Por onde anda? (Parte 2)

Por onde anda? (Parte 2)

Por André Kaminski

Mais uma parte da série que iniciei aqui, falarei mais alguns integrantes de bandas famosas que acabaram saindo do radar do grande circuito da música ou estão agora trabalhando em outras bandas ou projetos menores.


Achim Kirschning (ex-tecladista  do Scorpions)

Pouca gente se lembra que o Scorpions no início de sua carreira teve um tecladista como membro oficial. Achim Kirschning esteve na banda entre 1974 e 1975, além de participar de uma tour em 1977. Ele gravou teclados para os discos Fly to the Rainbow [1974] e In Trance [1975]. Depois disso, ele ainda passou pela banda Black Angel e pela banda progressiva Serene (do qual lançou um disco em 1979) até se aposentar da música em 1982. Depois disso, o alemão passou a se dedicar a educação e se formou em Matemática. Se tornou diretor de uma escola na Alemanha e também deu aulas e pequenos concertos de piano e teclado.


Tony Carey (ex-tecladista do Rainbow)

Após ouvir alguns materiais do tecladista, Ritchie Blackmore o convidou para integrar o Rainbow em 1977 e com isso lançaram o aclamadíssimo álbum Rising [1976]. Ele conta que se dava muito bem com Dio, mas que durante a tour, sempre teve problemas de relacionamento com o sempre complicado Blackmore. De acordo com Carey, o guitarrista o demitiu e o recontratou diversas vezes até que ele saiu em definitivo após o fim da turnê em 1977.

Tony então se dedicou principalmente à sua carreira solo tendo lançado diversos álbuns (diversos mesmo!) sob o seu nome tocando um estilo mais AOR e sob o nome Planet P Project em um estilo mais progressivo. Tony ainda se mantém na música tocando e participando como convidado em algumas bandas, montou a banda Over the Rainbow com o filho de Blackmore como guitarrista e outros ex-membros para fazerem shows. No ano passado, ainda tocou na banda Mandoki Soulmates, projeto de Leslie Mandoki, aquele ex-cantor e dançarino da famosa banda de disco music Dschingis Khan e seu hit “Moskau” (o cara de verde dançando aqui), só que mais focada numa mistura de AOR com jazz rock.


Mark Evans (ex- baixista do AC/DC)

Mark Evans tinha 19 anos quando foi indicado pelo seu amigo e roadie da banda aos irmãos Young em 1975, após a saída de Rob Bailey. Ele gravou três álbuns de muito sucesso com o AC/DC que são T.N.T. [1975], Dirty Deeds Done Dirt Cheap [1976] e Let There be Rock [1977].

Ao final de 1977, após uma tour na Alemanha, ele recebeu o comunicado que estava sendo demitido da banda. Evans disse que a banda se reuniu junto ao empresário sem ele um dia antes da demissão e que decidiram ali. Pouco tempo depois, Bon Scott disse que eles preferiram contratar Cliff Williams pelo fato dele ter mais experiência tocando baixo e Angus Young disse que eles precisavam de um baixista que também fizesse backing vocals. Já Evans disse que ele nunca teve uma relação amistosa com Angus Young e que já imaginava que não iria durar muito tempo com eles.

Aos trancos e barrancos, Mark Evans foi levando a vida de músico passando por várias bandas que não deram certo tais como o Finch (futura Contraband), Heaven e The Headhunters. Até que em 2017 ele se juntou aos também australianos do Rose Tattoo, banda em que ainda permanece nos dias de hoje.


Ian Bairnson (ex-guitarrista e tecladista do The Alan Parsons Project)

Foi o guitarrista principal do The Alan Parsons Project junto a vários outros músicos nos seus muitos discos de estúdio entre 1975 e 1990. O escocês, por sinal, gravou guitarras em todos os discos do projeto.

Além disso, Bairnson gravou as guitarras de quatro discos da cantora Kate Bush e integrou a banda de soft rock Pilot que lançou muitos discos na década de 70. Com o fim do Alan Parsons Project, Ian Bairnson trabalhou como guitarrista de estúdio e de excursão para diversos artistas até que se mudou para a Espanha em 2003 e abriu um estúdio de gravação. Voltou para a Escócia em 2013 e reviveu o Pilot por um curto período no aniversário de 40 anos da banda em 2014. Casou-se há algum tempo com uma brasileira e ainda vive na Escócia trabalhando como guitarrista de estúdio.


Willy Daffern (ex-vocalista do Captain Beyond)

Após Rod Evans (ex-Deep Purple) sumir (voltar com o fake Deep Purple e sumir de vez), o Captain Beyond tinha se reunido para lançar seu último terceiro disco. Então escolheram o vocalista Willy Daffern que assumiu o posto de Evans para o lançamento de Dawn Explosion [1977].

A recepção da crítica foi ruim, o disco vendeu pouco, as drogas atrapalhavam o andamento interno da banda e o público também era baixo nos shows, então a banda se dissolveu em 1978. Willy gravou um disco com o Pipedream em 1979 e outro com a banda G-Force, de Gary Moore, em 1980. Lançou também um disco solo em 1983 sob o nome Willie Dee chamado Abrupt Edge, que aliás só existe em vinil e nunca foi lançado em cd. Willy ficou um tempo sumido mas retornou à música recentemente com duas bandas, uma chamada Zoomlenz (hard rock) e outra chamada Rainbow Fire (space rock), esta última acabando de lançar um disco chamado Nuclear Sky [2020].

5 comentários sobre “Por onde anda? (Parte 2)

  1. “projeto de Leslie Mandoki, aquele ex-cantor e dançarino da famosa banda de disco music Dschingis Khan e seu hit “Moskau””.

    Sou fã de Dschingis Khan, e vou atrás desse projeto!!

  2. Bem interessante! curiosamente estava me perguntando sobre o Tony Carey dias atrás…o que ele fez no Rising é uma coisa maravilhosa! recomenda algum disco dele em específico?
    Abraço!

    1. Então cara, é muito disco e ouvi pouca coisa dele. E ele caminha muito por aquele lado pop/prog/AOR dos anos 80 tipo Yes oitentista, Asia e afins. Não sei se curtiria visto que ele foge bastante do que fazia no Rainbow.

      Talvez o mais adaptado ao seu gosto creio que seria o disco do Planet P Project intitulado Pink World, de 1984 que eu já ouvi. Uma sonoridade mais do que claramente homenageando ao Floyd, embora não tão prog quanto eles.

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