Discos que Parece que Só Eu Gosto: Deep Purple – Slaves and Masters [1990]

Discos que Parece que Só Eu Gosto: Deep Purple – Slaves and Masters [1990]

Por Eduardo Luppe

Sem querer causar conflitos de opiniões e queima de retinas, resolvi fazer a resenha deste álbum que considero um dos melhores do Purple, rejeitado pelos fãs mais puritanos, assim como também  é rejeitado seu vocalista.

Depois do fraco álbum The House of Blue Light (1987), a reunião de ouro da MKII foi pro vinagre, Gillan pediu as contas e caiu fora para continuar com sua mediana carreira solo. Sendo assim, foi chamado para o posto o contestado vocalista Joe Lynn Turner (ex-Fandango, Rainbow e Yngwie Malmsteen). Bem, nesta altura do campeonato o que o Purple tinha para mostrar? Um dos álbuns mais diversificados em sua longa e discutível discografia, Slaves and Masters (1990). E não é que o resultado foi bom? Claro, na minha opinião!

O álbum começa com a excelente “King of Dreams”, um som pra lá de diferente que nos remete aos tempos mais comerciais do Rainbow. Detalhe… só percebemos que se trata mesmo de um Rock bem feito no momento em que Ritchie Blackmore toca os dedos em sua Fender Stratocaster. Essa faixa tem uma levada bem viajante onde a voz de JLT encaixa perfeitamente na nova proposta da banda.

Em seguida temos “The Cut Runs Deep”, uma das músicas mais rápidas e pesadas, talvez o ponto alto do álbum… um riff potente e a proeminente voz de Turner, que, apesar de ser repudiado pelos puritanos, mostra extrema competência e versatilidade.

Deep Purple 90: Ian Paice, Roger Glover, Joe Lynn Turner, Jon Lord e Ritchie Blackmore.

Seguindo com o álbum, temos em “Fire in the Basement” um Purple com uma áurea mais despojada, mais blues. Blackmore mostra todo seu virtuosismo e JLT faz uma excelente interpretação vocal… apenas imagine Gillan cantando essa música… impossível!

Depois segue-se com a semi-balada “Truth Hurts”, de letra bonita e solo inspiradíssimo. JLT conduz muito bem a música e percebemos que Gillan não faz muita falta. Opa! Peço calma aos fãs xiitas… é um tipo de música que jamais Gillan cantaria!!!

Na sequência temos “Breakfast in Bed”, uma música razoável, nada mais. Para quebrar o ritmo da bolacha temos “Love Conquers All”, excelente balada onde JLT mostra porque foi uma ótima opção para o Purple. Esse som tocou muito nas rádios americanas.

O álbum segue com “Fortuneteller”, uma música muito boa, onde Roger Glover marca muito bem o tempo com seu preciso baixo para que Blackmore fique a vontade para desenhar seus excelentes solos. Depois o álbum termina com uma leve queda de criatividade com “Too Much is Not Enough” e “Wicked Ways”.

Bom, em suma, é um álbum muito bom e que merece respeito pelos fãs xiitas, pois mostra uma banda coesa, madura e criativa. Parece muito mais com o Rainbow de Blackmore do que o Purple de Gillan. Um álbum para ouvir sem preconceitos e dar o braço a torcer, pois JLT é talentoso e canta muito sim. Vale a pena conferir.

Dica: Se você continua achando que JLT não canta nada, por favor, ouça os álbuns do Sunstorm.

Tracklist:

1. King of Dreams
2. The Cut Runs Deep
3. Fire in the Basement
4. Truth Hurts
5. Breakfast in Bed
6. Love Conquers All
7. Fortuneteller
8. Too Much is not Enough
9. Wicked Ways

27 comentários sobre “Discos que Parece que Só Eu Gosto: Deep Purple – Slaves and Masters [1990]

  1. Pra mim não adianta, apesar de ter seus momentos, dois eu diria, a ótima "King of Dreams" e a boazinha "The Cut Runs Deep", "Slaves and Masters" é pra mim o disco mais fraco sim do DP, e considero "The House of Blue Light" um disco digno, não está tão abaixo de "Perfect Strangers". O grande problema que eu cito é apontarem a responsabilidade do desempenho do disco somente a Joe Lynn Turner, quando todos merecem sua carga: as composições em geral não fazem jus ao nome Deep Purple e as performances são um tanto discretas.

