Helloween – Helloween [2020]

Helloween – Helloween [2020]

Por Micael Machado

Nunca fui um grande fã do Helloween pós-Keepers The Seven Keys (I e II), mas estes dois álbuns, Walls of Jericho (com Kai Hansen nos vocais), e o EP Helloween (também com Kai nos vocais), além do Live in the U. K. e uma coletânea de raridades da época (The Best, The Rest, The Rare, de 1991) fazem parte da minha coleção há tempos, e, vez por outra, se fazem presentes no CD player. Da fase com Andi Deris na voz, tenho poucos álbuns, e ouvi alguns outros poucos mais, acredito que nenhum inteiro.

Mesmo assim, quando, em 2017, foi anunciada uma turnê com a formação que vinha tocando junta desde 2005 (quando, aliás, lançaram a terceira parte da “saga Keepers”) mais o membro fundador Kai e o cantor Michael Kiske (uma das maiores vozes do metal mundial em todos os tempos), corri para garantir um ingresso assim que o show de Porto Alegre (na noite de Halloween daquele ano) foi anunciado!

Michael Weikath, Sascha Gertner, Kai Hanses, Markus Grosskopf e Michael Kiske (em pé). Andi Deris e Deni Noble (sentado e agachado respectivamente)

A turnê foi um grande sucesso, passou uma segunda vez pela cidade onde resido (em um festival junto com Whitesnake e Scorpions), rendeu o CD e DVD ao vivo Alive United, e, óbvio, acabou levando a um aguardadíssimo novo álbum de estúdio, Helloween, finalmente lançado no último 18 de junho, com a formação contando com Kai, Kiske, Deris, mais Michael Weikath e Sascha Gerstner (guitarras), Markus Grosskopf (baixo) e Daniel Löble (bateria), além da participação de Matthias Ulmer nos teclados.

O single de “Skyfall” (na versão editada)

Como fã da primeira fase dos alemães, eu esperava para este disco várias faixas épicas, com muitas melodias, solos em profusão e excelentes atuações vocais dos três cantores, algo que, a meu ver, caracterizou aquele período do grupo. Para estes fãs saudosistas, como eu, a banda entregou, ainda em abril, “Skyfall”, disponibilizada como single em uma versão editada, mas que agora, em sua versão completa com mais de doze minutos de duração, traz tudo o que eu esperava desta formação em septeto, constituindo-se, a meu ver, no maior destaque deste álbum. Vale lembrar que a canção conta com os teclados de Jens Johansson, do Stratovarius.

Algumas “migalhas” oitentistas também foram jogadas para este fã “das antigas”, em faixas como a mais cadenciada “Best Time” ou em “Down in the Dumps” e “Robot King”, ambas com toques mais “épicos” nos vocais ou nos andamentos, sendo estas talvez as que mais lembram as composições dos anos 1980 (se excluirmos “Skyfall”) e, obviamente, se destacando no meu gosto musical.

Me chamou a atenção também que, em algumas músicas, existe uma certa dose de peso que não havia na primeira passagem de Kiske pelo grupo (como em “Mass Pollution”, com excelentes solos, ou “Indestructible”, com um belo refrão, onde os três vocalistas têm a oportunidade de brilhar), mas senti falta de uma quantidade maior de melodias nas demais faixas, característica ausente para favorecer a “velocidade pura e simples” (que é a “fórmula” da faixa de abertura, “Out for the Glory”, e é usada um pouco menos em “Fear of the Fallen”) ou de menos “criações de climas e variações diferentes para mostrar que não compomos sempre a mesma música” (como ocorre, por exemplo, em “Angels”, que é tão “diferente” e tem tantas mudanças em sua estrutura que quase não soa como uma faixa do Helloween), além do disco apresentar a total ausência daquele “humor germânico” tão característico da fase oitentista do grupo (que aparecia, por exemplo, em “Future World” ou “Dr. Stein”), o qual, para mim, sempre foi um diferencial a favor do Helloween.

