Melhores de 2015: Por André Kaminski

Melhores de 2015: Por André Kaminski

Nightwish capa

Lembro que ano passado, nessa mesma lista de melhores, eu disse que gostaria de ouvir e principalmente comprar mais discos. Infelizmente, devido a um acidente motociclístico e alguns gastos a mais que tive, não comprei nem 1/4 do que eu gostaria.

Com relação a ouvir mais discos novos este ano, também falhei nesse objetivo. Gostaria de ter ouvido muito mais do que ouvi nesse ano. Devido a isso, acabei me focando nos gostos pessoais e também peguei uns poucos diferentes de algumas bandas desconhecidas que ouvi falar nos sites afora. Creio que no ano todo devo ter ouvido cerca de uns 35 discos lançados em 2015. Eu mesmo não acredito que esta lista ficaria como está se eu escutasse mais alguns álbuns que não pude ouvir desse ano passado, mas ainda assim, creio que há muita coisa boa que possa interessar ao pessoal que goste dos estilos das bandas escolhidas.


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Nightwish – Endless Forms Most Beautiful

É, não teve jeito: eles sempre me agradam. Com Floor Jansen (vocais) e Kai Hahto (bateria) nos lugares de Anette Olzon e Jukka Nevalainen (esse último apenas temporário) e agora com Troy Donockley cuidando dos instrumentos de sopro de maneira definitiva, a banda continuou na mesma linha do anterior Imaginaerum [2011] na parte instrumental, mudando a parte lírica da fantasia para a razão e a ciência de Richard Dawkins e Charles Darwin. Já ouvi por parte de muito fã da banda que se você gostar do álbum você é um ridículo, então, peço que não espalhem por aí o fato de eu ter amado “My Walden”, “Alpenglow” e a grandiosa “The Greatest Show on Earth”. Sim, eu sou um fã que prefere não interagir com outros fãs da banda.


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Blind Guardian – Beyond the Red Mirror

Uma longa espera desde At the Edge of Time [2010], mas os bardos alemães acertam em cheio em um baita disco e o power metal do ano em minha opinião. Para quem tinha saudades do Blind Guardian mais direto e menos pomposo dos primeiros discos, este trabalho deixa de lado toda aquele clima épico e orquestrado dos últimos e apela para o heavy/power mais seco e tradicional. Comprovem escutando o speed metal de “Ashes of Eternity”, canção que parecem que pegaram emprestado do Judas Priest. Aquelas guitarras cortantes de André Olbrich estão na cara por aqui. Para os fãs da fase mais atual, tem “The Throne” bem ao estilo da época do famoso álbum do Silmarillion que saiu recentemente na nossa lista de Melhores de Todos os Tempos de 1998. A espera valeu a pena e o álbum tem sido muito elogiado pelos fãs da banda.


Stoned Jesus

Stoned Jesus – The Harvest

Que baita stoner metal! Tentem imaginar o Black Sabbath do peso doom setentista, sendo as guitarras do Iommi com timbres da época do Tony Martin mas com o Ozzy Osbourne fazendo os vocais! Sim, o vocalista e guitarrista Igor tem a voz parecida com a do madman dos tempos recentes. E os caras ainda por cima vieram da gélida Ucrânia. Escutem “Wound” e “Silkworm Confessions” e confiram como seria se os quatro caras de Birmingham fossem 35 anos mais novos.


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Paradise Lost – The Plague Within

Quer uma boa notícia? Os britânicos do Paradise Lost voltaram com a sonoridade mais doom e menos gótica dos seus primeiros discos. A banda buscou uma certa classe dos contemporâneos do My Dying Bride junto a arranjos sinfônicos em algo que fica difícil de explicar. Algo como se fosse a beleza de uma sonoridade tétrica e agoniante. Este é sério candidato de ser o melhor disco lançado pelo Paradise Lost até o momento. E se você estava com saudades dos guturais de Nick Holmes dos primeiros discos, aqui está recheado deles. Se você gosta do PL mas não ouviu The Plague Within ainda, vá agora mesmo desfazer esse erro.


