Matérias mais acessadas da história do Consultoria do Rock: Fevereiro de 2011

Matérias mais acessadas da história do Consultoria do Rock: Fevereiro de 2011
Durante os meses de janeiro e fevereiro, o blog estará de férias, por isto estaremos publicando novamente as matérias mais acessadas a cada mês nestes dois anos de Consultoria do Rock, sempre às terças, quintas e sábados. Chegamos ao mês de fevereiro de 2011.
Em fevereiro de 2011, com o blog mais estruturado, foram publicadas quarenta e nove matérias, sendo a mais acessada até o final de 2012 esta, por Mairon Machado (a qual, aliás, é a quinta matéria mais acessada da história do Consultoria do Rock):
Podcast Grandes Nomes do Rock #8: Metallica
Por Mairon Machado 

Nessa semana, o podcast Grandes Nomes do Rock irá homenagear outra importante banda do thrash metal mundial, o grupo norte-americano Metallica, apresentando em uma hora e meia de programa raridades ao vivo, clássicos instrumentais da carreira do grupo, versões originais para canções que o Metallica gravou como cover e um bloco com bandas relacionadas a membros que passaram pelo grupo no decorrer dos anos.

O começo do Metallica, por incrível que pareça, ocorre no ano de 1973. Nesta época, o jogador de tênis Lars Ulrich, morando em sua cidade Natal, Copenhagen (Dinamarca), assistia a uma apresentação do grupo Deep Purple, e se encantava com a potência sonora do grupo de Ritchie Blackmore e cia., decidindo então começar a aprender bateria e largar as raquetes. Porém, a pressão familiar em cima da carreira de Ulrich acabou levando o jovem tenista a mudar-se com a família para Los Angeles, nos Estados Unidos, no final da década de 70, onde iria aprimorar seus estudos do esporte.

Mas o que aconteceu foi um contato cada vez maior com o Heavy Metal, e Lars cada vez mais dedicado a aprender bateria. Em 1980, Lars fez um estágio como músico de estúdio, e então, através de um anúncio no jornal The Recycler, conheceu o guitarrista e vocalista James Hetfield. Logo depois, um amigo de Lars convidou o baterista para fazer parte de uma revista especializada em heavy metal, cujo título seria Metallica. A revista não deu certo, mas o nome foi adotado por Lars para batizar a sua banda.

Metallica em 1982: James, Ron, Lars e Dave

Quase no final de 1981, quando o Metallica começava a preparar sua primeira demo apenas com Hetfield e Lars, o telefone de Lars toca. Era mais um amigo, no caso Brian Slagel, que estava fundando um novo selo chamado Metal Blade Records. Brian estava interessado em fazer uma coletânea com algumas bandas de Los Angeles, e assim, Lars, Hetfield e o guitarrista convidado Lloyd Grant gravaram a canção “Hit the Lights”, que acabou entrando na primeira edição da coletânea Metal Massacre, com o nome Metallica sendo grafado com dois t’s.

Apesar da gravação crua, o Metallica chamou a atenção dos fãs locais. Através de um novo anúncio no jornal The Recycler, surge o guitarrista Dave Mustaine. Para fechar o time, um amigo de Hetfield, Ron McGovney foi recrutado para o baixo, e assim surgia a primeira formação oficial do Metallica., que você poderá conferir na faixa de abertura desse podcast.

Cliff Burton

O Metallica passou a fazer shows pelo estado da Califórnia no início de 1982, e em julho do mesmo ano, registram a demo-tape No Life ‘Til Leather, apresentando sete canções. No mesmo mês, Hetfield e Lars assistiram a uma apresentação da banda Trauma, e ficaram impressionados com o baixista do grupo, Cliff Burton, principalmente pelo estilo de tocar baixo, tirando sons iguais aos de uma guitarra e usando pedais de distorção, além de um pedal wah-wah.

As negociações entre Metallica e Burton duraram algumas semanas, e no fim Burton entrou para o Metallica com a condição de que o grupo se mudasse para São Francisco, o que ocorreu em fevereiro de 1983. Com Burton, Mustaine, Hetfield e Lars, o Metallica fazia alvoroço pela costa oeste dos Estados Unidos, com fãs surgindo em diversas cidades, o que os leva para uma turnê em março de 1983. Porém, Mustaine começa a ter problemas com o álcool, e acaba sendo internado para fazer tratamento contra o vício, ao mesmo tempo que era despedido do grupo.

