A História dos Box Sets: Da Compilação à Celebração

A História dos Box Sets: Da Compilação à Celebração

Por Marcello Zapelini

A popularização do CD nos anos 80 trouxe grandes mudanças para a indústria musical. O disquinho, para começar, tinha mais espaço para as gravações: enquanto um LP de 12 polegadas comportava aproximadamente 20 minutos de cada lado sem perda sonora, um CD originalmente permitia até 74 minutos de música sem alterações significativas. Em segundo lugar, à medida que o CD se popularizava, seus preços baixavam fortemente, tornando-o mais acessível à população em geral. Por fim, diferentemente do disco de vinil, o CD era portátil – podia ser reproduzido no carro e levado consigo (o Discman da Sony me veio à cabeça!), coisa que só se podia fazer com fita cassete anteriormente.

Nos primórdios do disco digital, os lançamentos dos artistas eram disponibilizados nas três mídias (LP, cassete e CD), e as gravadoras rapidamente perceberam que relançar os discos antigos de seus contratados em CD abria um novo filão para o comércio da música. No entanto, nessa época, era comum cortar músicas de álbuns duplos em vinil para caber num só disco, por questões de custo. Na segunda metade dos anos 80, entretanto, os principais músicos tinham seus catálogos completos – ou quase – relançados em CD. Logo os executivos das gravadoras e os próprios artistas perceberam que podiam explorar esse filão com lançamentos que explorassem as possibilidades dessa mídia, aproveitando o formato mais cômodo e a maior disponibilidade de tempo nos discos. A box set, embora tenha surgido na primeira era dos LPs, tornou-se uma forma de lançamento bastante comum a partir dos anos 80. A ideia é, neste texto, passar uma visão pessoal de quem acompanhou boa parte dessa história – e se tornou um aficionado desse formato.

Para começar, propõe-se uma tipologia das box sets:

  1. As compilações, antologias ou coletâneas, contendo na maioria das vezes material inédito ou raro;
  2. As celebrações de um ou mais discos importantes, em alguns casos incluindo todas as sessões de estúdio para um ou mais álbuns originais;
  3. As boxes mistas com áudio e vídeo;
  4. As compilações de shows ou turnês, incluindo os lançamentos oficiais de bootlegs;
  5. As boxes discográficas que trazem toda a produção de um músico ou banda, ou pelo menos de um período.

Esta é uma visão pessoal dessa história – não consegui encontrar nada semelhante que pudesse me guiar, e é impossível fazer um estudo cronológico. Quem a ler certamente vai apontar várias coisas que eu não conhecia; aguardo por correções e informações nos comentários! Primeiro será feito um breve esboço histórico, depois se explora a tipologia.

O começo de tudo

Desde os anos 50, quando o LP de 12” se tornou padrão na indústria, havia mercado para coleções de discos, especialmente no campo da música erudita. Coleções com múltiplos LPs, belamente acondicionadas em caixas, tornaram-se relativamente comuns, ao menos nos países desenvolvidos, para satisfazer a demanda dos consumidores mais exigentes. No campo da música popular, os singles de 7 polegadas imperaram até boa parte dos anos 60, mas o LP paulatinamente tomou seu lugar.

No caso específico do rock, álbuns duplos (com Freak Out do Frank Zappa e Blonde on Blonde de Bob Dylan sendo pioneiros) e triplos (como Woodstock, All Things Must Pass e The Concert for Bangladesh de George Harrison) começaram a despontar nos anos 60 e 70. Com At Carnegie Hall, o Chicago rompia uma barreira, lançando uma box com 4 LPs ao vivo que, ainda por cima, vendeu muito bem. Estes álbuns eram lançamentos originais e inéditos, cujo grande mérito foi apontar um caminho: era possível vender discos de rock em embalagens múltiplas (vá lá, o do Zappa não vendeu…).

E o caminho foi seguido. Boxed, de Mike Oldfield, seria lançado no final de 1976, contendo os três primeiros discos remixados, mais um quarto LP intitulado Collaborations, com várias músicas que apenas os fãs mais apaixonados do multi-instrumentista possuíam; como bônus, um livreto de fotos de Oldfield. No mesmo ano, The Originals, do Kiss, trazia os três primeiros discos dos mascarados numa box, sem nenhum material adicional, mas trazendo um livreto, um adesivo e um conjunto de cartões da banda. Ideia semelhante foi seguida em “Archives”, do Rush, contendo os três primeiros LPs da banda em lançamento de 1978 – mas sem os extras do Kiss, tornando a caixa absolutamente dispensável a não ser para quem queira ter absolutamente TUDO que uma banda lançou. The Beatles são um caso à parte: The Beatles Collection foi lançada em duas versões, a primeira em 1978, trazendo os LPs britânicos (mais a coletânea Rarities) que curiosamente não incluiu Magical Mystery Tour e a segunda em 1982, sem Rarities, mas com todos os LPs originais numa edição limitada até hoje muito elogiada pela altíssima qualidade sonora.