Os diferentes formatos de Helloween (mas só lá fora)

Lá fora, Helloween saiu em diferentes formatos, como o box com dois LPs, dois CDs mais um livreto de 36 páginas, LPs em diversas cores (marmorizada em branco e marrom, transparente, amarelo, roxo, laranja, picture disc e ainda as versões inkspot e glow in the dark), além de diversos formatos de CD e também em cassete, e daí deixo uma pergunta: porque a versão nacional (lançada pela Shinigami, uma das poucas gravadoras que ainda tem a “bravura” de lançar itens físicos no mercado nacional) não incluiu as faixas extras da edição especial importada?

Afinal, tanto “Golden Times” (com um belo refrão e melodias vocais muito bem construídas) quanto “Save My Hide” (mais hard rock, e, de todas, a que mais me lembrou os discos com Andi Deris nos vocais) caberiam no tempo de duração de um CD normal. E, se fosse o caso, ainda poderíamos ter, como no Japão, uma edição dupla acrescentando “We Are Real” (uma bela faixa onde o trabalho vocal dos três cantores aparece com destaque) e a mais “antiga” “Pumpkins United”, primeira música inédita lançada após a instituição da formação em septeto, ainda em 2017.

As datas da turnê de outono

Seria um belo presente ao público que ainda consome mídias físicas no país, e que se vê cada vez mais desvalorizado, seja pelo baixo número de lançamentos ocorrendo atualmente, ou pelo valor exorbitante cobrado nos poucos álbuns que conseguem chegar ao mercado nacional! Infelizmente, a oportunidade passou… E tomara que a turnê deles, com abertura do Hamerfall, passe por nosso país algum dia, visto que, na Europa, já há shows confirmados para o próximo outono (deles). O que uma vacinação e crença na ciência não fazem … Enquanto isso, por aqui …

E para finalizar, Gostei sim do disco, mas considero que, pelo menos nas primeiras audições, não dá para dizer que será um clássico do tamanho daqueles citados lá no começo do texto. Fica a curiosidade para saber até quando esta formação perdurará, e o que ainda pode render para o mundo do heavy metal.

Contra-capa do CD

Track list

  1. Out Of The Glory
  2. Fear Of The Fallen
  3. Best Time
  4. Mass Pollution
  5. Angels
  6. Rise Without Chains
  7. Indestructible
  8. Robot King
  9. Cyanide
  10. Orbit
  11. Skyfall
  12. Down In The Dumps
  13. Golden Times (bônus)
  14. Save My Hide (bônus)

14 comentários sobre “Helloween – Helloween [2020]

  1. Também gostei e também tive a impressão de que não será lembrado como um clássico. Para mim soou mais como uma ode aos quase 40 anos de banda! Eu peguei várias referências inclusive muitas dos álbuns com o Deris. Percebi que cada um dos membros teve seu momento ao longo do disco e que, mesmo assim, quem da as cartas ainda são Weikath e Deris. Porém senti falta do Kai. Queria ouvir mais ele cantar com sua voz de taquara rachada! Torço muito para que esse disco vá bem no mercado e os caras passem a se entrosar mais para produzir algo, aí sim, clássico! Veremos…

    1. Concordo com você, Anderson: Kai deveria ter tido a oportunidade de cantar mais! Tomara que rolem mais discos com essa formação, e que o baixinho tenha mais tempo sob os holofotes em lançamentos futuros!

      1. Difícil o kai cantar mais. Se nos shows ele já canta pouco, imagina no disco. Aliás, gostei do disco, mas achei muito mais Série do que Kiske

