Do Pior ao Melhor: Deep Purple
Ainda não conhece a seção “Do Pior ao Melhor”? Confira aqui nossa primeira edição e entenda sua concepção.
Por Diogo Bizotto
Todas as edições desta seção envolvem especial esforço em tentar ser o menos injusto possível, mas sem deixar de seguir meus instintos nem ignorar meu gosto pessoal. Digo isso pois cobrir toda a longa carreira do Deep Purple foi a experiência mais difícil que encarei desde que dei início a este trabalho. Nem mesmo avaliar e ordenar os álbuns do Black Sabbath foi tão complicado. Não foi tão custoso chegar a grupos de discos que seriam colocados no início, no meio ou no fim desta lista. Fatigante mesmo foi ordená-los a partir dessa colocação, tão semelhantes seus níveis de qualidade. No decorrer da leitura, vocês certamente perceberão algumas particularidade minhas que transcendem a simples enumeração desses discos em ordem de preferência e foram cruciais na elaboração desta lista. Acima de tudo, sou um admirador do grupo e tenho apreço maior ou menor por todas as suas fases. Aguardo seus comentários e listas particulares após a leitura.
21. Abandon [1998]
A estreia de Steve Morse rendeu Purpendicular, um álbum que soou fresco e criativo, como se a banda tivesse encontrado um rumo após anos de convívio burocrático que culminaram em mais uma saída de Ritchie Blackmore. Os admiradores poderiam imaginar que o ânimo renovado renderia bons resultados no estúdio, certo? Errado. Abandon soa como se houvesse sido feito no automático, sem 20% da criatividade de Purpendicular. Os mais saudosistas podem até ter curtido o fato de se tratar do álbum cuja sonoridade mais se aproxima daquilo que a Mark II fez nos anos 1970 desde, sei lá, 1973 (!) – e não digo isso por causa da desnecessária regravação de “Bloodsucker” (In Rock) – mas isso é insuficiente para fazer esquecer a grande quantidade de fillers que ocupam seu tracklist. O único momento realmente empolgante é “’69”, com um riff que poderia ter sido criado por Blackmore na época de In Rock ou Fireball. “Evil Louie” também é uma boa canção, enquanto “Any Fule Kno That” e a balada “Fingers to the Bone” são relativamente agradáveis. O resto eu ouço e logo em seguida não lembro de quase nada. Não chega a ser ruim (nenhum disco do Deep Purple merece esse rótulo), mas é fraco em sua maioria.
20. Bananas [2003]
Ao contrário de Abandon, Bananas não parece ter sido feito no modo automático. Fica evidente o esforço em criar algo fora da curva, ao ponto de o disco até soar descaracterizado. É um álbum que poderia ter sido gravado por diversas bandas veteranas, formadas por quase sexagenários que se esforçam por mostrar alguma relevância em uma época hostil. Há um foco especial em criar refrãos cativantes, mas o resultado não é lá dos melhores. Músicas como “House of Pain”, “Haunted” e “Razzle Dazzle” são bons exemplos disso. Provavelmente é coincidência, mas as duas canções coescritas por Jon Lord – que havia deixado a banda um ano antes e cedido lugar a Don Airey – “Picture of Innocence” e “I Got Your Number”, são justamente aquelas que mais se conectam com o passado do Deep Purple, além de contarem com arranjos mais caprichados e serem as melhores de se ouvir. “Silver Tongue” também dá uma leve empolgada, enquanto a singela “Never a Word” e a curta instrumental “Contact Lost”, cortesia de Steve Morse, fazem um contraponto interessante. De resto, nada minimamente memorável.
19. Rapture of the Deep [2005]
Lançado meros dois anos após Bananas (algo raro hoje em dia), Rapture of the Deep apontou para um caminho mais confortável que aquele traçado por seu antecessor. Por um lado, resvala no mesmo problema de Abandon, que é soar meio automático. Por outro, revela passagens interessantes para aqueles mais atentos, como é o caso da faixa-título, com grande performance combinada de Steve Morse e Don Airey em um riff com o inconfundível DNA do grupo. “Clearly Quite Absurd” é outra pequena porém brilhante pérola escondida no catálogo recente da banda, mostrando um Ian Gillan trabalhando bem em meio aos limites vocais que a idade traz. “Wrong Man”, “Back to Back” e “Kiss Tomorrow Goodbye” soam como sobras de Abandon que deveriam ter entrado no lugar de outras faixas. Não é grande coisa, mas prefiro isso ao jeito “tiozão descolado” de Bananas.
18. Concerto for Group and Orchestra [1969]
Refleti várias vezes sobre a inclusão de Concerto nesta lista. Afinal de contas, não é um álbum de estúdio. Considerando sua importância no catálogo do grupo, resolvi incluí-lo. Alguns podem estranhar a posição pouco privilegiada, mas o fato é que o disco nunca me cativou. Soa muito mais como uma experiência solo de Jon Lord ao lado dos outros integrantes do que como um grande esforço coletivo. Acredito que a inclusão de elementos eruditos na estrutura melódica de canções de rock é muito mais eficiente que uma fusão desse tipo. Os três movimentos são belos, especialmente o primeiro e o terceiro, mas dificilmente acertam “na veia”, entendem? Tome por exemplo o primeiro: quando Blackmore começa a solar e a orquestra fica de lado é que a coisa esquenta de verdade.
17. Slaves and Masters [1990]
Não são poucos aqueles que julgam Slaves and Masters como o pior álbum do Deep Purple. A rejeição a Joe Lynn Turner, somada ao fato de o álbum soar mais como um Rainbow de segunda mão do que como o Deep Purple que conquistou milhões de fãs, foi uma mistura indigesta, especialmente para aqueles que não admitem que o grupo tenha outro vocalista além de Ian Gillan. Considerando que eu não tenho nada contra Turner e acho que desde seu retorno, em 1984, a banda não fez quase nada tão bom quanto os álbuns lançados pelo Rainbow, sou bem mais condescendente. É uma pena que Jon Lord e Ian Paice pareçam não ter encampado o projeto desde o início, pois suas performances soam preguiçosas e pouco inspiradas, e isso prejudica o resultado. Blackmore até oferece boas linhas, mas ainda assim fica devendo em relação aos últimos discos lançados tanto por Rainbow quanto por Deep Purple. A produção de Roger Glover é excessivamente lustrosa e deixa um ranço AOR que é capaz de desagradar até mesmo aqueles que apreciaram Perfect Strangers e The House of Blue Light. Não posso negar, apesar de tudo, que gosto de algumas composições. “King of Dreams” é uma das melhores e mais cativantes canções que a banda lançou desde 1984. É AOR até o osso, mas eu não tenho nada contra isso. “The Cut Runs Deep” (mais pesada), “Fire in the Basement” (Rainbow puro) e “Wicked Ways” também são legais. “Breakfast in Bed”, “Fortuneteller”, “Too Much Is Not Enough” e a balada “Love Conquers All” soam mais como Giuffria ou House of Lords do que como Deep Purple, mas cumprem tabela sem constituir meros fillers.
16. Now What?! [2013]
Após uma longa pausa sem colocar os pés no estúdio, o Deep Purple voltou bem assessorado. Com Bob Ezrin na produção, registrou uma coleção de canções consideravelmente superior às que havia lançado nos três discos anteriores, com uma sonoridade mais encorpada e pesada, que ajudou a dar uma levantada nas composições. O que fica mais evidente é uma banda tocando com maior foco, afiada nos instrumentos e com vontade de mostrar serviço. Isso é muito bom pois, mesmo quando as faixas não são lá muito inspiradas, o resultado acaba não sendo desagradável. A climática “Vincent Price” é o melhor single do grupo em sei lá quanto tempo. “Uncommon Man” é outro destaque, mostrando que ninguém seria capaz de substituir Jon Lord tão bem quanto Don Airey. “A Simple Song”, que começa “na manha” e depois se revela, assim como “Weirdistan”, também evidenciam como o Deep Purple estava bem mais inspirado do que em seu passado recente. O restante do tracklist passa longe de ser brilhante, mas é ouvido sem sobressaltos.
