Cinco Discos Para Conhecer: Frank Banali

Cinco Discos Para Conhecer: Frank Banali



Por João Renato Alves

Nascido em 14 de novembro de 1951, o baterista Frankie Banali possui uma folha corrida extensa com trabalhos que falam por si só. Muitos álbuns referenciais ficaram de fora, mas são tão recomendáveis quanto os incluídos nessa lista.

Hughes/Thrall – Hughes/Thrall [1982]

Pat Thrall ainda era um novato com poucas participações em projetos de renome quando chamou a atenção de Glenn Hughes. O ex-baixista e vocalista do Deep Purple o convidou para um álbum em dupla, com a produção do lendário Andy Johns (Rolling Stones, Led Zeppelin, Van Halen). Frankie Banali foi contratado como baterista e chegou, inclusive, a figurar no material promocional com destaque. A sonoridade seguia o lado mais AOR com melodias ganchudas e acessíveis, garantindo a boa repercussão no segmento popular. Mesmo sintetizadores são perceptíveis durante toda a audição, dando um toque contemporâneo com ecos de new wave/post-punk. Destacam-se as faixas “I Got Your Number”, “The Look In Your Eyes” e “Muscle and Blood”, lançadas como single. Os tempos de Trapeze foram relembrados em uma regravação de “Coast To Coast”. A boa repercussão fez com que uma seqüência fosse planejada, mas acabou abandonada. Uma tentativa de retomada aconteceu posteriormente, na faixa “City Of Crime”, trilha do filme Dragnet. Thrall ainda participaria ativamente do álbum Feel, de Glenn. Mas o retorno nunca aconteceu como imaginavam os fãs. De qualquer modo, trata-se de um projeto obrigatório para fãs dos envolvidos.
Glenn Hughes (vocals, baixo); Pat Thrall (guitarras, sintetizadores); Frankie Banali (bateria); Gary Ferguson (bateria); Gary Mallaber (bateria) e Peter Schless (teclados)
01. I Got Your Number
02. The Look in Your Eye
03. Beg, Borrow, or Steal
04. Where Did the Time Go
05. Muscle and Blood
06. Hold Out Your Life
08. Coast to Coast
09. First Step of Love

Quiet Riot – Metal Health [1983]


Por Igor Miranda
Metal Health, lançado em março de 1983, é um genuíno disco de Heavy Metal com generosas pitadas de Hard Rock. A banda já era bem experiente. Contava com uma boa reputação e um relativo sucesso na cena de Los Angeles, além dos seus primeiros discos terem sido lançados no Japão pela CBS Records. Metal Health é um divisor de águas na carreira do Quiet Riot por trazer fama em termos mundiais (especialmente nos Estados Unidos) e gerar uma turnê que começou abrindo para o Black Sabbath. Depois, tornou o Riot a banda principal e trouxe o Queensrÿche para banda de abertura. A faixa de maior sucesso, ironicamente, é uma releitura de uma canção que nenhum integrante queria gravar por ninguém gostar da versão original: “Cum On Feel The Noize” (Slade). Por insistência do produtor Spencer Proffer, a faixa foi gravada e os músicos gostaram do resultado final. Outro grande hit foi a faixa-título, além de um destaque especial para “Thunderbird”, dedicada ao falecido guitarrista Randy Rhoads. O disco vendeu seis milhões de cópias e desbancou o clássico Synchronicity (The Police) do topo das paradas, tornando-se o primeiro trabalho de rock pesado a chegar ao número um.
Kevin DuBrow (vocals); Carlos Cavazo (guitarras); Rudy Sarzo (baixo); Frankie Banali (bateria)
01. Metal Health (Bang Your Head)
02. Cum On Feel The Noize
03. Don’t Wanna Let You Go
04. Slick Black Cadillac
05. Love’s A Bitch
07. Run for Cover
08. Battle Axe
09. Let’s Get Crazy
10. Thunderbird

W.A.S.P. – The Crimson Idol [1992]