  2. O HEAVY METAL em sua maioria sempre me pareceu a Terra do Nunca, aquele local habitado por Peter Pans que não querem crescer, e são pouquíssimas as bandas do estilo que habitam o “mundo real”. Como levar a sério um MANOWAR com marmanjos tocando de fralda, as bandas de POWER METAL com seu “metal espadinha” feito para fãs de RPG, sessentões barrigudos tocando THRASH METAL como se ainda fossem “crianças”, enrugados pseudos gatões sexagenários bancando o símbolo sexual tocando HARD ROCK ou o BLACK METAL com suas bandas de mal com a vida e com o mundo? Muitas delas fazem um som de qualidade, mas convenhamos que isso não é para “adultos” e quando as ouço reumatismo, dores na coluna e nos joelhos, remédios para pressão alta e queda de cabelo parecem não existir…E assim chegamos a este disco do HELLOWEEN, uma caricatura muito bem feita, mas ainda assim uma caricatura, pois em minha opinião é impossível uma pessoa que já tenha passado da adolescência gostar dele e apreciá-lo plenamente. Nunca vi tantos clichês reunidos em um único disco, algo tão enfadonho que se requere muita paciência para ser ouvido de uma tacada só, e os integrantes da banda agem como se estivéssemos em 1985 de novo. Acontece que não estamos e o botox mal sucedido de Kai, a hamonização facial infeliz de Andi, as panças cervejeiras de Weikath e Kiske, este último premiado ainda com uma careca reluzente que só o tempo ou a doença pode conceder ao ser humano, nos esfregam isso na cara de forma inapelável. Se as pessoas querem viver assim tudo bem, mas para mim não se assumir a passagem dos anos e descobrir, à duras penas e com certa dose de sofrimento na maioria das vezes, que a partir de determinada idade é ridículo se fazer certas coisas, além de constrangedor, é melancólico! PS.: Não é triste ver revistas e blogs falando só de KISS, IRON MAIDEN, GUNS N´ ROSES, METALLICA, ACCEPT, HELLOWEEN, etc, etc, como se elas ainda fosse relevantes nos dias de hoje? Eu acho que sim!!

    1. Comentário muito interessante. Eu acho que música também é saudosismo (mas não apenas isso…). Acho válido curtir um som que emule uma época que traz boas lembranças…muitas bandas são especialista nisso e fazem um bom trabalho. No entanto, a linha é tenue entre a música que festeja “velhos tempos” e o pastiche ridiculo.

    2. Não dá mais para aguentar gente velha, gorda e feia tocando música exclusiva de gente jovem, magra e bonita. Pior são os carecas que agem como se tivessem cabelo, quem eles querem enganar?

      Falando sério, sem muita reflexão, duas coisas me parecem justificar um sessentão barrigudo, careca e com harmonização facial mal feita tocar o que quer que seja: ou ele acha que tocar isso é uma boa fonte de renda ou é porque isso o faz feliz. Em nenhum dos casos eu vejo qualquer sorte de problema. Inclusive não vejo problemas se tocar determinadas músicas, ou estilo, faz esquecer a calvície, ou aumenta sua autoestima. A música só não pode servir para esquecer de pagar as contas, nem de tomar o remédio na hora certa.

      Também não vejo qualquer problema em quem quer que seja ouvir música feita por gente feia que se acha sexy, nem feita por gente velha se fingindo de jovem. Ouvir música é uma atividade recreativa e cultural, mas também reflexiva e, entre outras razões, eu acho plenamente justificável que uma pessoa que passa por um momento difícil ou estressante não queira ouvir músicas que a coloquem ainda mais para baixo ou estressada. Eu acho bem natural que um diabético não queira passar 24h ouvindo músicas sobre a dureza que pode ser ter diabetes, ou que descrevam uma morte horrenda, ou a amputação do pé por conta da doença. Por outro lado, há quem na fossa queira ouvir música que considere melancólica. Qual o problema?

      Não entendo a razão de tanta celeuma se alguém quer passar a vida ouvindo o mesmo disco, ou a mesma banda, ou o mesmo estilo, ou mesmo o oposto disso. Se uma pessoa quer montar uma playlist com É o Tchan, Pink Floyd, Billie Eilish, Caetano Veloso, Helloween, Milli Vanilli, Ocultan e Anitta ninguém vai morrer por isso.