Crystal Ball

Crystal Ball – Liferider

“Mayday!” já te dá a ideia desse hard rock mais agressivo que os subestimados suíços do Crystal Ball te apresentarão nesse álbum. “Gods of Rock” por exemplo parece ter saído diretamente de algum disco do Accept. É interessante a diferença gritante de estilo que o hard europeu – mais riffeiro e criador de hinos – tem do mais desleixado e farofeiro hard americano.


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Europe – War of Kings

O Europe a cada lançamento tem se afastado cada vez mais daquele hard rock mais americanizado que o levou a fama da época de The Final Countdown [1986]. As referências têm sido mais o hard europeu, que lembra bandas como o Bonfire e Kingdom Come. Se muitos podem ter saudades daquele hard com mais teclados, pode-se dizer que a banda vem ganhando cada vez mais admiradores que gostam de um hard rock mais direto e sem frescuras (aliás, agora fiquei em dúvidas se realmente existe hard rock que não tenha frescuras). O Europe tem mantido um alto nível e faixas como “Days of Rock ‘n’ Roll” e “Rainbow Bridge” demonstram isso.


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Praying Mantis – Legacy

Já o melhor AOR do ano vai para o Legacy do Praying Mantis. Os irmãos Troy continuam compondo ótimas musicas e felizmente agora conta com a estabilidade Andy Burgess como segundo guitarrista já que o Mantis continua sofrendo com permanência de seus vocalistas. Será que John Cuijpers conseguirá a façanha de gravar dois discos seguidos no Mantis? Independente disso, você pode conferir a animação de ótimas faixas como a melódica “Fallen Angel” ou mesmo riffs quase heavy metal de canções como “Better Man”. Claro, tudo com bastante teclado e backing vocals conforme manda a cartilha do AOR.


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Lacrimosa – Hoffnung

Desde pelo menos Elodia [1999], o Lacrimosa vem se mantendo nessa linha mais do gothic/symphonic metal bem distante dos primeiros discos quando Tilo Wolff buscava mais influência do darkwave e foi acertando tudo até Lichtgestalt [2005], seu melhor disco a meu ver. Porém, achei que faltou inspiração ao alemão junto aos fracos Sehnsucht [2009] e Revolution [2012], bem inferiores. Mas aqui já vejo composições melhores e dessa vez, Tilo optou por uma orquestra mais forte, com destaque a “Der Kelch Der Hoffnung” com uma agressividade fora do comum por parte do Lacrimosa e “Kaleidoskop”, com um ótimo dueto entre o casal Tilo e Anne. Espero que a finlandesa consiga manter a voz ao vivo, visto suas dificuldades de cantar e tocar teclado ao mesmo tempo. O único defeito é quando Tilo canta em inglês. Porra, cadê aquele carregadíssimo sotaque alemão que eu curtia tanto nos trabalhos anteriores? No mais, o disco é tão curioso que preciso comprá-lo o mais rápido possível para acompanhar suas letras (são em alemão, mas quem tem vários álbuns deles como eu sabe que sempre há a tradução das letras para o inglês no próprio encarte).


Them Are Us Too

Them Are Us Too – Remain

Apesar de eu gostar de dream pop e de ouvir de vez em quando, dificilmente acontece de um álbum do estilo me chamar a atenção a ponto de acompanhar aqueles sintetizadores configurados com as mais estranhas sonoridades, bateria eletrônica e vocais cheios de efeitos. Pois é, você não vai cair na dança com Remain, do duo novato do Them Are Us Too, mas é possível que fique as voltas com aquela voz doce e hipnotizante de Kennedy Ashlyn e das viagens eletrônicas de Cash Askew (este último tem o visual parecido das bandas japonesas visual kei, de aparência andrógina e obscura). Andei pesquisando por aí e alguns sites pequenos de música os tem considerado como as revelações de 2015. Para o pessoal chegado em Cocteau Twins e similares, vai aí uma dica de banda que pode surpreender.


