Megadeth – Countdown to Extinction [1992]

Megadeth – Countdown to Extinction [1992]

Por André Kaminski

Gosto bastante desse período do início dos anos 90. Apesar de gostar bastante também das décadas anteriores, foi um período em que o rock e o heavy metal estava, vamos dizer assim, mais “mal humorado” fazendo com que as bandas retornassem àqueles temas mais sérios e espinhosos em suas letras tal como eram nos anos 70.

O Megadeth estava em seu auge em termos de fama e crítica. O quarto disco Rust in Peace [1990] foi elogiadíssimo tanto pela crítica quanto pelo público e os fãs da banda. Não a toa, o quarteto Dave Mustaine (vocais, guitarra), Marty Friedman (guitarra), David Ellefson (baixo) e Nick Menza (bateria) é até hoje considerado como a “formação mais clássica da banda” que, exceto pelo dono Mustaine, já passou por diversas mudanças de formação.

Era uma época diferente. Mustaine não tinha se abraçado com o cristianismo, Friedman não tinha se abraçado com o Japão, Ellefson não tinha se abraçado com a justiça americana e Menza não tinha se abraçado com o jazz-fusion. Eram só quatro caras que queriam superar o Metallica de todo o jeito. O time de Lars tinha lançado recentemente seu disco de maior sucesso em uma linha de metal mais voltada as rádios comerciais. Pois o Megadeth quis fazer o mesmo, embora optassem por não abandonar o thrash de vez que fariam mais tarde (e depois retornariam nos dois discos mais recentes).

Marty Friedman, Dave Mustaine, Nick Menza e David Ellefson

Podemos dizer que Countdown to Extinction seria uma espécie de “thrash metal light”. Reduziram a velocidade em troca de riffs mais cadenciados e compuseram músicas com a típica pegada mais comercial do rock pesado, mas não considero isso como demérito neste disco em questão. O álbum é excelente e nos brinda com clássicos da banda amados pelos fãs até hoje e tocados a exaustão nos shows.

O disco inicia, curiosamente, com uma canção que considero mediana que é “Skin O’ My Teeth”, que é rápida mas nem de longe chega ao nível de uma “Hangar 18” ou “Tornado of Souls”. Fosse eu, escolheria “Sweating Bullets” para abrir o disco e demonstrar aquilo que o ouvinte espera. Logo depois, tem a clássica “Symphony of Destruction”, a canção que define o Megadeth neste período e que tocou muito nas rádios americanas e na MTV. Riffs brilhantes, provocativos e um Mustaine cantando daquele jeitão esculachado dele as tornaram um grande hino do metal. Mais temática de guerra/política surge com “Architecture of Aggression” e um riff poderoso e marcante das guitarras de Mustaine e Friedman.

Sem citar todas as canções, mas o disco oferece ainda muita coisa excelente como a já citada “Sweating Bullets” uma das músicas mais ácidas da banda com seu instrumental cheio de paradinhas e Mustaine vomitando seu desprezo àqueles que estivessem a sua frente. “This Was My Life” conta com riffs e um solo de guitarra muito marcantes, assim como “Countdown to Extinction” segue no mesmo ritmo mid-tempo e umas pequenas passagens de guitarra sem distorção que não fazem a banda soar repetitiva, mesmo seguindo estruturas similares.

Ainda destaco “Psychotron” porque ela tira um pouco da seriedade do álbum e traz uma bem humorada letra sobre os ciborgues Deathlok (que seriam uma espécie de zumbi-robô) da Marvel e riffs e um refrão grudentos.

Enfim, este é um resumo de Countdown to Extinction. Curioso que este álbum nos últimos anos segue uma tendência oposta à vários outros discos que em anos anteriores foram malhados ou menosprezados. Este aqui foi muito bem recebido em sua época, mas que ao ler umas resenhas mais recentes, vi muita gente dizer que este disco não é isso tudo. Coisa que eu discordo, por sinal. Continuo gostando bastante e recomendando esta fase da banda, que se encaminharia para um lado mais heavy tradicional com o passar dos anos até retornar ao thrash mais recentemente.

Tracklist

01. Skin O’ My Teeth

02. Symphony of Destruction

03. Architecture of Aggression

04. Foreclosure of a Dream

05. Sweating Bullets

06. This Was My Life

07. Countdown to Extinction

08. High Speed Dirt

09. Psychotron

10. Captive Honour

11. Ashes in your Mouth

Um comentário em “Megadeth – Countdown to Extinction [1992]

  1. Para quem diz que esse disco não é lá essas coisas, meu conselho é que troque as pilhas do aparelho de surdez. Este álbum era e continua ótimo! Nunca tinha pensado na inversão da música de abertura, mas faz sentido: “Sweating Bullets” ficaria melhor.

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