Por outro lado, coletâneas que “passavam a limpo” a história de uma banda ou músico não superavam dois discos. Isso mudou no final dos anos 70, que viram o lançamento de duas coletâneas, cada uma com três LPs, que não apenas ofereciam uma visão de conjunto sobre a obra de um artista, como ainda ofereciam material inédito: Triple Echo, do Soft Machine, e Decade, de Neil Young, ambas lançadas em 1977, podem ser vistas como precursoras das box sets de rock. Ambas ofereciam uma visão panorâmica da carreira do artista, bem como material inédito e/ou raro, fotografias e informações sobre as músicas em capas, livretos e/ou encartes. No entanto, esses são lançamentos isolados, e não formaram uma tendência na sua época.

Anos 80 e 90: Surge a box set como a conhecemos!

1985 é comumente citado como o ano de lançamento da primeira box set “moderna” de rock; Biograph, de Bob Dylan, trazia 5 LPs ou 3 CDs em uma caixa com as dimensões de um disco de vinil – as primeiras boxes seguiam esse formato – bem como um excelente livreto contendo fichas técnicas, fotos inéditas e comentários do próprio Bob Dylan sobre as músicas, além de 18 músicas inéditas ou raras (de um total de 53). O padrão original das box sets encontrava nesse lançamento a sua materialização: CDs em jewel cases individuais acondicionados em uma box com as dimensões de um LP e um livreto com textos e fotos.

Logo em seguida, teve-se um fenômeno de popularidade: Live 1975-85 de Bruce Springsteen seria o primeiro álbum ao vivo do cantor e, ao mesmo tempo, uma compilação de músicas de diferentes shows em 5 LPs ou 3 CDs, vendendo mais de 3 milhões de cópias e literalmente engarrafando o mercado. Mas o formato realmente se tornou conhecido em 1988, quando Eric Clapton lançou Crossroads, praticamente definindo o padrão de 4 CDs (ou 6 LPs) para as primeiras boxes.

Crossroads foi um sucesso de público e de crítica, contendo material de todas as bandas pelas quais Eric Clapton tinha passado, bem como de sua carreira solo; além disso, trazia diversas raridades e inéditas, algumas das quais indisponíveis em qualquer outro lançamento do guitarrista. A caixa vendeu mais de 4 milhões de cópias, bem como recebeu dois prêmios Grammy. No ano seguinte, Dreams, da Allman Brothers Band, seguiu o mesmo caminho – inclusive impulsionando uma turnê da banda, a primeira desde o início dos anos 80. Formato similar foi seguido por Led Zeppelin, Yes, e muitas outras bandas

No mesmo ano de 1988, 20 Years of Jethro Tull, com material predominantemente inédito ou raro em 5 LPs/3 CDs, apresentou um caminho que seria posteriormente trilhado por Bob Dylan em The Bootleg Series 1961-1991 vols. 1 – 3: material predominantemente inédito. Provou-se que havia um mercado para compilações das músicas que tinham sido deixadas de lado pelos músicos por quaisquer razões. Nesse momento da nossa história, as box sets tinham se tornado não somente coletâneas altamente caprichadas, mas também um meio para que músicas previamente gravadas e longamente engavetadas se tornassem disponíveis para os fãs.

No caso da box do Jethro Tull, essas músicas representavam uma chance dos fanáticos de acessarem material que só conheciam de nome, bem como diversas versões ao vivo (lembrando que a banda tinha apenas um álbum ao vivo no seu catálogo na época), e no da box de Dylan, tinha-se a oportunidade de ouvir músicas que tinham atingido status de lenda entre os colecionadores de discos piratas, como “Blind Willie McTell”.

Seria impossível listar as boxes do período; praticamente todo artista de renome teve a sua lançada a partir dos anos 90. Mas é importante mencionar algumas importantes mudanças de direção já nos primeiros anos do formato. Uma bastante interessante, na verdade, datava de 1989: David Bowie lançou Sound+Vision em 3 CDs e 1 CD-Video ou 6 LPs; o CD-Video era baseado no formato Laserdisc e foi substituído por um CD-ROM em 1994, e trazia três músicas (somente o áudio) ao vivo em 1972 e o clip de “Ashes to Ashes”. A inclusão do CD-Video permite posicionar o lançamento de Bowie como o pioneiro numa longa lista de boxes “mistas” com CD e DVD. Posteriormente, a box seria relançada apenas com os 3 CDs e no século XXI seria repaginada para incluir músicas posteriores numa versão em 4 CDs (a primeira versão ia somente até 1980).

Em 1990, Eric Clapton teve seu álbum com o Derek and The Dominos, Layla & Other Assorted Love Songs, relançado em uma box de 3 CDs, uma 20th Anniversary Edition que pode ter sido a primeira box preparada para celebrar um disco específico, em vez oferecer uma visão panorâmica da carreira do músico. Essa edição trouxe um CD inteiro de jams e outro de versões alternativas e outtakes, o que dava ao ouvinte a oportunidade de ouvir o que ocorreu em estúdio. O foco, aqui, não era simplesmente numa visão geral da carreira, e sim a celebração de um disco específico.