15. Infinite [2017]
A união com Bob Ezrin se repetiu em Infinite e deu bons resultados. O disco até soa levemente superior a Now What?!, especialmente em razão da ótima “Time for Bedlam”, uma das melhores e mais empolgantes músicas da banda pós-1984. “Hip Boots” tem a marca das canções mais balançadas da Mark II, enquanto “All I Got Is You” é dona de belas melodias, destacando Morse e Airey. “The Surprizing” apresenta uma aura misteriosa que encheria Jon Lord de orgulho e mostra uma banda madura e ainda na ponta dos cascos, sem nenhum resquício da preguiça de tempos passados. O cover para “Roadhouse Blues” (The Doors) é um pouco desnecessário e poderia ter sido substituído por uma canção original, mas não chega a incomodar. Se Infinite for a despedida do grupo, será um adeus digno. Para uma banda nessa altura da carreira, sem mais nada a provar, lançar seu melhor disco nos últimos 20 anos já é mérito suficiente.
14. The Battle Rages On [1993]
Assim como ocorre com Slaves and Masters, não faltam detratores de The Battle Rages On. Não dá para negar que se trata de um álbum extremamente irregular. “Nasty Piece of Work” honra o nome e é uma das piores canções que a banda ousou lançar. “Lick It Up”, “Time to Kill” e “One Man’s Meat” não são muito melhores. Ao mesmo tempo, suas melodias eruditas e sua introdução flamenca fazem da sensacional “Anya” uma das três melhores músicas que o grupo registrou pós-1984, melhor que qualquer coisa lançada desde então. A faixa-título, bem mais agressiva que qualquer coisa que o grupo vinha fazendo nos últimos tempos, é outro motivo que faz com que eu veja The Battle Rages On com bons olhos. “A Twist in the Tale” traz aquele quê de Rainbow que muito me agrada. “Solitaire” é outra belíssima canção completamente esquecida por banda e fãs. Talvez seja o fato de ser muito mais admirador de Blackmore do que dos outros quatro integrantes, mas, para mim, The Battle Rages On tem excelentes momentos.
13. The House of Blue Light [1987]
Vejo Perfect Strangers e The House of Blue Light sendo colocados pelos fãs em patamares muito diferentes. Não concordo com isso. Para mim, as diferenças são bem menores do que se costuma considerar. Há um evidente acento mais AOR em várias faixas de The House of Blue Light, mas nada absurdo em comparação com seu antecessor. “Bad Attitude” e “Call of the Wild”, lançadas como singles, têm uma pegada mais pop (especialmente a última), mas são músicas divertidas e não chegam a soar forçadas. “The Unwritten Law” e “The Spanich Archer” também agradam, enquanto “Mad Dog” e “Black & White” até que são bem razoáveis. O grande destaque, entretanto, é “Strangeways”, com aquele jeitão incontestavelmente influenciado por Ritchie Blackmore e melodias que lembram o Rainbow. “Dead or Alive” então, é totalmente na cola de “Spotlight Kid” (também do Rainbow), só que inferior. Considerando as condições em que foi feito (sob grande estresse, conforme os músicos), até que o resultado é bem satisfatório.
12. Perfect Strangers [1984]
Perfect Strangers é tido em alta conta por grande parte dos fãs, mas considero esse culto exagerado. Ele sofre do mesmo problema de outros discos do quinteto, que é ter algumas excelentes canções em meio a outras bem menos interessantes. “Knocking at Your Back Door”, com seu jeito envolvente, melodias bem sacadas e um riff cremoso, é a melhor canção que o grupo lançou desde sua reunião. Depois dela, no entanto, pouca coisa realmente se destaca. A faixa-título, apesar de ser extremamente carne de vaca, é boa, mas não a ponto de merecer toda a exposição que recebeu nas últimas três décadas. “A Gypsy’s Kiss” e “Hungry Daze” também são músicas bem legais, muito por lembrarem o que Ritchie Blackmore vinha fazendo com o Rainbow nos lançamentos imediatamente anteriores. A primeira chega, inclusive, a remeter um pouco a “Fire Dance”, da banda do arco-íris. “Under the Gun” e “Nobody’s Home” quebram o galho, mas são as outras que citei que realmente levantam a bola de Perfect Strangers.
11. Who Do We Think We Are [1973]
O “patinho feio” da era clássica do grupo não chega a ser um lindo cisne, mas é um bom disco, cujo óbvio carro-chefe é a excelente “Woman from Tokyo”, dotada de um dos melhores riffs de Blackmore e uma performance coletiva que é puro carisma. “Mary Long” é outra que muito me agrada, principalmente pelas linhas vocais de Gillan. “Rat Bat Blue” também tem seu charme, especialmente por mais um bom riff de guitarra e mais ainda pela performance encapetada de Jon Lord, que sola feito louco. Para ser bem sincero, acho que apenas “Place in Line” dá uma frustrada, pois o restante – “Super Trouper”, “Smooth Dancer” e “Our Lady” – até que dá para o gasto, apesar de nenhuma delas ser especialmente memorável.
10. Shades of Deep Purple [1968]
Os três primeiros discos do Deep Purple soam equilibradíssimos. É tarefa das mais difíceis ordená-los conforme minha preferência, então preciso ater-me aos mínimos detalhes a fim de ser o menos injusto possível. Shades of Deep Purple não apenas conta com o grande hit da Mark I, o ótimo cover para “Hush”, mas mostra um grupo afiado, transitando pela psicodelia, pelo hard e pelo prog com muita habilidade, praticando uma sonoridade diferente daquela que o tornou famoso, mas muito competente. Rod Evans era um cantor de evidente tino mais pop, e isso fica especialmente claro na açucarada “One More Rainy Day”, por ele coescrita. Entre covers com arranjos mais ou menos diferentes dos originais, destaca-se, além de “Hush”, a ótima instrumental “And the Address”, de autoria da banda. A versão para “Hey Joe”, famosa pelas mãos de Jimi Hendrix, também é um destaque positivo.
9. Deep Purple [1969]
É no terceiro disco que se encontra a mais marcante composição da Mark I. Refiro-me a “April”, ambiciosa peça que se estende por 12 minutos e expõe como nenhuma outra faixa a dicotomia Blackmore x Lord, que logo seria vencida pelo guitarrista. No início e no fim, é na guitarra de Blackmore que ela encontra seu fio condutor. No meio disso, um interlúdio instrumental no qual Jon Lord faz mais bonito do que em qualquer movimento de Concerto. “The Painter” é outra bela mostra de que o reinado de Blackmore estava chegando para ficar, mais incisiva e caprichada nos solos. Seus riffs em “Bird Has Flown” também empolgam, apesar dos vocais de Evans não serem lá muito adequados. Em “Chasing Shadows”, é Ian Paice que mostra seus dotes percussivos. Definitivamente, não foi um fim melancólico para a Mark I.
8. The Book of Taliesyn [1968]
Três são os maiores motivos para que eu julgue The Book of Taliesyn como o melhor disco lançado pela Mark I. O primeiro chama-se “Wring that Neck”, peça instrumental cativante, perfeita para ser executada ao vivo e colocar a plateia inteira para balançar o pescoço. O segundo atende por “Anthem”, balada que traz minha performance favorita de Rod Evans no grupo, com muita melodia, cordas e delicadeza. O terceiro é o ótimo cover para “River Deep, Mountain High”, que evolui em um belo crescendo até seu refrão apoteótico. Também gosto bastante da versão para “Kentucky Woman”, que mostra como o grupo também se saía bem em território mais pop. Mesmo “The Shield”, que soa muito mais como a psicodelia californiana do que a britânica, é uma canção interessante, ajudando a fazer de The Book of Taliesyn a obra máxima da Mark I. Ressalto ainda a força da instrumental “Exposition”, especialmente pela performance de Jon Lord.
7. Purpendicular [1996]
Para mim, ninguém foi tão importante para o Deep Purple quanto Ritchie Blackmore. Admito, porém, que sua saída fez bem ao grupo. A entrada de Steve Morse trouxe um frescor que floresceu de ideias em Purpendicular, melhor disco do quinteto após seu retorno. Morse não se preocupa em emular Blackmore, tocando do seu próprio jeito e apresentando uma série de ideias que dão forma a diversas composições de alto nível. O que é a introdução de “Vavoom: Ted the Mechanic”? Sensacional! A singeleza de sua performance em “The Aviator” também é tocante, sem falar na versatilidade de “Hey Cisco”. Quer riffs? Toma a paulada “Somebody Stole My Guitar” e “A Castle Full of Rascals”. Seus solos ajudam a fazer de “Sometimes I Feel Like Screaming” a melhor (semi)balada do grupo desde “This Time Around” (Come Taste the Band). “Loosen My Strings” é outra grande faixa, infelizmente quase nunca tocada ao vivo pela banda. Pena que os álbuns imediatamente posteriores não chegaram nem perto do mesmo nível de qualidade.