      A música proporciona um fenômeno muito interessante e pouco conhecido, mas que precisa ser mais difundido. Quando Fulano ouve uma música que gosta acontece um efeito positivo sobre Fulano, agora, quando Sicrano ouve uma música que Fulano não gosta e Fulano não está presente, nada de mal acontece a Fulano, mesmo que Sicrano passe horas jogando RPG e ouvindo músicas de sessentões de fraudas e nenhuma dessas músicas seja sobre hipertensão ou reumatismo.

      Agora, se Fulano sofre qualquer consequência negativa por Sicrano ouvir músicas que aquele desaprova, quem tem um problema é Fulano e não Sicrano e mais, a culpa não é de Sicrano. Considerando, claro, que Fulano não seja obrigado a ouvir as músicas que desaprova quando Sicrano está ouvindo, nesse caso talvez seja caso de polícia.

      Ninguém é obrigado a gostar ou desgostar de qualquer música ou artista no Brasil e espero profundamente que continue assim. Também é livre e salutar a demonstração pública de apreço ou desapreço, mas, pessoalmente e de modo generalista, eu costumo não achar muito legal se utilizar de características como idade, abundância de tecido adiposo, quantidade de cabelos, presença de rugas ou mesmo procedimentos estéticos realizados ou não para se criticar determinada obra.

      Ainda bem que a resenha foi sobre o mais recente do Helloween e não sobre o pueril Revelations of Oblivion do Possessed, aí sim a coisa poderia ter ficado feia por aqui.

      Alguém conhece alguma música especificamente sobre reumatismo, dores na coluna e nos joelhos, remédios para pressão alta e queda de cabelo? Se alguém puder indicar seria uma curiosidade bacana.

      Aproveitando, para mim seria bem mais legal se o comentário contasse com indicações de algumas bandas/músicas que sejam o oposto da imaturidade pueril da Terra do Nunca.

      1. Serena, o seu comentário foi dos mais lúcidos que li neste site em muito, muito tempo! Parabéns pelas palavras! Concordo 100% com elas!

        Como você escreveu, não vejo problema algum em alguém escutar um estilo musical ou alguma composição que não seja do meu agrado, desde que não me faça escutar também! “De perto, ninguém é normal”, então, vivamos nossas bizarrices diárias de modo feliz e, no mínimo, sem ferir ou ofender ninguém!

        Eu ouço as mesmas bandas há tempos, e não me identifico com muitos grupos “novos” que surgem por aí! A não ser a estes próprios grupos, aos quais não “darei” dinheiro através de ingressos ou CDs (e, tenho consciência, o mesmo não lhes fará falta), não conheço ninguém além de mim que possa se prejudicar com isso…

        Keep on rocking, sempre!

      2. Evidentemente que cada um ouve e toca o que quiser, isto é óbvio ululante, e creio ter deixado esta obviedade clara em minha crítica. Acontece que o que abordei não tem relação nenhuma com isto. O disco do HELLOWEEN é um pastiche inofensivo bem feito inserido em uma sociedade que nega de todas as formas o passar dos anos e seu efeito nas pessoas e neste ponto é análogo aos desenhos da PIXAR e aos filmes de super-heróis, ou seja, algo destinado à crianças crescidas e adultos infantilizados! E neste caso repito e reafirmo o que disse anteriormente, se as pessoas estão felizes com isso tudo bem para mim. Mas este não é o meu caso! O que quero é uma arte que me esfregue na cara o passar dos anos com tudo que isso tem de bom e ruim e não discos ou qualquer produto de arte que me tratem como se eu tivesse 15 anos e não 50…Eu pessoalmente não consigo achar “normal” uma pessoa de 50 e tantos nos anos fazendo discos que parecem ser feitos por pessoas de 15 e se esta opinião “ofende” as pessoas não posso fazer nada! Mas seu comentário esta plenamente de acordo com o pensamento contemporâneo, onde o envelhecimento e a morte têm de ser negados e varridos para debaixo do tapete de todas as formas possíveis. Aí daquele famoso que assume a idade, as rugas e a decrepitude física e não tenta “bancar” o jovem mesmo estando na terceira idade, e há alguns exemplos disto que eu poderia citar aqui, que virão críticas de todos os lados! O curioso é que segundo o que você escreveu, eu, que quero que o envelhecimento seja esfregado em minha cara, sou um defensor da “juventude e da beleza” e não gosto de “velhos”, enquanto você, que parece achar normal se tentar esconder a velhice de todas as formas inimagináveis para se parecer mais jovem do que se é, por mais estúpido que isso seja, se julga “defensora” daqueles de mais idade. Pelos menos é isso que você parece pensar, por mais contraditório que isso seja…Para encerrar, repito e reafirmo novamente para que ninguém me venha com obviedades, se a pessoa está feliz negando de todas as formas o passar dos anos, o envelhecimento e suas consequências em nosso modo de pensar e em nosso corpo, ela que continue sendo, mas isto é ridículo, sem sentido e nega a ordem natural da vida…