Em 1991, The Byrds aproveitou o lançamento de sua primeira box (simplesmente intitulada The Byrds, trazendo 90 músicas em 4 CDs) para apresentar quatro músicas novas, gravadas em 1990 por Roger McGuinn, Chris Hillman e David Crosby para estabelecer os direitos do nome da banda, que estava em litígio, bem como duas gravações ao vivo de 1990. As box sets agora não apenas traziam músicas antigas ainda inéditas, mas incluíam material preparado especificamente para aqueles lançamentos. Em termos de box sets, relativamente poucas adotaram esse formato, e as músicas gravadas especificamente para o lançamento da box normalmente são em pequeno número.

Nesse período, as boxes são basicamente coletâneas ampliadas para trazer material inédito ou raro. Cabe lembrar o comentário de Jon Astley, produtor executivo da box 30 Years of Maximum R’n’B, do The Who: os fãs esperam – e merecem – tanto material inédito quanto for possível, mas também ficam decepcionados se suas músicas favoritas aparecem em versões diferentes daquelas que amaram ao longo dos anos. O desafio era encontrar esse equilíbrio, dizia Astley. Acredito que ele não imaginava o que o formato da box set traria futuramente!

As boxes ao vivo

O material ao vivo disponível em muitas boxes dos primeiros anos era apontado por fãs como sendo um dos motivos para comprá-las. Atento a isso, Eric Clapton não dormiu sobre os louros de suas vitórias anteriores no setor. Em 1996, lançou Crossroads 2 – Live in the Seventies, uma box de 4 CDs contendo 43 músicas, 4 delas gravadas em estúdio e inéditas até então, e as demais retiradas de shows entre 1974 e 1978. Novamente, pode não ter sido a primeira box com material exclusivamente – ou quase – ao vivo, mas foi a que, na época, mais chamou a atenção do público e da crítica.

Adornada com fotos da famosa guitarra Blackie, Crossroads 2 repete algumas músicas, mas as versões são muito boas e suficientemente diferentes para manter a atenção do ouvinte. A ideia de uma antologia de gravações ao vivo seria seguida por muitos outros artistas ao longo do tempo, rendendo diversas variações: boxes antológicas como a de Clapton (como as excelentes The Great Deceiver 1973-74, do King Crimson e The Word is Live do Yes), lançamento de todos os shows que foram gravados para um disco ao vivo específico ou de uma determinada turnê, oficialização de discos piratas…

Na verdade, Frank Zappa já antecipara a ideia de box sets compostas exclusivamente por material ao vivo ao lançar duas boxes de discos piratas “oficializados” na série Beat the Boots em 1992 e 1993. Após sua morte, a família tem explorado seu legado em diversos lançamentos de estúdio e ao vivo; a tendência mais recente tem sido a de lançar as gravações completas de algum álbum de Zappa. Anos após sua morte, a família lançou, em formato exclusivamente digital, Beat the Boots III, que ficou disponível para download no site oficial do músico. Tecnicamente não se trata de box set – mas o registro é válido. Emerson, Lake & Palmer é outro exemplo, com quatro boxes com antigos discos piratas ao vivo oficializados. Essas boxes são ótimas para os fãs, mas ouvintes ocasionais tendem a se decepcionar porque normalmente as gravações são de má qualidade.

Não demorou muito para que as boxes ao vivo se fixassem em discos históricos de grandes bandas. Allman Brothers at Fillmore East, Performance – Rockin’ the Fillmore, Made in Japan, Strangers in the Night, Waiting for Columbus, são apenas alguns exemplos de boxes de quatro ou mais discos que incluem, na íntegra, a maioria ou todos os shows gravados para discos ao vivo específicos. Recentemente foi anunciada uma box com 8 CDs com as gravações para o antológico Live and Dangerous do Thin Lizzy – essa é para dar curto-circuito nos bolsos dos fãs da banda.

O Grateful Dead levou a ideia ao extremo em 2011 ao lançar Europe 72: The Complete Recordings, que traz em 73 CDs lindamente acomodados em uma imitação de  road case todos os shows da histórica turnê europeia da banda em 1972, em edição limitada a 7200 cópias que se esgotaram em três dias, apesar do preço; a demanda popular fez com que uma nova edição, sem o case e os vários itens que o acompanhavam fosse lançada – que também se esgotou – e, por fim, os shows foram disponibilizados individualmente por meios físicos e virtuais. Outras turnês históricas do Dead foram objeto de boxes específicas, como a da primavera de 1990 e a de maio de 1977, e a banda atualmente está lançando séries de shows no mesmo local ao longo dos anos (como no Madison Square Garden) em boxes específicas. Entretanto, provavelmente o auge do formato foi atingido pelo Dead em 2015 quando a massiva 30 Trips Around the Sun foi lançada, com 80 CDs trazendo 30 shows inéditos gravados entre 1966 e 1995 – mais de 74 horas de música.

