Na Caverna da Consultoria: Diogo Bizotto

Na Caverna da Consultoria: Diogo Bizotto
O disco preferido
O disco preferido

Por Mairon Machado

A Caverna da Consultoria hoje traz mais um fundadores do site. Dessa vez, não um colecionador como os demais, mas um conhecedor de música, idealizador de diversas colunas no site, e responsável por trazer ao mesmo questões pontuais de padronização, as quais geraram a imagem profissional que muitos seguidores admiram e destaque.

Em uma conversa descontraída, nosso Diogo “THE BOSS” Bizotto conta a sua história com a Consultoria, e abre as portas de sua pequena caverna. Confira!


1. Consultoria do Rock: “Patrão” Diogo, é uma honra poder entrevistá-lo. Conte-nos um pouco sobre a sua pessoa.

Diogo Bizotto (DB): Em primeiro lugar, muito obrigado por essa oportunidade de interagir com os leitores. Uma coisa é escrever sobre artistas que admiramos, outra muito diferente é falar sobre nós mesmos, expor aspectos de nossa vida. Fiquei um pouco ressabiado de início, mas acho que o resultado pode ser interessante. O básico: tenho 31 anos, sendo cerca de 20 ligados à música de alguma maneira. Nasci em Vacaria (RS), mas moro em Porto Alegre desde pouco antes de completar 18, quando comecei a estudar Engenharia Mecânica na UFRGS, curso que acabei largando. Hoje, sou jornalista formado – exerço a profissão – e geógrafo em formação.

2. Você sempre quis ser jornalista, e ainda, escrever sobre música?
DB: Não. Como citado anteriormente, cheguei a cursar Engenharia Mecânica. É bem provável que, no momento em que fiz essa escolha, não tivesse maturidade suficiente para isso, e acabei me deixando levar por impressões erradas. No colégio, costumava “ir bem” em todas as matérias básicas e tinha afinidades com quase todas – biologia era uma exceção. No decorrer do curso e com uma sequência de frustrações, acabei percebendo que, por mais que tenha uma grande simpatia pelas ciências exatas, tenho muito mais facilidade em trabalhar com a linguagem e com humanidades aplicadas. Escolhi o Jornalismo por gostar de escrever – previsivelmente, acabei caindo para o lado do jornalismo impresso –, por realmente gostar de nossa língua (mas não querer cursar Letras), pela possibilidade de exercer e desenvolver o pensamento crítico no dia-a-dia de trabalho (expectativa para tantos frustrada, diga-se) e, sim, pela possível oportunidade de manifestar opiniões a respeito de uma de minhas maiores paixões, a música. Nunca pude colocar em prática essa paixão como profissional de jornalismo, mas a Consultoria do Rock tem sido um canal que já me permitiu atingir muitas pessoas com meus textos e expressar muita coisa que não conseguiria em um veículo formal.
O disco que me botou no "mau caminho"
O disco que botou Diogo no “mau caminho”
3. Quais são suas principais lembranças de quando começou a ouvir música?
DB: Até o final da infância, minha paixão pela música não havia se desenvolvido. Não é que não escutasse nada, na verdade até simpatizava com esse ou com aquele artista – sem gênero musical de preferência –, mas nunca havia travado real conhecimento com algo que “conversasse” comigo, com um artista pelo qual eu tivesse verdadeira identificação. Minha casa nunca foi um ambiente musical, assim como não eram outros lugares que frequentava. Gravava uma ou outra fitinha cassete com algumas músicas copiadas de amigos, do rádio, mas nada realmente digno de nota. Foi com cerca de 11 anos que, ao entrar em uma loja de CDs da cidade, comecei a observar dezenas de capas e tive a atenção chamada pela que ilustra Mob Rules, do Black Sabbath. Aquela era mais ou menos a época em que havia começado a ser exibido o Cine Trash, da TV Bandeirantes, e eu já estava desenvolvendo o gosto pelos filmes de terror, então aquela arte de Greg Hildebrandt destacou-se entre tantas outras. Eu sequer tinha CD player em casa, muito menos dinheiro para comprar o álbum, mas mesmo assim pedi para ouvi-lo – era prática comum nas lojas quando o CD era o formato reinante, algo bem estranho de se pensar hoje em dia. Rapaz, foi ali que o negócio “bateu”. Quando eu ouvi Tony Iommi, Geezer Butler, Ronnie James Dio e Vinny Appice descendo a lenha em “Turn Up the Night”, eu senti que estava escutando algo completamente diferente, algo muito mais intenso que qualquer coisa que eu já havia ouvido antes. Isso tudo, somado àquela capa, fez todo o sentido para mim. Eu finalmente havia encontrado algo que era “meu”. Aliás, fica a dica para os músicos: não pensem que as capas de seus discos são meros detalhes. Sei que hoje em dia, com a predominância do formato digital, isso está desvalorizado, mas ainda assim uma boa arte gráfica pode chamar muita atenção positiva, assim como foi em meu caso.