Glass Hammer

Glass Hammer – The Breaking of the World

Os americanos do Glass Hammer nunca foram lá uma banda com tantos fãs dentro do rock progressivo. Possuem lá seus admiradores, porém nunca conseguiram um grupo numeroso de pessoas que se dizem seus fãs no resto do mundo, tirando os Estados Unidos. O fato da banda lançar numerosos discos desde 1992 (15 de estúdio e mais 3 compilações ou materiais ao vivo com conteúdo inédito) faz com que não haja um álbum que define a banda ou que seja aquela obra que funcione como a principal referência à banda. Porém, dentre os trabalhos progressivos que eu ouvi este ano, The Breaking of the World se destacou com sobras. Temos Carl Groves e Susie Bogdanowicz dividindo os vocais em 9 faixas que trazem uma mistura do rock sinfônico setentista tal como o Renaissance com o neo-prog noventista do Porcupine Tree e do Spock’s Beard. As faixas são suaves, o jeito de Carl cantar lembra o de Jon Davison do Yes recente e não há erro para quem gosta deste tipo de sonoridade.


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Surpresa: Zone Six – Love Monster

Eu raramente escuto space rock fora dos anos 70. Até porque, sem uma pesquisa pela internet, dificilmente algum nome do estilo nos chega como recomendação. Então quando escutei os alemães do Zone Six confesso que fiquei bem contente não só pelo trabalho de continuarem a dar vida a um estilo considerado “datado” dentro do rock como também fazê-lo com qualidade. O timbre das guitarras são bem hard rock, o baixo consegue além de solar de maneira independente, ainda dá a “liga” ao instrumental e os sintetizadores fazem aqueles efeitos “wah-wah” típicos do estilo. Instrumental como 97,74% dos discos do gênero, recomendo muito o álbum para aqueles que gostam dessas sonoridades que foram muito comuns em décadas anteriores.


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Decepção: David Gilmour – Rattle That Lock

Talvez meu maior erro foi esperar muito mais por parte do veterano britânico. Já havia manifestado minha decepção no test drive que fizemos, e talvez eu seja um dos pouquíssimos que não tenha se empolgado com esse trabalho. Enquanto eu pensei que ouviria belos solos de guitarra do guitarrista mais classudo do rock, o que acabei recebendo em minhas caixas de som são canções xoxas e sem nada que me chamasse a atenção, exceto a sempre cristalina voz de Gilmour. Mas é provável que o disco seja bom e o problema seja eu.


Consultoria do rock

Destaque positivo: O crescimento da Consultoria do Rock

Percebi ao longo desse 2015 um crescimento no número de comentários, de visualizações de nossos textos e também de uma fidelização de muitos de nossos leitores. Nosso grupo de Facebook tem crescido e algumas colunas novas desse ano também se desenvolveram como o “Consultoria Recomenda” e o “Na Caverna da Consultoria”. Volta e meia temos novas surpresas por parte dos consultores como novas ideias para o futuro ou mesmo algumas novidades por parte de parceiros ou mesmo de leitores em nossos comentários. Poderíamos ter crescido muito mais se não fosse…


uolhost-lixo

Destaque negativo: A queda do nosso site

Sei que é chato insistir nisso, mas não consigo pensar em outra coisa. Aqueles quase dois meses fora do ar nos prejudicaram muito. Os primeiros meses após a queda foram de poucos acessos e mesmo um desânimo por parte de alguns consultores que me fizeram temer pelo futuro do site. Embora somos em muitos, três ou quatro que nos deixem acaba nos prejudicando muito em conseguirmos ter uma regularidade necessária para um bom funcionamento de um site em que o leitor sabe quando será atualizado. Se isso ocorresse, os que ficassem teriam um trabalho inviável que acabaria tanto com a quantidade quanto com a qualidade dos textos que teríamos que produzir para dar conta. Felizmente conseguimos dar a volta por cima e espero que consigamos crescer ainda mais.