  2. O maior "problema" desse album é que muita gente só escuta ele depois de escutar todos os clássicos dos anos 70. Aí o cara já chega cdom uma espectativa muito alta…
    Como o Diogo falou acho que o disco tem coisas boas sim…algumas músicas não são totalmente legais e tem belas passagens…
    E também não acho que o culpado é o JLT…a culpa é de todos…A impressão é que o disco foi feito de qualquer jeito…meio rápido demais…

  3. O House Of The Blue Light é horrível, mas este Slaves não merece o nome Deep Purple na capa. Por quê?
    a) Jon Lord ficou reservado a um terceiro plano, sem nenhuma linha de destaque no álbum todo. E seu teclado é peça importantíssima do som do Purple;
    b) Ian Paice toca linhas comuns que qualquer baterista faria. E Paice não é qualquer baterista.
    c) Roger Glover se fixou no seu papel de baixista comum, como sempre foi, e fica só marcando ritmo, sem se destacar nem se expor muito-coisa que aliás nunca fez nem antes nem depois;
    d) Turner não é digno de ser vocalista de uma banda que já teve Gillan, Coverdale e Hughes. Ele é quase uma piada se comparado a esses três;
    e) Blackmore assumiu o controle (inclusive expulsando Gillan na base do "ou eu ou ele", ao que me consta) e compôs músicas muito fracas, que agradariam ao mercado americano, e não aos fãs do Purple. Mais ou menos como já havia feito no Rainbow.

    Se tivesse sido lançado depois do também terrível Bent Out Of Shape e com o nome do Rainbow ao invés do DP, teria sido uma recuperação para a banda de Blackmore e Turner, e talvez eu ouvisse este disco com outros ouvidos. Mas um disco de AOR sob o nome Deep Purple não dá para ser considerado.

    Para mim este disco é abaixo da crítica, principalmente por não honrar a tradição e o nome do Deep Purple, um dos membros da Santíssima Trindade do Hard Rock.

    FElizmente Lord e Paice caíram na real e correram com Turner logo em seguida, para trazer Gillan de volta e gravar o Batle Rages On, que, se não é grandes coisas, é pelo menos tão bom quanto o Perfect Strangers, e nbem melhor que os discos gravados entre eles. Se o Blackmore não gostou e resolveu sair da banda, melhor para o Purple e para nossos ouvidos.

  4. Sou meio suspeito para falar, porque adoro todos os álbuns do Rainbow e tb gosto muito da carreira solo do JLT… Quanto ao Purple, realmente Slaves and Masters é um album diferente e complicado de se avaliar, pois além da troca de vocalista estava havendo um novo direcionamento musical por parte da banda e isso ja estava acontecendo com o Perfect Strangers…
    Quanto ao House of Blue Light, acho sofrível… o pior do Purple!
    Pra mim o Blackmore é mais fundamental no Purple do que o Gillan.

  5. Micael, o senhor é um fanfarrão… dizer que o "Slaves and Masters" é uma evolução em relação ao "Bent Out of Shape"??? Nem aqui nem na Cochinchina… "Bent…" tem músicas muito boas pra quem curte AOR, como "Can't Let You Go", "Stranded", "Fire Dance", "Street of Dreams", e isso já o torna melhor que o "Slaves…" facinho facinho. O fato pra mim é que o DP desde que voltou não fez sequer um disco que merece ser rotulado como muito bom, e incluo o "Perfect Strangers" nisso. Algumas canções muito boas espalhadas por aí, como "Knocking at Your Back Door", "Anya", "Sometimes I Feel Like Screaming", mas muita coisa fraquinha também.