5. Com quantos anos você comprou seu primeiro disco, e qual foi? Você ainda tem ele?

DB: Como disse antes, de início não havia um aparelho de som com CD player na minha casa. Um tempo depois, após ganhar um microsystem de uma tia minha, comprei o primeiro volume da coletânea Rock Ballads (1996), que contava com publicidade na televisão. Creio que tinha 12 anos. O disco era bem interessante, contando com algumas ótimas músicas de artistas que sigo gostando desde então, como “Always” (Bon Jovi), “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” (U2), “Wonderful Tonight” (Eric Clapton) e “Wind of Change” (Scorpions). Essas provavelmente eram as que eu mais curtia, mas o tracklist em geral é muito bom. Alguns anos depois me desfiz do disco, não por deixar de gostar dele nem nada, mas para trocá-lo por outro em um sebo de Porto Alegre. Não posso dizer que me arrependo, pois hoje em dia não sou muito de ouvir coletâneas, mas seria interessante tê-lo ainda pelo valor sentimental.
Com o consultor Fernando no show do Bruce Springsteen, no RIR 2013 (a noiva no meio deles)
Com o consultor Fernando no show do Bruce Springsteen, no RIR 2013 (a noiva no meio deles)
6. Como você conheceu os outros fundadores do site?
DB: Conheci-os através de comunidades do Orkut das quais participava, em especial do site Collectors Room. Creio que alguns davam as caras também na da revista Poeira Zine, mas com bem menos frequência. Essa era uma época em que o MSN Messenger era muito presente e era normal que pessoas nessas comunidades trocassem seus endereços de e-mail. Dessa maneira, acabei conhecendo pessoas como o Fernando Bueno e o Daniel Sicchierolli, com quem comecei a conversar e trocar ideias sobre música com frequência.

7. Para a Consultoria, você trouxe algumas das seções de maior sucesso, como as Discografias Comentadas e a série Melhores de Todos os Tempos. Como surgiram essas e outras ideias, como a coluna I Wanna Go Back?

DB: Olha, eu confesso que nem lembrava de ter sido o idealizador das “Discografias Comentadas”, pois a primeira a ser publicada foi a do Dokken, feita pelo antigo colaborador Rafael “CP”. Mas a segunda foi minha, do Whitesnake. Na verdade, creio que essa seja uma seção básica de qualquer site dedicado à música que se preze, então foi apenas questão de tomar emprestada uma ideia que já funciona muito bem. Quanto à série “Melhores de Todos os Tempos”, apesar de ter contado com sugestões de outros colaboradores, assumo a “paternidade”. Quando tive a ideia, pareceu a coisa mais óbvia do mundo, mas a verdade é que, tirando publicações de maior alcance, não via nada do tipo sendo feito por sites mais de nicho. Sabia que seria algo trabalhoso, pois de início já previa a continuidade da série por alguns anos, visto que as publicações ocorrem a cada quatro semanas. A ideia de que todos os participantes comentassem todos os discos eleitos geraria ainda longas publicações e a possibilidade de atritos, que ocorreram, mas a repercussão tem sido, desde início, muito boa. A quantidade de acessos e comentários em algumas edições, especialmente entre as dedicadas à década de 1970, foi surpreendente. A coluna “I Wanna Go Back” surgiu da necessidade de dar vazão ao meu gosto pelo AOR e artistas relacionados, além da pequena quantidade de sites dedicados ao gênero, especialmente no Brasil. Na verdade, talvez esse número pequeno até faça sentido, pois a “I Wanna Go Back” nunca esteve entre as mais acessadas e comentadas.

10. Existe alguma coluna que você planeja há algum tempo, mas ainda não conseguiu colocar no ar?

DB: Sim. Gostaria de escrever mais sobre metal extremo, especialmente death metal. Para um gênero a princípio tão restrito, é grande a quantidade de artistas que fazem um trabalho de excelente qualidade. Nas vezes que escrevi a respeito da faceta mais extrema do heavy metal, recebi elogios e pedidos para que focasse mais nisso, mas confesso que não é fácil. O fato de não tocar nenhum instrumento limita possíveis análises mais embasadas, mas tento fazer o possível através de minha experiência como ouvinte. Há também o plano de colocar em prática uma continuidade da série “Melhores de Todos os Tempos” quando ela chegar ao fim, mas não vou revelar os detalhes para não estragar a surpresa para os leitores.
Alguns itens especiais do Bruce Springsteen. Boxes e um livro
Alguns itens especiais do Bruce Springsteen. Boxes e um livro
11. Bom, como você assumiu a paternidade do Melhores de Todos os Tempos, vou lhe dar a honra de iniciar uma série de perguntas que, de certa forma, tem a ver com a série: Quais são os 10 melhores discos da década de 60?
DB: Sempre em ordem cronológica:

Bob Dylan – Highway 61 Revisited (1965)
Bob Dylan – Blonde on Blonde (1966)
Cream – Disraeli Gears (1967)
The Moody Blues – Days of Future Passed (1967)
The Flying Burrito Brothers – The Gilded Palace of Sin (1969)
The Band – The Band (1969)
King Crimson – In the Court of the Crimson King (1969)
Free – Fire and Water (1970)
Black Sabbath – Paranoid (1970)
Derek and the Dominos – Layla and Other Assorted Love Songs (1970)

12. Da década de 70

DB: Dificílimo citar apenas dez da melhor década para a música. Vou apelar para o subterfúgio de não citar Bruce Springsteen, assim como Death nas décadas seguintes.