Alguns outros destaques do ano:

Distillator – Revolutionary Cells

Helloween – My God-Given Right

Kadavar – Berlin

Kamelot – Haven

Stratovarius – Eternal

The Gentle Storm – The Diary

The Sword – High Country

UFO – A Conspiracy of Stars

Vanden Plas – Chronicles of the Immortals: Netherworld II

47 comentários sobre “Melhores de 2015: Por André Kaminski

  1. Gostei da lista, mas o melhor de tudo é a crítica a UOL. E pior que isso está parado na justiça Tomara que se resolva logo

  2. Também não da para deixar de elogiar a visão do Andrépara o crescimento da Consultoria. Muito se deve ao fato da entrada de pessoas que nem você, meu caro, com novas ideias e textos ótimos. Obrigado e que venmma mais textos

  3. Sim André!!!
    O problema com o disco do Gilmour é vc!!! Rs
    Eu iria citar o problema com a UOL na minha lista, mas eu fiquei com preguiça. Simples assim. Falar e me dar o trabalho de comentar algo desagradável me deu preguiça…

    1. Certeza que o problema é comigo. Não tenho outra explicação.

      Quanto a queda do site, creio que me foi o mais marcante pois não queria citar o obituário de 2015 que foi cruel. Até porque, eu creio que o Dio em 2010 abriu as porteiras para a carnificina que o câncer e outras doenças decorrentes da idade vem fazendo nessa década e que a cada ano será pior. Ou seja, já acho que seria algo esperado desde aquela época.

  4. Isto que vou escrever não é dirigido a ninguém em particular, mas as listas que estão sendo publicadas aqui, salvo raras exceções, indicam que o ano foi pior que o de 2014. Será possível isso? Ou é essa síndrome de maior idade que crassa neste site? Vou ter que citar um exemplo desta lista mesmo, e que me perdoe o André que já provou pra mim ter um gosto excelente, mas Nightwish, Glass Hammer, Gilmour (mesmo que seja decepção, o que eu não concordo), Lacrimosa (banda que eu sempre gostei), Europe (caralho!), Paradise Lost… Porra, não surgiu ninguém com um sopro de novos ventos no ano de 2015? Vocês olham mais para trás do que eu, essa é a verdade. Desse jeito vão morrer antes de mim e eu não gosto de velório.

    1. Marco, entre os 10 ali tem o Stoned Jesus, o Them Are Us Too e nas recomendações que ouvi desse ano tem ainda Kadavar, The Gentle Storm e The Sword ainda como bandas mais novas.

      1. Marco, sinto isso também. Acho que, por vezes, os consultores são muito fechados ao mainstream ou a bandas mais antigas. As listas de melhores de todos os tempos de 2011 pra cá evidenciam. É uma enchente de lançamentos, tem muita novidade rolando por aí. Mas não vejo muitas coisas novas por aqui.
        Claro, isso não é de todo ruim, porque esta pode ser a direção que o portal quer seguir. E há coisas que eu já procuro aqui, porque sei que atende a essa “linha editorial”.

        1. Tiago… seria preciso aparecer algum candidato a consultor que se prestasse a escrever apenas sobre as novidades. As matérias por aqui revelam as características de quem escreve, seus gostos e inclinações. E é muito bom e justo que seja assim. Mas no caso das listas de melhores do ano, estou sentindo falta de alguém mais curioso e antenado. A Adriana, por exemplo, está fazendo isso fora daqui. E tem inclusive consultor fazendo isso fora daqui também.

          1. Entendo. E com certeza, ia dar uma força muito legal ao site. Uma vez eu conversei com a Adriana por email, gente fina!

