Rainbow: The Deluxe Editions

Rainbow: The Deluxe Editions
Rainbow em 1976: Jimmy Bain, Cozy Powell, Ronnie James Dio, Ritchie Blackmore e Tony Carey

Por Pablo Ribeiro
Edições especiais são um artificio recorrente da indústria fonográfica, muito comum nessa época de downloads sem fim, uma vez que essa manobra das gravadoras tem como objetivo chamar a atenção para o material original, muitas vezes almejando o interesse não do ouvinte ocasional, mas daquele fã específico de algum gênero ou artista. Ultimamente, as séries deluxe têm apresentado edições ampliadas de discos importantes de artistas dos mais diversos nichos múscais. O seminal Rainbow, finada banda do guitarrista Ritchie Blackmore, teve recentemente dois de seus lançamentos reeditados no formato: o maravilhoso Rising (1976) e o bom Down to Earth (1979). 
Rising, segundo disco dos caras e clássico absoluto, é uma das melhores obras geradas pela mente de Blackmore. Contando com um trabalho vocal soberbo do saudoso Ronnie James Dio, e o inigualável talento do também falecido Cozy Powell nas baquetas, Rising também contou com os talentos de Jimmy Bain no baixo e Tony Carey nos teclados. O disco, ainda que curto – pouco mais de 33 mintos – é poderosíssimo. Todas as suas músicas são um arregaço, mas cabe uma menção extra para a fodidíssima “Stargazer” que conta com a participação da Orquestra Filarmônica de Munique (Alemanha), regida então por Rainer Pietsch.
Levando-se em consideração a relevância e qualidade das músicas incluídas originalmente no álbum, seria lógico concluir que uma edição especial do mesmo ultrapassaria qualquer expectativa, correto? Errado! A edição deluxe de Rising é decepcionante… Trata-se, basicamente, do mesmo álbum em três versões, com diferenças muito sutis entre elas. Senão vejamos: no primeiro CD temos as mixagens denominadas “Los Angeles Mix”, e “New York Mix”, que na verdade tratam-se da versão original do álbum em LP e da primeira mixagem a sair em CD. São quase iguais, com mínimas diferenças que não justificariam uma edição especial. No disco dois, mais Rising em versão alternativa: as famigeradas “Rough Mixes” do álbum original. Versões mais cruas, de pré-produção, que, ainda que contenham diferenças mais aparentes que as músicas do primeiro disco, pouquíssimo contribuem para o resultado final do tal “pacote de luxo”. Uma obra de arte como Rising merecia um tratamento mais respeitoso. E seus fãs, também!
Disco 1:
1. Tarot Woman [New York Mix]
2. Run With the Wolf [New York Mix]
3. Starstruck [New York Mix]
4. Do You Close Your Eyes [New York Mix]
5. Stargazer [New York Mix]
6. A Light in the Black [New York Mix]
7. Tarot Woman [Los Angeles Mix]
8. Run With the Wolf [Los Angeles Mix]
9. Starstruck [Los Angeles Mix]
10. Do You Close Your Eyes [Los Angeles Mix]
11. Stargazer [Los Angeles Mix]
12. A Light in the Black
Disco 2:
1. Tarot Woman [Rough Mix]
2. Run With the Wolf [Rough Mix]
3. Starstruck [Rough Mix]
4. Do You Close Your Eyes [Rough Mix]
5. Stargazer [Rough Mix]
6. A Light in the Black [Rough Mix]
7. Stargazer [Pirate Sound Tour Rehearsal)]
Rainbow em 1979: Ritchie Blackmore, Roger Glover, Don Airey, Cozy Powell e Graham Bonnett
Quarto disco de estúdio da banda de Ritchie Blackmore, Down to Earth (1979) marcou uma guinada no estilo musical da banda. Já não mais contando com Dio nos vocais – substituido por Graham Bonnet, mais o ex-baixista do Deep Purple, Roger Glover, e Don Airey nos teclados – (Cozy Powell permaneceu), o disco tem uma sonoridade bem mais pop, seguindo a vontade do chefão Blackmore. Mesmo não mantendo semelhança com as porradas maravilhosas da fase anterior – e clássica – do grupo, Down to Earth tem alguns bons momentos. “Since You’ve Been Gone” e “All Night Long” viraram singles, inclusive. “Lost in Hollywood” também é bem bacana, e merece uma ouvida atenta.
A tal versão deluxe é outro tiro n’água: lados B já lançados à exaustão em coletâneas, out-takes instrumentais e um par de músicas não lançadas na época, fracas o bastante para justificar as suas ausências no álbum original. Na boa: quem já tem esses discos nas suas versões simples, só vai rasgar suas “verdinhas” à toa, ainda mais que essas edições “especiais” só se encontram em versões importadas. Ah, e mais uma coisa: gravadoras, vocês estão fazendo errado… MUITO ERRADO!
Disco 1:
1. All Night Long
2. Eyes of the World
3. No Time to Lose
4. Makin’ Love
5. Since You Been Gone
6. Love’s No Friend
7. Danger Zone
8. Lost in Hollywood
9. Bad Girl [Faixa bônus]
10. Weiss Heim [Faixa bônus]
Disco 2:
1. All Night Long [Instrumental Outtake]
2. Eyes of the World [Instrumental Outtake]
3. Spark Don’t Mean a Fire
4. Makin’ Love [Instrumental Outtake]
5. Since You Been Gone [Instrumental Outtake]
6. Ain’t a Lot of Love in the Heart of Me
7. Danger Zone [Instrumental Outtake]
8. Lost in Hollywood [Instrumental Outtake]
9. Bad Girl [Instrumental Outtake]
10. Ain’t a Lot of Love in the Heart of Me [Alternate Outtake]
11. Eyes of the World [Instrumental Outtake]
12. All Night Long [Cozy Powell Mix]