6. Fireball [1971]
O único problema de Fireball é estar ensanduichado entre dois discos espetaculares, fato que acaba ofuscando um pouco seu brilho. Tirando isso, trata-se de um álbum poderoso, puxado por uma faixa-título que é uma das mais fortes conexões do grupo com o heavy metal, mostrando todo o tempero jazz que Ian Paice era capaz de incluir em meio à porradaria. Outro evidente ponto alto é “The Mule”, dotada de outra performance irrepreensível de Paice, além de um Blackmore em exibição de gala. “Demon’s Eye” (presente na versão inglesa) e “Strange Kind of Woman” (incluída na norte-americana) evidenciam uma veia mais pop e são ótimas canções. O lado mais grooveado do grupo dá as caras em “No No No”, equanto “Anyone’s Daughter” mostra uma surpreendente influência country. “Fools” não atinge o mesmo resultado de outras faixas longas e ambiciosas da banda, mas também ajuda a compor um tracklist forte e consolidar a posição do Deep Purple como uma das três grandes forças do rock pesado britânico.
5. Come Taste the Band [1975]
A saída de Ritchie Blackmore e a entrada do norte-americano Tommy Bolin, cujo background tinha muito mais a ver com as influências de David Coverdale e Glenn Hughes, ajudou a fazer de Come Taste the Band um álbum muito peculiar na carreira do grupo, com total predomínio das ideias do trio sobre Jon Lord e Ian Paice, que ficaram escanteados. É possível, inclusive, que pessoas que nunca gostaram do Deep Purple possam apreciar este disco. Ao lado de Bolin, Coverdale contribui com o lado mais hard, destacando a vigorosa “Comin’ Home” e “Love Child”. Hughes, por sua vez, também junto a Bolin, garante o balanço com a irresistivelmente funkeada “Getting Tighter” e o mais intenso feeling com a espetacular “This Time Around”, que é seguida por uma belíssima seção instrumental chamada “Owed to ‘G'”, cortesia de Bolin. Coverdale e Hughes ainda protagonizam sua melhor performance coletiva na forma de “You Keep on Moving”, mesclando suas vozes de maneira magistral.
4. Stormbringer [1974]
Desde Burn, Coverdale e Hughes já haviam mostrado que não ocupariam posição de coadjuvantes. Com o sucesso do álbum, a confiança cresceu, assim como a importância dos dois em Stormbringer, deixando Blackmore e Lord cada vez mais de lado. A soul “Holy Man”, com performance esplêndida de Hughes, não tem nada a ver com qualquer coisa que o grupo já havia lançado. Blackmore inclusive rendeu-se às influências funky da dupla e tocou com surpreendente malemolência, como atestam as ótimas “Love Don’t Mean a Thing”, “Hold On” e “You Can’t Do It Right”. Isso não quer dizer que o guitarrista não tenha seus momentos para descer a mão sem dó. A faixa-título é uma porrada acachapante que também mostra os dotes mais agressivos de Coverdale. “Lady Double Dealer” é outra para satisfazer os sedentos por rock pesado, com Ian Paice em destaque. A balada “Soldier of Fortune”, por sua vez, é uma das mais emocionantes criações do grupo, com Coverdale mostrando por que se tornaria meu vocalista favorito em todos os tempos.
3. In Rock [1970]
Concerto é o escambau! Em In Rock, o Deep Purple protagonizou uma das mais famosas e radicais “viradas de mesa” da história da música popular. Junto a Ian Gillan e Roger Glover, além da mão forte de Ritchie Blackmore e seus riffs potentes, a banda esbanjou sangue nos olhos e cunhou canções que forjaram uma nova identidade, a começar pela espetacular “Speed King”, até hoje um testamento de peso e agressividade, metalizando o rock dos anos 1950. Além de uma canção dinâmica e estupenda, “Child in Time” é o melhor exemplo de por que Gillan é conhecido como “silver voice”. “Flight of the Rat”, com seus riffs e viradas monstruosas, é outra bomba nuclear pronta para explodir o passado recente da banda e abrir caminho para recomeçar do zero. Na verdade, todo o tracklist esbanja qualidade, ainda com algum destaque para “Bloodsucker” e “Hard Lovin’ Man”. Não à toa, In Rock é muitas vezes apontado como o melhor álbum do grupo. Méritos não faltam.
2. Machine Head [1972]
Machine Head é a culminância de uma transformação que havia se iniciado em In Rock, com foco invejável e precisão absurda. Fica muito claro que o quinteto estava azeitadíssimo, tamanha é a fluidez de suas faixas. Não há ponto fraco. Seja o proto-heavy metal acelerado e exuberante de “Highway Star” ou o estilo jam de “Lazy”, passando pela cremosidade deliciosamente pop de “Never Before” – infelizmente esquecida pela banda em seus setlists – tudo funciona bem demais. Não dá para negar que “Smoke on the Water” é muito cativante, mas seu poder de fogo apequena-se ao lado da impetuosa “Pictures of Home”, com direito a momentos solo de cada um dos integrantes. O estilo suingado de “Maybe I’m a Leo” e a força bruta de “Space Truckin'” completam um álbum que não tem pontos fracos, apenas favoritas conforme o gosto do cliente.
1. Burn [1974]
Machine Head pode ser o preferido da maioria e In Rock constituir uma verdadeira revolução na carreira do grupo, mas nenhum deles explode nos alto-falantes como Burn. Admito que o fato de Coverdale e Hughes estarem entre meus músicos favoritos tem muito a ver com esta escolha, mas esse é apenas um dos detalhes que tornam Burn uma obra tão avassaladora. Blackmore, que já havia ocupado espaço de protagonismo desde In Rock, está endiabrado, riffando como louco e esbanjando feeling. “Mistreated” é, de longe, a melhor incursão pelo blues que o Deep Purple já gravou, com direito a grande performance de um ainda imaturo Coverdale, mas que já dava pistas do fantástico vocalista que logo seria. Paice, que desde sempre é um grande baterista, está virado em um trator, enchendo o disco de linhas e grooves que são verdadeiros solos, como o que se ouve na estupenda “You Fool No One” e na faixa-título. “Burn”, aliás, é o melhor exemplo de como essa formação veio para não deixar saudade da Mark II; é minha música favorita do grupo. A dose extra de malemolência, que tem muito a ver com Hughes, ajuda a fazer de “Might Just Take Your Life” e “Lay Down, Stay Down” dois musicões. “Sail Away” é outro grande desempenho de Coverdale, cantando em seu registro mais grave. Os fãs da Mark II que me perdoem, mas não há como competir com um time igual ao que gravou Burn.
Eu, como fã do Deep Purple, sou dos que gostam APENAS dos álbuns da fase Mark II (formação que inclui Ian Gillan e Roger Glover), em especial In Rock (1970) e Machine Head (1972). Sinceramente, não curto muito os discos do DP com outras formações, inclusive escutei recentemente o campeão desta lista do melhor ao pior, o aclamado Burn (1974) e não achei lá essas coisas. Fico pensando como seria Burn se Glover e Gillan não tivessem saído (pela primeira vez) do DP… Seria um álbum maravilhoso, no mesmo nível de In Rock e Machine Head. Lembrando que isso não é uma ofensa, é apenas uma crítica no sentido construtivo da palavra.
Fico pensando como seria Burn se Glover e Gillan não tivessem saído (pela primeira vez) do DP… Seria um álbum maravilhoso, no mesmo nível de In Rock e Machine Head.
O disco certamente não existiria como tal, uma vez que Hughes e Coverdale estão entre os principais compositores. Além disso, Gillan e Blackmore não se suportavam mais, minando todo o processo. “Who Do We Think We Are” tem essa mesmíssima citada formação e não é maravilhoso. Conjecturas como essa são apenas achismo.
São histórias que sempre acontecem com muitas bandas famosas, a tensão entre seus membros sempre acabam em um resultado trágico. Mas é como diz o ditado: “há males que vem para o bem”.
Igor,você é o primeiro fã do Purple que vejo falar que não curte Burn. Realmente incomum. Mas gosto é gosto. Considero o Burn um dos melhores álbuns de rock de todos os tempos.
Emerson, é o seguinte: meu problema com o Burn na verdade não foi a troca de integrantes, é que neste álbum tem um filler instrumental que atende pelo nome de “A-200”, posto como a faixa final. Acho que se o álbum tivesse sido terminado com “Mistreated”, eu já gostava mesmo assim do Burn.
sequero ouvir o deep life..esses de
Igor vc é um ignorante musical!!