Bob Dylan – sempre ele – lançou todas as gravações disponíveis de shows da histórica turnê britânica de 1966 em uma box de 36 discos intitulada The 1966 Live Recordings, algumas das quais extraídas de discos piratas e com baixa qualidade sonora, e posteriormente revisitou sua famosa Rolling Thunder Revue, de 1975 em 14 discos, contendo cinco shows completos (cada um em um CD duplo), mais três discos com ensaios da banda e um adicional contendo apenas gravações raras de outras paradas da turnê. Essa box, lançada em 2019, acompanhou o lançamento do documentário de Martin Scorsese sobre essa turnê.

Turnês específicas são documentadas em várias boxes, e aí reside um problema: em vários casos, os shows documentados são muito semelhantes, com pouca ou nenhuma variação nas músicas apresentadas. Progeny – Seven Shows from Seventy-Two do Yes é um exemplo dos exageros que se pode alcançar no formato, pois os sete shows têm setlists rigorosamente iguais (as diferenças entre as versões das músicas, no entanto, compensam).

Por fim, vale a pena mencionar as famosas “BBC Recordings”. Todas as bandas inglesas que se prezavam – e várias americanas também, evidentemente – deram vários pulinhos no estúdio da BBC para registrar as músicas que queriam promover, bem como gravaram em teatro shows para participar dos BBC In Concert. A maioria dos lançamentos é em CD simples ou duplo, mas o Thin Lizzy (box com 6 CDs) e o Fairport Convention (4 CDs) mostram como a ideia poderia ser expandida para incluir tudo – ou quase tudo – que uma banda tivesse registrado para a veneranda rádio britânica.

As boxes de sessões específicas

Uma vertente que tem sido muito explorada no século XXI é a de boxes que focalizam em sessões específicas para um ou mais LPs originais. Em meados dos anos 90, a Universal Music e a Sony “testaram a água” lançando as Deluxe Edition e Legacy Edition de diversos discos clássicos; essas reedições seguiam o formato de CDs duplos em que normalmente se trazia o disco original com algumas músicas de bônus no primeiro disco e versões alternativas e/ou ao vivo no segundo.

Seguindo a tendência inaugurada por Layla, mencionada anteriormente, essas edições se expandiram para celebrar os discos clássicos em boxes com três, quatro ou mais discos. Bruce Springsteen, The Beatles, The Kinks, The Who, The Rolling Stones, são alguns exemplos de artistas clássicos que trabalharam com lançamentos deste tipo, com doses variáveis de raridades; Bruce Springsteen, por exemplo, fez a alegria dos fãs com as boxes dedicadas a seus principais discos! Vou ficar num dos favoritos da casa, e destacar as boxes dos Stones; Get Yer Ya-Ya’s Out, Sticky Fingers, Exile on Main Street, Goats Head Soup e Tattoo You fizeram a alegria dos fãs com seus lançamentos, trazendo músicas inéditas, mas Let it Bleed, Beggar’s Banquet e Their Satanic Majesties Request apenas oferecem versões mono e estéreo dos discos; o chamariz para os fãs é composto pelo material adicional, como os livretos e posters.

Já Bob Dylan, o grande pioneiro da box set, tem apenas um LP original celebrado em uma box set: o fantástico Blood on the Tracks foi expandido para seis CDs com tudo o que foi gravado nas três sessões que formaram o disco original. Agora em 2022, outro disco dele foi honrado com esse formato: Time Out of Mind terá todas as suas sessões lançadas no novo volume da Bootleg Series. No entanto, Dylan apontou um caminho que outros seguiriam rapidamente, lançando todas as sessões de gravação na edição completa de “The Cutting Edge 1965-66”, que em 18 CDs documenta tudo o que o bardo de Minnesota gravou nos dois anos cruciais de sua carreira. Uma edição “enxugada” de 6 discos (um deles dedicado exclusivamente a “Like a Rolling Stone”), e uma “popular” em CD duplo, foram destiladas dessa box. Dylan ainda lançaria The Basement Tapes – Complete em 6 CDs (com uma versão diet em CD duplo intitulada The Basement Tapes – Raw) contendo todas as gravações feitas com o The Band em Woodstock. Em anos posteriores, dois outros volumes da Bootleg Series retrataram a fase cristã e as gravações para os discos de 1981 a 1985 de Bob Dylan, embora nenhum tenha se aprofundado tanto quanto essas.

Um artista em que essa variante das box sets atingiu um nível bastante elevado de qualidade é Miles Davis. A Sony Music utilizou-se dos LPs originais para juntar gravações que posteriormente seriam lançadas em diferentes discos em boxes específicas para discos como “In a Silent Way”, “Bitches Brew”, “Jack Johnson”, “On the Corner”, entre outros. A gravadora já tinha lançado algumas boxes excelentes, como a que reúne todos os trabalhos de Miles com John Coltrane e a com Gil Evans, mas esses lançamentos que focalizam álbuns específicos – e todas as sessões de gravação – são dignos de destaque pelo cuidado fantástico dispendido na produção do material.

