Skid Row – Subhuman Race [1995]

Skid Row – Subhuman Race [1995]

Por Daniel Benedetti

Subhuman Race é o terceiro álbum de estúdios da banda norte-americana Skid Row, lançado em maio de 1995, através do selo Atlantic. Slave to the Grind, segundo disco do Skid Row, foi lançado em junho de 1991 e estreou em primeiro lugar na Billboard 200, alcançando o status de platina-dupla (2 milhões de cópias vendidas) sem nenhum single de sucesso nas rádios.

Após o fim da turnê Slave to the Grind (em fevereiro de 1993, na Austrália) na qual a banda novamente abriu para o Guns N’ Roses, o Skid Row entrou em um hiato prolongado por recomendação de seu empresário Doc McGhee em uma espécie de “esperar o movimento grunge desaparecer”. Em 1994, a banda retornou ao estúdio com o produtor Bob Rock para gravar seu terceiro álbum Subhuman Race. Lançado durante o declínio do hard rock e do heavy metal, Subhuman Race marcou uma mudança significativa no som da banda, com Bob Rock substituindo Michael Wagener como seu produtor, e assemelhando-se a uma mistura de heavy metal com influências de grunge, alternativo, punk rock, thrash metal e groove metal. Também foi considerado um álbum mais sombrio que trabalhos anteriores.

Sebastian Bach, Rachel Bolan, Rob Affuso, Dave “Snake” Sabo e Scotti Hill. Skid Row em 1995
Single de “My Enemy”

A banda era formada por Sebastian Bach nos vocais, Scotti Hill e Dave ‘Snake’ Sabo nas guitarras, Rachel Bolan no baixo e Rob Affuso na bateria. Este é o último álbum do Skid Row com o vocalista Sebastian Bach e o baterista Rob Affuso, e o último a ser lançado pela Atlantic. Com vocais mais agressivos de Bach e um peso maior que o habitual no Skid Row, “My Enemy” começa bem o álbum.

“Firesign” é mais cadenciada, entretanto, não abre mão do peso. Pode parecer exagero, mas em “Bonehead”, o Skid Row flerta até com o Thrash Metal. “Beat Yourself Blind” traz uma sonoridade pesada, bem dos anos 1990s. “Eileen” lembra mais a musicalidade original do grupo. “Remains to Be Seen” é uma música com a cara dos anos 1990, com peso e agressividade. A faixa-título é bem pesada e com forte
influência do metal noventista.

Encarte do CD
Single japonês de “Into Another”

“Frozen” segue a mesma pegada, uma faixa intensa e com boas doses de peso. “Into Another” é mais suave, uma balada agradável, mas nada memorável. “Face Against My Face” tem mais cara de Rock alternativo, sendo bem mediana. “Medicine Jar” segue a sonoridade majoritária do disco, com bastante peso. “Breakin’ Down” é uma canção que também flerta com o alternativo, sendo bonita. “Iron Will” é uma faixa intensa que encerra o disco.

Subhuman Race marca um ponto de viragem na carreira do Skid Row e do seu então vocalista, Sebastian Bach. Ao abraçar diferentes sonoridades, a banda experimenta bastante ao longo das 13 faixas. Ela deixa de lado o Hard/Glam, e explora especialmente o Heavy Metal e o Rock alternativo. Isto origina faixas incríveis como “Bonehead” e “My Enemy”, e até “Brekin’ Down”, também muito boa. Outras como “Face Against My Face”, são esquecíveis, mas o resultado final acaba sendo positivo.

O EP Subhuman Beings On Tour

Subhuman Race ficou com a 8ª colocação na principal parada britânica enquanto atingiu a 35ª posição da sua correspondente norte-americana. Para promover o Subhuman Race, o Skid Row apoiou o Van Halen (em sua turnê Balance) na América do Norte. Após o álbum e a turnê, o grupo lançou um EP ao vivo (inclusive aqui no Brasil) intitulado Subhuman Beings on Tour, com performances ao vivo da turnê. A banda praticamente não tocou nenhuma música de Subhuman Race desde a turnê do álbum em 1995-1996, embora Bach as tenha tocado ocasionalmente em suas turnês solo, incluindo “Beat Yourself Blind”, “Frozen” e os singles “My Enemy”, “Into Another” e “Breakin’ Down”. “Beat Yourself Blind” foi a única música deste álbum a ser tocada ao vivo desde a saída de Bach, até ZP Theart tocar “Medicine Jar” em 2018, enquanto “Remains to Be Seen” nunca foi tocada ao vivo.

Encarte do EP Subhuman Beings on Tour
Single de “Breaking Down”

Como o álbum estreou na 35ª posição na Billboard 200, e nela permanecendo por nove semanas, isto representou uma queda significativa em relação à estreia no 1º lugar de Slave to the Grind. Em julho de 1999, Subhuman Race havia vendido 165 mil cópias, ficando significativamente atrás de seus trabalhos anteriores. Subhuman Race recebeu críticas mistas a positivas dos jornalistas musicais. Nesse ponto, a banda passou a se apresentar em locais menores e seus vídeos raramente eram exibidos na MTV, em parte por causa do aumento da popularidade do grunge e do subsequente declínio do estilo de heavy metal dos anos 1980.

Eventualmente, Sebastian Bach foi demitido da banda no final de 1996, após uma discussão com Rachel Bolan, que recusou uma vaga de abertura na turnê de reunião do Kiss, embora Bach já a tivesse garantido. Os outros membros da banda disseram a Bach que o Skid Row era grande demais para ser uma banda de abertura e que eles não fariam o show. Bach então deixou uma mensagem na secretária eletrônica de Snake dizendo-lhes que a banda nunca seria grande demais para abrir para o Kiss, junto a uma série de insultos; isso resultou em Snake dizendo a Bach que ele nunca mais trabalharia com ele. Portanto, o Skid Row nunca mais teve a importância a qual possuía na virada dos anos 80 para os 90, e Sebastian Bach se lançou em uma carreira solo bem voltada para o metal.

Contra-capa do vinil

Faixas
1. My Enemy (Hill/Affuso/Bolan) – 3:38
2. Firesign (Bach/Hill/Bolan/Sabo) – 4:54
3. Bonehead (Bolan/Sabo) – 2:16
4. Beat Yourself Blind (Bach/Hill/Bolan/Sabo) – 5:02
5. Eileen (Bach/Affuso/Bolan/Sabo) – 5:36
6. Remains to be Seen (Hill/Bolan/Sabo) – 3:34
7. Subhuman Race (Hill/Bolan/Sabo) – 2:40
8. Frozen (Bolan/Sabo) – 4:43
9. Into Another (Bolan/Sabo) – 4:02
10. Face Against My Soul (Bach/Affuso/Bolan/Sabo) – 4:20
11. Medicine Jar (Hill/Bolan/Sabo) – 3:36
12. Breakin’ Down (Sabo) – 4:30
13. Iron Will (Hill/Affuso/Bolan/Sabo) – 7:43

2 comentários sobre “Skid Row – Subhuman Race [1995]

  1. Lembro bem quando saiu esse disco em uma entrevista o Sebastian dizendo que Bob Rock o fez cantar diversas músicas pós correr em volta da sala do estúdio. O produtor achava que ficaria mais fiel quando as músicas fossem apresentadas ao vivo. Eu não sei vcs, mas eu concordo com o Sebastian Bach. Abrir para o Kiss, ainda mais naquela turnê não era demérito algum.

    1. Sim, eu também concordo com o Bach. Era uma turnê histórica e o Kiss dispensa comentários.
      Valeu por incrementar o post com a história dos vocais, eu desconhecia.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.