Melhores de 2012: Por Fernando Bueno

Melhores de 2012: Por Fernando Bueno


Nesta semana, de segunda a sexta-feira, diversos colaboradores da Consultoria do Rock apresentarão listas com suas preferências particulares envolvendo os novos álbuns de estúdio lançados em 2012. Cada redator tem a oportunidade de elaborar sua listagem conforme seus próprios critérios, escolhendo dez álbuns de destaque, além de uma surpresa e uma decepção (não necessariamente precisam ser discos). Conforme o desejo de cada um, existe também a possibilidade de incluir outros itens à seleção, como listas complementares, enriquecendo o processo e apresentando impressões relacionadas ao ano que acabou de se encerrar. Como culminância da seleção, no sábado, os dez álbuns mais citados serão compilados e receberão comentários de todos os colaboradores, não importando o teor das opiniões.
Por Fernando Bueno
O ano de 2012 foi, assim como o de 2011, muito bom em relação aos seus lançamentos. Acho que posso dizer que foi até melhor. Ainda temos muitas bandas que bebem da fonte setentista, mas sempre com resultado bom, sem parecer apenas cópias. Vamos ao meus escolhidos:
The Night Flight Orchestra – Infernal Affairs
Conheci esse disco meio sem querer e foi como se tivesse encontrado um trevo de quatro folhas no meio da floresta. Nunca iríamos esperar um direcionamento desses com um line-up de músicos com raízes nas vertentes mais pesadas do metal, como é o caso do vocalista Björn Strid, do Soilwork. É pop, não no sentido pejorativo que o termo tem hoje em dia, mas pelo fato das melodias grudarem na cabeça e não saírem mais. Se vivêssemos em uma época melhor para o mundo da música, certamente seria veiculado em todos os cantos. Seria o disco perfeito para trazer uma nova onde de rock para o mainstream musical.
Flying Colors – Flying Colors
Só não é o primeiro da lista porque o os caras acima arrebentaram. O fominha Portnoy está nessa empreitada também, porém não é a estrela, nem o chefe. A mistura de progressivo com música pop rendeu várias boas bandas lá no início dos anos 1980 mesmo que muitos se recusem a admitir isso, e aqui temos uma reformulação de tudo aquilo. Arquitetado pelo produtor Bill Evans, a ideia era reunir músicos virtuosos conhecidos, na linha do progressivo com um canto de música pop. E a mistura deu muito certo.
Soulfly – Enlasved
Após a saída de Max do Sepultura ele logo lançou uma nova banda. Fui ouvir com muita expectativa e achei um lixo. Depois disso ouvia uma ou outra música quando o Soulfly lançava um disco novo, mas nunca mudei minha opinião. Em Enslaved foi diferente. O velho Max dos tempos de Chaos A.D. está de volta e revisitando suas raízes. Enlasved tem até black metal!
Europe – Bag of Bones
Todo mundo sabe que o Europe mudou bastante desde seu retorno e na minha opinião este é o melhor álbum que fizeram com esse novo direcionamento musical. As generosas pitadas de blues acrescentadas ao som dos suecos fazem com que em vários momentos lembremos-nos do Led Zeppelin, mas também podemos comparar ao início do Whitesnake. A minha esperança é que um público maior tenha contato com esse tipo de som e, quem sabe, eles tenham um sucesso parecido com o do final dos anos 80.
Steelwing – Zone of Alienation
Bandas de metal que tentam recriar o clima dos anos 1980 existem aos montes, mas aqui é diferente. As doses cavalares de metal oitentista são produzidas por uma banda que pensa no futuro. Dupla de guitarras entrosada, bom vocalista e um heavy metal tradicional empolgante. Quem não conhece, vá atrás.
Soen – Cognitive
Diversas bandas atuais de diversos estilos do heavy metal estão acrescentando muito de rock progressivo ao seu som. Anathema, Opeth, Trivium e muitas outras são bons exemplos. O Soen pegou todas as boas ideias e fez um álbum que todo mundo deveria ouvir. É denso, é pesado, mas tem uma harmonia que nos faz crer que os caras estão juntos há muito tempo. E não é verdade. O Soen é um projeto que conta com múscos conhecidos e integrantes de diversas grandes bandas, sendo Martin Lopez, bateria, e Steve DiGiorgio, baixo, os mais famosos. Começaram a tocar em 2005 e só agora lançaram o primeiro álbum. Para quem gostou de Heritage, do Opeth, é um prato cheio.
Baroness – Yellow & Green
Mais uma banda que acrescenta o progressivo como um dos seus molhos em um ótimo caldeirão musical. Conheci o grupo por esse disco e ainda não tive tempo de absorver seus álbuns anteriores – a saber, Blue Record de 2007 e Red Album, de 2009 -, mas ao meu ver esse é o disco definitivo do grupo. Escute “Eula” e saiba porque este álbum está nessa lista.
Wolfsbane – Wolfsbane Save the World
Claro que o pretensioso nome do álbum é um exagero, mas Blaze Bayley acertou em voltar com sua antiga banda de antes dos seus controversos anos com o Iron Maiden. Dezoito anos depois eles gravam juntos novamente, e o tempo separados uns dos outros fez muito bem para todos. Deixaram de fazer um heavy metal tradicional e atacaram o hard heavy, que em muitos momentos é até mais hard rock do que heavy metal. Espero que eles se mantenham juntos e que Blaze dê uma nova guinada em sua carreira, que ficou um pouco combalida com o resultado ruim de The King of Metal, esse sim um título fora da realidade.
Van Halen – A Different Kind of Truth
Talvez o disco mais aguardado do ano. E pela expectativa criada em cima dele poderíamos estar descendo o cacete. Afinal, quando temos muita expectativa é natural que mesmo bons resultados sejam julgados fracos. Se alguém que nunca ouviu Van Halen antes baixasse (para ficar com o termo da moda) toda a discografia e começasse a ouvir os discos sem ordem cronológica, poderia chegar a conclusão que esse seria um ótimo sucessor de 1984. É impressionante como a banda recriou todo o ambiente que tinham na época. David Lee Roth está cantando do mesmo jeito e com a mesma malandragem de outrora.
Kreator – Phantom Antichrist
Sabe aquelas bandas que todo mundo adora e você nunca tinha tido oportunidade de ouvir? É o meu caso com o Kreator. Conheci a banda tardiamente e não sou especialista, ou seja, só conheço os considerados clássicos e não tenho ideia de como é aquela fase em que eles estavam experimentado “novos rumos”. Porque estou falando tudo isso? Porque para mim Phantom Antichrist está pau a pau com os clássicos.
10 Melhores Músicas
The Night Flight Orchestra – West Ruth Ave
The Night Flight Orchestra – Siberian Queen
Flying Colors – Blue Ocean
Baroness – Eula
Soen – Fraktal
Soulfly – Gladiator
Jack White – Hip (Eponymous) Poor Boy
Van Halen – Outta Space
Beach Boys – That Why God Mades the Radio
Europe – Doghouse

