Blind Guardian – Imaginations from the Other Side [1995]
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Por Daniel Benedetti
Imaginations from the Other Side é o quinto álbum de estúdios da banda alemã Blind Guardian, lançado oficialmente em abril de 1995, através dos selos Virgin e Century Media. Somewhere Far Beyond, o quarto álbum de estúdio da banda, foi lançado em 1992 e produzido por Kalle Trapp. O álbum viu a banda desenvolvendo seu próprio som original, sem deixar de empregar a maioria de suas técnicas de speed/power metal. Em paralelo, a arte da capa e as duas “The Bard’s Song” deram à banda o apelido de “Os Bardos”. O uso do apelido também se estendeu aos fãs do grupo, sendo o extinto fã-clube nomeado Círculo dos Bardos, e Hansi Kürsch, baixista e vocalista do Blind Guardian, frequentemente chamando os fãs de “Bardos”.

O álbum foi aclamado pelos fãs de power metal em toda a Europa, e especialmente no Japão, permitindo-lhes fazer uma turnê pela primeira vez fora da Alemanha. A turnê pelo Extremo Oriente levou ao lançamento do primeiro álbum ao vivo da banda, Tokyo Tales. Desta forma, tendo obtido muito sucesso com seus lançamentos recentes, Somewhere Far Beyond e Tokyo Tales, a banda estava otimista ao começar a compor um novo álbum. Logo notaram a lentidão do processo em comparação com as sessões de composição anteriores, pois, para essas novas músicas, as escolhas pessoais foram elevadas às partes que deveriam ser incluídas, e as ideias que não eram satisfatórias foram descartadas.

No entanto, após as duas primeiras músicas, “Imaginations from the Other Side” e “The Script for my Requiem”, serem gravadas em demo, os integrantes da banda ficaram satisfeitos com sua qualidade excepcional, e assim que as duas músicas seguintes, “I’m Alive” e “A Past and Future Secret”, foram compostas e adicionadas à fita demo, eles estavam confiantes com o novo material. Como já estavam insatisfeitos com a produção de seus dois últimos lançamentos, os citados Somewhere Far Beyond e Tokyo Tales (ambos produzidos por Kalle Trapp), Kürsch e o guitarrista Andre Olbrich logo começaram a procurar um novo produtor enquanto viajavam pela Europa.
Em sua primeira parada, na Dinamarca, eles conheceram o produtor Flemming Rasmussen, que já havia trabalhado com as bandas Rainbow, Pretty Maids e Metallica (uma influência predominante no estilo da banda). Depois de visitar outros estúdios ao longo do verão, até mesmo aqueles onde álbuns dos Beatles e dos Rolling Stones foram gravados, os dois sentiram que Rasmussen, que havia ficado visivelmente impressionado com a fita demo, era a escolha óbvia. Apesar do produtor exigir mais da banda do que estavam acostumados com Trapp (especificamente na guitarra base e nas performances vocais), havia uma química notável entre Rasmussen e o Blind Guardian. O guitarrista base, Marcus Siepen, refletiria que ele “os levou a um nível completamente diferente, em todos os aspectos“.

Seguindo os passos dos discos anteriores da banda, o Imaginations … continuou a se distanciar das tendências puramente speed metal. Além de riffs de guitarra rápidos, vocais (distorcidos e agudos) e a bateria extrema (características do speed metal), surgiram progressões de acordes cativantes e vocais limpos – componentes que lembram a música folk europeia clássica. Duas faixas, “A Past and Future Secret” e “Mordred’s Song”, poderiam até ser consideradas baladas.
Além de Kürsch e Olbrich (que levam todos os créditos de composição), completavam o gurpo, Marcus Siepen na guitarra rítmica e Thomen Stauch na bateria. Também participaram das gravações: Mathias Wiesner (Efeitos), Jacob Moth (Violão em “A Past and Future Secret”) e Billy King, “Hacky” Hackmann, Rolf Köhler, Piet Sielck, Ronnie Atkins – todos nos Backing Vocals.

“Imaginations from the Other Side” abre o disco com muita categoria, um Power Metal com influências de Thrash Metal. “I’m Alive” traz peso e forte influência do Metallica (antigo), com a faixa oscilando entre passagens intensas e outras mais amenas. Uma linda balada, a qual possui influências folk, “A Past and Future Secret” traz a voz de Kürsch em sua grande versatilidade. Com vários momentos que remetem a um Heavy Metal mais clássico, “The Script for My Requiem” é das melhores canções do trabalho. “Mordred’s Song” segue na pegada do disco, com seu Power Metal muito intenso e vocais incríveis de Kürsch. A influência Thrash fica mais evidente na ótima “Born in a Mourning Hall”.

“Bright Eyes” traz mais momentos cadenciados e bons solos de Olbrich e, de acordo com uma entrevista com Hansi, é a sua própria história, ao contrário de muitas outras canções da banda que são baseadas em obras populares de fantasia. Um Power Metal bem pesado está presente em “Another Holy War”, com vocais bem agressivos de Kürsch. “And the Story Ends” encerra o trabalho com categoria e as guitarras bem afiadas.
Imaginations from the Other Side traz a banda em seu melhor momento, quando seu estilo único estava se consolidando: um Power Metal repleto de nuances épicas e neoclássicas, e com forte influência do Thrash Metal – particularmente do Metallica. Desta forma, o Power Metal do Blind Guardian quando é pesado, é realmente muito intenso: riffs poderosos, seção rítmica pulsante e vocais rasgados de Hansi Kürsch. Tudo isto leva a sonoridade do conjunto a um patamar diferenciado dentro do estilo. Porém, simultaneamente, há muito espaço para melodias belíssimas por todo o álbum, que podem ser condensadas na belíssima “A Past and Future Secret”, na qual todo o poder da voz de Kürsch é sentido. Aliás, Kürsch, o grande destaque do álbum, utiliza bem mais vocais limpos neste disco, assim como o uso de corais nos refrões passa a ser bem mais frequente – características que se tornariam marcas registradas da banda.

Embora não tenha repercutido nas paradas de Estados Unido e de Reino Unido, Imaginations from the Other Side fez barulho. Conquistou o 11º, o 13º e o 33º lugares nas paradas de Japão, de Alemanha e de Suíça, respectivamente. Em 2005, Imaginations from the Other Side foi classificado 373º lugar em um livro da revista Rock Hard, Os 500 Maiores Álbuns de Rock & Metal de Todos os Tempos. A Loudwire nomeou o álbum em segundo lugar em sua lista “Top 25 Álbuns de Power Metal de Todos os Tempos” e a Metal Hammer o classificou em terceiro em uma lista semelhante.
Em 1996, aproveitando o sucesso, o grupo lançou a coletânea The Forgotten Tales, um álbum que apresentou uma mistura de covers e novas versões para material original lançado anteriormente. Um novo álbum de inéditas sairia em 1998, com o clássico Nightfall in Middle-Earth.

Faixas:
 1. Imaginations from the Other Side – 7:19
 2. I’m Alive – 5:31
 3. A Past and Future Secret – 3:48
 4. The Script for My Requiem – 6:09
 5. Mordred’s Song – 5:29
 6. Born in a Mourning Hall – 5:14
 7. Bright Eyes – 5:16
 8. Another Holy War – 4:32
 9. And the Story Ends – 6:00


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