Wizards – Seven [2022]

Wizards – Seven [2022]

Por Thiago Reis

A clássica banda de power metal Wizards lançou recentemente seu mais novo álbum, chamado Seven. A banda é responsável por diversos álbuns de qualidade, lançados entre os anos 1990 e o início da década de 2000. Destacam-se Wizards (1995), Sound of Life (1996), The Kingdom (2001), The Kingdom 2 (2005) e The Black Knigh” (2010). Após um hiato de mais de uma década, a banda voltou com nova formação, apresentando Christian Passos (vocal), Charles Dalla (teclado), Leo Mancini (guitarra), Mendel Waisberg (baixo) e Gabriel Triani (bateria). O novo álbum, assim como relançamentos de diversos trabalhos da discografia ficaram a cargo da Metal Relics. “Seven” foi lançado em um digipack de luxo, muito caprichado, agradando também aos colecionadores, que também puderam adquirir álbuns antigos da banda, que receberam o mesmo tratamento da Metal Relics, que inclusive fez outros ótimos trabalhos com as bandas Twilight Aura, X Fears e Caravellus.

Seven foi gravado, mixado e masterizado no Luminatta Studio por Charles Dalla, que também ficou responsável pela produção. Toda a música foi composta por Christian Passos, enquanto que as letras ficaram a cargo de Charles Dalla. A bela capa e o design do disco ficaram sob responsabilidade de Alcides Burn. O álbum começa com uma Intro, cortesia de Leo Mancini. Um dedilhado enigmático, que nos prende a atenção e já nos prepara para o que está por vir. “Pain” começa com riffs bem energéticos, vocais que acompanham tamanha energia e uma base bem sólida nos teclados. Os momentos iniciais nos remetem ligeiramente a Stratovarius antigo, o que é um elogio e tanto. “Pain” é uma ótima faixa de abertura, tanto para um álbum, como para um show, mostrando que a banda acertou em cheio na composição. Vale o destaque também para o solo de guitarra de Leo Mancini, dotado de melodia e bom gosto.

“Living Undercover” já apresenta um início diferente, com destaque para os climas criados, principalmente com a linha de baixo. A seguir, riffs que tem até certa influência de hard rock são o destaque, além dos sempre muito bem colocados vocais de Christian Passos. Essa é uma sequência muito bem colocada pela banda, já que apresenta todos os elementos para se tornar um hit do grupo, com os elementos citados e mais um refrão muito bem colocado.“Rising Sun” apresenta introdução no teclado com um toque de suspense, riffs um pouco mais arrastados, apresentando até certo ponto elementos de bandas como Candlemass, mas isso logo muda, com um dedilhado de muito bom gosto e vocais cheios de melodia. Leo Mancini também é grande destaque com solos que complementam muito bem a música.

“Tell Me” tem riffs que nos remetem a uma mistura de hard rock com metal melódico. Christian Passos é o destaque, com vocais poderosos e inspirados, lembrando grandes nomes do hard. A “cozinha” também faz um ótimo trabalho e essa se mostra mais uma faixa com grande potencial para shows. “In The Night” já está mais ligada a elementos do heavy tradicional, na linha de bandas como Judas Priest. Os riffs são excelentes, os vocais parecem mais “soltos”, combinando perfeitamente com a proposta instrumental. Os riffs mudam para uma parte mais agressiva e os vocais acompanham tal mudança, mostrando uma boa dinâmica. O solo também acompanha perfeitamente o estilo da faixa, com um solo mais direto. Christian Passos mais uma vez apresenta todo o seu repertório, abrilhantando ainda mais a música.

“Call My Name” tem um clima bem hard rock, riffs mais abertos, vocais que representam bem o estilo e claro, um refrão colocado de maneira perfeita e a simplicidade da “cozinha”, fazendo o arroz com feijão muito bem feito. Essa é a típica composição perfeita para ouvir no carro, em uma viagem. “I Wanna Know” segue a mesma receita, com uma aura bem hard rock, vocais envolventes e refrão que fica na cabeça imediatamente após a primeira audição. Essa seria uma faixa perfeita para ser um single com vídeo clipe. Altamente positiva, perfeita para começar bem o dia, com melodias marcantes, partes bem interessantes de teclado e guitarra e claro, vocais inspirados de Christian.

“Is it Love?” não tem um estilo muito bem definido, mas apresenta bons momentos em seus riffs, vocais mais rasgados e refrão marcante. “Storm the Highway” é veloz, energética, com excelentes partes de bacteria, riffs que chegam a lembrar “Ytsejam” do Dream Theater em alguns pequenos momentos, solo inspirado de Leo Mancini e uma fórmula que tende a funcionar muito bem ao vivo. “Dawn of the World” é bem enigmática, mas logo já aparece uma “quebradeira” bem interessante entre baixo e bateria. Os vocais também fazem um ótimo papel, transmitindo bastante emoção. O solo é a cereja do bolo, abrilhantando ainda mais a composição. “Grateful” encerra o álbum, com destaque total para o dueto teclado/vocal entre Charles Dalla e Christian Passos, além de um belíssimo solo de Leo Mancini, entregando muito feeling e encerrando de forma grandiosa o álbum.

O Wizards entregou um grande álbum em seu retorno, nos fazendo pensar que se não fosse esse grande hiato, teriam produzido material de primeira qualidade. Mas Seven está aí para suprir a ausência da banda e mostrar que estão mais vivos do que nunca.

Track list

1. Intro
2. Pain
3. Living Undercover
4. Rising Sun
5. Tell Me
6. In The Night
7. Call My Name
8. I Wanna Know
9. Is It Love
10. Storm The Highway
11. Dawn Of The World
12. Grateful

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