Por quê me chamas de “ignorante musical”, só porque eu disse que não gosto muito do Burn, dessa mudança de formação do Purple e por dizer que a instrumental “A-200” é uma faixa desnecessária? Pelo menos essa é só a minha concepção, rapaz…
Gosto é gosto! Mas dos dois, ou esse Igor é uma piada ou é um adolescente. Dos tempos que eu acompanho a consultoria, venho vendo o quanto que esse cara fala umas coisas nada a ver e sem noção sobre música.
Olha Reese… Não sou mais adolescente porque essa fase já passou, mas de vez em quando gosto de fazer algumas piadas e comparações estranhas aqui no site. E não adianta me jogar pedras só porque eu disse que não gosto muito do Burn, apenas fui sensato em meu ponto de vista.
Na minha fase adolescente em 1976, alguém me propôs troca de meu disco do Fernando Mendes, disco que sempre levava nos bailes a fim de conquistar as menininhas. Me propôs troca por um disco de quatro caras desconhecidos por mim, estampados na capa de cor roxa, com velas acesas nas cabeças dos caras. Burn do Deep Purple. Foi minha introdução nos quatro dinossauros nos anos 70. Sempre amei muito mais o Burn. Mas também acho ótimos e sempre amei o In Rock, o Firebal, o Machine Head, e a faixa título do Perfect Strangers. Purple, ao Lado do Zepelin, e do Pink Floyd, para mim insuperáveis.
Escuto essa banda desde anos 70,até a saída de Ritchie no Mark 3 ,depois escutei algumas músicas e não segui muito a fase Morse apesar de admirar como guitarrista e ser humano, portanto me atendo ao deep purple anos 70 até 1975 creio quando entra Tommy Bolin ,ou 76 não sei ,considero o Deep Purple a melhor banda se todas seguida do pink Floyd ,Led e Queen, as outras menos relevantes,tenho 62 e posso estar defasado,mas gosto do Oasis ,Alice in Chains ,supetramp ,for no blonds tbm entre outras, Os Beatles não conta pq são precursores e os caras que fizeram a história do rock inglês iniciar de fato.
Legal ver um fã “das antigas” do Purple! Conheci a banda também nos anos 70, por meio do meu irmão mais velho, que tinha o “Who Do We Think We Are” e o “Burn”. Mas continuei acompanhando a carreira do grupo depois da saída do Blackmore, que foi melhor para todos os envolvidos… O coração do Blackmore não estava mais no Purple, então deixa o cara curtir a música que ele ama com a esposa!!
Talvez pela sua discografia tão longa, o Purple eu considero aquela banda que há discos excelentes com outros que me dão sono. Diferente do Diogo que comentou que não há um disco tão ruim deles, eu já os acho muito irregulares, mesmo em sua fase mais clássica. Eu ouço Burn (também o meu favorito) e depois ouço The Battle Rages On (o pior deles) e parecem duas bandas completamente diferentes.
Dentre os discos clássicos que eu não gosto tanto, por incrível que pareça, eu derrubaria In Rock umas oito posições (e eu não prestaria para fazer desta banda porque provavelmente eu não sairia vivo dos comentários), enquanto eu subiria o Bananas umas sete posições, não achando ele ruim como tantos. Outro que subiria umas oito posições é o The House of Blue Light que acho um disco bastante underrated na discografia deles.
O restante mudaria poucas posições, mas atualmente meu 5 favoritos são:
1) Burn
2) Fireball
3) Stormbringer
4) Come Taste the Band
5) The House of Blue Light
“The House of Blue Light” em quinto é POLLÊMIKA na certa, mas “In Rock” fora das dez primeiras posições é HERESIA mesmo. Quanto ao “Bananas”, por bem pouco não o coloquei em último, mas como o “Abandon” é o tipo de disco que eu ouço e ao menos metade das músicas não fixam nada na minha cabeça, preferi deixá-lo nessa posição. Sobre “The Battle Rages On”, não curte nem “Anya”? Eu acho essa música sensacional.
Desse disco, só a faixa título me agrada mais ou menos. É aquela coisa de se esperar muito e receber de bandeja um disco meio estéril, sem vida. Por isso até prefiro o Bananas nesse ponto porque não espero muita coisa dele.
“Quanto a “Wring that Neck” e “Child in Time”, bem, são ótimas músicas, mas as versões de estúdio são bastante superiores.”
Essas só aparecem na versão do CD relançamento versão dupla. Nem no VHS original estão, assim como também não estão presentes no relançamento em CD simples
Obrigado, Mairon, já executei a correção. Felizmente esse fato não altera posição alguma na lista.
Bom, não consigo gostar de nada das Marks VI em diante. Então, segue minhas listas considerando até o Battle Rages On (o último com a Mark II)
Do Pior ao Melhor
House of Blue Light
Battle Rages On
Who Do We Think We Are
Perfect Strangers
Slaves & Masters
Machine Head
Fireball
Shades Of Deep Purple
In Rock
The Book of Taliesyn
Concerto For Group
Deep Purple
Stormbringer
Burn
Come Taste The Band
Dos discos do Morse, não tenho capacidade para catalogar uma ordem. Mas acho que o pior dos piores é o Bananas. Sei lá, o Abandon tb é terrível
Rapaz, nem o “Purpendicular” salva? E “Slaves and Masters” na frente de “Perfect Strangers” e “Who Do We Think We Are” é certeza de incomodação com os puristas. É fácil entender por que você dividiu nossa Discografia Comentada do Deep Purple com o Micael.
Hahahaa. Cara, o Purpendicular é o menos pior, mas acho um saco, de verdade. Os solos do Morse não me agradam para o Purple
Até parece que vc não conhece a tara do Mairon por polêmicas de melhores discos.
Essa matéria deveria se chamar “Do Pior ao Pior”, uma vez que Burn também não é lá essas coisas. E que pecado a posição do Concerto para Grupo e Orquestra.
Se eu colocasse “Concerto” em posição mais privilegiada estaria mentindo para mim mesmo, Marco. Sob uma análise bastante fria, posso dizer que se trata de um álbum superior a outros citados em melhores posições, mas o fato é que dificilmente sinto vontade de ouvi-lo e isso conta bastante na minha avaliação. “The Battle Rages On”, por exemplo, é um disco muito criticado com certa justiça, pois é bastante irregular, mas direto eu coloco “Anya” e “Solitaire” pra tocar e vibro conforme as músicas evoluem.
Como assim Marco?
Duvido que vc não tenha curtido esse disco lá no lançamento.
Nem ouvia mais DP nessa época, Bueno. Esse negócio de ficar seguindo discografia é só para bandas do coração e DP já tinha deixado de ser. Por outro lado essa sua geração paga pau pra Hughes e Coverdale. Glen Hughes até vai, mas a Farrah Fawcett do rock nunca me convenceu.
Vc não gosta do Coverdale? Nem aqueles primeiros discos mais blueseiros do Whitesnake?
Apesar do Purple ser a minha banda preferida, precisaria também de fazer uma audição mais apurada pra fazer um rankeamento integral da discografia.
O Top 5, ordenaria assim do 1° ao 5° repectivamente:
In Rock
Fireball
Machine Head
Burn
Perfect Strangers(esse é um caso que além de eu gostar tecnicamente do disco, pesa a parte afetiva de algumas faixas que me marcaram)
Perfeito! Concordo 100%.
Escuto Deep desde que me conheço por gente e não entendo como podem colocar qualquer álbum que seja do Purple na frente do “In Rock”, “Fireball” e “Machine Head”. Realmente não entendo, porque isso sim é o Purple.
Deve ser coisa de quem começou a ouvir a banda depois dos anos 90…só pode! Aí confunde tudo mesmo…
E outra: o made in japan é um ao vivo que deveria constar em todas as listas de melhores do Purple.
Tudo bem, Mário? Talvez eu não tenha deixado claro o suficiente, mas discos ao vivo não são incluídos nessa seção, independentemente de sua importância. O foco é no material inédito lançado pelos artistas, até porque álbuns ao vivo normalmente agem como coletâneas, apresentando material diverso e de destaque.
Sim, você está certo, comecei a ouvir Deep Purple nos anos 1990. Nasci em 1984, não haveria como ser diferente. Quando conheci o grupo, todos esses álbuns que estão mais bem colocados em meu ranking já eram tidos ou como clássicos incontestáveis ou como obras de muita qualidade por grande parte dos admiradores. Felizmente, tracei grande parte do meu caminho pela música com bastante individualidade, sem outras pessoas me orientando, dizendo o que é bom e o que é ruim. Ouvi “Machine Head” e “In Rock” da mesma maneira que ouvi “Burn” e “Stormbringer”, sem cerimônia, sem reverência maior para com um ou para com outro. Esse cartilhismo, essa imposição de regras, isso só afasta as pessoas mais jovens de conhecer e ouvir rock e outros gêneros menos descartáveis. Depois não adianta reclamar que o rock está em baixa, que os jovens só querem saber disso ou daquilo. Grande parte da culpa é do próprio público, que afasta as pessoas.