          2. Então Marco, eu gostaria muito que tivéssemos mais resenhas ou DCs de bandas mais novas, mas pelo que vejo nossas características e mesmo a ideia do site acaba por não funcionar como um “apresentador de novidades” e vejo mais como um site em que o consultor acaba dando sua visão perante muitos discos clássicos cuja interpretação pode ser nova ou não. Se ver as resenhas publicadas no Whiplash e no Progshine, são sempre discos novos que acabaram de sair, enquanto nós aqui não temos essa “sanha” de escrever sobre tantas novidades. É o que vejo da maioria. Porém, sendo bem franco, eu vejo muitos mais sites em português postando sobre novidades do que falando sobre velharias, sejam elas clássicas ou aquelas esquecidas de décadas anteriores. E acho ótimo que possamos cobrir esse nicho junto a exemplos como o Minuto HM e coisa que a Poeira Zine faz em revista.

          3. Acho que não fui claro, André. Eu não quero mudar as características do site e nem impor aos consultores o que devem escrever. Eu disse que seria bom que aparecesse um consultor (um novo consultor, bem entendido) que cobrisse essa parte. Postando, como todos nós, de vez em quando. A CR está muito bem como está.

          4. Grato, Ricardo. Vou explorar com calma e carinho. Já tinha ouvido o Kamasi Washington por sugestão de uma resenha da Adriana e gostei bastante. Abraço.

      2. Sim, hehe… e tem UFO, Helloween, Stratovarius… No fundo eu tinha mais é que ficar na minha, sem encher o saco de quem se prestou a escolher, ouvir e listar os discos, mas é curioso isso. Esses medalhões têm todo o direito e, inclusive, o dever de lançar novos discos para seus milhares de fãs, mas deve ter alguém apontando algum caminho novo que não seja reciclar o passado. Eu venho com sede disso nessas listas e o que encontro geralmente é a dengue voltando como zika virus.

        1. Espero que não esteja se direcionando a minha lista, Marco rsrs. Mas concordo contigo. Nada contra o sujeito só se prestar a ouvir aqueles discos das bandas que lhe agradam, mas acaba ficando uma sensação de “poxa, queria descobrir coisas novas nas listas e aparece esse monte de coisa velha?”.

          Tenho a intenção de escrever sobre coisas mais atuais, bandas novas e coisas do tipo, inclusive estou ensaiando alguns textos, mas vamos ver o que sai…

    2. Eu citei Naxatras e Beardfish e vc me avacalhou. Agora vem xingar o André. Está MC meu caro Marco?

      1. É só ignorar os velhos e se focar nas recomendações mais novas, não é mesmo Mairoviski?

        1. Tem razão, André. Vou começar a fazer isso agora: vou ignorar o Mairon porque ele é velho.

          1. Obrigado Marco, e lembre-me de colocar pimenta em seu mingau

      1. É boa banda, Eudes. Mas é triste. Ela não faz sentido no Ceará porque aí só tem alegrete

  5. O problema do disco do Gilmour é o próprio Gilmour mesmo. Definitivamente, ele é um cara talentosíssimo, mas que não consegue guiar sozinho a produção de um disco. Sempre vai precisar de várias e várias contribuições, prova que até mesmo seus tempos de liderança do Floyd foram assim.

    Sobre o UOL Host, é complicado. Pior ainda é que vocês perderam muito conteúdo.

    1. Eu concordo plenamente com seu comentário sobre o Gilmour. Esse cara é meu guitarrista favorito, mas como eu mesmo havia comentado no test drive desse disco, para mim ficou claro que ele precisa de um Waters, um Wright e um Mason para extrair todo o seu potencial e todo o seu feeling da guitarra. Seus discos-solo nem de longe chega ao nível de qualquer coisa que ele tenha tocado no Floyd. On An Island é o único trabalho dele que acho que pode ser considerado ao nível do talento dele.

  6. Posso estar enganado, mas nenhum dos consultores colocou nas listas Steven Wilson e Riverside?? É isso mesmo?

    E aparecem bombas como Europe, Scorpions, e os power metal sinfônicos que são iguais desde 1980, rs…..

