
  Estreamos aqui no Consultoria do Rock a sessão “Maravilhas do mundo Prog”, onde destacaremos clássicos desse estilo com o passar dos anos.
O primeiro deles é a imortal “∞”. Essa canção foi lançada em 1972 no espetacular álbum 666, do grupo grego Aphrodite’s Child, o qual contava na sua formação na época de gravação com Vangelis (teclados), Demis Roussos (baixo, voz), Loukas Sideras (bateria) e tendo a participação de Argyris Kouloris nas guitarras.
666 é um álbum conceitual, adaptando para o disco o Livro das Revelações da Bíblia, baseando-se no Apocalipse de São João. Para isso, Vangelis se encostou no cineasta grego Costas Ferris, o qual escreveu um livro conceitual para o álbum, 666 (The Apocalypse of John, 13/18), onde a ideia era muito simples: um grande circo com acrobatas, dançarinos,  elefantes, tigres e cavalos mostrando um espetáculo refente ao fim do  mundo. Enquanto o show transcocorre com diversos efeitos de luz e som, algo  estranho começa a acontecer fora do circo, que é a revelação da  destruição do planeta Terra. O público acredita que o que acontece fora  do picadeiro faz parte do show, mas o narrador começa a alertar a  plateia que aquilo é real. Então, uma imensa e densa batalha entre o bem  e o mal passa a ser travada, até que um deles vença!!
 
Capa interna de 
666  Durante o período de gravação do álbum (que demorou mais de um ano), Roussos e Vangelis trocaram farpas por diversas vezes, e o LP acabou sendo lançado quando o Aphrodite’s Child já não mais existia, além do fato de ter passado por diversos tipos de censura pela gravadora Mercury (que capitaneava os direitos do Aphrodite’s Child). O álbum, originalmente quádruplo, foi limado em muitas sessões, e saiu com formato duplo, tendo como destaque, “∞”, lançado pelo selo Vertigo, subsidiário da Mercury.
 
666 e o famoso selo hipnotizante da Vertigo
  Contando com a participação especial da atriz Irene Papas, “∞” é uma embriagante viajem com sessão de percussões feitas por Vangelis enquanto Irene apenas fala as frases “”I was, I am, I am to come“, uma inversão para “who was, is, is to come” contida na Revelação e atribuída a Deus, de forma aleatória. Ao ouvinte mais atento, fica fácil entender as frases “I was, I’m and I want your cum” enquanto Irene absurdamente entra em vários estágios de histeria, no embalo de um ritmo  sexual criado pelo viciante redemoinho de percussões de Vangelis.
 Capa alternativa de 666
 A ideia por trás da faixa é mostrar o ponto onde o demônio depara-se com a difícil situação de ser um anjo caído, e então descobrir que a única forma de conseguir sobreviver e ser forte é transando com ele  mesmo até atingir o orgasmo! A interpretação de Irene é fenomenal, e é impossível para aqueles que ouvem a faixa não acreditar que a mulher está realmente tendo um ato sexual durante a canção. Os gritos e sussurros da cantora arrepiam todo o corpo, e alguns mais exaltados chegam a ficar excitados com tamanha orgia lançada aos ouvidos.
 
A mulher responsável pela orgia de “∞”, Irene Papas
  Inicialmente, quem iria cantar essa canção era algum  inglês, pois Costas gostaria de ouvir a histeria do narrador através de  um sotaque britânico, mas quando Irene surgiu foi dada a ideia para ela,  que topou e fez todas as vozes de puro improviso, o que torna essa  faixa ainda mais atraente. Outro detalhe interessante é que na Espanha  essa faixa foi riscada no álbum quando do seu lançamento (algo como  feito com as canções da Blitz aqui no Brasil nos anos oitenta), e a  venda de 666 foi proibida por lá durante muitos anos somente por  causa de “∞”.
 
Aphrodite’s Child
  A audição de 666 e principalmente desta faixa é obrigatória  para todos aqueles que se dizem conhecedores de música, não por ela ser  uma canção excelente ou maravilhosa, mas sim pela genialidade e a  ousadia do grupo em gravar algo como isso. Os cortes da Mercury nos privaram de 35 minutos de pura orgia e experimentação, mas os cinco minutos lançados em 666 foram suficientes para fazer desta canção uma maravilha do mundo prog.
Quem daqui já ouviu essa faixa???
Eu. Ouvi o disco todo. É muito bom. E acho que você conheceu a banda através de um podcast da Collector´s, certo?
Isso mesmo cadão, quando tu colocou The Four Horsemen eu me abobei com a sonoridade do Aphrodite's Child e fui atrás. A importância dos podcasts para mim foi imensa, pois descobri várias bandas legais ali, como Rage, Aphrodite's Child, Wishbone Ash e Baby Huey!
VERGONHOSAMENTE (ênfase na caixa alta) eu nunca ouvi o Aphrodite's Child. Se Atomic Rooster, Camel e Van Der Graaf Generator já estavam na lista de bandas prog que preciso urgentemente começar a explorar, agora o AC passou à frente destes na fila…
Diogo, eu não te recomendo a explorar o Aphrodite's Child, até pq os dois primeiros discos da banda são muito diferentes do que fizeram depois, mas o 666 é obrigatório. Corre atrás e se quiseres posso te passar o link com o cd.
Valeu, Mairon! Já estou fazendo o download do disco… vou ouvir o "666", mas depois recoloco o Van Der Graaf Generator como primeiro da fila, heheheh…
Diogo
Não conhecer o VdGG é realmente uma VERGONHA (ênfase na caixa alta). Pára de ouvir a porcaria do Death…rs…e vai escutar Pawn Hearts…
O próximo que falar que o Death é uma porcaria prepare-se pra receber uma carta com antraz!!!!
Só idiotas trocam Van der Graaf Generator por Death. Fato.
Sai daí, seu habitante de 1967!!! Na tua época o Chuck Schuldiner nem era nascido!!!