Vamos Falar de EP’s?

Vamos Falar de EP’s?

Por Daniel Benedetti

Em um resumo grosseiro, um EP (extended play) é uma gravação musical que contém mais faixas que um single, mas menos que um álbum. Nos dias atuais, geralmente os EPs têm de 15 a 30 minutos, além de serem menos coesos que um disco.

Vasculhando minha coleção de CDs, em busca de algo para ouvir, acabei encontrando Mad Butcher, do grupo alemão Destruction. Depois de o ouvir, pensei que daria uma boa matéria para o site. Então, escolhi outros 3 EPs aleatórios apenas como sugestões para os leitores conhecerem. Não é uma lista de melhores e nem de piores, o único critério adotado foi mesmo tê-los em mídia física. E os EPs estão em ordem cronológica.


AC/DC – JAILBREAK ‘74 (1984)

Lançado em 1984, entre os álbuns Flick of the Switch (1983) e Fly on the Wall (1985), Jailbreak ‘74 traz faixas do início da carreira da banda australiana, antes disponíveis apenas em discos australianos do grupo. Este EP também trouxe o talento do saudoso vocalista Bon Scott à tona, morto 3 anos antes, para os fãs que conheceram o AC/DC já com Brian Johnson nos vocais. Além de Scott e dos irmãos Young, o grupo contava com Rob Bailey no baixo e Peter Clack na bateria, exceto em “Jailbreak”, na qual o baixista Mark Evans e o baterista Phil Rudd tocam. “Jailbreak”, a faixa-título, é uma das melhores músicas da carreira da banda, contando com um riff estupendo de Angus. “You Ain’t Got a Hold on Me” traz um refrão pegajoso – no bom sentido – em uma grande atuação de Bon Scott. As guitarras estão bastante afiadas, com solos inspirados, na ótima “Show Business”. “Soul Stripper” é daquelas músicas incríveis que ficam perdidas no catálogo de um grupo. O trabalho é fechado com uma versão arrepiante de “Baby, Please Don’t Go”, de Big Joe Williams. Jailbreak ‘74 é um EP que traz o AC/DC em seus primórdios, com faixas cativantes e é mais um registro do talento de Bon Scott, que morreu cedo demais e não deixou tantas obras.


DESTRUCTION – MAD BUTCHER (1987)

Mad Butcher é o segundo EP da banda alemã Destruction, lançado em março de 1987. É a primeira gravação de estúdio do Destruction com uma formação de quatro integrantes, em vez de um trio. O baterista Tommy Sandmann havia deixado o grupo e dois novos membros entraram para o conjunto: um novo baterista, Oliver Kaiser, e um novo guitarrista, Harry Wilkens. Completavam o Destruction o baixista e vocalista Marcel “Schmier” Schirmer e o guitarrista Mike Sifringer. A regravação de “Mad Butcher” (presente em Sentence of Death, o primeiro EP da banda) conta com uma produção bem melhor e é muito melhor tocada que a versão original, incluindo harmonias de guitarras – é um thrash metal de primeira linha. The Damned, um cover da banda Plasmatics, tem muito pouco de punk rock, com o conjunto a transformando em uma espécie de heavy/power metal mais tradicional. “Reject Emotions” é uma verdadeira porrada, contando com uma rifferama infernal e é a primeira música composta pelo grupo como um quarteto. O EP é encerrado com a instrumental “The Last Judgement”, uma peça de guitarra criada por Mike e Harry e que já apontava um novo direcionamento da banda. Fãs de thrash metal podem curtir este trabalho o qual serviu para apresentar a então nova formação do Destruction.


JEFF SCOTT SOTO – BELIEVE IN ME (2004)

Believe in Me é um EP lançado em 2004 pelo cantor e compositor norte-americano Jeff Scott Soto. Este EP saiu pouco tempo antes do álbum solo de Jeff, Lost in the Translation (2005), e continha o single principal do disco. O EP é aberto com “Believe in Me”, composta por Jeff em parceria com o guitarrista Neal Schon, do Journey, em uma formação que tinha Glen Sobel na bateria e o próprio Jeff no baixo. É um hard/AOR agitado, na linha do próprio Journey, sendo uma canção contagiante. A próxima faixa é uma das duas demos de um projeto, que nunca decolou, chamado Three Kings. Assim, a formação tinha, além de Jeff, Goran Elmquist e Jamie Borger (do Talisman). “As I Do 2 U” é uma balada suave, mas não muito inspirada, sendo a canção mais pálida do trabalho. A terceira música é “This Ain’t the Love”, a outra demo do Three Kings. Trata-se de outra balada, mas com um tom mais sério, sendo melhor que a anterior. Seguindo, temos outro projeto no qual Jeff trabalhou por anos, chamado Slam, com uma demo desse grupo chamada “Lonely Shade of Blue”. E sim, é outra balada, mas esta é muito boa, contando com uma pegada bluesy, com um saxofone maroto e com excelentes vocais do Jeff – além de ser melhor produzida. A última música é uma demo composta com Ricky Phillips (Bad English). A canção seria uma demo do projeto de Jeff com Ricky, chamado Ku De Ta, e a faixa foi batizada de “Still Be Loving You”. Verdade, caro leitor, é uma outra balada, desta feita com um toque flamenco e a voz de Jeff está se casando perfeitamente com a proposta. Aos meus ouvidos, tantas baladas juntas tornou a audição cansativa, mesmo sendo uma obra curtinha. Indico somente para quem goste – e muito – de baladas.


EDGUY – SUPERHEROES (2005)

Superheroes é um EP da banda alemã Edguy, lançado em 2005. O Edguy tinha a seguinte formação: Tobias Sammet, líder do grupo, nos vocais, Jens Ludwig e Dirk Sauer nas guitarras, Tobias Exxel no baixo e Felix Bohnke na bateria. Neste EP, a banda se distancia do som desenvolvido em seu trabalho anterior, Hellfire Club, pois as músicas de Superheroes são bem menos próximas do estilo característico da banda, o power metal, e tendem muito para o hard rock. Além da faixa-título, que também aparece no álbum Rocket Ride, de 2006, o EP inclui outras cinco faixas. “Superheroes” é um hard rock repleto de teclados, com o vocalista Tobias Sammet dando um show. “Spooks in The Attic” traz um pouco mais do sentido de urgência do power metal, contando com uma seção rítmica acelerada. “Blessing in Disguise” é uma boa balada cujo destaque se apresenta na forma sentimental com que Sammet a canta. “Judas at the Opera” é a faixa mais power metal do disco, sendo também uma reminiscência do projeto Avantasia, também liderado por Sammet. A música possui participação especial de Michael Kiske, do Helloween. Na sequência, “The Spirit” é uma boa versão para a faixa lançada originalmente pela banda inglesa Magnum. O trabalho é fechado com uma outra versão de “Superheroes”, com Sammet cantando, acompanhado pelo piano e por muitas orquestrações. Há uma versão deste EP que vinha com um DVD, o qual apresentava algumas músicas ao vivo, gravadas no Brasil. Enfim, é um trabalho que mostra o Edguy com uma faceta ainda mais criativa.

Agora é com vocês! Nos comentários, citem seus EPs favoritos!

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