelhança com o PC69 deve-se ao fato da banda contar com o mesmo vocalista, David Readman, o que naturalmente nos remete à banda alemã. Mas o disco não para por ai, pois as músicas trazem uma boa variação e em alguns momentos lembram o Whitesnake, ou seja, obrigatório para quem gosta de boa música. Legal constatar sua presença na lista de outros colaboradores.
King Kobra – King Kobra
Hard rock feito por quem entende e dá conta do recado. A banda voltou à ativa com o vocalista Paul Shortino e esbanja garra e pegada durante todo o disco. Muito bom poder escutar um som dos anos 80 com uma gravação atual e com quem domina o que faz.
Chickenfoot – III
Esse disco tem algumas características interessantes. Comparo-o com a carreira solo de Sammy Hagar pela maneira como as músicas soam. E o que falta na carreira solo do Red Rocker em comparação à banda que o projetou internacionalmente? O que falta em sua carreira solo é ter um guitarrista absurdamente bom e os backing vocals do Van Halen, que sempre dão um destaque especial nas músicas. Assim sendo, aqui temos tudo o que faltava na carreira solo de Sammy. Pode parecer pouco, mas é ai que o disco me agrada, pois todos os músicos tiveram o seu destaque, jogando para o time e apresentando o resultado como uma verdadeira banda.
Journey – Eclipse
O Journey não é, nem de longe, a minha banda preferida, mas o colaborador Diogo Bizotto falou uma coisa que me deixou curioso no momento do lançamento, algo a respeito de “guitarra em destaque”. E isso me chamou a atenção, pois o que sempre me incomodou nesse tipo de banda é a sobrecarga de teclados. Não é que eles não estejam lá, mas a impressão é que a guitarra fala mais alto, e a certeza de boas composições e melodias marcantes é a certeza de um bom resultado, tanto é que ele aparece nesta lista. O que o vocalista Arnel Piñeda canta é algo extraordinário.

Warrant – Rockaholic
Esse disco aparece na lista por uma série de fatores. Primeiro, porque a banda, depois do seu auge nos anos 80, sempre tentou se restruturar para voltar a gravar, mas com os problemas do seu vocalista original (Jani Lane, que faleceu recentemente) não conseguia fazê-lo. Os vídeos ao vivo com o novo vocalista já mostravam que a banda estava com vontade de fazer um bom disco, e conseguiram. Não é, nem de perto, um álbum marcante como os primeiros que os consagraram, mas é aquele típico album que transborda honestidade e vontade, coisas que faltam em muitas bandas atualmente.
House of Lords – Big Money
Como podem perceber, gosto muito de hard rock, e aqui não é diferente. O House of Lords apresenta o típico hard europeu, com tudo funcionando muito bem. O mais curioso desse disco é que diversas vezes parece que estamos escutando um álbum do vocalista Jeff Scott Soto, tamanha a similaridade entre os vocalistas em alguns momentos. Para quem aprecia o estilo, é mais um disco que não pode faltar, e mostra como o gênero que muitos gostam de massacrar pode nos trazer bons momentos.

Menções honrosas:

Edguy – Age of the Joker
Reckless Love – Animal Attraction
Whitesnake – Forevermore
Megadeth – Th1rt3en
Doogie White – As Yet Untitled
Alyson Avenue – Changes
Lionville – Lionville

A surpresa
Evile – Five Serpent’s Teeth
Tendo em vista o destaque negativo logo abaixo, não tenho outra surpresa melhor do que o Evile. Tudo aqui remete ao auge do Metallica, que em certos momentos parece que até forçar para soar diferente. Mas não há dúvida de que as músicas mais semelhantes são o destaque. Legal ver que o Metallica influenciou uma geração que se espelha nos bons lançamentos da banda e não somente nas porcarias com as quais a MTV nos massacrou e vendeu a todos como Metallica.
A decepção
Lou Reed e Metallica – Lulu
Esse é aquele típico caso de “não ouvi e não gostei”. O Metallica é sem dúvida uma das maiores bandas de rock da história devido aos clássicos lançados, mas também são proporcionais quando o quesito são pisadas na bola. Não adianta, se a minha banda preferida gravar um disco com o Bob Dylan, eu passarei longe, mas muito longe do disco. Não é por não reconhecer a importância ou talento dos músicos, mas simplesmente porque não é o que eu quero ouvir. Se você é um eclético tão radical, um critico de plantão ou um “adulto” que consegue ouvir de tudo e tirar bons momentos, eu não sou. Tenho muito mais o que ouvir e pesquisar dentro do rock e bandas que ainda pouco ouvi e que gostaria de me aprofundar. O Metallica, apesar do bom Death Magnetic (2008), não tem mais crédito comigo. Só vou atrás dos discos deles depois de muitos elogios, e olhe lá. Imagina com uma bola dividida dessas? Passo longe com orgulho! Do convidado, passando pelo nome, entrevistas e capa… Só tenho a dizer que esse é o destaque negativo. Vou ao som de Master of Puppets!

4 comentários sobre “Melhores de 2011: por Daniel Sicchierolli

  1. Entre os vocalistas das bandas de hard rock/heavy metal que despontaram nos anos 80, Michael Sweet certamente é um dos que melhor mantiveram a qualidade de sua voz e ainda aprimoraram sua técnica. Não me admira que ele esteja mandando bem em "The Covering", o cara é fera. Não à toa, é ele quem está cantado no Boston em substituição ao falecido Brad Delp, outro excelente vocalista.

    Pra quem tem preconceito contra o hard oitentista e não tem intenção de ouvir o novo Warrant: "Rockaholic" é um disco honesto pra caralho, sem exageros e com boas composições. Robert Mason é um vocalista muito bom, e, tirando sua presença, trata-se da formação clássica do grupo. Vale a ouvida, sem dúvida.

  2. Não entendo por que o povo tá colocando esse disco como decepção ?
    99% do pessoal já foi escutar esperando o pior… que no caso de 98% se confirmou… então não é decepção porque já era algo esperado !

    Pra mim decepção são os discos do Chickenfoot e Black Country … todos MUITO MEDIANOS para oque eu estava esperando… outra decepção foi o novo do Jane´s Addiction… claro tudo na minha opinião…

  3. Fábio
    Entendi o que vc falou, mas no meu caso coloquei o disco (Lulu) como decepção porque realmente achava e esperava que teria algo legal nele…
    E acho que o problema do povo, e possivelmente o seu, com o Black Country Communion e com o Chickenfoot é a expectativa exagerada em relação à eles…

  4. Concordo plenamente com oque vc disse em relação ao meu problema com o Chickenfoot e o Black Country…. mas com os times reunidos…eu realmente não consegui segurar o hype…. e aí foi o banho de água fria… vamos dar o tempo ao tempo…

Deixe um comentário para Fábio RT Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.