Mindmaze – Mask of Lies [2013]

Por Ulisses Macedo

Formado em 2004 pelos irmãos Sarah e Jeff Teets (vocal e guitarras/teclado, respectivamente), o MindMaze só estreou de fato com o empolgante Mask of Lies em 2013. O registro é formado de várias composições de quando o quarteto ainda se chamava Necromance, e o tempo fez questão de torná-las bem maduras, fazendo o grupo soar veterano. É o caso da fantástica abertura com “Never Look Back” e “Breaking the Chains“, mostrando um Metal tradicional com flertes de Power Metal, além de um excelente senso melódico. A jovem Sarah mostra bom domínio da voz e sabe quando precisa ser mais calma ou mais assertiva, embora ainda haja bastante espaço para melhoras. Sua voz demonstra a confiança necessária para acompanhar o talento do irmão na guitarra: a instrumental “Cosmic Overture” mostra que ele não está para brincadeiras, valendo-se do violão, da guitarra e do teclado. Vale lembrar que é dele o crédito de produtor do álbum, que é independente e teve financiamento dos fãs pelo Kickstarter.

Mas não me esquecerei da sessão rítmica, que não está lá só para enfeitar. Kalin Schweizerhof veio junto desde o Necromance, fazendo um ótimo (mas não espetacular) trabalho na bateria. Já Rich Pasqualone foi efetivado no meio do período de gravação, enquanto John Gaffney (do Sinister Realm) fazia a sua metade do trabalho. Honestamente, eu percebi pouca diferença entre os dois, já que a mixagem esconde um pouco o instrumento e o limita à um paredão de graves, com ocasionais linhas bem feitas, caso o ouvinte preste atenção, como em “Fading Skies”.

Um ótimo exemplo do grupo trabalhando em conjunto é na “já-nasceu-clássica” “This Holy War“, uma das composições criadas especialmente para o debut e que mostra um lado bem progressivo, evidenciado influências de Dream Theater e Symphony X. Ela começa relativamente calma, mas vai ficando cada vez mais rápida, com ótimos riffs e solos e o pedal duplo que depois que começa, não para. Outra canção épica, “Dark City (Dreaming This Life)“, baseada no filme Cidade das Sombras, é um colosso de 11 minutos alternando momentos mais controlados com outras porradarias, mostrando numa faixa só tudo o que o quarteto tem de melhor. Esse lado progressivo não é surpresa: a banda é conhecida por executar covers de Rush em apresentações ao vivo.