    Acho que o comentário do Marco sobre novos sopros, novos ventos faz sentido, não que esses dois que citei sejam novidade, mas em termos de criatividade musical, na minha opinião, esse ano, eles deram um banho.

    1. O Steven Wilson eu não cheguei a ouvir o disco inteiro, só alguns poucos momentos no youtube. Os teclados que eu ouvi pareceram com trilhas sonoras de jogos feitos pela Square, tipo a série Final Fantasy, então não me soou como novidade, embora parece que o disco seja bom.

      Já o Riverside eu ouvi e me soou como o Opeth atual, uma banda que acho superestimada e que fica naquela coisa que não se decide se é rock ou metal progressivo, linha que sempre considerei abaixo das demais. Por isso, se for para ser metal, fico com o Dream Theater. Se for para ser rock, fico com o básico Glass Hammer ou mesmo com o space do Zone Six.

      1. Gostos são gostos! Sobre metal progressivo, sugiro umas audições do disco de estreia do Native Construct Quiet World, não sei se pode ser classificado somente como metal progressivo tamanha variedade de ritmos desse disco surpreendente que pra mim foi um dos melhores do ano. A primeira vez que ouvi o Hand.Cannot Erase. também estranhei esses teclados e pensei, que porra, o cara fez musica eletrônica, depois de algumas audições penso que consegui compreender e apreciar essa bela obra. Obrigado pela resposta, André.

        1. Só explicando que eu nem de longe estou dizendo que o Steven Wilson fez um disco ruim. Mas o que para muitos pareceu novidade (principalmente os teclados dando uma aura mais eletrônica ao disco) para mim que acompanho trilhas sonoras de games já tinha ouvido.

          Por sinal, falam tanto nesse disco que eu estou me sentindo na obrigação de ouvi-lo por inteiro. Quanto ao Native, vou atrás de sua sugestão. Valeu, Felipe.

    2. Achei esse novo do Steven Wilson bem abaixo e menos conciso do que o que ele apresentou no The Raven That Refused to Sing (and other stories), inclusive só fui lembrar que ele tinha lançado esse disco quando outros colegas citaram o mesmo em suas listas. Vamos ver o que ele vai apresentar nesse disco novo (4 1/2), mas acho difícil apresentar algo diferente do que o que ele apresentou nesse novo…

      1. Alisson, não achei bem abaixo, mas é claro que fica abaixo do The Raven que é uma obra prima. To com o 4 1/2 pra ouvir aqui, vamos ver o que saiu, ou melhor, o que sobrou.

  7. Essa visão que o Marco tem é de difícil solução. Vou falar por mim, mas eu não costumo escrever sobre bandas que eu não tenho nada. O que mais me motiva a escrever é quando eu compro algo novo e o disco me agrada. E como eu acabo comprando muito mais bandas que já tenho na coleção do que bandas novas. Na minha lista de Melhores apareceu o Tribulation, que era uma banda que eu não conhecia, mas que já tem uns cinco discos. Pra mim é uma banda nova, independente de quando eles lançaram seus discos… Conheci recentemente o In Flames e gostei demais, é a mesma situação. Pra mim é uma banda nova. O próprio Marco apresenta frequentemente bandas lá dos anos 60/70 e muita gente tem contato com esses grupos pela primeira vez com esses textos. Não acaba sendo uma banda nova pra todo mundo?!!? O que eu quero dizer é que não concordo com esse papo de que sou/somos presos à uma época ou só ouvimos as velharias. A partir do momento que vc ouve alguma coisa pela primeira vez ela é novidade pra vc, independente da data do RG do músico…

    1. Então esse nome pretensioso de “Melhores do ano” está errado. O ideal seria algo que remetesse a: “dos discos que ouvi este ano estes são os que eu mais gostei”. Por mais que eu respeite a sua liberdade de citar os discos que quiser em sua lista, pra mim lista que tem Europe, Iron maiden, David Gilmour e que tais faz parte dos melhores Discos de 1986 e não de 2015. Tem um monte de bandas anos 70 lançando trabalhos novos. Sairam todos da criogenia e eu dou graças a Deus, porque os velhotes merecem. Mas isso não significa que minha lista de 2015 vai ter Coven, Hermann Hermits, Bay City Roller… só para ser coerente com o meu gosto histórico. Consulto listas atualizadas para conhecer novidades e não para cair a ficha de como estou velho.

