Ouve Isso Aqui: Guitarristas Subestimados

Ouve Isso Aqui: Guitarristas Subestimados

Editado por André Kaminski

Tema escolhido por Ronaldo Rodrigues

Com Daniel Benedetti, Davi Pascale, Fernando Bueno e Mairon Machado

Impressiona a quantia de bons guitarristas que o rock legou (e continua legando) para a humanidade. O objetivo dessa seção é pegar um apanhado de guitarristas que não alcançaram grande fama e sucesso em seus trabalhos e, apenas por isso, não figuram na lista dos melhores guitarristas de todos os tempos. É bom cifrar que essas listas são, em sua maioria, listas dos melhores guitarristas famosos. Aqui nós buscamos ir um pouco além e trazer uma seleção de guitarristas de alto calibre de diferentes épocas e vertentes do rock. Além disso, a busca visa ofertar bons guitarristas inseridos em bons discos. (Ronaldo Rodrigues)


Joe Beck – Nature Boy [1968]

Ronaldo: Joe Beck poderia, com tranquilidade, ser contado entre os guitarristas que ajudaram na evolução exponencial do instrumento na segunda metade dos anos 60. Jimi Hendrix virou a grande alegoria dessa evolução, mas ele não estava só nessa. E Joe Beck era um dos que corria por fora – seu trabalho solo, de 1968, é uma prova da técnica inovadora e criatividade do garoto. Além do repertório cativante, Beck gravava várias camadas de guitarra, usando diferentes efeitos e abusando do estéreo. O cara era bom na guitarra limpa ou na distorcida, usando com maestria o efeito wah-wah (ainda uma novidade na época), bem como no violão. É um disco que vai além de ser um disco de guitarrista – Nature Boy é um excelente álbum de rock, em fusão com outros estilos, com todo o sabor variado do fim dos anos 60.

André: Tá aí um cara que gosta bastante do wah wah. Um disco com pegada, energia, apesar da capa aparentar algo mais folk e relaxado, o álbum traz muito de rock, jazz e fusion. O disco é muito variado e com faixas para todos os gostos. Sua voz também é bastante agradável. Não conhecia este guitarrista e fiquei bem interessado em seus outros trabalhos.

Daniel: Eu nunca havia escutado este álbum ou mesmo ouvido falar em Joe Beck. Gostei deste álbum, tem aquela aura do fim dos anos 1960s e pré-70s. A psicodelia tem uma presença marcante na obra, com a guitarra liderando o trabalho, mas permitindo que os demais instrumentos brilhem. Álbum bem legal.

Davi: Confesso que não conhecia o trabalho desse cara. Dei uma lida sobre ele e vi que ele tocou com grandes músicos do jazz e, por conta disso, achei que essa seria a dinâmica do álbum, mas não é bem assim. Sim, há referências claras de jazz na construção das músicas, mas há também uma enorme dose de psicodelia nos arranjos e até uma influência do blues. E são justamente os momentos mais “roqueiros” que me chamaram a atenção. As faixas “Let Me Go”, “No More Blues” e “Ain´t No Use In Talkin´” são minhas favoritas. Achei o disco bom, muito bem tocado, várias faixas interessantes. Os pontos baixos ficam por conta do trabalho vocal (não compromete, mas não emociona) e a fotografia da capa, que em nada parece álbum de um guitarrista. Parece mais um trabalho solo do cantor do Rinaldo & Liriel, do que qualquer outra coisa. De todo modo, vale uma checada.

Fernando: Em um tema sobre guitarristas o que me chamou atenção logo de cara na primeira música foi o baixo. Também estranhei um pouco e até achei que estava ouvindo o disco errado, pois eu fui ouvir o disco com a informação de que Joe Beck era um guitarrista de jazz mas o que encontrei foi um rock psicodélico, cheio de whah whah, muito característico do ano do lançamento do disco. Também pensei comigo como alguém que se compromete a tocar jazz pudesse ser um guitarrista subestimado, já que esse é um estilo que você precisa ser considerado no mínimo bom para começar a tocar. O que fica claro logo na segunda faixa, “Spoon’s Caress”, com seus dedilhados bem intricados. Aí eu fico na dúvida se muitas vezes os considerados subestimados são só desconhecidos mesmo. Nessa caso eu estaria na segunda opção, já que desconhecia completamente Joe Beck. Belo disco! Vai ficar na minha lista de audições por mais tempo.