    3. Cara, na real, idade, para mim, sempre esteve mais relacionado à estado de espírito do que um número no RG. Não me incomoda nenhum pouco que pessoas de 60, 70 ou até 80 anos sigam mantendo suas origens. E isso não é apenas no heavy metal, não. Mick Jagger rebola no palco até hoje. Chuck Berry morreu fazendo o duck walk. Ney Matogrosso ainda segue fazendo suas danças e rebolados. Madonna ainda explora sensualidade em seus shows. E não acho ridículo, não. Pelo contrário, acho louvável que os caras, nessa idade, sigam produzindo, excursionando e trazendo alegria para as pessoas, quando poderiam estar sentados no sofá de suas casas usufruindo da fortuna que – merecidamente – construíram com o passar dos anos. E quem vai assisti-los quer ver exatamente isso. Acho inevitável que a imprensa especializada trate os artistas citados por você – e também os citados por mim – como relevantes, porque são artistas que fizeram história. Lógico que é importante viver o hoje, se ligar nas produções contemporâneas, mas acho que devemos respeitar quem veio antes. OBS: Esse papo de música para jovem e música para adultos acho cafonéééérrimo. Eu acredito, apenas, em música boa e música ruim. O que, em até certo ponto, é subjetivo, inclusive. Em resumo, curta o que te faz feliz e fim.

    4. Agradeço pelas palavras, Micael, valeu!

      Cleibsom, concordo quando você diz que a sociedade e o mercado cultural e artístico supervalorizam a juventude, a beleza física e determinados padrões. Significa que eu ache que setentões adolescentes deveriam acabar? Não, significa que eu acho que a demanda por sessentões idosos deveria aumentar. Veja bem, uma coisa não impede a outra, são plenamente possíveis de coexistir.

      Agora o que eu achei realmente errado em seu comentário anterior e foi o que me motivou a responder foram não só as referências, como o excesso delas, sobre a aparência e idade dos músicos. Eu não consigo imaginar em que contexto “o botox mal sucedido de Kai, a hamonização facial infeliz de Andi, as panças cervejeiras de Weikath e Kiske, este último premiado ainda com uma careca reluzente que só o tempo ou a doença” sejam informações relevantes para criticar qualquer música no mundo, é apenas ofensivo e não só a eles, mas como a quem gosta deles e até a quem se reconheça como tendo características semelhantes.

      Ninguém é tão gordo, ou feio, ou velho, ou careca para tocar ou ouvir o que quer seja. E eu nem sei se é verdade que o Kai tenha feito qualquer sessão de botox, ou se o Andi fez uma harmonização facial qualquer, como não sei se o Weikath e o Kiske bebem muita cerveja, ou se a careca do Kiske é derivada de qualquer moléstia, e, sinceramente, nada disso me importa. Bom, quase nada, quer dizer, eu espero que o Kiske não esteja doente, assim como eu não desejo doenças a ninguém, ou ao menos eu desejaria nunca desejar, mas aí é outro assunto e como dizem por aí “não desejamos mal a quase ninguém” (e só como curiosidade, enquanto cito Lulu Santos escuto Hypocrisy, não que sejam maduros o suficiente, mas com certeza são deveras distintos entre si).