Merece destaque também o caso do King Crimson. Cada fase de sua carreira foi explorada em box sets com dezenas de CDs e DVDs/Blu-Rays, trazendo não apenas todas as sessões de estúdio disponíveis, mas também todos os shows que Robert Fripp conseguiu reunir com qualidade. Mais recentemente, The Beach Boys tem agrupado as sessões de gravação de períodos específicos de sua carreira em boxes especiais, reafirmando que há lugar nas prateleiras dos fãs para aqueles takes que não deram certo ou os que foram abortados no meio da música. Documentando o processo criativo que resultou no disco que os fãs conhecem e amam, as boxes de sessões de gravação não atraem os admiradores casuais, mas conquistaram seu nicho de mercado.

 Por fim, encerrando esta seção, há que se recorrer mais uma vez a Bob Dylan, que lançou boxes limitadas intituladas The 50th. Anniversary Collection cobrindo os anos de 1962 a 1964 de suas gravações, em LP ou CD, apenas para garantir que as gravações não cairiam em domínio público.

As boxes “mistas”: plataformas para múltiplos formatos

Aqui estamos falando de diferentes mídias no mesmo pacote. No começo do século XXI surgiu a box CD+DVD, que reunia a experiência visual com a musical, normalmente com maior número de CDs em relação aos DVDs. Novamente, é difícil determinar quem pode ser considerado pioneiro no formato, mas, seguramente uma das primeiras de um artista consagrado é a excelente SRV de Stevie Ray Vaughan, trazendo 3 CDs e um DVD do maior guitarrista de blues dos anos 80. O único problema é o DVD ser muito curto…

O desenvolvimento do Blu-Ray fez com que as boxes mistas adotassem esse formato para os discos de vídeo, mas a maioria dos lançamentos disponibiliza as duas versões, já que o Blu-Ray nunca se popularizou tanto quanto o DVD. E um número significativo de DVDs e Blu-Rays foi sendo incorporado às boxes, em alguns casos, somente para áudio. O DVD ou Blu-Ray de áudio, somado a uma TV com um bom sistema de som, tornou-se uma opção relativamente comum em várias boxes. Um bom exemplo é dado pelas três boxes discográficas do Rush (Sector 1, 2, 3), que trazem cinco discos de cada período da banda com um DVD-Audio reprisando um dos discos originais – por exemplo, Sector 1 é acompanhada por “Fly by Night” (decisão no mínimo curiosa, já que a esmagadora maioria dos fãs da banda prefere 2112 quando se trata dos primeiros discos da banda) – em mixagem 5.1.

Algumas boxes adotam uma abordagem bem variada. A recente The Charisma Years 1970-78 do Van Der Graaf Generator oferece 17 CDs, dois Blu-Ray audio com mixagens diferentes de quatro dos principais discos do grupo e um Blu-Ray video incluindo todo o material visual que foi possível obter direitos para lançar. A flexibilidade da mídia permite algumas variações interessantes. Por exemplo, a partir de 2007 o Genesis começou a lançar boxes de seus álbuns originais, cada um acompanhado de um DVD contendo a música mixada em formato 5.1, conferindo uma qualidade sonora perfeita às músicas originais (ouça “Supper’s Ready” para conferir – é como se estivesse ouvindo a música pela primeira vez!) – e mais o material visual disponível.

É digno de nota também um formato que não foi explorado. Em 2004, sob a supervisão de Kerry Minear, um presente para os fãs do Gentle Giant foi lançado: “Scraping the Barrel” trouxe três CDs recheados com raridades, mais um CD-ROM com mais de 500 minutos de arquivos em MP3 com raridades ainda maiores!! Na época, uma box com tanto material (mais de 12 horas de música) exigiria pelo menos 10 CDs, o que seria impensável, mas hoje em dia não provocaria tanta surpresa.

Recentemente, a ressurreição do vinil deu origem a um novo tipo de box mista, a CD+LP. Esse formato é muitas vezes criticado, porque o alto preço dos discos de vinil encarece o preço, e os aficionados do LP tendem a desprezar os CDs. Entretanto, o tipo prosperou no mercado. Pode-se mencionar o caso dos Rolling Stones: Their Satanic Majesties Request, Beggars Banquet e Let it Bleed foram todos relançados nesse formato, em boxes que reuniam 2 CDs e 2 LPs cada uma, trazendo as mixagens em mono e estéreo desses discos. O problema está em pagar o preço de tudo isso para ter essencialmente as mesmas músicas repetidas quatro vezes… Muito mais interessante é a box comemorando Tattoo You que, além de trazer uma capa lenticular, traz o disco original em CD e em Picture disc, um CD de outtakes e dois CDs com um show inédito de 1982. A propósito, o livro de capa dura que acompanha o pacote é sensacional.