Mairon: A estreia de Joe Beck é um daqueles álbuns clássicos obscuros do final dos anos 60, graças ao estilo único do guitarrista tocar, seja pisoteando o wah-wah com elegância como na faixa-título, “Goodbye L. A.” e “Maybe”, ou dedilhando o violão no melhor estilo folk em “Please Believe Me” (lindíssima, ainda mais com o solo de piano) e “Spoon’s Caress” . Aprecio muito as harmonias vocais que Beck emprega ao longo do disco, e também da utilização de um excelente naipe de metais em “Ain’t No Use In Talking” e “Let Me Go”. Apesar de ser um guitarrista de mão cheia, é no piano de “Come Back: Visions Without You” que o artista cria sua melhor obra nesse álbum, acompanhado pelo trompete demoníaco de Randy Brecke. Faixa delirante, assim como a sensacional “No More Blues”, com uma introdução magnífica com orquestra que desencadeia em um blues animado onde Beck pisoteia seu wah-wah com gosto. Mais uma bela indicação do Ronaldo por aqui!


Elliott Randall – Randall’s Island [1970]

Ronaldo: Randall era um guitarrista de estúdio que resolveu se arriscar com um projeto próprio. Se o sucesso não veio, do ponto de vista artístico, o primeiro disco que gravou com seu nome foi um primor em termos musicais. A técnica e as qualidades guitarrísticas estão em primeiro plano, mas uma banda afiada o acompanha em temas instrumentais e com vocais. O estilo parte do blues-rock, mas incorpora naipes de metais e percussões, se aproximando de Chicago e Blood, Sweat and Tears. O timbre de Randall é ardido e muito característico, repleto de personalidade; Randall joga o tempo todo para o time, ainda que ele seja o líder inconteste do trabalho. Suas qualidades como músico de estúdio o renderam participações em grupos como o Steely Dan. Um dos solos de guitarra da faixa “Reelin in the Years” é de sua lavra e Jimmy Page o contava com um de seus solos favoritos em todos os tempos.

André: Um blues rock do estilo que gosto: pegado, com energia e ao mesmo tempo que consegue soar algo fino e com classe. Você sente tanto aquela coisa mais selvagem do rock ao mesmo tempo que o baixo e a bateria colocam aquele requinte do blues e do jazz. O disco é curtinho, passou rápido e deixou ótima impressão.

Daniel: Este eu também nunca havia ouvido. Disco muito interessante, baseado em uma sonoridade que eu curto muito (Blues Rock), por vezes com doses muito bem colocadas de peso e de intensidade. Os solos esbanjam feeling e o trabalho da guitarra é cativante. Minha preferida foi ” Mumblin’ To Myself”.

Davi: Elliott Randall é um músico que não é muito conhecido entre o grande público, mas é um nome manjado entre os músicos. Esse cara já chegou a tocar com grandes nomes como Steely Dan, Carly Simon, Peter Frampton… Chegou até a participar dos álbuns solo que o Gene Simmons e o Peter Criss lançaram em 1978. Randall´s Island é um disco muito bacana e traz um repertório bem variado. “Take Out The Dog, Bark The Cat” e “Mumblin´to Myself” embarcam no blues. “Jolly Green Giant and the Statue of Liberty” cai de cabeça na psicodelia. “Soulflower” conta com uma jam que possui os 2 pés no jazz, enquanto “Life In Botanical Gardens” é uma balada pop repleta de violões e vocais bem trabalhados que poderia, muito bem, ter tocado nas FM´s da época. Disco bem legalzinho e bem construído.

Fernando: Um início com uma mistura de vários estilos em uma faixa instrumental que me deixou com a impressão de este ser um disco totalmente sem vocais. Mas logo na segunda faixa isso se mostra errado em uma bela canção com vocais bem suaves, flautas e tudo o mais, representando bem o nome da faixa “Life Is a Botanical Garden (Oh, Yes)”. Já a próxima faixa é mais aquilo que eu esperava em um disco de blues rock. No geral um ótimo disco que eu também desconhecia totalmente.

Mairon: Um dos músicos de estúdio mais requisitados de sua geração, tocando com nomes tão diversos quanto os caras do Kiss e Steely Dan até Joan Baez e Chuck Berry, faz aqui sua estreia solo. Acompanhado de uma bandaça, cujo destaque maior é o saxofonista Paul Fleisher, Elliott manda ver em um álbum envolvente, com canções chapantes típicas do final dos anos 60, vide o embalo de “Brother People”, a pancada instrumental “Sour Flower” ou a complexa e pesada “Bustin’ My Brains”, com um grande solo de baixo carregado de distorção. Quando envereda pelo blues, o cara se sobressai com faixas swingadas e muito bem elaboradas para o estilo, vide “Mumblin’ To Myself”, onde o embalo da guitarra junto a participação do hammond dão um toque especial para a canção, e “Take Out The Dog & Bark The Cat”, para ouvir balançando a perna com um copo de uísque na mão. E que maravilha o arranho acústico de “Life In Botanical Gardens (Oh, Yes)”, onde os vocais suaves de Elliott brilham junto de um acompanhamento incrível, assim como o hammond de “All I Am’s”, linda demais. Desnecessária apenas “Jolly Green Giant and the Statue of Liberty”, que nada acrescenta para este bom disco. Como os anos 70 pariram discos fantásticos, e este é mais um.