  6. Concordo com quem disse que esse disco parece uma continuacao do Bent Out Of Shape, que eu tambem curto. Por isso foi até chamado de Deep Rainbow na época, realmente soa mais como Rainbow do que DP.

    Eu adoro a voz do Joe Lynn Turner, e tambem acho que ele é o menos culpado pela sonoridade do album. O Blackmore quis desse jeito, o resto da banda "aceitou", e o cara novo que só cantou as musicas leva a culpa?

    Lembro de uma entrevista com o Michael Wagener, produtor, onde ele diz que o melhor vocalista com quem ele trabalhou foi o JLT. Se ele, um dos melhores produtores de hard rock, acha isso, fica dificil entender como "criticos" metem tanto o pau nele. Ele pode ter cantado em discos ruins, mas a performance dele sempre foi ótima, vide os discos do Rainbow, Malmsteen, carreira solo, Sunstorm e etc.

    Eu gosto da grande maioria dos discos gravados por ele, mas como falamos, gosto é pessoal, entao entendo quem nao curte. Mas falar que ele canta mal, aí fica dificil entender…

  7. Leonardo, considero o JLT um cantor de segunda linha, o que definitivamente não é ruim, tendo em vista que para mim, em se tratando de rock, cantores de primeira são pessoas como Ronnie James Dio, Freddie Mercury, Paul Rodgers, David Coverdale, Glenn Hughes… Toda essa rejeição tem muito a ver com gente que é papagaio… alguém inventou de dizer que o cara é uma merda, muitos engoliram, passaram adiante e outros acreditaram sem sequer ouvir os bons discos na voz dele.

    Conheço essa história do Michael Wagener, não à toa o JLT tem créditos de backing vocals em muitos discos de vários artistas. O que mais me incomoda nele na verdade é a sacanagem de basear muita parte de seus sets em músicas originalmente não gravadas por ele e deixar coisas legais dele de fora. Qual a moral de tocar "Smoke on the Water" por exemplo??? Vi ele no ano passado em Porto Alegre, e se bem me lembro não rolou sequer uma música do álbum "Odissey", de Yngwie Malmsteen.

  8. Apenas para ajudar na pancadaria… rsrrss
    Confesso que o Gillan foi excelente na década de 70 e 80, mas hoje em dia é um picareta de marca maior… se nega a cantar as musicas do MK III, sua voz hoje esta um lixo e mais parece um pai de santo no palco! rsrss
    Atualmente a voz do JLT é superior a do Gillan.

  9. Diogo, não sou fã (na verdade, não gosto mesmo) de AOR, portanto, um disco de AOR com Jon Lord nos teclados e Ian Paice na bateria, mesmo sendo uma m…, é melhor que outro sem eles, no caso o Bent Out. Pode e deve haver álbuns de AOR melhor que esses dois (se não tiver, o estilo está perdido), mas entre estes dois o Slaves ganha do Bent, embora os dois sejam muito ruins…

    Concordo que, desde que voltou, incluindo o Perfect Strangers, o Purple esteve devendo em relação aos anos 70. A não ser em um álbum: Purpendicular. O que seria o "lado A" no vinil (as seis ou sete primeiras músicas) não deve nada aos discos dos anos 70, sendo até melhores (para mim) do que o "Who do we think we are" e que o "Stormbringer". As últimas músicas são mais fracas, mas ainda é o melhor disco do Purple desde 1975.

    E eu não gosto do JLT. Não aturo o estilo, o timbre, o tom da voz do cara nem a maneira como ele interpreta as músicas. o HTP foi uma das minhas maiores decepções musicais na década passada, e, como não curto Malmsteen, posso dizer que não tem nenhum álbum gravado com o Turner nos vocais que eu considere "essencial". Nem os discos com o Rainbow, que, se for para ouvir sem o Dio, prefiro com o Bonnet ou com o Doggie White. Podem jogar as pedras que eu me defendo…

  10. Adoro esse álbum , e o motivo maior é o Joe Lynn Turner , como eu admiro esse "arroz de festa" . POrra , esse cara canta demais , e é graças a ele que eu admiro muito este álbum , mesmo estando muito aquém dos outros albuns da banda.

