Judas Priest – Invincible Shield [2024]

Judas Priest – Invincible Shield [2024]

Por Marcello Zapelini

Mal tinha me recuperado das primeiras audições do disco do Bruce, e veio este; lançado em 6 de março, Invincible Shield é o 19º disco de inéditas do Judas Priest, sucedendo Firepower, lançado em 2018 (nem pense em comparar a produtividade com o Saxon, por exemplo). A formação é aquela que estreou em álbum em 2014 (em Redeemer of Souls), composta por Rob Halford, Glenn Tipton e Richie Faulkner, Ian Hill e Scott Travis, com produção de Andy Sneap, que tem substituído o doente Tipton nos shows (o veterano Tom Allon produziu duas músicas).

Ian Hill, Scott Travis, Rob Halford, Richie Faulkner e Glenn Tipton

Os acordes iniciais de “Panic Attack” me lembraram um pouco a introdução de “Turbo” (nada contra, aliás), e levam a um hard rock forte, com refrão simples e perfeito para ser berrado pelo público nos shows, e com Halford confirmando que a idade parece não afetar suas cordas vocais. “The Serpent and the King” é mais acelerada e, na minha opinião, teria dado uma abertura melhor, mas acho que “Panic Attack”, apesar de um pouco inferior, é mais grudenta no ouvido. O clima e o peso se repetem na faixa-título, com guitarras empolgantes e um belo desempenho de bateria de Scott Travis. “Devil in Disguise” e “Gates of Hell” diminuem um pouco o ritmo, e me lembram um pouco do Priest nos anos 80 (minha fase favorita da banda – o quinteto que vai de British Steel a Turbo é, na minha opinião, a melhor coisa que a banda fez, e olha que do segundo ao quinto álbuns o Priest lançou coisas fantásticas).

“Crown of Horns” é no momento a minha favorita do álbum, mantendo o ritmo menos acelerado das duas anteriores, mas com vocais dobrados e riffs mais elaborados, foi a que saltou aos olhos (ouvidos?) desde a primeira audição. “As God is my Witness” traz o peso e a velocidade de volta, e é outra música que empolga o ouvinte – espero que faça parte das setlists futuras. Em “Trial by Fire”, as guitarras que se entrelaçam desde a introdução são muito boas e demonstram que a dupla Tipton-Faulkner se entrosa muito bem! “Escape from Reality” coloca os vocais novamente em destaque, mas a música em si não chega a chamar muito a atenção, sendo possivelmente a que menos gostei. “Sons of Thunder” recoloca o disco nos eixos em mais uma composição pesada na dose certa, com bons riffs de guitarra rítmica no fundo. Devo destacar a homenagem aos deuses do metal em “Giants in the Sky”, um momento verdadeiramente emocionante do álbum, que faz o ouvinte pensar em como tem sorte de Halford não ter se juntado a eles.

Versão DELUXE

Três bônus são acrescentados à versão Deluxe do álbum, “Fight of Your Life”, a curtinha “Vicious Circle” (ela termina tão abruptamente que na primeira vez que ouvi pensei que tinha sido cortada) e “The Lodger”, a última assinada por Bob Halligan Jr., que teve músicas gravadas pela banda (e pelo Blue Öyster Cult) nos anos 80, e consideravelmente mais pop do que as anteriores. Ainda que essas músicas não sejam tão boas quanto as melhores do álbum regular, não comprometem e deixam o ouvinte satisfeito.

Invincible Shield é mais um bom álbum do Judas Priest, que mostra que a banda conseguiu superar a perda de K. K. Downing. A banda, com o fiel escudeiro Andy Sneap no lugar de Tipton, começou sua turnê em Glasgow, abrindo seu show justamente com “Panic Attack”, incluindo ainda “Invincible Shield” e “Trial by Fire” num setlist recheado de clássicos. Este tem mais cara de pintar na minha lista dos melhores de 2024. Só o tempo dirá!!

Contra-capa de Invincible Shield

Track list

  1. Panic Attack
  2. The Serpent and The King
  3. Invincible Shield
  4. Devil In Disguise
  5. Gates of Hell
  6. Crown of Horns
  7. As God is My Witness
  8. Trial By Fire
  9. Escape From Reality
  10. Sons of Thunder
  11. Giants in the Sky

11 comentários sobre “Judas Priest – Invincible Shield [2024]

  1. Em Panic Attack temos a referência clara de Tom Sawyer e em Escape From Reallity eu fiquei procurando no encarte pelos crédito ao Ozzy Osbourne, incrível como a voz ficou igual.