.Philip Catherine – September Man [1975]

Ronaldo: Na praia do jazz-rock, haveria incontáveis nomes a se incluir nessa relação de discos. Mas o guitarrista belga Philip Catherine merece destaque, pois além da técnica apurada, detém uma assinatura muito original em seus solos e composições. No estilo fusion muitos guitarristas “velocistas” apareceram, mas Catherine sabia também muito bem tocar lento e soar celestialmente melódico, como se pode atestar pela bela faixa de abertura do álbum em questão. O álbum é bastante variado, indo desde abordagens mais tradicionais, a terrenos mais experimentais e de forma livre, nos quais a guitarra de Catherine sempre cria o clima perfeito. Catherine foi um substituto à altura de Jan Akkerman no Focus e até hoje lança ótimos discos de jazz, merecendo maior chance de reconhecimento entre os apreciadores de boa música.

André: Esse eu achei o mais fraco da lista. Sem muitos abusos e ousadias (em termos de prog), há um trabalho sólido em que se misturam guitarras, piano e a cozinha de baixo e bateria. Tenta pegar uma vibe progressiva mas com transições nem sempre suaves. Alguns solos legais, outros nem tanto. O baixo bem prog não me agradou. Um álbum mediano. A que gostei mais foi “When It Is – The Beginning” que lembra aqueles folks mais tradicionalistas que gosto bastante.

Daniel: Achei este o melhor álbum da lista. Primeiro, porque sou um apaixonado por Jazz, segundo, pois o álbum é realmente muito bom. “T.R.C.” é uma canção espetacular e o que Catherine faz na guitarra nesta faixa é inacreditável. Também merece destaque o trompetista Palle Mikkelborg. Jazz Fusion de muito boa qualidade.

Davi: Esse cara eu já conhecia alguma coisa. Não sou um estudioso de sua obra, mas já tinha escutado alguns discos dele. Esse September Man, se não me engano, foi o disco que meio que colocou ele no mapa. De todo modo, apesar da importância do álbum em sua trajetória e da alta qualidade técnica de todos os envolvidos, o disco não me cativou. Considero esse trabalho um pouco cansativo, não tem nenhuma faixa que realmente me cative, me emocione. Em relação ao trabalho de guitarra, realmente é fantástico e muito bem elaborado, onde destaco a canção “When It Is – The Middle”. Não é um disco que faz minha cabeça, mas foi legal ter sua presença por aqui. É um nome que não esperava dar as caras aqui no Consultoria.

Fernando: Aqui entra novamente aquela dúvida: subestimado seria porque não dão valor ao nível musical da pessoa, ou pelo desconhecimento do público. Novamente não podemos dizer que o cara é um excelente músico, mas quantos músicos talentosos não foram reconhecidos não? O resultado depende de tanta coisa que é difícil dizer um só motivo, mas o fato de tocar um estilo que não é um dos preferidos das massa também não ajuda, não é?

Mairon: Phillip Catherine é um gênio subestimado. Uma carreira solo brilhante, a parceria incrível com Larry Coryell, uma passagem no mínimo interessante com o Focus, substituindo o também genial Jan Akkermann, e uma técnica incrível que passa do jazz ao rock com uma naturalidade monstra. Dito isto, vamos a September Man. Logo de cara, Catherine já apresenta seus dedilhados tradicionais e viajantes na linda “Nairam” , que se repetem na intricada “T.P.C.”., com um solo veloz e muito representante da carreira do guitarrista, e na tímida mas eficiente “Monday 13”. A banda que acompanha Catherine também é excepcional, o que não poderia ser diferente advindo de alguém tão perfeccionista quanto o belga.  Que maravilha é ouvir algo como a suíte “When It Is”, e suas três distintas partes, com muitas inspirações em Miles Davis, e com a segunda parte, “The Middle”, fazendo brilhar o piano elétrico de Jasper Van’t Hoff, na melhor linha Chick Corea. E é exatamente quando Catherine envereda pelo jazz que a coisa fica demais, vide os hipnotizantes dez minutos de “Nineteen Seventy Fourths”. Discaço!!