Black Sabbath – Master of Reality (1971)
Yes – Close to the Edge (1972)
Free – Heartbreaker (1973)
Deep Purple – Burn (1974)
King Crimson – Red (1974)
Judas Priest – Sad Wings of Destiny (1976)
Rainbow – Rising (1976)
Eagles – Hotel California (1976)
Judas Priest – Stained Class (1978)
Van Halen – Van Halen (1978)

13. Da década de 80

DB: Iron Maiden – Killers (1981)
Journey – Escape (1981)
Whitesnake – Slide It In (1984)
Metallica – Ride the Lightning (1984)
Celtic Frost – To Mega Therion (1985)
Metallica – Master of Puppets (1986)
Slayer – Reign in Blood (1986)
Guns N’ Roses – Appetite for Destruction (1987)
Candlemass – Nightfall (1987)
Queensrÿche – Operation: Mindcrime (1988)
14. Da década de 90
Harem Scarem – Harem Scarem (1991)
Guns N’ Roses – Use Your Illusion II (1991)
Ramones – Mondo Bizarro (1992)
Alice in Chains – Dirt (1992)
Harem Scarem – Mood Swings (1993)
Carcass – Heartwork (1993)
Winger – Pull (1993)
Immortal – At the Heart of Winter (1999)
Testament – The Gathering (1999)
Slipknot – Slipknot (1999)

15. De 2001 até a atualidade

Rammstein – Mutter (2001)
Slipknot – Iowa (2001)
System of a Down – Toxicity (2001)
Immortal – Sons of Northern Darkness (2002)
Richie Kotzen – Change (2003)
Slipknot – Vol. 3: The Subliminal Verses (2004)
Iommi – Fused (2005)
Take That – Beautiful World (2006)
Machine Head – Unto the Locust (2011)
Testament – Dark Roots of Earth (2012)
Primeiros discos que comprei do Springsteen
Primeiros discos que Diogo comprou do Bruce Springsteen

16. Durante algum tempo você acabou não participando mais do antigo blog, voltando novamente quando tornamos o blog um site. Por que você teve que sair?

Antes do meu afastamento temporário, já estava insatisfeito com a postura de alguns integrantes do site, que colaboravam com publicações muito esporadicamente e tumultuavam um pouco as coisas. Talvez hoje em dia eu me importasse muito menos com isso, afinal, ninguém ganhava nem ganha dinheiro com a Consultoria do Rock, mas na época isso me incomodava. Não se trata de nada pessoal, é bom frisar, mas ao mesmo tempo não concordei em conceder esta entrevista para agir dissimuladamente ou “passar paninho”. A gota d’água ocorreu quando uma resenha de uma artista pop feita por você, Mairon, teve sua publicação, digamos, “vetada” por um colega, com a concordância de outros. Aí eu fiquei um tanto chateado e preferi me afastar.

17. Quais as principais alegrias e tristezas que você teve nesses cinco anos de Consultoria do Rock (relacionado ao site)

DB: O sucesso da série “Melhores de Todos os Tempos”, sem dúvida, é uma grande alegria. Ver que muitos leitores foram atraídos ou “deram as caras” pela primeira vez através dessas publicações é muito bom. Hoje em dia, se você digitar na busca do Google “consultoria do rock”, a primeira opção do autocomplete será “melhores de todos os tempos”. Legal, não? Outra grande alegria ocorre quando releio um artigo publicado há tempos e ainda me sinto conectado a ele, sinto que fiz um bom trabalho, que não mudaria nada ou mexeria em pouca coisa. Para alguém que se julga tão crítico, como é meu caso, isso é muito positivo. Sobre tristezas, sem dúvida a maior foi ter perdido boa parte do conteúdo que publiquei em função do imbróglio que vivemos com o UolHost. Sempre escrevi diretamente no editor de textos e não tenho o costume de salvar na forma de documento, então há material que realmente foi pelo ralo. Sim, é uma grande estupidez, mas é o que ocorreu e só posso lamentar.

18. Graças a você, o site sempre teve um padrão de qualidade não só no quesito dos textos, mas também porque você sempre foi um defensor da padronização. Detalhes como o negrito para o nome dos discos, a formatação do texto justificada, o tamanho das fotos, entre outros, foi você que trouxe para a Consultoria, e isso ajudou a tornar o site ainda mais profissional, apesar de todos sermos amadores, ou melhor, autônomos no quesito escrever, Concorda?