      1. Não pode ser 1986 pq os discos foram lançados em 2015.
        Até agora já foram citados 70 discos diferentes para montarmos a lista final do site. Pô!!! 70 discos são coisa pra cacete!!!

        1. Tá certo. Estou me esforçando pra deixar claro um raciocínio e não estou tendo sucesso. Melhor ir conferir a lista do Seelig. Abraço a todos.

          1. Entendi seu posicionamento Gaspari e concordo inteiramente. Há um apego excessivo ao mais do mesmo, o que impede que novos sons sejam melhor apreciados. Não se trata de desqualificar o trabalho dos medalhões, mas sim reconhecer que há excelentes discos sendo lançados por bandas novas, que estão sedentas em conquistar seu espaço. Mas como cantava Elis Regina: Mas é você que ama o passado e que não vê
            É você que ama o passado e que não vê
            Que o novo sempre vem

  8. Não sei o que é pior, essas listas cheias de bandas que estão respirando por aparelhos ou o cara descendo a lenha no fucking Opeth.

    Sugiro a Collectors Room para opiniões mais coerentes.

    1. Não sabia que bandas que estão “respirando por aparelhos” fazem shows e turnês mundiais e ainda possuem milhares de fãs acompanhando e mesmo comprando seus discos.

      Eu também sugiro a Collectors, é um bom site de música. O Ricardo postou o link logo acima.

  9. Não entendo esse tipo de posicionamento. Ano passado bandas como Kylesa, Baroness, Ghost, High On fire, Graveyard, Goatsnake e Deafheaven lançaram álbuns de inegável qualidade, contudo isso não implica dizer que os medalhões, ou seja lá qual a maneira depreciativa que queiram atribuir, não lançaram álbuns de qualidade semelhante. Por essa lógica o fato do Deafheaven ter lançado um álbum bom, por exemplo, anula a possibilidade de álbuns como o The Plage Within do Paradise Lost serem cogitados como destaque do ano. Eu acho isso uma perda de tempo, ambos podem lançar álbuns excelentes e não precisamos desmerecer um para reverenciar o outro.

  10. O nome no site é Consultoria do Rock. Acho que com um nome forte assim talvez vocês devessem ser mais atentos e de cabeça aberta aos movimentos e novidades…acho a critica do Marco muito válida. Também sempre pensei em escrever isso, mas achei que seria injusto da minha parte, já que sou apenas um leitor ocasional…mas vindo do Marco a coisa toma outro peso…
    No mais…é apenas uma opinião…discos bons podem ser lançados por quem tem 17 ou 77 anos…tanto faz

    1. Eu acho que os álbuns do Paradise Lost e do Angra foram ótimos. Assim como Clutch e Faith no More lançaram dois belíssimos discos. Só que eu vejo que os “consultores” deste site sempre favorecem os medalhões e não prestam a devida atenção as novidades, vide esta lista.
      Eu nao vejo o between the buried and me deafheaven, enfim novos nomes sendo citados. Um outro cara colocou aquele álbum bem mais ou menos do Slater na lista dele, tentem ao menos fazer jus ao nome do site.

      1. Aproveitando para responder os comentários de vocês dois.

        Primeiro falando sobre o nome “Consultoria do Rock”. A questão de consultar vinda do site é no sentido de pesquisar e trazer mais detalhes e análises sobre os discos e bandas que publicamos. E como pode perceber no site todo, nunca nos obrigamos a ir atrás dos discos mais quentinhos que acabaram de sair. A maior parte dos nossos colaboradores tem o foco no passado, em buscar informações, contextualizar e trazer novas interpretações a velhos discos e bandas ao invés de só dizer que “o disco é bom ou ruim” como acontece nos sites de “novidades”. Podem ver que 95% dos nossos textos referem-se ao passado, 4% ao presente e 1% ao futuro (como podem reparar, não temos quase nada falando de possíveis futuros do rock ou algo assim, como acontece com alguns cronistas famosos do estilo).