Pat Travers Band – Go for What You Know? (live) [1979]

Ronaldo: O canadense Pat Travers era um autêntico guitar-hero, daquele tipo que fazia sua guitarra falar alto e cativar grandes plateias com rocks empolgantes e performance incendiária. Ouvi-lo ao vivo, com sua banda de apoio que contava com Tommy Aldrige na bateria, e o segundo guitarrista Pat Thrall, é certeza de ouvir ótimos riffs, timbres marcantes e solos de guitarra faiscantes. O som de Pat as vezes até se conecta com o de seus conterrâneos do Mahogany Rush, com bases funkeadas e inspirações Hendrixianas. Travers, todavia, tinha um variado conjunto de ideias e referências, que lhe faziam soar apenas como ele próprio.

André: Esse eu conheço e adoro! Hard rock daqueles pesadões nervosos com uma energia gigante, animação e bateção de cabeça! Não tinha ouvido esse ao vivo e curti muito. “Heat the Street”, que solo mais ao final da música! Ronaldo me provou agora mesmo que este foi o guitarrista mais subestimado da lista e um dos mais subestimados do rock. Não é possível que esse cara não tenha feito sucesso mundial.

Daniel: Eu nunca fui fã de álbuns ‘ao vivo’ e não será este que vai me fazer mudar de ideia. Apesar disto, eu gostei das canções, as quais contam com um viés feroz e boas doses de agressividade. Os riffs e solos de guitarra são muito bons e este é o tipo de sonoridade que eu costumo gostar bastante. Minhas favoritas são “Gettin’ Betta” e “Stevie”.

Davi: Esse é, certamente, o álbum que mais me empolgou nessa seleção. É um que vou tentar arrumar uma cópia para mim, inclusive. Também não tinha como dar errado, né? Pat Travers é um baita músico e o time que está por trás dele é sensacional. Temos aqui, nada mais, nada menos do que Pat Thrall (muito lembrado, no Brasil, pelo álbum que gravou ao lado do Glenn Hughes, no início dos anos 80) e o monstro Tommy Aldridge (dispensa apresentações). Pat Travers arregaça na guitarra e a banda tinha uma energia fora do comum. No repertório, vale destacar a explosiva “Hooked on Music”, a swingada “Go All Night”, o inspirado cover de “Boom Boom (Out Go The Lights)”, além da empolgante “Makes No Difference”, que conta com um solo de guitarra inspiradíssimo. Para ouvir no último volume!

Fernando: Curioso entrar discos ao vivo nesses tipos de matérias que a gente faz. Quase nunca ninguém indica esse tipo de material. Aqui, no quarto disco dessa séria de indicações do Ronaldo Rodrigues eu já estava me sentindo mal por não conhecer nenhum deles. Porém mais um daqueles que vão deixar ainda mais longa a lista de coisas que eu tenho (ênfase no verbo ter) que ouvir. A faixa de abertura mesmo é uma paulada! Lembrei até da expressão “rock pauleira” que ouvia de meus tios quando era criança (e eu tava ouvindo Titãs ou algo do tipo). Gostei também, exceto de “Boom Boom” que achei chatinha.

Mairon: Hardzão comandado pelas guitarras dos Pats (Travers e Thrall), que soa quase como um Lynyrd Skynyrd mais pesado, com o excepcional arroz de festa Tommy Aldrige na bateria e Mars Cowling no baixo. É um álbum bem regular, mas que não me impacta como os demais aqui indicados. Dá de dançar tranquilo com “Gettin’ Betta”, e curtir a baladaça “Stevie”, com seu lindo solo de guitarras gêmeas. Mas aí que está. Ao ouvir esse solo, ou sons como o boogie de “Boom Boom (Out Go The Lights)”, ou até mesmo a boa abertura de “Hooked On You”, e a pegada “Makes No Difference”, fica aquela sensação de que já ouvi algo similar (e melhor) anteriormente. E o vocal de Pat Travers, convenhamos, é bem fraquinho. É um bom disco, é sim, mas falta alguma coisa para me conquistar a ponto de adquirir ou ouvir mais frequentemente.


Earthless – Rhythms from a Cosmic Sky [2007]

Ronaldo: Quando apresentamos um disco todo instrumental, com apenas uma única música de cada lado (ou duas faixas em CD/digital) como uma longa jam, podemos ver uma horda de narizes torcidos. Mas quando nesse disco se encontra um guitarrista talentoso, como o norte-americano Isaiah Mitchell, há muitos que podem se converter. O disco começa com uma sessão de efeitos sonoros vindos de outra galáxia, para que uma avalanche de riffs espertos e pesados invada os alto-falantes. Mitchell segura muito a onda com solos inventivos, nada tediosos, e bases nervosas. A cozinha oferecida por Mario Rubalcaba (bateria) e Mike Eginton (baixo) também ajuda bastante. O disco é pura potência, com muita variedade. É guitarra em alta octanagem para estourar os ouvidos!

