Melhores de 2023: Por Ronaldo Rodrigues

Melhores de 2023: Por Ronaldo Rodrigues

 

2023 foi um ano bem recheado de bons lançamentos em diversas vertentes, seja de bandas contemporâneas (com humilde licença incluindo o lançamento da minha própria banda, Caravela Escarlate), estreantes e veteranos. No geral, tenho ficado bastante satisfeito com a qualidade das gravações e da sonoridade da maioria das bandas a cada ano que passa. Nos dias atuais, só soa mal realmente quem quer, pois há recursos de sobra para obter um ótimo som com custos relativamente baixos. Não sou do tipo que fica caçando “a banda mais inovadora do momento”; o rock já está em um platô de estabilidade de linguagens musicais e cada ouvinte  pode encontrar muita satisfação em sua respectiva caixinha. Como de praxe, minhas listas não inclui lançamento de veteranos, mas nesse tópico se tem algo a ser dito é que ninguém passou mais vergonha esse ano do que Roger Waters. Vamos aos 10 melhores (sem ordem) e menções honrosas que disputaram um lugar na lista.


Jordsjo – Salighet

Grupo prog norueguês que sempre gera expectativa quando anuncia um lançamento. Expectativas atendidas e frequentemente superadas – são criativos, cuidadosos nos arranjos e baforam vitalidade no prog clássico que transita tenazmente pelo lado sinfônico, folk, proto-jazzista e/ou experimental. Esse novo álbum, lançado pela Karisma Records, tem sintetizadores convivendo com guitarras cruas e instrumentos acústicos de sopro. Para ouvir do início ao fim e viajar na poltrona.


Blood Ceremony – The Old Ways Remain

Passei batido pelos discos anteriores desse grupo hard/heavy/stoner do Canadá, que tem como marcas os vocais femininos e a flauta de Alia O’Brien. O grupo sacou do armário seus melhores riffs e gravou um petardo, coroado com uma performance enérgica e uma sonoridade cativante. A flauta tem ótimos momentos solo, até um tanto jazzeado as vezes, e o grande destaque ficam com os solos de guitarra e os timbres arrasadores de Sean Kennedy. A base é anos 70 total, mas vai bem além das típicas fotocópias do Black Sabbath que pululam por aí. O vocal e a flauta de Brien ajudam a tornar tudo bastante distinto e interessante.


Agusa – Prima Materia

Os suecos do Agusa não tem, em sua discografia, uma linha assim tão estreita de estilo. Eles transitam entre diversas vertentes do rock de inspiração setentista e totalmente instrumental. Em Prima Materia, estão mais leves na distorção e progressivos. A própria escolha dos timbres de teclados e de guitarra refletem a opção por trafegarem na mesma linha do Traffic, Tassavalan Presidentii ou do Caravan. A longa suíte que abre o disco é uma síntese de toda a variedade de climas e intenções apresentadas no disco, que só tem 4 longas faixas. O todo é muito rico musicalmente e interessante de se ouvir atentamente, com muita dinâmica e grandes solos individuais dos membros da banda.


Rival Sons – Darkfighter

Pode-se dizer que o Rival Sons é, tranquilamente, um dos mais importantes nomes do hard rock de 2000 para cá. Tem lançamentos consistentes, músicas realmente boas e cativantes e são ótimos músicos. Nesse ano lançaram dois discos, sendo Darkfighter o mais pesado e o mais bacana deles (o que não é demérito para o outro). Eles são capazes de compor riffs zeppelianos e sabáticos de respeito como “Mirrors” e “Darkside”, colocando tintas mais modernas neles, ou músicas que tocariam fácil em rádios FM (caso essas dessem algum espaço para o rock) como “Bright Light”.


Soft Power – Raw Bites

Sempre fico atento aos lançamentos desse combo de jazzistas escandinavos. Eles sabem como me cativar – exploram aquela sonoridade empoeirada, pouco comprimida e cheia de dinâmica que era praxe no fim dos anos 60/começo dos 70. E ainda o fazem com um senso de liberdade e um frescor que realmente bate fundo para quem aprecia a sonoridade daquela época (as vezes até as raias do “lo-fi”). Nesse novo álbum eles soam tal como grupos underground do naipe de Warm Dust, Xhol Caravan e Embryo. Muito saxofone e piano elétrico improvisando e a coisa fluindo pelos alto falantes.