Deja Vu, do Crosby, Stills, Nash & Young, reuniu três CDs com o disco original e todos os outtakes que se julgou dignos de lançamento, mais um interessante quarto disco contendo “Deja Vu – Alternate”, com as músicas originais (à exceção de “Country Girl” e “Everybody I Love You”) em versões alternativas, mais “Know You Got to Run”, que ficou de fora do disco original. Completando a box, tem-se o LP original. “Fleetwood Mac Live”, relançado em Super Deluxe Edition em 2021, trouxe o álbum duplo original em CD e LP duplos, e um terceiro CD contendo 14 gravações ao vivo inéditas.

As boxes discográficas

Reuniões de todos os discos lançados por um determinado artista não chegaram a ser comuns na época dos LPs. Entretanto, além das anteriormente mencionadas Boxed de Mike Oldfield e das “Collection” dos Beatles, deve-se destacar o caso do Roxy Music, que em 1981 teve seus sete primeiros LPs de estúdio lançados na box The First Seven Albums; nunca disponibilizada em vinil, ela seria substituída em 1989 por duas boxes de 4 CDs, The Early Years e The Later Years, contendo os agora 8 discos de estúdio (Avalon é de 1982). Mas essas boxes também ficaram obsoletas: “The Complete Studio Recordings” trouxe os oito álbuns de estúdio em CDs específicos, aos quais se somam outros dois contendo músicas originalmente lançadas somente em singles e EPs. Claro, se for muito, pode-se optar por The Thrill of it All, que reúne em 4 CDs cerca de 2/3 das músicas lançadas nos discos oficiais e várias “avulsas”.

Em contraste, Citizen Steely Dan trouxe os sete álbuns lançados pela banda americana entre 1972 e 80 em 4 CDs, mais algumas músicas disponíveis em singles e outros lançamentos, e uma inédita. Essa box, lançada em 1993, aproveita melhor o espaço dos CDs do que muitas outras; por exemplo, The Studio Albums 1978-1984, do Van Halen, caberia perfeitamente em três discos, mas cada um foi lançado em capa individual (formato mini-LP). Outro exemplo de box discográfica que soube fazer bom uso do espaço disponível nos CDs é Message in a Box 1978-83, do The Police, que apresenta não somente os cinco LPs originais da banda, como também músicas lançadas somente em singles ou trilhas sonoras, reunindo toda a produção de estúdio da banda em 4 CDs.

O formato das boxes discográficas comporta diversas variações, trazendo desde discografias completas (como os casos do Roxy Music e do Steely Dan) até períodos específicos da carreira de uma banda (como o caso do Van Halen). Algumas boxes são realmente massivas:

  • The Beatles Box Set, em 1988, reuniu todos os LPs originais da banda, mais os dois volumes da coletânea Past Masters, que incluiu as músicas lançadas em compactos e em coletâneas de raridades. Em 2012 houve o lançamento de The Beatles – The Original Studio Recordings, com os mesmos discos da caixa de 1988, mas devidamente remasterizados, e acompanhados por um DVD com documentários sobre cada disco original (cada CD trazia o material respectivo em QuickTime para quem quisesse se deliciar com o disco no seu computador). Mas John, Paul, George e Ringo ainda vão aparecer em outro subtipo!

  • Os fãs do Aerosmith tiveram em 1994 o lançamento de Box of Fire, com a produção da banda na Sony entre 1973 e 1982: sete álbuns de estúdio, o ao vivo Live Bootleg e, curiosamente, duas coletâneas (Greatest Hits e Gems) e os dois volumes de Classics Live!). Para dar água na boca dos fãs, o pacote incluiu um CD-bônus de pouco mais de vinte minutos com cinco músicas raras – o que deve ter levado os fanáticos pela turma de Tyler & Perry a adquirirem pela segunda vez os CDs que já possuíam, já que a box apenas acomodava os CDs originais (esse CD sumiu nas tiragens posteriores…). O pior é que as duas coletâneas só traziam músicas disponíveis nos demais discos, tornando-se absolutamente redundantes. Led Zeppelin e Pink Floyd foram outras bandas que também lançaram todos os seus LPs originais em boxes sem acrescentar material inédito.

 

  • Melhor que o caso do Aerosmith foi a box criativamente intitulada Creedence Clearwater Revival Box Set, de 2001: os sete álbuns de estúdio e os dois ao vivo oficiais, mais algumas faixas pré-Creedence e algumas raridades lançadas em single foram espremidos em seis CDs, o que a tornava uma barganha para quem quisesse tudo o que John Fogerty & Co. tinham registrado nos anos 60 e 70.

  • The Vintage Years do Wishbone Ash traz nada menos do que 30 CDs, ou seja, todos os lançamentos de estúdio da banda entre 1970 e 1991 (quase todos com bonus tracks), os três álbuns ao vivo oficiais do período e sete outros shows da banda gravados entre 1973 e 1980. Essa foi uma edição limitada a 2500 cópias. Caravan e John Mayall, mais recentemente, tiveram boxes ainda maiores, com 35 CDs cada, e Al Stewart teve uma como 50(!) CDs.