      Uma coisa é dizer: “tal música é péssima”, ou “tal álbum é fruto de uma excessiva valorização da juventude na atualidade” e, para mim, não há qualquer problema nisso, como dizer o oposto também não mata ninguém. Dizer que “é rídico uma pessoa com uma pança desse tamanho fazer tal música”, ou “como pode uma pessoa de 120 anos ouvir isso?”, aí sim tem problema, na minha opinião, pois visa limitar o indivíduo de fazer algo que não faz mal a ninguém. Se você entendeu que eu disse que “envelhecimento e a morte têm de ser negados e varridos para debaixo do tapete de todas as formas possíveis” talvez seja porque eu não deixei suficientemente claro que a minha defesa foi da liberdade de fazer e pensar o que for, desde que não prejudique injustamente aos outros.

      E se você acha que dizer que Kiske é velho, careca e gordo demais para cantar nesse álbum não é uma forma de censura, talvez você devesse refletir mais, já que você mesmo disse que “alguns exemplos disto que eu poderia citar aqui, que virão críticas de todos os lados”, ou seja, por receio da receber “críticas de todos os lados” você deixou de ilustrar seu próprio argumento. Imagine o que não deve ser lançar um disco, onde além de criticarem as músicas, podem criticar sua aparência/idade, o que está no mesmo grau de criticar alguém pelo nome que tem.

      Por termos um espaço tão bacana aqui para falarmos tantas abobrinhas foi que eu disse que seu comentário seria bem mais legal com indicações daquilo que você acha legal, pois assim termina dando visibilidade àquilo que você considera que deveria ser mais valorizado, do que ficar ofendendo a aparência/idade de A ou B, o que no final termina sendo pura maldade. E também porque é genuína minha curiosidade sobre o que você considera como música madura, vai que você apresente algo que quem leia termine gostando, por exemplo. Assim, ao invés de falhar em tirar a atenção do Helloween, você pode ter sucesso em divulgar o que acha que merece e assim todos ganham, eu acho.

      1. Na verdade não citou o que ele gosta ou que acha relevante, pq no fundo sabe que alguma coisa deles também pode ser criticada. Daí fica ruim quando um dono da verdade se mostra com pés de barro não é?

      2. Serena, a questão é muito simples: somos pessoas que pensam de modos conceitualmente diferentes! E ainda bem que posso ser como sou e você ser como é. Talvez eu seja insensível ao escrever minhas críticas, enquanto você não…Vai saber! Mas se alguém se sentiu “magoado” e “desrespeitado” com minha crítica ao disco do HELLOWEEN, esse alguém que vá chorar na cama que é lugar quente! Até parece que vou ficar “magoadinho” porque uma pessoa detonou algo de que gosto, pois tenho coisa mais importante para fazer. De resto, respeito suas opiniões e não quero te convencer de nada. É que sou virulento mesmo em algumas de minhas críticas, ainda mais quando penso que aquilo que estou criticando é muito ruim e nocivo como é o caso deste disco do HELLOWEEN…

  3. “PS.: Não é triste ver revistas e blogs falando só de KISS, IRON MAIDEN, GUNS N´ ROSES, METALLICA, ACCEPT, HELLOWEEN, etc, etc, como se elas ainda fosse relevantes nos dias de hoje? Eu acho que sim!!”

    Iron maiden e Accept são exceções. Principalmente o Accept, que só deixou de ser relevante (quando falo isso me refiro a liberar musicas ineditas, nao de encher palcos) há pouco tempo (mais precisamente no momento em que o Hermann Framk e Peter Baltes deixaram a banda). Até porque o Accept sempre falhou miseravelmente quando tentou se vender como banda de tiete. Eles nunca foram de fazer música pra adolescente que quer bancar o galã rebelde.
    As bandas atuais, salvo raras exceções, so fazem reciclagens do que fez sucesso antes ou não conseguem criar nada que seja bom ou original

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