Essa resposta do Diogo deu vontade de enquadrar, principalmente para alguns consultores aqui do site que acham que só os discos clássicos são bons!
Até me emocionei aqui agora, Mairon (risos). Obrigado. Mas é isso, cara, é complicado, direto a gente tem que lidar com situações assim, com verdades absolutas e incontestáveis, verdadeiros dogmas que afastam as pessoas ou no mínimo as inibem, impedindo que a música de que gostamos possa ser ouvida por mais e mais pessoas. Ficamos com a pecha de tiozões conservadores, de cabeça fechada, misóginos até, como se fôssemos portadores de algum conhecimento secreto que só pode ser transmitido para quem julgamos “dignos”. Acabamos afastando os mais jovens, que se identificam com gêneros musicais mais abertos, menos dogmáticos. Nossos músicos favoritos perdem relevância, pois o público não se renova, os lançamentos minguam e os shows ficam cada vez mais vazios. É uma bola de neve.
E ai quando surge o Greta Van Fleet o pessoal cai de pau pq é cópia do Led. Foda-se, é cópia muito bem feit, como foram Black Crowes entre outros
Estranho é que nos comentários sobre Machine Head a faixa “When a Blind Man Cries” não foi citada… Pra mim o álbum de 1972 do DP não tem graça sem ela, uma linda balada que o tio Blackmore não quis que a incluíssem no álbum geral…
Pô Blackmore, dá um jeitinho aí, cara!!!
Não foi citada porque não entrou originalmente no álbum. Mesma coisa com “Black Night”, “Emmaretta” e “Son of Alerik”.
Black Night e Emmaretta são excelentes
Pois eu acho que essas e outras faixas bônus do DP deviam ter entrado nos seus respectivos álbuns sim e deviam ser citadas nesta análise sim!
Fica achando aí na sua casa que eu sigo não achando na minha.
When a Blind Man Cries saiu originalmente como lado B de Never Before, em 1972
Pois pra mim ela é uma parte importante do Machine Head como um todo e devia ter entrado no álbum original sim. Não entendo por que o Blackmore sempre era muito contraditório em relação á este assunto…
Porque as formações são divididas em “mark”? nunca entendi bem como funciona.
São basicamente as formações da banda. Como o Deep Purple mudou muito com o decorrer dos anos (o baterista Ian Paice é o único que participou de todas elas) convencionou-se chamar cada formação por esse nome. Aí quando o pessoal diz “gosto mais do Deep Purple Mark II” é porque prefere a banda com Gillan. Tem gente que só gosta do Purple com Coverdale e Hughes, outros apenas com Gillan, outros só com Rod Evans. Enfim, é uma convenção que os fãs criaram para facilitá-los a se referir a alguma fase em específico da banda.
Entendi! obrigado.
Será que a pergunta do Thiago não seria mais na linha do “pq Mark x”? Afinal todas as bandas tiveram mudanças e só as do Deep Purple acabou sendo chamadas dessa forma. Imaginem quantas marks não teria o Black Sabbath…
Ontem mesmo li o Leif Edling referindo-se à fase em que ele foi o único integrante original do Candlemass (fim dos anos 1990) como “Mark 2” da banda, mas realmente é algo meio raro de se ver por aí. E se o Candlemass fosse fazer como o Deep Purple, na real essa seria a Mark 4 ou 5, na real…
Vou ter que reouvir toda a discografia para fazer o ranking Há meses eu não ponho um disco do Purple para rodar.
Depois manda pra nós aí! Abraço!
Claro, mas é uma discografia extensa, então pode demorar um pouco.
Parabéns pelo empenho em fazer uma discografia tão longa quanto essa do Deep Purple. Eu não colocaria o Burn na primeira colocação, mas ele ficaria em um pódio junto do In Rock e o Machine Head. Achei curioso vc citar tanto o Rainbow na resenha. Parece que vc é mais fã da banda do arco irís do que do próprio DP.
Valeu, Fernando. Minhas várias citações ao Rainbow justificam-se no fato de eu acreditar que muito daquilo que o Deep Purple fez de 1984 a 1993 tem muito a ver com o que Ritchie Blackmore (e Roger Glover também, não nos esqueçamos) fez no Rainbow. Não são poucas as linhas de guitarra, as melodias que remetem mais ao Rainbow do que aquilo que o Deep Purple fez nos anos 1970. Não posso negar que também tenho um apreço gigante pela banda do arco-íris, na real até os considero mais constantes em qualidade que o Deep Purple. Não à toa, várias das músicas que citei como destaque dessa fase 1984-1993 têm muito a ver com o Rainbow, como “Anya”, “Solitaire”, “Strange Ways”, “A Gypsy’s Kiss” e “Hungry Daze”.
“Machine Head” é um greatest hits… Um dos poucos discos que deixo rodar na boa. Acho superestimada a fase com Tommy Bolin, apesar de gostar de muita coisa dele.
Francisco, por mais que eu tenha colocado “Come Taste the Band” em posição privilegiada, entendo quando você diz que considera essa fase superestimada. É um fenômeno relativamente recente que tenho observado, um número considerável de pessoas incensando o período com Tommy Bolin. É tipo o que tem ocorrido com “Born Again”, do Black Sabbath, com a diferença que “Come Taste the Band” é bem superior.
Não acho CTTB melhor do que Born Again. Tendo uma outra música mais interessante, o álbum de 1975 é reto demais e soa melodioso em demasia (Para não dizer comercial). Já o Born Again é um dos discos mais sombrios e pesados do Black Sabbath. Fãs de Born Again por aí não é um fenômeno tão recente assim, visto que eu já vi publicações dos anos 90 que muitos aqui no Brasil tinham ele como um clássico. Lá fora é que a maioria não dão muito valor nele.
Francisco, concordo com sua opinião sobre Machine Head, mas sem “When a Blind Man Cries” no lado B (depois de “Smoke on the Water” e antes de “Lazy”), o álbum pra mim não tem graça!
Taí uma discografia que eu não consigo opinar, me falta bagagem. Tem muito disco aí que eu nunca ouvi! Mas os meus preferidos mesmo acabaram ficando nas primeiras 5 posições. Interessante que o Deep Purple realmente conseguiu ter várias fases dentro da sua carreira, com “caras” distintas. Não sie se tem alguma outra banda assim.
Marcel, é realmente difícil encontrar uma banda que tenha isso tão explicitamente quanto o Deep Purple. Talvez o Black Sabbath se encaixe nesse caso também, mas creio que a presença constante de Tony Iommi deu uma segurada e harmonizou um pouco as coisas. Pensei na The James Gang, cuja identidade tinha muito a ver com seus guitarristas, mas posso estar exagerando, pois não conheço a banda tão bem assim em sua fase pós-Joe Walsh.
Chegou a ler a DC que fiz deles?
Legal o texto! eu não conheço nenhum disco completo do DP após o Perfect Strangers (1984), só faixas isoladas. Acho que a banda, assim como a grande maioria das bandas oriundas dos 60-70 não se encaixa na sonoridade e na forma como os discos foram produzidos nos anos 80-90. Soa deslocado, não convence.
Minha queixa maior com a posição proposta pelo Diogo foi com relação a Mark I, na qual o Book of Taliesyn é justamente o que considero menos bom dentre os 3 álbuns, estando o auto-intitulado (1969) no topo. Concordo quanto a Burn, ali a banda tava impossível…
Obrigado, Ronaldo. Creio que não tenham sido poucas as bandas cujo auge ocorreu nas décadas de 1960/1970 e que penaram para se manter com alguma relevância nas décadas de 1980 e 1990, especialmente na de 1980. Alguns nomes conseguiram aos trancos e barrancos (Black Sabbath, Bad Company, Kiss…), alguns sucumbiram (tantos que nem vale a pena citar) e outros se reinventaram ou se adaptaram (Aerosmith, The Moody Blues, Yes, Chicago…), frisando que uma reinvenção de sucesso não é sinônimo de qualidade intacta). Alguns passaram por todas essas etapas e mais um pouco, como Alice Cooper.
Sobre “The Book of Taliesyn” e “Deep Purple”, bem, a diferença para mim é mínima. Confesso que “Wring that Neck” pesou bastante na minha avaliação, pois o nível é muito, muito semelhante, e apenas um degrau acima de “Shades…”.