Por Igor Miranda
The Crimson Idol é diferente de qualquer outro trabalho do W.A.S.P. As diferenças já começam por ser conceitual: as composições narram a história de Jonathon Steel. Jonathon é menosprezado desde sua infância. Seus pais (principalmente seu pai, que atende pela alcunha de Red) gostavam mais de seu irmão, Michael. Após o falecimento de Michael, que apesar de tudo era um herói para o irmão, Jonathon se torna um rockstar e se afunda na “perdição” proporcionada às estrelas deste gênero. Por ter sido planejado como um álbum solo de Blackie, não havia obrigação de se manter algum outro integrante de antigas formações. Para a gravação, portanto, houve o recrutamento do monstro Frankie Banali (que havia trabalhado anteriormente como músico de estúdio) nas baquetas de algumas faixas, enquanto Stet Howland assumiu a bateria em outras. Para a guitarra solo, teve-se a presença do fantástico Bob Kulick. Todo o resto – guitarra base, baixo, teclados e vocais – ficou por conta do mestre Lawless.
Blackie Lawless (vocals, guitarras, baixo, teclados); Bob Kulick (guitarras); Frankie Banali (bateria) e Stet Howland (bateria)
02. The Invisible Boy
03. Arena Of Pleasure
05. The Gypsy Meets The Boy
06. Doctor Rockter
07. I Am One
08. The Idol
09. Hold On To My Heart

Heavy Bones – Heavy Bones [1992]


História é o que não falta para o Heavy Bones. Trata-se de uma verdadeira seleção do Hard Rock. A ideia partiu de Frankie, que aproveitou o recesso forçado do Quiet Riot para se aventurar com amigos. O músico convocou, para compor a parceria, o vocalista Joel Ellis (Cats In Boots), o baixista Rex Tennyson (Hellion), além do mestre das seis cordas Gary Hoey. Para deixar a coisa ainda mais atrativa, ninguém menos que Nuno Bettencourt ajudou a escrever as canções. Até a produção contou com um fera no serviço, ninguém menos que Richie Zito (Mr. Big, Poison, The Cult, White Lion, entre outros). Richie também se encarregaria dos teclados. Infelizmente, o projeto teve vida curta. Banali logo retomaria o Quiet Riot. Hoey decidiu tocar sua carreira-solo em frente – inclusive Frankie tocaria futuramente em dois de seus trabalhos. Ficou a marca de um grande álbum, diversificado, na medida certa. Capaz de agradar fãs de Heavy, Hard, AOR, Classic… Enfim, toda a turma do Rock. Doze faixas empolgantes. Uma verdadeira viagem sonora executada por músicos do mais alto gabarito. Obrigatório na coleção dos amantes de bons sons.
Joel Ellis (vocals); Gary Hoey (guitarras); Rex Tennyson (baixo); Frankie Banali (bateria)

Convidados Especiais
Richie Zito (teclados); Nuno Bettencourt (songwriting)

01. The Hand That Feeds
02. 4 AM TM
03. Turn It On
04. Anna
05. Dead End Street
06. Where Eagles Fly
07. Enormodome
08. The Light Of Day
09. Your Love Won’t Let Me Down
10. Beating Heart
11. Summers In The Rain
12. Where The Livin’ Is Easy

Blackthorne – Afterlife [1993]

Essa é mais uma daquelas junções de figuras conhecidas do Hard Rock. A ideia partiu de Bob Kulick que juntou talentos inquestionáveis como o grande Graham Bonnet, Jimmy Waldo, Frankie Banali e Chuck Wright. O projeto durou apenas esse disco que traz uma interessante mistura de influências entre as vertentes norte-americana e inglesa do estilo. Com uma tendência metálica em algumas faixas, onde Bob incorporou um peso bem diferente do que costuma permear sua carreira. Alguns destaques vão para a ótima faixa-título, a acelerada “Breaking the Chains”, a rifferama à la Tony Iommi de “Over and Over” e “Hard Feelings” e o encerramento com a regravação de “All Night Long” (Rainbow). Apesar de ser um trabalho de qualidade, a experiência parece não ter deixado boas lembranças. O vocalista declarou em recente entrevista à Roadie Crew que o trabalho foi “horrível! Foi uma das experiências mais problemáticas que já tive. Não via a hora de ir pra casa. O álbum pode ter ficado bom, mas me traz lembranças ruins”.

Graham Bonnet (vocals); Bob Kulick (guitarras); Chuck Wright (baixo); Jimmy Waldo (teclados) e Frankie Banali (bateria)

01. Cradle to the Grave
02. Afterlife
03. We Won’t be Forgotten
04. Breaking the Chains
05. Over and Over
06. Hard Feelings
07. Baby You’re the Blood
08. Sex Crime
09. Love From the Ashes
10. All Night Long

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