 

  • The Complete Albums Collection vol. 1 é a arca do tesouro para os fãs do Bob Dylan, com todos os álbuns ao vivo e de estúdio oficiais até Tempest, de 2012, mais um CD duplo intitulado “Side Tracks”, que deveria reunir todo o material disponibilizado fora dos álbuns originais, mas deixou algumas coisas de fora…

 

  • Judas Priest tem uma Complete Albums Collection lançada em 2012 que infelizmente deixou de lado os quatro discos com Ripper Owens nos vocais. Por outro lado, diferentemente do que acontece normalmente, os discos foram lançados com todos os bônus da edição em CD disponível no mercado. A mesma coisa com o Blue Öyster Cult, em que tudo o que a banda lançou até 1988 é acondicionado numa prática box que inclui um CD com gravações ao vivo inéditas e outro com raridades (a maioria ao vivo), também de 2012. O Little Feat adotou uma estratégia interessante: Rad Gumbo traz todos os discos da banda lançados pela Warner (incluindo o ao vivo Waiting for Columbus) em CDs específicos, bem como as raridades que tinham sido disponibilizadas na box set Hotcakes e Outtakes, fora de catálogo, num disquinho adicional.

 

  • Outra vertente que foi explorada pelas gravadoras é exemplificada por Bob Dylan, Beatles e Rolling Stones: discografias em mono. Primeiro, os rapazes de Liverpool tiveram seus discos originais lançados nos EUA reunidos em duas boxes do selo Capitol. Posteriormente, as versões em mono dos LPs britânicos foram lançadas em box especial (também intitulada de maneira criativa: The Beatles in Mono), com todos os discos originais (até The Beatles – o álbum branco foi o último a ter uma versão em mono), mais o CD duplo The Mono Masters, com as músicas não disponíveis nos LPs originais. Outro primor de criatividade nos títulos, “The Rolling Stones in Mono” traz todos os discos de estúdio da banda entre 1964 e 1969, tanto americanos quanto ingleses, mais um CD duplo chamado Stray Cats com as “raridades”.

 

  • Por fim, é interessante destacar que boxes com CDs-singles foram lançadas emulando os compactos Por exemplo, existem quatro boxes dos Rolling Stones com todos os singles, cada um no seu próprio disquinho, mas até o Rainbow (que nunca se destacou nesse campo) tem sua própria CD-single box!

Outras boxes são apenas reuniões de discos dos artistas em capa formato mini-LP. A Sony Music possui a “Original Album Collection” e a Warner, a “Original Album Classics”, ambas contendo cinco CDs, às vezes focando num período específico da carreira, às vezes quase aleatórios. Sem encartes e na maioria das vezes sem material adicional, essas boxes são normalmente baratas e ocupam pouco espaço nas prateleiras, e assim acabam preenchendo um nicho de mercado.

Há futuro para as box sets?

Pergunta difícil… Eu, pessoalmente, acho que existe futuro. O renascimento do vinil foi um fenômeno absolutamente inesperado, na minha opinião. Há quem fale no renascimento do CD, seguindo a volta dos LPs! O consumo de música por meios digitais é, evidentemente, muito prático, mas ainda existem fãs das mídias físicas, por isso acredito que as boxes continuarão sendo lançadas no futuro. Um aspecto que considero importante é o fato de que as boxes permitem disponibilizar vários artigos interessantes para os fãs dos músicos. Os livretos que as acompanham desde o começo são, naturalmente, objeto de interesse; fotos inéditas, entrevistas, históricos e biografias acrescentam valor à música nas boxes. Mas nos últimos anos a produção tem se tornado cada vez mais caprichada, sendo acrescentados os mais diferentes objetos possíveis.

As Immersion Edition do Pink Floyd estão entre os exemplos mais antigos dessa prática, mas The Vault, de Gene Simmons, magnificamente resenhada por Davi Pascale na Consultoria em 2018, é provavelmente o caso mais extremo, trazendo muitos objetos de valor (para os colecionadores) ou bugigangas (para todos os outros reles mortais) que acrescentam muito à box. A já citada The Vintage Years do Wishbone Ash traz um livro de capa dura com a história da banda, outro com os cartazes dos shows, quatro posters, cinco fotos autografadas, o kit de imprensa de 1970 e um flexi-disc com um single japonês – objetos que os fãs valorizam. E tudo isso, obviamente, não está disponível online.

O LP morreu? Foi desenganado, recebeu a extrema-unção, mas recuperou-se e vende bem, apesar dos preços elevados. O CD morreu? Andou internado em coma, respirando por aparelhos, mas está dando sinais de recuperação – há quem fale na volta dos discos prateados. As box sets se reinventaram, expandiram-se, passaram a abranger tudo o que pode ser imaginado. Então, posso parecer meio otimista, mas parafraseando Old Neil Young, hey hey, my my, box sets will never die.

11 comentários sobre “A História dos Box Sets: Da Compilação à Celebração

  1. Matéria sensacional, Marcello. Não creio que haja uma matéria tão completa e interessante como a sua em qualquer canto da internet em português.