Do pior para o melhor, na minha opinião (MKI, MKII, MKIII e MKIV):
Book of Taliesyn
Concerto for Group and Orchestra
Stormbringer (acho fraco no geral, com algumas músicas muito boas)
Shades of Deep Purple
Who do You Think We Are
Deep Purple
Fireball
Come Taste the Band
In Rock
Machine Head
Burn
Quais seriam as fracas e quais seriam as muito boas de “Stormbringer”, Ronaldo?
Olá Diogo.
Agora você mexeu com fogo,pegou logo a minha banda preferida!!rsrs
Diogo que discordo de varias posições em sua análise. A primeira foi colocar “Battles Rages On” numa posição inferior e ainda abaixo de House of Blue Light,que merece estar lá embaixo junto com “Slave and Master” e “Abandon”(este sim numa posição justa). Battle Rages On é sem dúvida um ponto alto na discografia da banda pos “Perfect Strangers”, e consenso entre muitos fãs. Outra injustiça foi deixar o álbum com orquestra lá embaixo. Belíssimo álbum na discografia da banda, mostra que muitos até hoje não entenderam a proposta vanguardista do Mestre Jon Lord. Um álbum diferenciado na carreira da banda e com certeza para poucos, devido a sua complexidade. Pra gostar e entendê-lo tem que mergulhar por completo e dedicar sua alma na audição. Mostra a genialidade de Lord como compositor`.
Colocar o confuso “Shades of Deep Purple” acima de “Perfect Strangers”, o retorno triunfal nos anos 80,também ficou duvidoso. A banda ainda não havia achado a sua sonoridade e prova disso são inúmeros covers presentes pra completar o repertório. Adoro o Evans, mas no Captain Beyond aonde ele se encontrou. Não era vocalista pro Purple.
Pra não falar que não gostei de nada,as primeiras posições ficaram boas, discordo somente de ordem,mas só por questão de gosto mesmo já que o IN ROCK até hoje é o meu preferido. Nunca mais a banda fez aquele hard cru e visceral deste disco. E também você fez justiça ao injustiçado Who Do We Think We Are.
No mais parabéns pelo artigo e pela iniciativa de analisar a melhor banda e Rock de todos os tempos!
Emerson, primeiramente obrigado pelo seu comentário. O bom de uma seção como esta é justamente estimular questionamentos como os seus. Vou por partes.
Fico surpreso quando alguém diz que leva “The Battle Rages On” em alta conta. O que vejo por aí, majoritariamente, tanto em se tratando de fãs quanto da imprensa (e da banda, creio eu), é esse disco sendo escanteado. Até me considero entre aqueles mais condescendentes com o álbum, especialmente por causa de “Anya” (sensacional), “Solitaire” e da faixa-título. Considero-o em um nível bem proximo ao de “The House of Blue Light”, que por sua vez é minimamente mais fraco que “Perfect Strangers”.
Sobre “Concerto”, bem, justifiquei-me desde o meu comentário. É um belo disco sim, mas para mim nunca funcionou muito bem, até porque não sou lá muito chegado no formato, e isso pesou muito na avaliação.
“Perfect Strangers”, como já deixei claro, considero um álbum superestimado. “Shades…” ainda é meio desencontrado, carecendo de um foco melhor, mas, ao menos atualmente, deixa-se ouvir melhor que “Perfect Strangers”, que soa meio burocrático em grande parte do tracklist. Quanto a Rod Evans, eu até acho que ele era um bom vocalista para o que o Deep Purple era, mas jamais para aquilo que a banda se tornou. Mesmo no Captain Beyond não o considero um grande vocalista. Por seu estilo, ele soa como um cara dos anos 1960 que teve uma sobrevida na década seguinte.
Achei interessante isso que você escreveu sobre o Rod Evans, mas juro que não entendi. Até a metade dos anos 70, a maioria dos músicos é cria dos anos 60. Por que só o Rod não superou os maneirismos?
Tanto um cara como Rod Evans quanto alguém como Ozzy Osbourne são crias dos anos 1960 porque foi nessa época que ocorreu sua formação musical, mas não dá para negar que Ozzy Osbourne representa uma musicalidade que tem muito mais a ver com a década de 1970 do que com a de 1960, ao contrário de Rod. Mesma coisa com Ian Gillan, Robert Plant, David Byron, Greg Lake e muitos outros. O porquê de Rod ter mantido esses maneirismos, bem, acho que só perguntando a ele mesmo. Provavelmente é o que ele preferia fazer, não?
A minha lista dos discos rankeados do Deep Purple segue abaixo. Escutei todos os álbuns novamente para relembrar alguns trabalhos. Nunca tinha escutado o Infinite e me surpreendi com a qualidade da obra. Alguns dos títulos subiram no meu conceito (entre os principais estão o Stormbringer, o CTTB e o Fireball), enquanto outros caíram bem no meu ranking, principalmente o THOBL e o PS. Curiosamente o In Rock nunca me despertou a atenção, em grande parte devido à produção, suja demais para o meu gosto. Parabéns por mais uma edição desta série, que é a minha favorita do site depois do fim da Melhores de Todos os Tempos.
1º – Burn
2º – Machine Head
3º – Fireball
4º – Stormbringer
5º – Come Taste The Band
6º – Deep Purple In Rock
7º – NOW What?!
8º – Purpendicular
9º – Concerto For Group And Orchestra
10º – The Book Of Taliesyn
11º – Shades Of Deep Purple
12º – Infinite
13º – Perfect Strangers
14º – The Battle Rages On…
15º – Who Do We Think We Are
16º – Bananas
17º – Deep Purple
18º – Rapture Of The Deep
19º – Abandon
20º – Slaves And Masters
21 º – The House Of Blue Light
Obrigado pelo elogio, Diogo. Vale muito! Fiquei um pouco surpreso com “Now What?!” tão bem colocado. O que esse disco tem de tão especial para ti?
Os teclados do Don Airey e a pegada mais progressiva em algumas músicas, algo que a banda tinha abandonado após as entradas do Coverdale e do Hughes lá nos anos 70.
Sem dúvida, Don Airey é mesmo destaque nesse disco, que deve ser o que mais tem a ver com a primeira encarnação da Mark II desde 1973, ao lado de “Abandon”.
Deep Purple é ao vivo ! Deviam gravar todos os discos de estúdio ao vivo isso sim…incrível como toda composição deles rende melhor nos palcos. Mesmo as faixas dos discos menos celebrados ficam muito boas.
Abraços
Realmente, gosto é como…cada um tem o seu. Perfect Strangers e Who do we think we are atrás dos três primeiros, com o Rod Evans…. Não é mole não.
É, não adianta mesmo. Escolher entre a Mk II e a Mk III é um ato de fé – ou de fã, como preferirem. Claro que ambas têm qualidades, mas pode ser interessante notar que, quando Gillan saiu, o Purple achou prudente convocar não um, mas DOIS vocalistas para cobrir a vaga daquele que era, na época, a melhor voz do rock’n roll, Robert Plant que me perdoe. Certo, já está claro que meu ato de fé é a Mk II. Inclusive seu retorno nos anos 80, a chamada Mark IIb. Acho que “Perfect Strangers” e “The House of Blue Light” têm tanta qualidade quanto os discos dos anos 70, com as devidas diferenças de amadurecimento (ou envelhecimento) dos membros da banda, inovações tecnológicas e o próprio estilo musical de cada época. Ambos têm verdadeiras pérolas “lado b”, como Meanstrick, Under the Gun, Strangeways e Spanich Archer, para citar apenas algumas. Falando da Mk III, concordo que “Burn” é um ótimo álbum, e particularmente a sequência de abertura com Burn, Might Just Take Your Life e Lay Down, Stay Down, é avassaladora. Mas não dá para comparar com o petardo Machine Head e outras imortalidades como Speed King, Child in Time ou Strange Kind of Woman. Quanto aos discos “de exceção” (“Come taste the band” e “Slaves and Masters”), parecem de fato discos de outra banda que não o Purple. São completamente descaracterizados, apesar de terem algumas boas canções. E quanto à novidade, “InFinite”, discordo que tenha tantas qualidades assim. Na verdade, acho bem fraquinho, longe de ser “o melhor nos últimos 20 anos”. Esse posto pertence ao “Bananas”. Por fim, vai aqui o meu ranking:
21 – Slaves and Masters
20 – Come taste the band
19 – A’band’on
18 – InFinite
17 – Now What !?