 

Metallica em 1983: James, Lars, Cliff e Dave

Para o seu lugar, o guitarrista do Exodus, Kirk Hammet, assume a guitarra solo, e em julho de 1983 era lançado Kill ‘Em All, com diversas canções ainda da fase com Mustaine, que formava o grupo Megadeth. Canções como “Jump in the Fire”, “Hit the Lights”, “Anesthesia (Pulling Teeth)”, onde Burton demonstrava toda sua habilidade no baixo, e principalmente “Seek & Destroy”, viraram clássicos eternos na carreira do grupo, que ganhava cada vez mais fama.

O grupo partiu para uma turnê pela Europa, e em 27 de julho de 1984 era lançado o segundo álbum da banda, Ride the Lightning. Outro grande petardo, que apresenta mais clássicos como “Fade to Black”, a instrumental “The Call of Ktulu”, “Ride the Lightning” e “For Whom the Bell Tolls”, além da pesadíssima “Creeping Death”. As palhetadas de Hetfield, os solos de Kirk, a precisão de Lars e as invenções de Burton tornavam o Metallica uma das bandas mais atraentes a serem vistas ao vivo, mas o grupo ainda precisava conquistar a indústria fonográfica através da venda de discos.

Metallica em 1984: James, Kirk, Lars e Cliff

Isso aconteceu em 1986, com o lançamento de Master of Puppets, considerado por muitos o melhor disco de thrash metal da história. Com ritmos únicos, Master of Puppets deixou para a história canções como a faixa-título, “Battery”, “Welcome Home (Sanitarium)” e outra bela instrumental, a faixa “Orion”, consolidando o Metallica como um grupo que construía excelentes canções tanto em se tratando de letras quanto da parte instrumental.

O Metallica foi convidado para abrir a turnê de Ozzy Osbourne, e tudo pareciam ser flores para o grupo no ano de 1986. Porém, Hetfield quebrou seu pulso enquanto andava de skateboarding descendo uma colina de neve. Ele continuou a turnê apenas cantando, enquanto a guitarra base foi assumida por John Marshall. O Metallica foi um quinteto durante toda a parte americana, e também em 12 shows pela Europa, onde a turnê começou na cidade de Cardiff.

Metallica com John Marshall (tocando violão)

Quando o grupo chegou em Estocolmo, uma nuvem negra atacou o Metallica de frente. Primeiramente, Marshall, que possuía diabetes, estava cada vez mais debilitado por causa das constantes viagens e também por aplicações mal-feitas de insulina, o que levou o guitarrista a pedir demissão da banda no início de novembro.

Mas antes, um fato lamentável mudou a vida do grupo. Após a apresentação em Estocolmo, todos partiram para o próximo local onde o grupo iria fazer seu show dentro do ônibus alugado pela banda. Próximo a cidade de Dörarp, por volta das seis da manhã, o motorista do ônibus perdeu o controle do veículo, que acabou capotando por diversas vezes na estrada. Lars, Kirk e Hetfield saíram do ônibus sem lesões mais graves, mas porém, quando Kirk avistou o ônibus pelo lado de fora, logo percebeu a tragédia. O ônibus havia caído em cima do corpo de Burton.

No dia 27 de setembro de 1986, o mundo perdia um dos maiores baixistas da história do rock. Com apenas 24 anos, Burton deixou um legado de riffs e solos que somente ele conseguia fazer, além de uma legião de fãs que o idolatra até os dias de hoje. Os três remanescentes saíram de órbita por alguns meses, e acabaram decidindo manter a vontade de Burton, que sempre pediu para que, se algo acontecesse com ele, o grupo não poderia acabar.

Para o lugar de Burton, Jason Newsted (ex-Flotsam and Jetsam) foi o escolhido. A estreia do novo baixista foi realizada no EP Garage Days Re-Revisited, lançado em julho de 1987. No mesmo ano, saía a coletânea de vídeos Cliff ‘Em All, apresentando imagens inéditas do Metallica tendo Burton no baixo, além de vídeos caseiros e também fotos do baixista.