        Mas caso vocês não aceitem a minha explicação, vocês podem encarar a “Consultoria do Rock” apenas como um nome assim como a Collectors Room que vocês acessam também se tornou com o decorrer dos anos apenas um nome, pois o próprio Ricardo parou de se focar em coleções há anos.

        Quanto ao que dizem por “novidades” eu digo que não concordo com a abordagem de vocês por uma única razão: quando citam “novidades” citam só bandas stoner. O stoner é só o subgênero que está em ascensão hoje, não sendo nem melhor e nem pior do que todos os outros. Até porque, o stoner nada mais é do que a mistura do doom metal com o psicodélico e há bandas do gênero tocando desde os anos 90, mesma época de diversos outros subgêneros.

        Por isso, o que eu recomendo a ambos é o mesmo que recomendei ao Marco: pesque aquilo que lhe interessa e ignore aquilo que não gostam. E vejam o site com o foco no passado que são as fases e as bandas que mais influenciam a todos aqui.

  11. Bom…cada um com sua opinião…
    Acho o site de vcs muito bom…quem escreve tem um baita background…mas não é perfeito… acho que infelizmente rola mesmo uma certa teimosia de vários consultores que nunca vão dar o braço a torcer…tem certas coisas que são até engraçadas e meio folclóricas, enfim…talvez isso seja o que faz diferença no site…
    Sei que o site foi feito para refletir a opinião pessoal de vocês e é assim mesmo que tem que ser…com suas qualidade e defeitos…
    No mais, não acho certo ignorarmos o que não gostamos…pois se fizermos isso nunca vai haver debate…

    1. Então cara, não sei se vai me entender, mas é que listas individuais de melhores do ano são coisas muito subjetivas, algo que em termos de discussão cai mais no “o meu gosto é melhor do que o teu” do que algo que possa trazer algum tipo de visão diferente de quem lê. Por isso mesmo nós que somos em uns 12 ativos temos apenas poucos que se dedicaram a fazer as listas de melhores do ano. Os motivos para não fazerem são variados, desde “não gosto das bandas atuais” até “não tive tempo e interesse em ouvir os últimos lançamentos” entre outros motivos pessoais. O que é diferente dos Melhores de Todos os Tempos porque o que entra teve também os votos de outros colaboradores.

      Por esses motivos que eu considero mais as listas individuais no esquema “se você gostar do estilo, te recomendo a ouvir isso” do que “esses são os melhores de 2015 e ponto final”.

      1. Da minha parte, não participo de listas porque não gosto. E sempre que posso acabo apontando onde eu acho que está o erro de se prestar a fazer listas. É uma merda isso, porque posso passar a sensação de que estou criticando em demasia a lista alheia. Ora, quem critica devia apontar não só os erros, mas a solução e eu não tenho nenhuma lista para mostrar aqui. Então sou um crítico de bosta. Por isso gostaria de deixar claro que entendo que cada consultor publica a lista que quiser e aguente o rojão. Meu problema é que procuro nessas listas me atualizar do que perdi e, em alguns casos, fica claro que não perdi nada. Lógico que bandas mais rodadas lançam sempre bons discos também. Alguns mais inspirados que outros, mas dizer que o disco é ruim é bater de frente com o profissionalismo delas. Daí que é obrigação dessas bandas mais velhas naõ serem velhacas. A menos que exista oportunismo. Eu vou continuar procurando bandas novas no meio desse palheiro. E consultor, como já disse algumas vezes, é sinônimo de desempregado.

      2. É por ai mesmo…as listas individuais são bem interessantes..
        Sempre checo elas em busca de coisas que nunca ouvi
        Abraços

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