A Decepção

Sem dúvida alguma a maior decepção do ano foi o Metal Open Air. E, se formos pensar bem, talvez tenha sido a maior da história headbanger do Brasil. Só quem esteve lá, e eu sou um dos milhares, sabe o nível de decepção que os headbangers sentiram.
A Surpresa
O lançamento de British Lion, o disco solo de Steve Harris. Independentemente de ser ou não um bom disco. Essa discussão gera muita polêmica e muita gente ou trata o disco como fã exaltando o álbum ou trata como um lixo justamente para não ser rotulado como um fanático. Eu acho que o meio termo se aplica com perfeição. Gosto do álbum, mas nem o considerei para entrar na lista acima. Talvez entre os vinte e cinco álbuns ele estaria.

2 comentários sobre “Melhores de 2012: Por Fernando Bueno

  1. Fiquei de ir atrás do Soen, mas foram tantos lançamentos ouvidos neste ano, que não consegui mais escutar coisa nova, já estava "por aqui". A formação faz com que a vontade de escutar exista, mesmo que não tão logo, mas a comparação com "Heritage", do Opeth, acende um sinal amarelo. Não que eu tenha achado o disco ruim… Longe, muito longe disso, só não achei que é toda essa maravilha que alguns fazem parecer. A tendência que músicos de metal extremo têm de, em um determinado ponto das carreiras, manifestarem tendências progressivas, está ficando um tanto previsível, apesar de apresentar bons resultados. Neste ano, quem fez isso muito bem foi Ihsahn, do Emperor, que lançou "Eremita".

    Quanto às músicas, acabei considerando justamente "Siberian Queen" e "West Ruth Ave." para entrar na minha lista, e por bem pouco nenhuma delas acabou entrando. Outra que gostei muito desse mesmo disco é "1998", mais pop e agradabilíssima de ouvir…

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