  11. Exatamente Rafael! Esse cara canta muito!
    Fiquei surpreso quando assisti a um show dele aqui em São Paulo, a voz dele é a mesma de estudio, não se altera em nada! Poucos vocalistas conseguem essa façanha.

  12. Devo ter problemas de audição, pois acho a voz de Joe Lynn Turner fraca, sem carisma, sem alcance. Devo estar ouvindo muito Dio, Coverdale…Deve ser isso.

  13. Eu desconheço esses discos do DP, tanto o Slave and Masters quanto o House of Blue Light, por pura má vontade. Me chega a ser triste ver uma banda tão boa quanto eles eram fazer essas cagadas. Eu escutei uma ou duas canções de cada como músicas soltas e coletâneas e foi como não escutar nada. O som passou batido, sem nenhuma impressão boa (mesmo as vezes não tendo passado impressão ruim). Agora, sobre o Joe Lin Turner, acho que a grande questão não é que o cara seja ruim, pelo contrário, em termos de técnica ele é bom – afinação, alcance vocal, etc…O problema é seu timbre de voz e seu estilo, que veio de encontro com o som que se considerou como decadência para bandas como o Deep Purple e o Rainbow, o hard rock mais comercialzão, o AOR, essas coisas que popularam os anos 80. Outro problema é ele ter sido sombra de grandes vocalistas. Aí, rolam as inevitáveis comparações, onde aí o cara sai perdendo. Uma coisa meio do tipo – o cara errado na banda errada.
    Abraço!
    Ronaldo

  14. Não gosto do JLT, mas até tem algumas coisas do Slaves que passam, só que realmente concordo que isso não é Deep Purple. Tb discordo que esse disco seja AOR, mas enfim, os experts nesse estilo disseram que é, então tá.

    Só para meter mais gasolina na fogueira: O deep Purple acabou no Concerto, teve uma ótima volta com o Burn e terminou de vez no Come Taste The Band.

    Ian Gillan para mim só foi bom na Ian Gillan Band, o resto era (e é) enganação! Fui num show do DP em 2006 esai triste de ver que o cara não canta mais nada. Como alguem aqui disse, um baita picareta!

  15. antes queimar a retina do que a rosca…..

    não gosto de DP… acreditam??? gosto só do Burn…. mas tem um cara lá que não sou muito fã…. vou manter segredo de quem por enquanto….

  16. Independente do que dizem (é uma bosta, o cara não canta e etc…), eu adoro essa álbum. Claro q não será nunca o clássico do DP, mas adoro ouvir King of Dreams na estrada, solzão, estrada livre, isso é muito bom!!

  17. Gosto bastante do album. Só que comparando com o restante da discografia não poderia ser considerado um disco do DP. Digo isso em termos musicais e não comparativos.

  18. Glenn Hughes é muito pior do que o Joe Lynn Turner. É por isso que o Blackmore não quer saber de trabalhar com este sujeito.

  19. Gosto demais desse disco do Rainbow…Sério. Acho que esse disco é injustiçado só por causa do nome que tem na capa. Afinal, é igualzinho o Rainbow do início dos anos 80. É o sucessor perfeito do Bent Out of Shape. Só acho que a produção não envelheceu bem, mas, comparado com alguns dos discos recentes lançados pela formação atual da banda, até que não faz feio. Claro que não dá para comparar com o Fireball nem com o Burn, só para citar dois. Mas é um disco decente e até certo ponto, é melhor que os dois lançados antes dele.

    1. Concordo Silvio. E um belo disco do Rainbow, e com a adição dos teclados do Lord. Muito boa descrição.

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