3 comentários sobre “Rainbow: The Deluxe Editions

  1. Cara, eu mal pude acreditar quando ouvi essas versões canalhas de dois álbuns que gosto tanto, em especial "Rising", um dos meus favoritaços. Por coisas como essa, respeito cada vez mais os artistas que conseguem ter um bom controle de seu catálogo, a ponto de não permitir que sacanagens como essa sejam feitas para explorar seus fãs mais fiéis.

    Ah, o Pablo citou "Lost in Hollywood", e citou que ela "merece uma ouvida atenta"… tá de sacanagem, rapá? Essa é digna de entrar em um "Rising" da vida e fazer bonito, pra mim é Top 5 do Rainbow! A esfuziante performance de Cozy, a simples mas matadora linha vocal e a riffeiragem fodida de Blackmore, transformaram essa faixa, pra mim, na canção mais subestimada do grupo! Já ouvi umas duzentas vezes, mais ainda canto junto e bato caberça a cada vez que a ouço!

    Quanto a "Rising", bom… o que mais dizer? Não tenho o mínimo de respeito por qualquer pessoa que, obrigada a dar nota para esse disco, lhe dê algo menor que um 10 com todos os louvores.

  2. Normalmente eu curto muito essas edições especiais de álbuns "clássicos", mas as di Rainbow abordadas no texto com certeza parecem mais um "engana bobo" do que algo de valor. A do magistral "Rising", então, é um completo disperdício de plástico. Com tantos bootlegs de boa qualidade por aí, porque não colocar alguma coisa ao vivo no pacote? E duas mixagens diferentes sem muita diferença entre elas? Para quê? Qual é o objetivo disso?

    E lançar um "disco de karaokê" do "Down To Earth" é, para dizer o mínimo, uma bobagem. Passável!

    Acho que são mais dois exemplares de edições limitadas que eu não terei…

  3. existem muitas edições de luxo boas, mas estas duas são bem fraquinhas..

    eu não ligo pra versão alternativa de musicas, só pra lados B, sobras de estudio, este tipo de coisa..

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.