Notícias Fictícias que Gostaríamos que Fossem Reais – IT, a união dos maiores flautistas do progressivo

Notícias Fictícias que Gostaríamos que Fossem Reais – IT, a união dos maiores flautistas do progressivo
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Por Mairon Machado
Notícias Fícticias que Gostaríamos que Fossem Reais é uma sessão da Consultoria do Rock onde apresentamos notícias fictícias, mas que poderiam se tornar reais em algum momento de nossas estadas aqui na Terra. A intenção não é gerar polêmcias ou controvérsias sobre determinados fatos, mas apenas incitar a discussão sobre o que ocorreria se o mesmo fato chegasse a acontecer.
Quem são os maiores flautistas da história do rock? Bom, o leitor mais atento logo vai reconhecer em Ian Anderson (líder do grupo britânico Jethro Tull) e Thijs Van Leer (líder do grupo holandês Focus) os principais candidatos para preencher essa lacuna, estando completamente corretos em sua resposta. Ambos possuem carreiras magníficas liderando suas bandas durante os anos 70, não sendo apenas flautistas, mas também multi-instrumentistas, com Ian tocando (e muito bem) saxofone, violão, acordeão e harmônica, além de cantar, e Thijs esmerilhando órgão, piano e claro, cantando seus tradicionais yodels (técnica vocal muito empregada pelo cantor).

O sonho de muitos proggers em unir essas duas lendas vivas do rock progressivo vem desde o lançamento dos primeiros álbuns de cada grupo, afinal, quem nunca confundiu “House of the King” (Focus) como sendo uma canção do Jethro Tull que atire a primeira pedra. Mas graças a uma produção independente unindo ambos, finalmente os admiradores dos diferentes e ao mesmo tempo similares estilos dos músicos podem conferir essa união no álbum IT, cujo nome, apesar de significar a palavra “isto”, é formado pelas iniciais dos músicos.

Ian Anderson

Passeando logicamente pela carreira de seus principais grupos, Ian e Thijs exibem-se com soberania e distinção não somente na flauta, mas também nos outros instrumentos citados, criando versões por vezes longes das originais, e que você só irá reconhecer talvez pela melodia central, mas distante de ser algo depreciativo.

Pelo contrário, IT é uma aula de boa música. Gravado em duas semanas no estúdio caseiro de Anderson, esse álbum duplo divide-se entre canções compostas pelo líder do Jethro Tull e canções compostas por Van Leer. Portanto, no disco 1 temos as canções de Anderson, começando pela emocionante versão de “Pussy Willow” (Jethro Tull), com Thijs no piano e Ian no violão. Sem explorar os clássicos, a dupla concentra-se em canções mais desconhecidas do Jethro Tull, oferecendo “Round”, “Just Try To Be”, “Boureé” (essa com um show de Thijs Van Leer), “Only Solitaire”, “Wondering Aloud” (na sua versão do álbum Living in the Past, de 1973, com Thijs no órgão e Ian na flauta), “Slipstream”, “From Later” e as arrepiantes “Dark Ages” e “Thinking Round Corners”, recriadas com órgão de igreja, saxofone e com belos duelos entre as flautas.
Thijs Van Leer
O disco 2 explora as canções do Focus, abrindo com uma interpretação sensacional para a já citada “House of the King”, com Ian no violão e saxofone e Thijs no piano e flauta, além da fantástica “La Catedrale de Strasbourgh” (cantada por Anderson), “Sylvia” (com Anderson no violão e flauta, enquanto Thijs está apenas no órgão), “Focus I”, Focus II”, “Out of Vesuvius”, “Delitiae Musicae”, “Focus 8” e “King Kong”, essa em uma versão muito melhor do que a encontrada no fraco Focus (1985).
Além disso, a carreira solo dos músicos também foi destacada. No disco 1, as canções “Walk Into Light” (do álbum de mesmo nome, lançado em 1983) e “At Their Father’s Knee” (extraída de Divinities: Twelve Dances With God, lançado em 1995) foram as escolhidas, enquanto no disco 2, “Reigen Seliger Geister” (presente em Introspection 3, lançado em 1977) e “Hollywood Blues” (do álbum I Hate Myself for Loving You, de 1987) são as que irão lhe encantar, além da maravilhosa versão para “Siciliano (from Sonata In E Flat Major For Flute & Harpsichord)”, de Bach. A curiosidade maior é que as canções da carreira solo de Anderson são interpretadas por Van Leer, e vice-versa.
Bruce Dickinson, convidado especial de IT
Outro grandes destaque de IT é a participação de convidados mais que especiais. Bruce Dickinson (Iron Maiden) foi chamado para fazer os vocais de uma versão linda e extremamente acústica para “Cross Eyed Mary”, com Thijs no piano e no órgão de igreja, além de Ian no acordeão, violão e mandolim, enquanto Jan Akkerman (guitarrista do Focus) é o responsável pelo alaúde na também linda interpretação para “Focus III”.
Como bônus, uma divertida versão para a clássica “Hocus Pocus” (Focus), com Dickinson tocando baixo, Anderson na bateria, Akkerman na guitarra e Van Leer no órgão. Os hilariantes yodels de Anderson e Dickinson são impagáveis, e certamente irão propiciar muitas risadas.
Mas o que importa realmente é a união de dois gênios do rock progressivo em um disco único. Sonoridades clássicas brotam em todo o álbum, e é impossível saber qual dos dois se destaca mais, até por que eles são responsáveis por todos os instrumentos (a menos nas canções citadas), o que torna o trabalho ainda mais atraente. Encomende o seu e prepare-se para pouco mais de duas horas de uma viagem de ida com destino ao paraíso, onde você irá querer ficar por um bom tempo.
Disco 1: “The Ian Songs”
1. Pussy Willow
2. Just Try To Be
3. Boureé
4. Round
5. Dark Ages
6. Walk Into Light
7. Only Solitaire
8. Slipstream
9. Wondering Aloud
10. Thinking Round Corners
11. Cross Eyed Mary
12. At Their Father’s Knee
13. From Later
Disco 2: “The Thijs Songs”
1. House of the King
2. La Catedrale de Strasbourgh
3. Sylvia
4. Delitiae Musicae
5. Reigen Seliger Geister
6. Focus I
7. Focus II
8. Focus III
9. Focus 8
10. Out of Vesuvius
11. Hollywood Blues
12. King Kong
13. Siciliano (From: Sonata In E Flat Major For FLute & Harpsichord)
14. Hocus Pocus [Faixa Bônus]

8 comentários sobre “Notícias Fictícias que Gostaríamos que Fossem Reais – IT, a união dos maiores flautistas do progressivo

  1. Grande Ronaldo, essa é fácil: eu não tomo café da manhã, hahahaha

    Diogo, honestamente, o Ray Thomas é muito talentoso, mas não tem nem metade da habilidade dos dois ai de cima

  2. Eric Clapton também não tem a mesma habilidade de um Steve Vai ou de um Joe Satriani, mas nem por isso deixo de gostar mais de Clapton, heheheh… mas tudo bem, eu entendo que tanto Thijs quanto Ian são protagonistas em suas bandas, enquanto Ray Thomas era apenas "mais um" no equilibrado e fantástico quinteto que costumava ser o The Moody Blues.

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