    Eu adoro box sets mas não tenho nenhum. O preço sempre nas alturas nunca me deu condições de investir no formato. Infelizmente, a minha banda favorita (Nightwish) sempre foi fraquíssima no quesito box sets. Ela segue sempre esse último formato (discográficas) sem nenhum material inédito, no máximo algumas versões ao vivo de singles raros.

    Sobre o futuro do formato, acho que esse será o futuro dos cds. Um cd simples como antigamente não atrai mais ninguém e os poucos que compram irão investir em versões mais caprichadas e com itens adicionais como fotos e livretos.

    Incrível o teu trabalho de pesquisa, Marcello!

    1. Obrigado, André! A pesquisa foi bem demorada mesmo, até porque como você mencionou não tem fonte em português. Depois que você falou no Nightwish, eu fiquei pensando que a banda está deixando de lado um filão interessante, porque a base de fãs parece ser suficientemente grande para justificar o investimento.
      Concordo contigo: o CD, como mídia física, precisa de uns atrativos adicionais para sobreviver, e as boxes têm buscando muito isso aí. Aquela do Tattoo You que mencionei no artigo é adicionalmente interessante pelo LP em picture disc com a arte de capa, mas o livreto em capa dura é simplesmente sensacional, dá vontade de deixar em cima da mesinha de café!

  2. Queria parabenizar o Marcello pela matéria (que ficou sensacional). Tenho alguns Box Sets na minha coleção e sempre é uma opção para bandas em que é mais difícil se encontrarem os álbuns separadamente.

    1. Obrigado, Daniel, pelo comentário! Eu tenho investido bastante nas boxes discográficas, até porque a do Blue Öyster Cult, por exemplo, ocupa menos espaço na prateleira do que todos os discos físicos, hehehehe… E dá a oportunidade de ter o “Club Ninja”, que eu nunca compraria em separado, na coleção.

  3. Parabéns pelo texto Marcello.
    Uma verdadeira aula sobre o formato. E quantos e quantos lançamentos de fazer qualquer um ficar babando, não? Engraçado que vc citou o exagero do Yes quando lançou uma box com 7 shows “iguais”. O Yes é pioneiro de vários exageros ao longo da carreira não é? Hahahahahaha (sorry Mairon!!!)

    1. Obrigado, Fernando! Realmente, quando fazia a pesquisa eu dei de cara com muitos lançamentos que eu fiquei pensando em vender um rim para poder comprar, então, a baba correu solta (sou colecionador mas não sou bilionário para ter tudo o que foi citado…). O caso do Yes para mim foi emblemático, porque na época do lançamento o forum do ProgArchives se dividiu entre o pessoal que destacava as diferenças entre as versões e o que xingava o fato de os shows serem iguais – e também fiz questão de destacar por pura dor-de-cotovelo, porque nunca consegui encontrar a box a um preço “amigável”!

  4. Sensacional Marcello. Belíssimo texto. Gostaria de acrescentar como boxes adicionais os incríveis boxes lançados pela Philips no início dos anos 80 aqui no Brasil, que tem Elis Regina – Por Um Amor Maior, Caetano Veloso – O Avarandado do Amanhecer, Gilberto Gil -O Cordão da Liberdade, entre outros. Vinham com livreto e 4 LPs. A Elis também lançou outro pelo box que é o box do Saudades do Brasil.

    Mais um fantástico é o box do Robert Johnson The Complete Recordings, que além de contar a história do homem, traz todas as gravações conhecidas (até então) dele.

    Por fim, nao há como não lembrar do incrível box The Fillmore Last Days, com muitos mimos e muita música boa como esse texto. Valeu

    1. Obrigado pelo comentário, Mairon! Realmente, as boxes da Phillips no começo da década de 80 eram lindas; ao pesquisar para o meu texto acabei deixando de lado essas experiências brasileiras, que nada deixavam a desejar para as boxes de vinis do exterior. A do Fillmore era fantástica mesmo; só tive a oportunidade de ter uma nas mãos uma única vez, na casa de um amigo, e mesmo essa, ele tinha pegado emprestado… A do Robert Johnson em vinil tinha 3 LPs, certo? Eu só me lembrei da versão em CD, que apesar do formato box set tinha só dois discos. Era outra pioneira!!

      1. Exatamente Marcello, eram 3 LPs e um livreto magnífico. Felizmente tenho ela em casa (e a do Fillmore tb, dá uma olhada na minha entrevista pra Na Caverna da consultoria, hehehe).

        Da pimentinha lembrei também da caixa Elis, que é uma caixa de plástico com 4 LPs e um livreto, e também a primeira edição do Saudades do Brasil, de 1980, que talvez seja o primeiro disco no formato box lançado por aqui de um artista nacional (não consigo lembrar outro no momento)

        abração cara, baita texto

    1. Obrigado, Davi! Aquela matéria sobre a box do Gene Simmons me fez ficar querendo a caixa, e eu nem sou fã do cara!

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