Isobar – III

Terceiro disco deste interessante grupo prog norte americano, que trabalha também na seara do rock instrumental, fazendo algo entre o prog sinfônico e o jazz-rock, com muito dinamismo na seção rítmica. As melodias e riffs são muito bem construídos e os teclados bem colocados, seja em termos de arranjo, seja em termos de timbres. Há momentos em que a coisa lembra o Camel, mas no geral eles soam como um belo suco de influências do prog setentista e também de grupos dos anos 80-90, como Echolyn e Kenso.


Mondo Drag – Through the Hourglass

A psicodelia pesada chegou na lista. Riffs volumétricos e imponentes complementados por sintetizadores espaciais embalados em longas “trips” instrumentais…esse é o receituário do Mondo Drag para fazer o ouvinte ir longe nas ondas sônicas. O clima floydiano é a tônica do álbum, mas sem soar pastiche. Há vida própria em todas as composições, solos melodiosos de guitarra e teclados muito bem arquitetados. Tudo soa profundo e escuro neste convincente trabalho.


Zopp – Dominion

Os britânicos do Zopp conseguem, trazer ao mesmo tempo, o ar sissudo e cômico do rock progressivo. Sua seção rítmica é admirável e os jogos vocais lembram o Gong do início de carreira. Outro destaque são os teclados, que fazem uma ponte bem estruturada entre os timbres setentistas e modernos. A faixa “You” é aquele tipo de música em que tudo acontece – são 10 minutos de pura emoção prog.


DeWolff – Love, Death & in Between

O DeWolff é reincidente em minhas listas de melhores. É um grupo de forte orientação vintage, que capricha na sonoridade. Esse novo álbum é uma excelente blenda de rock e soul de raíz, com solos marcante de órgão e guitarra e um swing irresístivel. A qualidade da gravação é acima da média – um som cheio de harmônicos que te transporta de imediato para dentro do estúdio em que foi Love, Death & in Between gravado. “Counterfeit Love” parece uma jam entre Booker T. and MG’s, Sly and Family Stone e Deep Purple e “Message for my Baby” tem um duelo de guitarra e órgão de cair o queixo! Há momentos funkeados de deixar James Brown orgulhoso. Esse vai fazer você sacudir.


Siena Root – Revelation

Outro reincidente é o Siena Root, que lança desde sempre um disco no mínimo bom. Se Revelation não é uma obra-prima e fica atrás quando comparado com The Secret of Our Time, ele tem também grandes predicados. O Siena Root é um especialistas no que alguns chamam de retro-rock, que resgata não só a sonoridade 60-70, mas também a forma de compor e arranjar uma música nesta mesma pegada. A vocalista Zubaida Solo permanece a frente e sua presença leva o disco a alguns patamares acima. Os bons riffs de Johan Borgström estão presentes, como em Professional Procrastinator ou em Fighting Gravity, mas o grande destaque fica para os belos momentos psicodélicos e acústicos do álbum, como em “Leaving the City”.


Menções honrosas:

Cronicles of Father Robin – The Songs & Tales of Airoea
Crown Lands – Fearless
Vitral  – Os Loucos
Ring Van Mobius – Commissioned Works Pt II – Six Drops of Poison
Lars Fredrik Frøislie – Fire fortellinger

19 comentários sobre “Melhores de 2023: Por Ronaldo Rodrigues

  1. Da tua lista, ouvi Blood Ceremony e Vitral das menções honrosas. Já vou atrás das bandas progs aqui, não ouvi nenhuma delas.

  2. Meu Deus, que lista, que lista, meus amigos!! Somente o Rival Sons e o Siena Root, ambos primorosos e ambas as bandas dentre as 3, 5 melhores do século XXI (que comecem os jogos para listarmos quais seriam essas bandas…), eu já tinha ouvido. Quando terminar de ouvir tudo, retornarei, mas quero registrar que essa lista ganhou, para o meu gosto, DISPARADO como a lista com as melhores capas! E já aviso para os incautos que, como eu, não conheciam o Soft Power: é viciantemente brilhante… A música que dá nome ao álbum está no repeat do YouTube enquanto escrevo este comentário e já a ouvi umas 4, 6 vezes sem parar. Muito obrigado, Ronaldo, pela seleção!

  3. esse blood ceremony é aquela banda que
    era um dos expoentes do occult rock há alguns anos atra? não sabia que o blood ceremony lançou álbum esse ano. escutei ontem é muito bom . album excelente
    Zopp – Dominion , siena roots Revelation. . todos os dois fizeram um trabalho.
    Crown Lands – Fearless já conheçia algumas músicas . mas esqueci de pesquisar o álbum. ouvi hoje muito bom também.
    Cronicles of Father Robin – The Songs & Tales of Airoea tem umas das melhores capa de disco.