    1. Não tinha me dado conta dessa semelhança de “Panic Attack”! Toda vez que ouvia a música ela me soava conhecida, só não sabia qual era a que ela me trazia à cabeça… Valeu pelo toque, Fernando!

      1. Sebe quem usou uma ideia semelhante em seu último disco? O Metallica….
        Tem uma música, Screaming Suicide, em que eles repetem o solo de Speed King do Deep Purple

  2. Poxa vida, custava terem usado a contracapa como capa? O tal escudo parece coisa da Marvel atual, o que não é elogio.

    Surpreende que eles sigam lançando discos de uma hora ou mais, dado que dificilmente tocaram mais de 5 canções dessas ao vivo. Mas é bom ver os bons velhinhos em forma

    1. Concordo, é legal demais ver que eles estão lançando coisa boa depois de cinquenta anos de carreira. Sobre tocarem as músicas nos shows, isso é algo que também me deixa um pouco aborrecido; a maior parte das músicas aparece apenas na turnê de lançamento do disco e depois desaparece das setlists. Quem mora no eixo EUA-Europa-Japão e tem a oportunidade de assistir bandas como o Judas Priest todas as vezes em que saem em turnê provavelmente acaba ficando de saco cheio de assistir um show com as músicas que já ouviu diversas vezes antes…

      1. Essa é uma ideia interessante do Iron Maiden desses últimos 10-12 anos. Tem as turnês temáticas, focadas em épocas do passado e tem as turnê focadas nos álbuns recém lançados. Desde BRave New World o Iron fez turnês que tocaram cerca de 5 músicas do então novo disco e no meio disso tiveram as tunês de clássicos.

        1. Sim, é uma forma de agradar quem quer ouvir os velhos cavalos de batalha e quem quer coisa diferente. Acho uma pena que o único álbum recente que foi tocado ao vivo na íntegra, “A Matter of Life and Death”, não tenha tido nenhum registro oficial da turnê lançado.

  3. Mais um excelente disco do Judas Priest saindo do forno… Bem, não é segredo pra ninguém o quanto que eu gosto dessa banda que coloco em um patamar acima de todas as bandas de heavy metal. A princípio, eu não estava interessado no Invincible Shield depois que foi anunciado no ano passado, e os três singles lançados anteriormente “Panic Attack”, “Trial by Fire” e “Crown of Horns” foram OK, mas foi o quarto single “The Serpent and the King” (musicassa demais, com Halford cantando agudamente aos inacreditáveis 72 anos) que renovou minha esperança em definitivo para o lançamento do novo álbum. Quando saiu o disco completo no mês passado, escutei-o inteiro e cheguei a conclusão de que as faixas mais dispensáveis do conteúdo geral são as bônus “Fight of Your Life” e “The Lodger”, sendo que dessas três sobras, a “Vicious Circle” é a única que, por mim, estaria no tracklist original sem nenhum problema (passando de 11 para 12 faixas). Só achei a faixa-título um pouco longa, mas seria bom se fosse lançada como single em versão editada e mais curta, com dois minutos a menos. Enfim, se Invincible Shield for mesmo a despedida definitiva do JP, será em grande estilo e em altíssimo nível. Longa vida ao Priest!

    1. Valeu pelo comentário, Igor! Eu não vi tanto problema assim em “Invincible Shield”, a música, mas as bônus também não chamaram tanto a atenção. Espero que o Judas ainda lance mais coisa, o disco ficou muito bom, e pelo visto a banda ainda tem lenha para queimar – mas é aquele negócio, os caras já estão nos setenta, exceto Faulkner e Travis, então qualquer disco pode ser o último…

      1. Boa, Marcelão! Só que tem uma coisa: vamos esperar que o Tipton ainda se recupere por completo do Parkinson e que a banda não demore muito a lançar mais um disco novo (isto é, caso agora eles decidam realmente a isso), mas por enquanto a minha perspectiva é de que Invincible Shield será mesmo o último disco do JP, que fechará a sua discografia muito bem!

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