16 – The Battle Rages On
15 – Rapture of the Deep
14 – Deep Purple
13 – Stormbringer
12 – Concert for Group and Orchestra
11 – Bananas
10 – Shades of Deep Purple – Help/
9 – The Book of Talyesyn
8 – Who Do We Think We Are
7 – Burn
6 – The House of Blue Light
5 – Purpendicular
4 – Fireball
3 – Perfect Strangers
2 – In Rock
1 – Machine Head
Olha, nem precisava citar que seu “ato de fé” é a Mark II, colocando “The House of Blue Light” em sexto isso fica bem evidente. E deixo claro que nem acho isso tão absurdo, mas confesso que é dolorido ver um disco tão bom como “Come Taste the Band” em 20º. Valeu!
Diogo, o que teria sido um guitarrista refinado como Tommy Bolin compondo com Gillan e Glover? Sairia coisa muito boa. Infelizmente, nos extertores de 1975, ficou com cara de um Whitesnake que ainda nem existia. Pena.
Bom, ele compôs ao lado de Coverdale e Hughes, com especial ótimo resultado com o segundo, vide “Gettin’ Tighter”.
Mais um detalhe: um lançamento paralelo, “Limitless”, tem duas músicas que são, provavelmente, bonus track do “InFinite”: All the Time in the World, e First Time of Madness. Ambas são bem mais interessantes que todas as outras do álbum oficial. O que o maluco do Ezrin estava pensando?
Não escutei essas músicas, Fernando, vou atrás delas. Obrigado. Tenho dúvidas, porém, se a decisão de deixá-las para esse lançamento foi de Bob Ezrin, considerando a experiência do grupo de que estamos falando.
Sem dúvida, Ezrin não decidiu tudo sozinho. Ainda mais com uns caras que tem meio século de trampo. Em tempo: parabéns e obrigado, pelo site e por todo o trabalho seu e da moçada.
“Bom, ele compôs ao lado de Coverdale e Hughes, com especial ótimo resultado com o segundo, vide “Gettin’ Tighter”.
Para não ser injusto, voltei ao “Come taste the band”, cujo melhor “song”, para mim, é “Owed to G”. “Gettin’ tighter” é sim uma ótima pedrada, e mostra mais uma vez o talento de Bolin. Mas como você mesmo falou, o Purple com Turner parece mais Rainbown, e o Purple com Bolin parece mais Whitesnake. Nada contra – mas é “menos” Purple. E não acho também que Coverdale e Hughes sejam compositores do naipe de Gillan e Glover – particularmente do segundo, multi-instrumentista, produtor, a melhor cabeça da Mk II. Enfim, esse papo aqui dá pano pra manga. O que importa é que tem muita música de qualidade nisso tudo.
Gente, falei bobagem, portanto tenho que me corrigir. Postei que a coletânea “Limitless” tem músicas não incluídas em discos anteriores, e citei duas delas. Asneira. “All the time in the world” faz parte do Now What, lançamento de 2013. A segunda citada, “First time of madness”, não localizei em outros discos. Talvez seja mesmo inédita, mas estou olhando tudo com cuidado pra não falar mais besteira. Até botei a culpa no Bob Ezrin. Peço desculpas a todos pelo vacilo.
Sem problema, Fernando, acho que Bob Ezrin te perdoaria. Obrigado pela informação.
Fireball é um album cultuado por Yngwie Malmsteen, King Diamond, Lars Ulrich. Todos medalhões do metal oitentista!! E é meu album predileto da banda,Ian Gillan disse numa entrevista, se não fosse por ele, a banda jamais teria gravado “Machine Head”, no final do ano do lançamento deste!! – marcio “osbourne” de almeida – joinville/sc
Fireball seria uma obra-prima do Purple se não tivesse aquela coisa horrorosa chamada “Anyone’s Daughter”, a música mais “nada a ver” que a banda gravou. Só “Demon’s Eye” vale a bolacha toda!
E outra coisa: meu álbum favorito do Deep Purple é o In Rock. OK que o Machine Head é até hoje um disco histórico, mas o In Rock, meu amigo… é destruidor do começo ao fim! Inclusive o disco foi eleito o melhor de 1970 pela Consultoria há uns anos atrás, quando o site fazia aquela série de “Melhores de Todos os Tempos” dedicada a um respectivo ano. Acho que essa série devia voltar aqui no site sim…
Não conheço todos os álbuns do DP, mas do que eu já ouvi da banda aí estão meus cinco favoritos:
1. In Rock (1970)
2. Perfect Strangers (1984)
3. Machine Head (1972)
4. Burn (1974)
5. Deep Purple (1969)
Mistreated não é a melhor incursão do DP no blues. É a única. Boa, mas a única. Não vejo o David Coverdale como o grande vocalista que você vê. Tem muito boa voz, mas respira muito entre as frases. O Gillan, como todo grande cantor, parece não se esforçar tanto para obter os resultados que consegue.
Mitzi Dupree
Lazy
When a Blind Man Cries
Place in Line
What’s Going on Here
Why Didn’t Rosemary
The Painter
Ramshackle Man
Todas essas são, no mínimo, canções altamente influenciadas pelo blues. Podem não ser blues literais, mas são fortes incursões da banda nesse estilo.
Bom, não compreendo o que nosso amigo Marcelo entende por blues. Mistreated é uma balada, tem um cheirinho de blues, mas sequer tem a estrutura de primeira, quarta e quinta que configura o blues clássico, pelo menos a partir das definições de Willie Dixon. Discordo inclusive do Diogo Bizotto quando diz que “Place in line” não é um blues literal. Mi e Lá abertos, fechando em Si, a música inteira. Blueseira pura, inclusive usando o tipo de riff fixado exatamente por Dixon, e que todo mundo reproduziu a vida inteira. É provavelmente o único blues clássico do Purple. Só falta aparecer alguém para dizer que “Anyone’s daughter” não é um country. Vamos estudar um pouquinho, galera.
Grato pelo comentário, Marcelo. Estou sempre disposto a aprender.
Legal. Mas eu sou o Fernando, e não o Marcelo. Parabéns pelo ótimo site e abraços!
Putz, Fernando, viajei legal aqui, foi mal. O agradecimento era pra você mesmo.
Tá tranquilo, Diogo. Abraço.
Não concordo. Blues mesmo, só Mistreated. Se o Purple tivesse se deixado influenciar mais pelo blues seria uma banda ainda melhor.
Gosto muito do Deep Purple. Sempre gostei. Foi a banda que eu, aos 13 anos de idade (hoje tenho 48) , reconheci que fazia o tipo de som que eu iria ouvir para sempre na minha vida. O disco ao vivo Made in Japan é perfeito do início ao fim. Meu disco ao vivo preferido. Mas a música Fireball é plágio de uma música de uma banda chamada War Pig. Confiram lá para vocês verem e depois me falem.
Gosto muito do Deep Purple. Sempre gostei. Foi a banda que eu, aos 13 anos de idade (hoje tenho 48) , reconheci que fazia o tipo de som que eu iria ouvir para sempre na minha vida. O disco ao vivo Made in Japan é perfeito do início ao fim. Meu disco ao vivo preferido. Mas a música Fireball é plágio de uma música de uma banda chamada War Pig. O disco do War Pig foi lançado em 70, Fireball em 71. Confiram lá para vocês verem e depois me falem.
Não sou músico, sou ouvinte e acho já o suficiente. Meu conhecimento é basicamente intuitivo e empírico porque já ouvi (muito) o Lightning Hopkins, Blind Willie McTell, Leadbelly, Bessie Smith, Blind Boy Fuller e tenho discos de todos eles. O que mais aprendi é que o blues é tão variado quanto autêntico e faz o rock inglês parecer café requentado. É uma matriz musical com muuuuuitas coisas legais e diferentes. Dá uma escutada lá pra vocês aprenderem sobre blues de verdade.
Esses bluseiros que você citou são conhecidos por você e pela torcida do Flamengo, assim como Blind Lemon Jefferson, Big Bill Broonzy, Robert Johnson, Sugar Ray, Ma Rayney, mas é típico dos pretensiosos achar que só eles conhecem as coisas. O rock inglês “requentado” tem uma base nesse requente: o blues. Não vou ficar cuspindo coisas pra você ouvir. Ouça o que quiser, despreze os livros, mas isso não impede que Platão esteja certo: “opinião não é conhecimento”. Opinião é que nem bunda: todo mundo tem. Conhecimento demanda esforço e capacidade.
O blues mais autêntico expressa sentimento e isso não é algo que se aprende em banco de escola ou em livros. O David Coverdale tem uma levada mais blueseira do que o Gillan e isso é patente na música Mistreated.