  4. Obrigado pelos comentários de vocês, pessoal! Fico feliz em saber que gostaram das dicas. O Rival Sons é da pesada mesmo, muito bom. Abs!

  5. Não consegui ouvir ainda a maioria dos discos – mas tem vários que me chamaram a atenção e vou conferir… As resenhas chamaram a atenção para alguns álbuns!

  6. Rapaz, quem diria que até o Ronaldo tem haters na internet.

    Assim como qualquer um, o senhor pode criticar-nos a vontade. Entretanto, não aceitaremos quem venha até aqui xingar um de nossos colaboradores gratuitamente aliás, com acusações sem qualquer nexo (prepotente? Ronaldo é um dos que critica o que não gosta até com mais educação do que 90% do que é publicado internet afora). Vou deixar esse comentário seu aí no ar por 24 horas caso o Ronaldo queira te responder, aí ele será apagado.

    Mais educação se quiser continuar postando por aqui. Do contrário, não fará falta.

  7. A lista é do cara e ele que coloque o que quiser! Mas acho contraditório o mano falar que “a lista não inclui lançamentos de veteranos”, quando na verdade as bandas que ele cita, apesar de “novas”, chupam até os bagos dos veteranos e são todas da época dos dinossauros no sentido de estarem paradas no tempo e pensarem que depois dos anos 1970 nada de bom foi feito. E, contraditoriamente, essas bandas ditas novas me parecem mais velhas do que as bandas veteranas que as influenciaram (uso essa palavra como força de expressão porque, em muitos casos, o que essas bandas fazem é plágio mesmo)…É óbvio que algumas das bandas citadas são boas, mas como vivo em 2024 e não nos anos 1970, as bandas que me pegam são as que vivem o presente e sofrem, bem ou mal, influência dele e não aquelas que parecem que acabaram de sair de um brechó caro e chique…PS.: As pessoas se “empolgarem” por uma lista só porque ela tem bandas “novas” que de novas não têm nada me lembra aquelas pessoas que correm para comprar um novo modelo de celular que é praticamente idêntico ao antigo…É o consumismo se infiltrando na música! As pessoas que pulam de alegria diante de uma lista como essa podem não perceber, mas entre elas e aqueles loucos que invadem lojas na Black Friday para comprar qualquer coisa não tem muita diferença. Afinal, ambas só estão buscando o “novo”, mesmo que esse novo em sua essência seja velho, muito velho…

    1. Não gosto de participar das listas do site nem de comentar nelas justamente por causa de comentários como este seu, Cleibsom! Meu gosto musical é meu, as coisa que ouço agradam aos meus ouvidos em primeiro lugar, e não preciso justificar pra ninguém porque prefiro ouvir pela milionésima vez um Machine Head ou um Nursery Crime do que os “novos bons sons” do Rival Sons ou do “bonitinho do momento”. Já tenho muito trabalho ouvindo os discos novos das mesmas bandas que ouço há 40 anos, e, a cada dia que passa, descubro mais e mais shows dessas bandas na internet que eu não conhecia, muitas vezes com repertórios diferentes dos que saíram em discos “oficiais”. Se alguma banda de doom/stoner lança um disco chupinhado na cara dura de algum dos primeiros 4 discos do Sabbath com Ozzy, eu vou me interessar de ouvir, pois é este ESTILO que eu gosto, e não do as bandas “modernas” estão fazendo. “Ah, mas o In Flames…” – foda-se, prefiro Therion, vou ouvir Therion! “Ai, o disco da Nervosa (ou o da Crypta) representa o metal nacional atual!” – tô nem aí, não gosto dos vocais, vou ouvir Sepultura com Max… eu sei do que gosto, sei oque curto, e, se o primeiro Anekdoten é uma cópia do King Crimson com John Wetton ou se o Spiritual Beggars pegou muito do que o Purple e o Sabbath fizeram antes e copiaram, problema meu se eu prefiro escutar eles do que o novo dos Stones (banda da qual nunca fui muito chegado) ou a antiga “nova sensação” do Greta Van Fleet (que não me passa pelos ouvidos, e nem é porque lembre o Zeppelin, algo que, se tivesse qualidade na música deles, nem acharia ruim, como já expus). Eu ouvi poucos discos lançados em 2023, e quase 100% deles de bandas que eu já conhecia e gostava (nem por isso gostei de todos). Não me interessei por ouvir a maioria dos discos que apareceram nas listas até agora, e não vou fazer isso só porque fulano ou beltrano elogiaram as bandas. Eu já sei do que gosto, e tenho uma dificuldade enorme de acompanhar os lançamentos dessas bandas pra sair correndo atrás de novidades. Alguém sai prejudicado com isso, além de, supostamente, eu? Acredito que não, e não me interessa. Resumindo, não acredito que uma banda precise “reinventar a roda” pra fazer música boa. A roda não se desgastando e chegando inteira ao fim do percurso,, pra mim já tá bom. E, se a viagem for parecida com uma outra que já tive antes, melhor ainda! Música não é competição, é sentimento, é estado de espírito, é transcendental. E deveria ser motivo de satisfação, ainda que seja a décima quinta cópia xerocada de um original rascunhado há 50 anos atrás.