DB: Um grande erro de muitos autores de blogs e sites de música amadores é escrever para si. Sem dúvida, é importante satisfazer a nós mesmos quando escrevemos, mas se a intenção é transmitir uma opinião, um conhecimento a outras pessoas, deve-se focar no leitor. Caso contrário, recomendo ferramentas maravilhosas como o Word e o Bloco de Notas. Recursos como os que você citou são importantes para facilitar a compreensão dos leitores, que muitas vezes não estão familiarizados com os assuntos sobre os quais estão lendo. Aquilo é nome de música ou de disco? Que tal usar elementos gráficos para auxiliar na compreensão? Um texto mais facilmente compreensível atrai e fideliza mais pessoas. Mesma coisa com imagens. Por exemplo: uma fotografia com péssima resolução passa uma impressão negativa, de desleixo, e pode me fazer perder o interesse na leitura. Alguns julgam que isso é frescura, mas discordo. Essa é uma tecla na qual bato muito.
Gastando dinheiro da Consultoria com carnes e cervejas
Gastando dinheiro da Consultoria com carnes e cervejas

19. Considero essa padronização um baita diferencial da Consultoria, mas, para você, o que dá à Consultoria um diferencial entre os  demais sites de música?

DB: Sem dúvida, é o foco em textos autorais. Não somos reprodutores de notícias, não somos caçadores de cliques. Gostamos sim que nossas publicações sejam muito acessadas, mas, ao menos para mim, quantidade não é o objetivo principal. Todos temos nossas opiniões e as manifestamos em cada publicação, mas não polemizamos pela simples polêmica, como o mote de cada artigo. Se ela existe, é consequência. Temos colaboradores que realmente manjam do riscado e escrevem com muita segurança a respeito daquilo que gostam. Ninguém é imune a erros, mas creio que acertamos bem mais que erramos.

20. Qual matéria você mais gostou de ter feito para o site?

DB: Várias tiveram um gostinho especial. E todas estão entre aquelas que, como descrevi acima, continuam boas aos meus olhos tempos depois da publicação. Fica difícil lembrar de muita coisa e até de fazer uma consulta para ajudar nisso, mas creio que posso destacar, entre elas, várias discografias comentadas, como aquelas em que abordei Death, Bruce Springsteen, Eagles, Carcass, Bon Jovi e Free. São textos bastante difíceis de escrever, ainda mais em se tratando de artistas que tanto admiro, então o meu próprio parâmetro de exigência eleva-se. Entre resenhas individuais, aponto: Beautiful World (2006), do Take That, uma importante fuga do rock e surpreendente (para alguns) valorização de um grupo que nasceu como uma boy band; Stained Class (1978), do Judas Priest, talvez a primeira resenha que fiz da qual realmente gostei; Hotel California (1976), do Eagles, que envolveu bastante pesquisa a fim de fazer jus a uma de minhas bandas favoritas;Fused (2005), de Tony Iommi com Glenn Hughes, pela justa valorização de um disco que julgo ter passado demasiado em branco; além de minha homenagem aos 30 anos de Ride the Lightning (1984), do Metallica, meu álbum favorito de heavy metal.

21. Dentre todas as seções das quais você participa, a série Melhores de Todos os Tempos é a que você considera mais importante? Ela mudou sua visão sobre música e, principalmente, conseguiu fazer com que você passasse a gostar de algum determinado estilo e/ou artista?

DB: Pode não ser o que fiz de melhor em se tratando de gosto pessoal, mas sem dúvida é o que há de mais importante. Um dos principais elementos motivadores dessa série, ao menos para mim, não é esse espírito de competição que às vezes toma conta dos participantes, de querer “emplacar” seus álbuns favoritos entre os dez melhores, mas o fato de que a busca para formar minhas próprias listas acaba fazendo com que eu conheça muitos artistas de qualidade dos quais nunca havia ouvido sequer um álbum antes, ou ao menos nunca havia dado a devida atenção. Para exemplificar cito alguns artistas que se encaixam nisso e acabaram entrando em minhas listas, como The Byrds, The Zombies, Gene Clark e Billy Joel, isso sem falar naqueles recomendados pelos colegas. Acima de tudo, tomar conhecimento daquilo que Bob Dylan fez em seus primeiros 15 anos de carreira foi provavelmente a melhor experiência, vide minhas várias citações.
Relançamentos do Death
Relançamentos do Death

22. O fato de o site ter surgido a partir de colecionadores obrigatoriamente nos faz falarmos também sobre isso. Você sempre disse que não é um colecionador, e não possui uma coleção, mas sempre fomos curiosos em saber o que você guarda na sua casa. Então, chegou a hora, revele o que você possui de material musical em casa.

DB: É verdade, não sou um colecionador. Tenho discos de artistas dos quais gosto, obviamente maior quantidade daqueles que admiro mais e/ou têm carreiras mais longas. Não parei para contar, mas tenho cerca de 300 CDs, entre 80 e 100 vinis e mais alguns box-sets e edições especiais, com mais material. DVDs são poucos. Devo ter também mais de uma centena de CD-Rs e DVD-Rs, além, é claro, de dezenas de milhares de arquivos de mp3. Que me perdoem os puristas, mas sem a internet e a acessibilidade de material através dela, não conheceria nem a metade dos artistas que conheço hoje em dia. Inclusive, há grupos que admiro muito, mas não tenho material físico, muito em função de valores elevados.