André: Gostei desse stoner rock. Apesar de ter uma receita típica para deixar todos de cabelo em pé (músicas muito longas e solos infinitos), achei um ótimo disco desse lado do rock que anda ganhando cada vez mais adeptos. A segunda canção, “Sonic Prayer” é a melhor. Achei que seria um álbum demorado, mas até que desceu bem. Já tinha ouvido alguma coisinha do Earthless antes, mas nada que me chamasse a atenção. Independente disso, o Ronaldo escolheu um disco mais “atual” bem bacana para fazer parte dessa lista.

Daniel: Este eu achei bem chatinho. O disco é composto de 2 faixas de mais de 20 minutos cada uma, cada qual mais interminável que a outra, fica a sua escolha quem seria a pior. Não é que seja terrível, não é o caso, mas foi uma sonoridade que definitivamente não me pegou.

Davi: Achei esse álbum interessante. Não é espetacular, mas foi curioso ouvir. O disco, na verdade, são 2 faixas. Cada uma durando um pouco mais de 20 minutos. “Godspeed”, a primeira delas, começa com uma introdução de aproximadamente 3 minutos com os músicos fazendo uma bagunça sonora. No início, não estava botando muita fé. Suspeitava que seria mais um daqueles discos artísticos sem pé, nem cabeça. Graças a Deus, estava equivocado. A faixa instrumental conta com uma pegada stoner, com os músicos tocando com garra e Isaiah Mitchell debulhando na guitarra. O riff remete à Sabbath, mas o solo apresenta claras influências de Hendrix. Influência que fica ainda mais escancarada na jam instrumental “Sonic Prayer”, onde o músico, mais uma vez, é o grande destaque. Algumas versões desse disco trazem o bônus “Cherry Red”, um cover do Groundhogs. A versão é bem bacana, bem enérgica e conta com um trabalho vocal correto. (Infelizmente, não consegui a informação de quem gravou a voz). Para quem curte rock instrumental, pode ser uma boa pedida.

Fernando: Nem havia percebido que tinha um disco “recente” aqui na lista. Apesar que a sonoridade e até a capa até confunde com algo dos anos 70. Essa introdução longa eu não curti, mas entendo que faz parte do tipo de som. No geral é calcado nos anos 70, mas adota aquela linguagem mais stoner que também nunca me fez tanto a cabeça. Estou no meio da audição e estou preocupado em não gostar do disco mais recente e ser taxado de ser daqueles que “só gostam de velharias”. Lá pelos 6 minutos da primeira faixa tem uma passagem mais rápida, quase heavy metal, que é bem legal. O disco só tem 3 músicas sendo duas seguidas com 20 minutos. Quero só ver fã de Iron Maiden reclamando disso aqui nos comentários, hein! Entendo o motivo dele estar aqui, o guitarrista pira em vários momentos, mas no geral o disco não me pegou.

Mairon: Não conhecia essa banda, e fui pego de surpresa com um trio que manda ver em um instrumental stoner/hard de ótima qualidade. Os caras tem uma grande pegada, e principalmente, ótima criatividade. São duas longas faixas que parecem ser uma longa série de improvisos em cima de bases pré-determinadas, o que em nada desqualifica o resultado final. Solos rasgados de guitarra feitos pelo competentíssimo Isaiah Mitchell competem com uma cozinha que manda ver sem piedade, e é uma audição muito boa, para curtir viajando com sua air guitar. Ambas as faixas são excelentes, mas curti mais o vigor da primeira, “Godspeed”, em relação as viajantes e improvisantes passagens de “Sonic Prayer”, que é uma canção mais “chapante” em relação a sua irmã. De bônus, uma versão poderosa para “Cherry Red”, do The Groundhogs. Belo disco, e surpreendente.

3 comentários sobre “Ouve Isso Aqui: Guitarristas Subestimados

  1. Frank Marino era um cara que cabia nessa lista sem problemas! Outro que acho que nunca recebeu a merecida fama era o Bill Nelson.

    1. Oi Marcello! de fato, mas acho que o Mahogany Rush além da carreira longeva, alcançou mais fama do que esses citados na lista. De toda a forma, que merece, merece! ele toca DEMAIS! Abraço!

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