      1. Muitas das bandas mais “novas” que eu ouço me foram indicadas por causa da similaridade com outras que eu já gostava. “Gosta de King Crimson? Então ouve Anekdoten!” “Gosta de Sabbath e Purple? Então ouve Spiritual Beggars!” “Gosta de Sabbath? Então ouve Corrosion of Conformity!” “Gosta dos primeiros do Ghost? Então ouve Lucifer!” “Gosta de Joy Division? Então ouve Belgrado!” “Gosta de Dream Theater e Transatlantic? Ouve Sons of Apollo!” Lá atrás, me indicaram ouvir Marillion porque lembrava Genesis com Peter Gabriel, Silverchair porque lembrava Pearl Jam, e uma banda parecer com outra nunca foi problema para mim, é uma referência, uma forma de já saber, mais ou menos, em que buraco se está entrando… não significa que eu vá gostar da derivada assim como gosto da original, mas não vou deixar automaticamente de “desgostar” só porque é uma cópia da anterior… música pra mim não é inovação ou disputa por “maior quantidade de notas por segundo” ou “maior número de mudanças musicais em menos tempo”, é audição, é se me agrada ou não, se eu curto ouvir ou não, e, se eu não curtir, não adianta ter o John Wetton, o Steve Howe e o Carl Palmer na mesma banda que eu não vou ouvir (mesmo que o tecladista seja o Geoff Downes). Simples assim!!

      2. Mas quem falou que você precisa se justificar, mano? O gosto é seu e siga em frente com ele!!A questão aqui é “filosófica” e cada vez mais constato que o ser humano, em sua essência, age da mesma forma nessa questão, e talvez em todas as outras, ou seja, a pessoa ouviu músicas e estilos no passado e a medida que envelhece fica “presa” à essas coisas e perde o interesse na música contemporânea que vai além de reciclar o passado (certamente vem daí o conflito de gerações, pois os “velhos” acham que tudo de bom já foi feito e que a partir de agora o mundo seria uma repetição eterna, enquanto os jovens, não, muito pelo contrário). Isso é ruim? Se a pessoa “idosa” está feliz, não, desde que ela não se torne uma conservadora autoritária!!!No meu caso, que já sou idoso também, não quero perder o contato com o que é feito hoje pela molecada, desde que ela faça as coisas do seu modo, cometa os seus erros, crie os seus próprios clichês e não pense que o mundo acabou nos anos 1970 ou 1980…Eventualmente posso até gostar de bandas recicladoras como as dessa lista aí, mas passarei meio batido por elas, porque a pessoa se isolar em uma bolha e ignorar o presente para fazer a sua arte para mim não tem nada a ver com arte. Para encerrar: a minha banda favorita atual é o THE CHRONICLES OF MINIMAL AND SAMARA, uma banda relativamente nova que está inserida até o pescoço na contemporaneidade. Mas, para surpresa de ninguém, os roqueiros das antigas como você a detestam por achá-la “moderna” demais. Até aí, novidade nenhuma e vida que segue! PS.: para esclarecer, quando digo “novo” não quer dizer apenas feito hoje, afinal posso conhecer algum artista de, digamos, 1010, de que nunca tinha ouvido falar e achá-lo avant-garde e muito mais moderno do que todas as bandas dessa lista…