23. Como foi que você descobriu Bruce Springsteen, e qual o primeiro álbum que comprou dele?

Sinceramente, não lembro de um momento específico em que descobri Bruce Springsteen. Conhecia uma ou outra música de tocar no rádio, como “Dancing in the Dark” e “Born in the USA”, mas nunca havia prestado grande atenção. O “momento da virada” aconteceu quando peguei emprestada de uma amiga a coletânea Greatest Hits (1995), que ofereceu um bom panorama cronológico de sua carreira para um iniciante. Aí quando fui atrás dos outros discos e percebi que aquela (ótima) coletânea era pouco representativa daquilo que ele havia feito de melhor até então, vi que o negócio havia ficado sério, pois era surpresa atrás de surpresa, um disco melhor que o outro. Não tenho certeza absoluta sobre qual álbum comprei primeiro, mas creio ter sido um desses três, talvez dois de uma vez, em vinil: The Wild, the Innocent & the E Street Shuffle (1973), Darkness on the Edge of Town (1978) e Born in the USA (1984).

24. Sabemos da sua paixão por artistas tão discrepantes quanto Bruce Springsteen e Death, além de bandas como Eagles, Poco e outros ligados ao country rock. Você sempre teve esse gosto bastante diversificado ou isso foi sendo adquirido com a maturidade?

DB: Como citei anteriormente, o primeiro disco que comprei foi uma coletânea agregando diferentes artistas, com material que abrangia  quase três décadas. Isto é, não comecei focado em determinado estilo, mas o gosto pelo heavy metal acabou fazendo com que, durante a adolescência, “afunilasse” meu espectro musical. Foi negativo? Foi, mas algo até normal em tempos de menor intercâmbio de informações e em uma idade na qual há quase uma necessidade de construção de uma identidade própria, de encontrar seu lugar no mundo. Felizmente, isso não durou muito tempo. Descobrir alguns determinados artistas que foram porta para outros gêneros e subgêneros musicais foi muito importante nesse processo de abertura. O Eagles, que você citou, foi um deles, abrindo tanto para o country rock quanto para o próprio country.

25. De qual banda você tem mais itens entre seus discos?

DB: Como é de se imaginar, o artista do qual possuo mais itens é Bruce Springsteen. Somando tudo, são 34, mas nada que possa ser chamado de coleção. Tenho todos os trabalhos de estúdio, contudo.

26. Quais motivos que não permitem a você a ser um colecionador, apesar de sua grande paixão pela música?

DB: O mais óbvio de todos: o financeiro. Sempre tive que fazer escolhas. Ou era um, ou era outro. Dois de uma vez só? Difícil, uma extravagância. Fazer isso determinava a necessidade de economizar em tudo que é tipo de outra coisa. Não à toa, comecei a comprar vinis não por ter uma admiração especial pelo formato, todo aquele fetiche, mas pela possibilidade de encontrar bons preços. Cheguei a adquirir vinis em bom estado por apenas 1 real, ou pouco mais que isso. Hoje em dia, até os vinis estão inflacionados, muito em função dessa publicização exagerada desse fetiche. O olho do lojista cresceu com isso. Pagar 2,50 reais por Spellbound (1981), do Tygers of Pan Tang, hoje em dia? Sem chance de isso ocorrer. Além disso, atualmente tenho uma grande paixão paralela à música, que é o gosto por cervejas artesanais e especiais, que tem revelado um mundo tão grande quanto. Bruce Springsteen está para a música assim como o estilo American IPA está para a cerveja (risos).

27. Há algum bizarro ou diferente em sua casa, que quando algum amigo vai visitar pergunta “O que isso faz aqui”?

DB: Creio que não. Talvez coisas que possam assustar pessoas que não me conhecem o suficiente, mas não meus amigos mais próximos, que são tão ou mais doidos que eu nesse sentido. Para alguns, uma coletânea da Madonna pode surpreender, para outros, o trio de Weather Report que tenho em vinil.