Metallica em 1990: Lars, Jason, Kirk e James

Em seguida, o Metallica faz uma rápida turnê, e em agosto de 88, era lançado … And Justice for All. Mais trabalhado, com longas faixas e bastante experimental, esse álbum acabou desagradando os fãs iniciais da banda, mas começou a abrir espaço para novos fãs que se encantaram com canções como “One”, “… And Justice for All”, “Blackened” e a homenagem para Burton, chamada “To Live Is To Die”.

Mais uma gigantesca turnê seguiu-se, passando inclusive pela primeira vez no Brasil, e em 1991 era lançado Metallica. Também conhecido como Black Album, esse disco provou que o Metallica realmente havia diminuído o ritmo da trilogia com Burton, mas sem deixar de lado os clássicos. Os fãs que surgiram em … And Justice for All, agora brotavam por todos os lados através de novos clássicos como “Unforgiven”, “Nothing Else Matters”, “Sad But True” e “Enter Sandman”, essa última se tornando a canção mais conhecida da história da banda.

A caixa Live Shit: Binge & Purge

Outra turnê foi iniciada, agora ao lado do Guns N’ Roses e tendo o Faith No More como abertura. Juntavam-se então no mesmo palco aquelas que eram consideradas as duas bandas mais importantes do início dos anos 90, culminando com o lançamento, por parte do Metallica, da caixa Live Shit: Binge & Purge (1993), contendo na sua versão original 3 fitas-VHS (posteriormente 2 DVDs) com apresentações da banda nas turnês de Metallica … And Justice for All, 3 CDs, um livro de fotos e diversos mimos para os fãs.

Em 96, era lançado Load, seguido pelo álbum ReLoad (1997), que apesar de manter a linha de Metallica, conquistando novos fãs, desagradava cada vez mais aos admiradores de Master of Puppets e Ride the Lightning. Seguiu-se ainda o álbum de covers Garage Inc. (1998) e o ambicioso projeto S & M (1999), com o Metallica tocando seus clássicos ao lado de uma orquestra, seguido por mais uma turnê mundial.

Em 2000 o Metallica se envolveu em um processo contra o website Napster, responsável por downloads, alegando ser prejudicado na questão do uso do nome Metallica e também na divulgação de suas canções, já que financeiramente o grupo não estava recebendo um centavo pelo download disponibilizado gratuitamente pelo website. Apesar de ganhar a causa, o grupo manchou ainda mais sua imagem, que já estava desgastada com os álbuns pós-Metallica.

Metallica participando do programa Os Simpsons

Em janeiro de 2001, Newsted pediu demissão alegando problemas pessoais. Na verdade, ele queria seguir uma carreira solo e ao lado do projeto Echobrain, o que não era bem aceito pelos demais membros do grupo. O Metallica ficou ensaiando durante alguns meses para o novo álbum, o que pode ser conferido no documentário Some Kind of Monster (2004). Para o lugar de Newsted, o ex-Ozzy Osbourne e ex-Suicidal Tendencies Robert Trujillo foi o convidado, e assim, em 2003, foi lançado o álbum St. Anger.

Com uma mixagem muito crua, onde o som da bateria parece com o de latas, além de uma ausência de solos de guitarra, St. Anger se tornou unanimamente o pior disco da carreira da banda. Mesmo assim, o Metallica continuou as excursões, sempre com um bom público, ao mesmo tempo que o próximo álbum era produzido.

Metallica em 2005: Lars, Kirk, Robert e James

Em 2008 saía Death Magnetic, que se não voltava aos tempos de Burton, resgatava a fase de … And Justice for All Metallica, com canções como “That Was Just Your Life”, “The Day That Never Comes” e “Unforgiven III” resgatando a paixão dos fãs mais antigos da banda.

Uma extensa turnê mundial foi realizada, assim como o lançamento de diversos DVDs, com destaque para Orgulho, Paixão e Glória: Três Dias na Cidade do México (2009). Em 2010, o grupo excursionou ao lado de Slayer, Megadeth e Anthrax na turnê The Big Four, e está previsto para maio desse ano, o retorno aos estúdios para a gravação do novo álbum, que deve ser lançado no início de 2012.

Coleção com LPs oficiais do Metallica e alguns EPs

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.