Crystal Eyes – Chained [2008]

Crystal Eyes – Chained [2008]

Por André Kaminski

Normalmente gosto de dar uma variada nas minhas postagens e dar uma olhada naquelas bandas mais obscuras que eu sei que não chamam a atenção e que poucos nesse país devem ouvir. Eu sou daqueles que gosta de dar uma olhada na Série B ou na Série C dos estilos que eu ouço e pescar alguns discos que gosto dos quais provavelmente há poucos ou nenhum texto em português sobre eles. O Crystal Eyes se encaixa bem nessas definições.

É uma banda que existe desde 1992 com um bom tempo de estrada e enquanto eu estava me preparando para sair do prézinho, esses caras já davam a cara a tapa a fazer música lá na gélida Suécia. E estão aí até hoje. O núcleo principal da banda é o vocalista, guitarrista, tecladista e principal compositor Mikael Dahl e o baixista Claes Wikander que entrou alguns anos depois (em 1997), mas que juntos gravaram toda a discografia de oito álbuns da banda junto a outros diversos integrantes. Ouvi bastante os discos In Silent They March [2000], Confessions of the Maker [2005] e Killer [2014]. Gosto bastante dos três, mas o primeiro deles que citei é o meu favorito. Resolvi então pegar este disco Chained para ver o que a banda teria mais a oferecer nestas quase três décadas tocando um power/heavy metal influenciado principalmente por Judas Priest, Iron Maiden, Gamma Ray, Helloween e Accept.

Primeira coisa que me chamou a atenção é que Mikael Dahl não é o principal vocalista deste disco, sendo que ele só lidera as vozes em uma única faixa. O que é bizarro porque de todos os vocalistas que conheço, ele é o que possui o timbre mais parecido com o do excelente Michael Kiske. Quem canta aqui é Soren Nico Adamsen que já cantou em dois discos dos dinamarqueses do Artillery que é uma banda thrash. Mas ele se sai bem. Deu uma cara nova a uma banda que eu conhecia de maneira diferente. O timbre dele me lembra algo do Hansi Kürsch. O restante se completa com Dahlnas guitarras e teclados, Vikander no baixo, Paul Petterson na segunda guitarra e Stefan Svantesson na bateria.

Claes Wikander (baixo), Stefan Svantesson (bateria), Søren Nico Adamsen (vocais), Mikael Dahl (guitarra, teclado e vocais) e Paul Petterson (guitarra)

Os temas das letras seguem o estilo fantasia que a banda sempre abordou. A primeira canção “Ride the Rainbow” é uma canção de abertura que lembra as dos discos do Helloween, sempre começando com uma faixa mais rápida e com os refrãos ao estilo Blind Guardian. Ótimo começo. Segue a segunda com “The Fire of Hades” com mais peso e mais melodia e riffs até bem variados que fogem um pouco daquele padrão mais comum do power metal, até mesmo com uma passagem acústica na ponte.

“The Devil Inside” tem uma linha mais hard rock do que heavy metal e remete a boas músicas do Bonfire. “Waves of War” é a melhor canção do álbum sendo um power metal mais tradicional e com um refrão e riffs de guitarra que me empolgaram bastante.

Ainda destaco “Dying in the Rain” que meio que começa como balada mas logo segue para uma cação com riffs bem pesados e variados, e um toque de metal progressivo principalmente pelas quebras repentinas de ritmo. Por fim, ainda comento a respeito de “Guardian”, única música em que Dahl lidera os vocais, relembrando seus tempos anteriores de banda  em uma música ao estilo balada que resume bem as muitas influências que Dahl carrega em seu histórico.

Considero um disco muito bom de uma banda que é relegada à Série C do gênero. Infelizmente com o passar desses 12 anos do lançamento dele até hoje, somente mesmo os dois integrantes principais Mikael Dahl (voltando aos vocais) e Claes Wikander permanecem. A banda, como todas, esteve parada esses meses devido a pandemia, mas possui shows agendados dos festivais que foram adiados. Um dos sonhos de Mikael Dahl de acordo com a sua bio no site oficial é conseguir viver inteiramente da banda. Difícil com esse mercado cada vez mais fragmentado, mas torço para que consiga esse objetivo visto que em termos de trabalho e esforço, os caras dão mesmo o sangue.

Tracklist

  1. Ride the Rainbow
  2. The Fire of Hades
  3. The Devil Inside
  4. Waves of War
  5. Dying on the Rain
  6. Fighting
  7. Shadow Rider
  8. Lonely Ball of Fate
  9. Guardian

2 comentários sobre “Crystal Eyes – Chained [2008]

  1. Curto a banda pra caramba também! Escutei pela primeira vez quando tinha uns 12 anos. Mais de 20 depois, voltei a ouvi-la como sugestão do Spotify.

    Muito bom ler um pouco mais sobre ela aqui!

    1. Bom dia Leonardo, bem vindo ao nosso site!

      Que bom que encontramos mais um ouvinte do Crystal Eyes. Deve ter eu, você e mais uns 50 espalhados pelo Brasil todo hahahahahahahahaha.

      Valeu cara, abraços!

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