28. O que todo mundo gosta e você não consegue gostar? O que só você gosta?

DB: “Todo mundo” não digo, pois isso é impossível, mas a maior parte daquilo que é rotulado como indie rock – sejam artistas famosos ou pouco conhecidos – me causa grande repulsa. O aparente desinteresse, a atitude blasé, os vocais geralmente fraquíssimos, os timbres… É um conjunto que, somado à pagação de pau por uma grande parcela da imprensa musical, a mesma que despreza a importância e a qualidade de outros artistas com grande sucesso de público (Eagles e Kiss, por exemplo), faz com que eu me afaste desse meio. Posso traçar uma espécie de paralelo com a “MPB universitária” atual também. Sobre coisas que só eu gosto, bem… Às vezes parece que só eu gosto de determinadas coisas que o Bon Jovi fez nos últimos 20 anos, mas sei que, no fundo, isso não é verdade (risos).
29. Já fez alguma loucura para comprar um disco ou assistir a um artista de sua preferência?
DB: Como citei antes, havia uma época em que comprar mais de um CD já era loucura suficiente (risos). Mas não, nada fora do normal. Em relação a shows, nada além de pegar um avião para o Rio de Janeiro ou para São Paulo na intenção de ver Bon Jovi e Journey, mas sempre pesquisando o menor valor possível.
30. De qualquer forma, você tem vários itens preciosos na sua casa. Poderia citar para nós aqueles que você acabou desembolsando além do esperado, mas que valeu muito a pena?
DB: Com raras exceções, todos os melhores itens que tenho comprei a preços promocionais. Aproveitei a época de dólar baixo alguns anos atrás para adquirir todos os box-sets do Bruce Springsteen que tenho hoje. Aliás, não faço ideia de quando poderei comprar o mais novo, The Ties that Bind, abordando a gravação de The River (1980). Com o dólar beirando 4 reais, mais frete e impostos, aí sim eu acabaria desembolsando bem mais que o esperado.
31. Qual o que você considera o mais raro/valioso?
DB: Não possuo itens raros, pelo menos não que eu saiba. O valor é, acima de tudo, sentimental. Sei que é piegas, mas é verdade. Tenho especial apreço pelos relançamentos limitados que a gravadora Relapse fez do material de Chuck Schuldiner, tanto no Death quanto no Control Denied e até como Mantas. São itens que fazem jus ao artista, respeitam sua arte e têm tudo para satisfazer os fãs, contando com a supervisão de pessoas que participaram do processo de criação das obras originais. Não se trata de caça-níqueis.
32. Onde você adquire itens para sua coleção atualmente?
DB: Quase não tenho visitado lojas de discos nos últimos tempos. Compro material esporadicamente, geralmente já sabendo o que quero e onde encontrar. Na maioria dos casos, em lojas on-line.
33. Como sua noiva vê a sua relação com a música e com o site?
DB: Ela é uma grande companheira nesse sentido. Não gostamos de tudo aquilo que o outro gosta, mas a intersecção é muito grande. Por exemplo, nesses mais de três anos juntos, ela esteve ao meu lado em todos os shows que vi, incluindo, é claro, o Rock in Rio 2013. As três únicas exceções, creio eu, foram Morbid Angel e Hypocrisy, pois death metal não faz muito o estilo dela, além do mais recente, há duas semanas, com Cannibal Corpse e Testament. Quanto ao site, nunca houve objeção. Ela entende que há algumas tarefas a cumprir, mas nunca manifestou insatisfação com isso, pois sabe que é algo que, por mais que certas horas dê trabalho, eu gosto de fazer.
Exercendo paixão paralela
Exercendo sua paixão paralela
34. Cite dez discos que você levaria para uma ilha deserta.

DB: Considerando minha paixão gigantesca por Bruce Springsteen e Death, prefiro não citar nenhum disco destes, até para não oferecer uma lista monótona. Preencheria facilmente as dez posições apenas com eles. Lembro, porém, que o melhor álbum de todos os tempos é de Bruce e chama-se Born to Run (1975). Em ordem cronológica, e com o coração despedaçado por ter que cortar algumas obras magníficas:

The Moody Blues – Days of Future Passed (1967)
King Crimson – In the Court of the Crimson King (1969)
Free – Fire and Water (1970)
Derek and the Dominos – Layla and Other Assorted Love Songs (1970)
Black Sabbath – Master of Reality (1971)
Eagles – Hotel California (1976)
Judas Priest – Stained Class (1978)
Metallica – Ride the Lightning (1984)
Guns N’ Roses – Appetite for Destruction (1987)
Queensrÿche – Operation: Mindcrime (1988)
35. Cite dez itens que deveria ter nessa ilha deserta para completar o prazer de estar com esses dez discos.
DB: Supondo que essa ilha deserta seja tropical:
– Uma geladeira cheia de cervejas da melhor qualidade;
– Uma despensa cheia de comida;
– Uma estante cheia de livros;
– Um grande estoque de Ruffles sabor churrasco;
– Um aparelho de ar-condicionado;
– Uma cama confortável;
– Um bom computador com acesso à internet;
– Protetor solar;
– Óculos de sol;
– Muito refil mata-mosquitos.
36. Quais são os próximos planos para a Consultoria do Rock?
DB: Não esmorecer. Manter um site no ar com o número de publicações que temos, sempre originais, é uma tarefa nada simples. Às vezes fraquejamos, temos dificuldades, pessoas preferem deixar a equipe… Isso é normal, eu mesmo já fiz isso. Todos temos empregos, família, estudamos, problemas sempre surgem. Mais recentemente, foi nosso antigo host que resolveu nos sabotar. Foi um golpe duro, do qual ainda estamos nos recuperando, mas vamos levando adiante, e aqui aproveito para fazer um agradecimento especial a você, Mairon, por ter sido o grande “motor” do site nesses cinco anos.
37. Alguma coisa mais que gostaria de passar para nossos leitores?
DB: Gostaria de dizer que, por mais que nosso gosto pessoal seja a principal orientação na hora de escolher o que abordamos no site, manter o interesse do leitor é uma prioridade muito grande. Não à toa, além de criarmos seções, séries e colunas específicas ao invés de apenas jogarmos texto sobre texto com aleatoriedade, fazemos desde sempre um esforço em manter um cronograma fixo, controlando o fluxo de publicações com harmonia. Há todo um planejamento. Inclusive, no esforço de otimizar um bom planejamento, de tentar dar mais sentido ao que fazemos, certamente já soei incisivo demais com alguns colegas, talvez rude mesmo, e aproveito a oportunidade para admitir esse erro. Além do mais, nem sempre o que julgo ser certo é o melhor para a Consultoria. Mas seguimos tentando acertar.

