Beto Vázquez Infinity – Darkmind [2008]

Beto Vázquez Infinity – Darkmind [2008]

Por André Kaminski

Beto Vázquez é um baixista argentino bem relacionado. Com uma discografia solo de 7 trabalhos, neles contendo diversos convidados de bandas famosas, Beto Vázquez conseguiu algo que muitos almejam mas poucos chegam lá: sobreviver de seus trabalhos solo no meio do metal sem sequer ter feito parte de alguma banda famosa anteriormente.

Beto Vázquez tocava baixo em uma banda de thrash metal argentina chamada Nepal, que lançou três discos em espanhol sem muito sucesso, exceto um bom reconhecimento em sua terra natal. A banda acabou em 2001, mas retornou em 2023, com Beto Vázquez inclusive na formação.

Sem banda, o baixista queria uma nova direção musical e gostava do recente sucesso que o power metal estava passando pelos anos 90 e início dos anos 2000. Não sei como conseguiu os contatos e gravadora para acreditar nas suas composições, mas a NEMS foi lá e lançou seu primeiro disco auto-intiulado Beto Vázquez Infinity [2001]. Depois de sair da NEMS (de Marcelo Cabuli, marido da vocalista finlandesa Tarja Turunen, ex-Nightwish) por esta ter engavetado um disco praticamente inteiro, Beto fundou a própria gravadora e tem lançado seus discos por ela desde então. O baixista compõe as músicas e convida vocalistas e instrumentistas de diferentes bandas, tanto da Argentina quanto da Europa, para gravarem suas partes.

Darkmind é o terceiro trabalho dele e meu favorito de sua carreira. Temos um symphonic power metal mais comedido, porém bastante melodioso. Uma caracteristica interessante é essa mistura de bateria com bumbos duplos mas solos de guitarra, teclado e até de baixo mais melodiosos e sem muitas notas.

Começando com a pesadamente sinfônica (mas feita toda no teclado) “From Your Heart”, Beto dá a tônica do que virá pelo disco: muito teclado, linhas vocais femininas e masculinas, solos de guitarra, bateria que varia entre o muito veloz e a calmaria melódica e aquelas letras de teor épico fantasioso de costume.

“Kingdom of Liberty” confirma o que escrevi acima. Música bem power metal para amantes de Helloween, Stratovarius e bandas europeias em si. “Magical Moments of Time” faz aquela linha midtempo mais focado nas linhas vocais de Jesica Lehto, sueca com uma voz que lembra as passagens limpas de Simone Simmons do Epica.

Uma música que me chamou bastante atenção é a sétima “Sleeping in the Shadows” com participação da sumida Sandra Schleret (saudades, desde que o Elis acabou em 2011, ela sumiu do mundo da música) e um saxofone bastante presente solando durante a música inteira.

Mais uma que gostei muito é “Memories of Reinglow” com a argentina Ivana Anie Lara. Ela canta em um vocal lírico bastante agradável, em uma canção que começa vagarosa e depois passa a ser mais um épico sinfônico.

Beto Vázquez conseguiu montar uma banda para o seu Infinity estável desde 2017 com outros músicos argentinos. Antes ele possuía outros integrantes, mas que permaneciam pouco tempo. Tristemente ele não consegue sair muito da Argentina, mas eles se tornaram a principal banda de abertura para as grandes europeias que vem tocar em Buenos Aires, recentemente abrindo para o Sonata Arctica e ano passado para o Epica. Infelizmente Beto não está muito bem de saúde e recentemente teve que operar um rim e está em recuperação, atrsando a produção de seu novo álbum que era para sair este ano, mas creio que só virá em 2026. Que se recupere bem e volte a lançar seus ótimos discos de metal sinfônico do qual sou apreciador.

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