  8. Olha, cara…vc pode achar uma contradição da minha parte, mas eu digo que vc pode estar preso a uma ideia bem superestimada e inflada sobre originalidade/novidade, esse tipo de coisa. E eu até já escrevi sobre isso aqui, em outro texto (veja o link abaixo, caso queira). O fato é que o rock é uma cultura consolidada já, assim como é o jazz, o blues, o samba, etc. Ficar inventando e querendo “espremer” inovação nesses estilos vai quase sempre levar o ouvinte a ouvir outra coisa. Uma analogia – um ilustrador vai desenhar uma paisagem com sol; ele começa a estilizar o sol, tingir com uma variedade maior de cores e tal, começa a rabiscar outras formas não-circulares dentro, tanto faz e mexe que – pimba – aquilo já não parece mais o desenho de um sol. Vai precisar de um rótulo, uma legenda, explicando que ele quis desenhar o sol ali, porque não parece de verdade, com o que as pessoas sabem que é o sol. Então, pensando nisso, dessa forma, que eu procuro ouvir grupos que se esforçam não em querer ser originais meramente como se isso fosse um valor em si, mas fazerem bem o rock, independente se vc ache copiado/plagiado ou não. Eu, sendo tb músico, te digo que nada do que tem aí nessa lista tem plágio. Só o fato dos caras não estarem nos anos 70 já traz um gás novo espontaneamente que faz aquilo não ser dos anos 70 inteiramente. https://www.consultoriadorock.com/2022/03/07/rock-progressivo-regressivo-ou-estacionario/

    1. Mano, não acredito nesta conversa de “cultura consolidada que não admite novas influências”…Seria uma “tradição” que não poderia ser alterada de forma alguma para não deformar o que já está estabelecido? Que papo conservador é esse!!!????

      Então quer dizer que a molecada que “ouse” colocar influências contemporâneas no rock o estaria “profanando”? Que o rock seja profanado, então!!!!!!!!

      Quem está falando de originalidade é você, pois em minha modesta opinião determinado artista contemporâneo pode ter influências óbvias e mesmo assim não ser um clone ou pastiche dessas influências, algo que as bandas de sua lista não conseguem.

      Penso que a questão do plágio seja um pouco mais ampla…As bandas “novas” de sua lista tocam, se vestem e tentam se aproximar da mesma timbragem e estilo de produção, tanto em gravações quanto na parte gráfica, das bandas antigas. Como chamar isso? Influência? Homenagem? Sei…

      1. Cleibsom, uma pergunta para ver se eu consigo entender o seu ponto. Quando você fala de “influências contemporâneas”, o que seriam elas? Poderia dar pelo menos uns 4 exemplos disso de forma resumida? Falando apenas de som, sem considerar letras ou temáticas.

        1. Cara, a mais óbvia que me vem à cabeça é a música eletrônica em todas as suas vertentes. A música eletrônica atual é muito ampla, indo desde estilos mais acessíveis aos mais radicais. Tudo quanto é estilo musical está se misturando à ela. Me arrisco à dizer que todos os artistas novos que fazem um trabalho interessante no momento, seja de que estilo musical for, obrigatoriamente possuem influências da música eletrônica. Há alguma lei proibindo de misturá-la com rock? Me parece que não…

  9. Acho que é muito difícil ser inovador, e nem tudo o que inova é necessariamente bom ou melhor do que o que já existia antes. Mesmo uma banda descaradamente calcada num modelo do passado insere algo seu, como é o caso dos dois últimos discos do Greta Van Fleet. Venho acompanhando rock como um todo por 40 anos e Stones in particular por 48, e já vi muita banda ser saudada como a melhor do mundo, a mais revolucionária, e ser esquecida ou ser copiada. Tenho ouvido os discos da lista do Ronaldo e acho que um deles entraria fácil na minha se o tivesse ouvido antes, e gostei de vários outros. “Novo”, afinal, é algo que se refere também ao tempo, não necessariamente ao inédito…

  10. Lendo atentamente os comentários e achando muito boa a discussão! Na essência, estão todos com opiniões bem próximas, mas que o boçal que inflamou tudo isso merece ser banido, ah isso merece… Não podemos perder jamais o bom senso, pois termos opiniões divergentes não pode, jamais, nos transformar em inimigos ou mesmo adversários. Concordo com a analogia que o Ronaldo fez do rock com outros gêneros – e se este site aqui se dedicasse ao samba? Ao pagode? Não costumo ouvir esses gêneros, então, para mim, eles são todos iguais e não conseguem, sequer, diferenciar-se, mas vá levantar essa discussão numa roda de sambistas… No mais, abraços a todos!

  11. Lendo atentamente os comentários e achando muito boa a discussão! Na essência, estão todos com opiniões bem próximas, mas que o boçal que inflamou tudo isso merece ser banido, ah isso merece… Não podemos perder jamais o bom senso, pois termos opiniões divergentes não pode, jamais, nos transformar em inimigos ou mesmo adversários. Concordo com a analogia que o Ronaldo fez do rock com outros gêneros – e se este site aqui se dedicasse ao samba? Ao pagode? Não costumo ouvir esses gêneros, então, para mim, eles são todos iguais e não conseguem, sequer, diferenciar-se, mas vá levantar essa discussão numa roda de sambistas… No mais, abraços a todos!

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