45 comentários sobre “Na Caverna da Consultoria: Diogo Bizotto

  1. Quando conheci o Diogo e começamos a conversar pelo MSN, Messenger, ou sei lá o que, eu perguntei qual ea sua banda preferida. Quando ele respondeu que eram duas e citou o Bruce Springsteen e o Death eu achei que ele estava querendo aparecer. Com o tempo e conhecendo ele melhor vi que era verdade. Inclusive meu interesse pelo Bruce Springsteen aumentou bastante depois de ter conhecido o Diogo e assistir àquele histórico show com ele lá no Rock in Rio foi muito legal. Aliás… daqui do grupo, apesar de todos esses anos, ainda não conheço pessoalmente os irmãos Machado. Acho que eles não vão com a minha cara….rs. Os leitores podem achar que fazemos as coisas todos juntos sentados todos uns ao lado dos outros, mas moramos a milhares de quilômetros de distância uns dos outros. E eu sou o que mais longe moro de todos eles. Dos 10 discos para uma ilha deserta três dos seus bateram com os meus (king Crimson, Metallica e Guns and Roses). Legal!!!!. Abraços Diogo e continue mandando as ordens….

    1. Fernando, aproveito para te perguntar:

      Quais os 10 melhores discos da década de 60, década de 70, década de 80, década de 90 e anos 2000?

  2. Grande Diogo Bizonho! Um dos caras que mais me ajudaram na minha entrada no site com suas dicas valiosas e suas orientações e ideias sobre matérias e organização.

    Além de ser o responsável por fazer eu me apaixonar pelos Eagles. Aquelas DCs deles ficaram excelentes. Porém o que eu mais sinto falta são textos mais recentes seus sobre outras bandas e discos aqui no site. Principalmente sobre AOR e outras bandas do hard rock oitentista. Sei que deve estar atarefado devido a nova faculdade, mas não adianta eu negar porque gostaria mesmo de ler mais sobre!

    1. Obrigado pelos elogios, André. Você é um dos caras que mais têm ajudado a segurar a Consultoria no ar. Se eu me dou a liberdade de passar dicas e orientações, é porque você se mostra um cara aberto a ouvir e crescer nesses aspectos. Abraço!

  3. Acho que se não fosse a farofa (piada pronta, hehe…) do Diogo, a gente não passaria de um espetinho de churrasco de gato sem gosto. É o Boss quem põe a gente na linha e nos envolve com sua sabedoria, organização e vários outros predicados que não vou revelar para a coisa aqui não soar suspeita. Mas como o André, sinto falta de matérias do Diogo. Nem que for pra odiar o Bon Jovi e o Journey ainda mais. Parabéns pela entrevista, patrãozinho.

    1. Rapaz, agora já soou suspeito! Ainda vou te dar o prazer (ui!) de destilar muito ódio nos comentários, Marco, pode crer. Valeu!

  4. Bom trabalho. Inusitadamente as seções que mais aprecio, agora descubro, são idealizadas por ele, além dos álbuns que ele cita na seção ” melhores de todos os tempos”, são praticamente os que eu escolheria. Faço ressalva as álbuns de Black metal que não sou muito chegado, Death metal até vai. Parabéns pelas ideias.

    1. Valeu, Marckus. Se ainda não o fez, ouça esses discos do Immortal que citei, pois eles puxam bastante para o thrash e para o metal mais tradicional também. Além disso, são bem produzidos.

  5. Eu não gosto quando os Consultores citam CTTE de sua lista pessoal de melhores discos, e é este fator que aos poucos está me fazendo desistir de gostar deste disco do Yes. Sou grande fã do grupo, mas até hoje não entendo porque CTTE é tão querido por seus fiéis seguidores. Mas por outro lado, fico contente em saber que o Diogo é fã incondicional do nosso Boss Bruce Springsteen. Não discordo da opinião dele sobre Born to Run. Pra mim este é o melhor segundo disco lançado em 1975, sendo o primeiro Wish You Were Here (Pink Floyd) que assim como o Born to Run, completou 40 anos de lançamento em 2015 e a Consultoria não fez nenhuma dessas matérias esse ano. Em relação ao Boss, meu disco favorito dele é o duplo The River (1980), junto com o aclamadíssmo Born in the USA, melhor disco de 1984 na minha opinião.

