Ronaldo Rodrigues – trabalhos musicais em destaque (Pt. 1)

Ronaldo Rodrigues – trabalhos musicais em destaque (Pt. 1)

Por André Kaminski e Ronaldo Rodrigues

O tecladista Ronaldo Rodrigues faz parte do time de colaboradores da Consultoria do Rock já há muitos anos. Mais recentemente, além dos trabalhos próprios (as bandas progressivas Caravela Escarlate e Arcpelago, e discos solo) Ronaldo começou a trabalhar como músico de estúdio em parcerias com músicos do Brasil e do exterior, acumulando um conjunto bastante consistente de lançamentos em diferentes estilos. Vamos ao longo desse texto (esta é apenas a primeira parte) comentar alguns dos trabalhos mais recentes em que ele se envolveu, mostrando a variedade de sua produção musical, incluindo comentários e informações do próprio em cada lançamento.

 

Blue Rumble – Blue Rumble [2022]

André: Vou começar com o meu favorito da lista enorme de trabalhos que o Ronaldo participou. Não tenho nem ideia como os caras o contataram no Brasil, mas fazer parte desse time de primeira linha de músicos estrangeiros fazendo um progressivo com fortes influências do blues e do psicodélico foi a melhor coisa que você poderia ter feito, Ronaldo. Que discaço! Ter letras aqui possivelmente estragaria o disco. As passagens instrumentais são fortes, empolgantes, técnicas, mas também possuem momentos de delicadeza tanto dos teclados como dos solos de guitarra, esses últimos me remetendo muito a algo que David Gilmour com certeza aprovaria. Já Tony Iommi com certeza daria aquele joinha para “The Snake”. Uma produção excelente e uma capa muito linda com esse magpie em azul. Espero que tenham lançado em vinil e cd. No mais, já deixei aqui separadinho para ouvir de novo quando eu for fazer minha lista de melhores de 2022.

Ronaldo: Este trabalho começou desprentesiosamente a partir de uma amizade virtual com o guitarrista italiano  Andrea Gelardini (residente na Suíça). A partir dele, conhecemos e convidamos o baterista Harry Silvers (inglês, residente nos EUA) e o baixista Sebastién Métens (Luxemburgo). Tudo arranjado e gravado remotamente, ao sabor desses tempos pandêmicos, no qual partilhamos nossa paixão pelo hard/prog/blues rock dos 1960s-1970s, com fortes influências do Led Zeppelin. O lançamento digital aconteceu em janeiro (veja aqui); LP e CD estão já em fase de produção e um single com mais duas músicas será lançados nos próximos meses.

 


Opera Diabolicus – Death on a Pale Horse [2021]

André: Já conhecia a banda em seu primeiro disco há alguns anos, mas este aqui está muito melhor. Pelo que identifiquei aqui, Ronaldo toca solos de hammond e piano? Um disco muito bom de uma espécie de mistura de gothic metal, com symphonic, com power e com progressivo. São muitas influências de diferentes gêneros de metal que resultaram um disco muito interessante e pesado de ouvir. Outro que vou atrás.

Ronaldo: O tipo de som que o Opera Diabolicus toca não é exatamente a minha praia, mas fiquei bem satisfeito com o resultado. Foi minha primeira cooperação com músicos internacionais (gravei minhas partes remotamente no início de 2020, mas o disco só foi lançado no segundo semestre de 2021). O David Grimoire (multiinstrumentista sueco) me contatou e passou o material; alguns poucos teclados do disco foi ele mesmo quem gravou. Eu não sabia de muitos detalhes quando gravei; só posteriormente vi que havia gente de peso envolvida na produção, como músicos e produtores que passaram pelo King Diamond, Mercyful Fate, Therion e Candlemass.


Nasrul Ekram – Gaslight (single) [2021]

André: Dando uma mudada, Ronaldo toca sintetizador numa faixa pop rock chamada “Gaslight”. É parte de um filme ou só um single mesmo? Independente, é um tipo de música que alguém como o Davi Pascale gostaria nessa vibe meio Fernanda Abreu. Não muito meu estilo, mas bem legalzinho e muito superior em qualidade a imensa maioria das canções pop dos últimos anos.

Ronaldo: Outra parceria internacional na qual fui convidado a participar sem saber muitos detalhes. Quando o filmmaker Nasrul Ekram (Singapura), eu não sabia que o objetivo da música era a produção de um clipe (estrelado pela atriz russa Kristina Pakhomova, veja aqui). Quando gravei pensava até se tratar de uma música instrumental, pois os vocais ainda não haviam sido gravados. A letra da música e os vocais são da cantora norte-americana Michal Towbar, que já foi indicada ao Grammy.

 


Ricardo Margadona & Rebecca Riss – They Will Go On (single) [2021]

André: Um duo de um brasileiro e uma norte-americana que fazem um prog rock/metal bem interessante. Ronaldo aparece com uma introdução no órgão e um acompanhamento marcante ao longo de toda a canção. O vocal de Rebecca me lembra alguma vocalista de gothic metal que no momento não me recordo, mas fica nessa linha quase-lírico que acho bem bacana. Fiquei bastante interessado em conhecer mais essa dupla que o Ronaldo me apresentou, é um tipo de som muito raro no Brasil, tem um clima bem daqueles do norte da Europa que me agrada bastante. E Ronaldo, aquele “aaaaaaaahhhh” de teclado no final da intro me lembra muito o Nightwish. Anda ouvindo os finlandeses escondido por aí né?

Ronaldo:  O Ricardo Margadona me contatou a partir de amigos que temos em comum e me convidou para participar dos arranjos de uma nova música que ele estava produzindo. Ele havia recentemente lançado o primeiro disco do projeto com a Rebbeca Riss, chamado Delirium, mas já estava produzindo músicas para um novo álbum. Fiquei bastante impressionado com a qualidade da composição dele e trabalhamos juntos para chegar no resultado desse single. Os outros músicos acompanhantes também são todos brasileiros – Rafael Moreno (guitarras) e Raphael Vendramin (bateria). A letra é do norte-americano Paul Dempsey. Outras parcerias com o Ricardo virão no futuro. Esses climas épicos vem muito da escola do Tony Banks (Genesis).

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