Você é que é pretensioso. O engraçado é que você contrariou a opinião do autor do texto (lembre-se que todos aqui dão opiniões mas só os que se acham depositários de um conhecimento acima do normal é que não dão opinião – isso sim é que é pretensão) afirmando que Mistreated é uma balada e ainda foi elogiado por ele. A torcida do Flamengo e do Corinthians não conhecem nem o Deep Purple. Deixa de ser….
Marcelo, conhecer a escala de blues não é um conhecimento acima do normal. Ao contrário, é a primeira aula, pra qualquer um que quiser aprender a tocar violão. A estrutura do blues é básica, é a mesma estrutura das cantigas de roda. Não sou músico erudito, não tenho formação musical, apenas toco violão e guitarra há muito tempo e… bem, eu estudo um pouquinho. Acho que o estudo é uma das coisas mais importantes pra gente ficar tranquilo. Tenho alguns pontos em comum com você: além de adorar Deep Purple, também comecei a ouvi-los aos 13 anos, e também percebi, naquele momento, que era isso que eu ouviria minha vida inteira. Mas você acha que ser ouvinte é suficiente. Desculpe, mas pra fazer afirmações definitivas, não é não. Você falou que blues envolve “sentimento”. Bonito. Mas qualquer manifestação artística envolve sentimento, desde uma paisagem infantil pintada pela tia do sicrano até as criações sofisticadas de Oscar Niemeyer. Não basta sentimento pra ser blues. Mas não quero me estender demais, até porque a chatice é uma das minhas caraterísticas. “Mistreated” pode sim ser chamada de blues, como outras músicas que não o são conceitualmente; mas está longe de ser “a única incursão” do Purple pelo blues. Chega, falei pra caramba.
Você é chato mesmo. Concordo plenamente.
Mistreated balada. Você não sabe nem onde seu fipi ópó fópó está grudado.
Porradaaaa. Porradaaaa. Porradaaa. Porradaaaa…
Marcelo, você é apenas um imbecil. Normal. Agora eu entendi, você ouviu Anitta e e pensou que era Bessie Smith. É normal, qualquer muar pode cometer o mesmo erro. Não respondo mais a suas idiotices. Eu sei o que é blues. Você sequer sabe o que é música.
Respira fundo e penteia o cabelo.
Esbarrei nessa lista por acaso, adoro esse tipo de artigo e resolvi dar uma avaliada na minha lista. Sou um fã jovem do Purple, nascido no início dos anos 90, quando comecei a escutar o Rapture of the Deep era a novidade. Desde lá considero minha banda preferida, mas confesso que nunca consegui escutar a discografia toda igualmente. Segue minha lista, já adianto que é levemente polêmica, pois adoro a fase moderna da banda, sobretudo os discos produzidos pelo Bob Ezrin, com uma pegada mais progresiva:
21 – Concerto for group and orchestra
20 – The battle rages on
19 – Bananas
18 – Abandon
17 – Shades of Deep Purple
16 – The Book of Talyesin
15 – House of Blue Light
14 – Deep Purple
13 – Slaves & Masters
12 – Perfect Strangers
11 – Come Taste the Band
10 – Stormbringer
9 – Rapture of the Deep
8 – Purpendicular
7 – Who do We Think We Are
6 – Infinite
5 – Now What
4 – In Rock
3 – Burn
2 – Fireball
1 – Machine Head
Alguns comentários sobre a classificação:
21 – Concerto for group and orchestra – como já dito no artigo, Deep Purple não tem álbum ruim. Mas só acho que esse é o que menos represente a banda para mim, considerando algo mais solo do Jon Lord. As composições, de um ponto de vista erudito são simples, mas funcionam. E os versos compostos pelo Gillan são ótimos. Mas fica na rabeira da lista
20 – The battle rages on – a faixa título e Anya são incríveis. O resto do disco acho esquecível, salvo alguns momentos mais interessantes
19 – Bananas – tem seus bons momentos mas no fim das contas também meio esquecível
18 – Abandon – prefiro ele ao Bananas por soar mais fiel ao som da banda em geral
17 – Shades of Deep Purple – Purple ainda formando o seu som, mas já dá pra perceber muito elementos que seriam a base da Mk II posteriormente
16 – The Book of Talyesin – um pouco melhor que Shades (wring that neck é realmente ótima)
15 – House of Blue Light – tem boas músicas, mas a produção e tentativa de se enquadrar no som da época tiram um pouco do foco, além de que a banda parece meio cansada
14 – Deep Purple – considero o melhor da trilogia da Mk I, com um som mais sombrio e pesado. Aqui o Backmore já começa a tomar mais as rédeas. April é genial.
13 – Slaves & Masters – confesso que demorei pra escutar esse CD na íntegra e acabei gostando mais do que deveria haha. Prefiro o resto do álbum do que as faixas pensadas para ser hits (King of Dreams e Love Conquers All). O que pesa contra é a produção também, os timbres em geral são estranhos, a bateria meio sintetizada e uns teclados que puxam para o brega. Mas ainda acho que teria sido uma linha interessante para a banda seguir. Ah, e acho bom ver o Blackmore tocando com mais gosto aqui do que em House of blue light, por exemplo
12 – Perfect Strangers – a faixa título e Knocking at your back door são excelentes. Wasted sunsets também é boa. O resto considero músicas medianas com ótimos solos. Conseguiu gerar um impacto bom pelo retorno da Mk II, mas poderia ter sido bem melhor.
11 – Come Taste the Band – Mais um disco que preciso escutar mais e talvez com o tempo suba umas posições. Diferentão e foge bastante do som “clássico”, mas bom de ouvir.
10 – Stormbringer – a faixa título é muito boa, mas acho o disco em geral um pouco desbalanceado. Os elementos de funk poderiam ter sido melhor incorporados. Mas no final das contas entra no top 10.
9 – Rapture of the Deep – um CD injustiçado. A produção poderia ser melhor, ficou meio seca, mas tem ótimas músicas. Pra mim a banda está super focada, performances excelentes, solos legais
8 – Purpendicular – uma excelente introdução ao Steve Morse, com um nível constante de qualidade nas músicas
7 – Who do We Think We Are – sim, o patinho feio da Mk II, mas também acho ele injustiçado. Tirando a última faixa, que é realmente ruim, o resto acho bem próximo do nível dos outros três feitos pela formação.
6 – Infinite – acho um puta álbum, junto com o Now What. acredito até que as melhores músicas dele são melhores que as melhores do Now What, mas esse é mais constante na qualidade e por isso ficou na frente.
5 – Now What – pra mim mostra uma banda experiente, bem entrosada, mais madura, que sabe o que funciona e o que não nas composições. Steve Morse e Don Airey estão com tudo nesse álbum.
A partir daqui a ordem pode variar de tempos em tempos haha, mas atualmente está assim:
4 – In Rock – virada de chave da banda, onde começa a pauleira. Os duelos entre Blackmore e Lord são geniais. A banda toda na realidade é genial nesse álbum. Só a qualidade das gravações que começa a mostrar a idade
3 – Burn – a banda toda tá realmente pegando fogo. Não sei o que deram pro Paice que ninguém segura ele nesse disco. Acho incrível como os dois novatos conseguiram se entrosar bem com o resto e de uma forma bem mais equilibrada do que em Stormbringer na minha opinião
2 – Fireball – um disco subestimado quando é comparado com In Rock e Machine Head. Mas é genial, puxa bem mais para o progressivo do que os outros. Atualmente só coloco atrás do Machine head porque esse realmente não tem um momento menos do que bom em nenhuma música
1 – Machine Head – o disco por excelência da banda e um dos mais importantes do rock. Indico de olhos fechados para quaquer um que quer conhecer Deep Purple.
Agora sigo na expectativa do Woosh que lança esse ano. Ao que as duas faixas já liberadas indicam, vai seguir na linha mais progressiva dos últimos com o Bob Ezrin
Beleza, José? Legal que você não apenas colocou sua lista como a comentou. Também acho que a parceria com o Bob Ezrin foi muito bem vinda. Além de soar acima da média em se tratando das produções musicais dos últimos 20, 30 anos (em geral), essa parceria veio dar mais consistência ao material que a banda tem lançado, uma vez que as oscilações presentes nos discos anteriores não eram do meu agrado (“Rapture of the Deep” realmente soa meio seco). Abraço!
O meu primeiro Lugar é para Come Taste the Band. Não gosto de Blackmore, um grande “copiador” de Bad Company e Foreigner.