    1. Queria ter feito uma homenagem a “Born to Run”, Igor, mas as obrigações de emprego e estudo simultâneos têm sido pesadas. Abraço.

      1. Por favor André, pela última vez eu afirmo: Contos dos Oceanos Topográficos (Tales from Topographic Oceans) é infinitamente superior á tudo – sim, eu disse “tudo” – que o Yes fez antes e depois deste disco duplo. Aliás, neste mês este disco “quase tão incompreendido” pelos fãs irá completar 42 anos de lançamento. Eu já falei tanto sobre TFTO desde 2013 que não quero parecer repetitivo, mas o que eu posso afirmar é que este disco do Yes é a prova do que diz aquele versículo Bíblico: “a pedra que os obreiros rejeitaram tornou-se a pedra angular”. Agora chora, André!

          1. Se todos os fãs gostassem “apenas” do TFTO, o mundo seria muito melhor hoje!

          2. Tô achando que era melhor eu não ter citado o “Close to the Edge” lá em cima. Quem sabe substituo pelo primeiro do Bad Company, que merece entrar tanto quanto.

        1. Chorando aqui, Igor. Buááááááááááááá. Fui humilhado e agora saio com o rabinho entre as pernas

          1. Me surpreende um cara inteligente como você, professor e escritor, não saber o que é oceano topográfico. Trata-se do antônimo de terra hidrográfica.

  6. A ideia original de TFTO era de um álbum simples com duas músicas de cada lado. Acho que assim seria bem melhor. A propósito, boa entrevista e que venham mais. Abraços!

  7. Mais uma ótima entrevista. Acho muito importante essa questão de padronização das publicações. Procuro sempre dar isso ao meu blog. Um exemplo é ter um dia certo pras postagens.

      1. Meu caro Luis Henrique, essas postagens feitas no meu blog pessoal foram feitas na época original da publicação. Teria que ser feita um copy paste de todas as matérias, além de reformatar, baixar e adicionar imagens, entre outros pormenores, ou seja, é uma trabalheira desgraçada, e como estamos em final de ano, torna-se impossível fazer isso nesse momento. Quem sabe nas férias, mas agora, infelizmente sem chances. Espero ter respondido sua pergunta

        1. Primeiramente, valeu por esclarecer essa questão. Fico feliz de saber que não é um coisa impossível, porém da trabalho como você mesmo citou. Pelo menos o conteúdo ainda está lá, que no momento, pra mim é o que importa, já que fiquei bem feliz de achar tais posts que eu só visualizei quando foram postados originalmente, e agora posso relê-los.. Obrigado Mairon.

          1. Uma pena que não tive tempo de, na época, copiar as postagens de 1988, 1990 e 1991. Mas um dia a justiça será feita

  8. AEHOOOOOOOOOOOOOOO,gostei bastante da inclusão do segundo melhor disco do Moody Blues na hipotética lista deserta,o melhor é “ISOTLC” obviamente.Faltou um TFTO ou CTTE nesta lista,mas……GUESTO É GOSTO.No mais,ótima entrevista e obrigado por você,Diogo,ter proporcionado juntamente com los outros consultores um apanhado de ótimos,hilários,geniais,engraçados,geniosos e,acima de tudo,informativos,de uma maneira ou outra,comentários.No mais novamente,só tenho a agradecer a todos!Que o Edificador nos abençoe,tanto quanto,nos ilumine! /O/

          1. O quadro se chama “Agnaldo te Mostro Show” uma homenagem hilária e simples ao Agnaldo Timóteo. Esse quadro é muito louco, a sinopse é assim: numa competição apresentada por um Agnaldo Timóteo feito por Eduardo Sterblich, outros quatro Agnaldos (Carlinhos Silva, Gui Santana, Carioca e Diego Becker) precisam adivinhar qual participante é menino ou menina. Teve de tudo neste quadro: mulher grávida, partes do corpo humano, animais e até personagens famosos, como o caso desse vídeo que eu te enviei.

            Mas a melhor parte do quadro é a sacanagem que eles fazem com vários cantores famosos, como Chico Buarque, Roberto Carlos, Elis Regina e Tim Maia. O Agnaldo chefe (Sterblich) começa cantando uma música famosa e no final ele bota um “rrrááááá” para dar mais graça á música, e os outros Agnaldos fazem o mesmo. Esse negócio do “rrrááááá” é uma maneira de satirizar a forma que o Agnaldo Timóteo (original) canta em várias músicas. Por isso que este quadro do Pânico é hilário pacas!

          2. Acho que já vi esse quadro,Maxwell.Realmente é hilário,pena que o conjunto da obra do Pânico hoje em dia não se equipara nem a pé o classicismo ‘Pânico Na Tv’,mas That’s Journey.

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