Cannibal Corpse – Vile [1996]

Cannibal Corpse – Vile [1996]

Por Thiago Reis

A lenda do Death Metal, Cannibal Corpse possui em sua extensa discografia, vários álbuns considerados clássicos pelos fãs do estilo. Estamos falando de álbuns como Eaten Back to Life (1990), Tomb of the Mutilated (1992), The Bleeding (1994) e Vile (1996). Este último, lançado originalmente no dia 21 de maio de 1996 e relançado recentemente em esforço conjunto dos selos Cold Art Industry, Voice Music e Rock Brigade Records, com licenciamento exclusive da Metal Blade Records. O disco saiu em uma bela versão slipcase, que tem tudo para agradar os fãs e colecionadores.

Para o álbum Vile, o Cannibal Corpse contou com George “Corpsegrinder” Fisher (vocais), Alex Webster (baixo), Jack Owen (guitarra), Rob Barrett (guitarra) e Paul Mazurkiervicz (bateria). A produção e mixagem ficou por conta do lendário Scott Burns (assinou produções de bandas como Death, Sepultura, Napalm Death, Obituary, Cannibal Corpse, entre outras) e da própria banda contribuindo com a produção. A gravação e mixagem ocorreu no estúdio Morrisound em Tampa, na Flórida. A lendária arte da capa e do encarte ficou por conta de Vincent Locke (artista americano de quadrinhos, famoso pelo trabalho em Deadworld e A History of Violence).

Encarte original do CD

O álbum começa da maneira mais brutal possível, com “Devoured by Vermin”. Riffs poderosos, bateria muito veloz e claro, os vocais marcantes de George Fisher imprimem o ritmo baseado no caos. O refrão, “Devour, cesspool of vermin; devour, bloodthirsty rabid; devoured by vermin” é uma das partes mais marcantes de todo o álbum e sem dúvida é uma das partes mais cantadas pelas plateias ao redor do mundo nos insanos shows da banda. Seguimos com “Mummified in Barbed Wire”, que mantém o mesmo ritmo frenético da faixa anterior, porém com algumas mudanças de andamento bem interessantes ao longo da faixa, com um destaque maior para a bateria de Paul Mazurkiervicz.

“Perverse Suffering” apresenta riffs que podem ter sido inspiração para bandas como Nile e Krisiun. O poder dos vocais também chama a atenção, sabendo conduzir com maestria a insanidade sonora proporcionada pela banda. Os gritos de George “Corpsegrinder” Fisher resumem bem o título da música. “Difigured” começa de uma maneira um pouco diferente, com ênfase nos riffs e somente depois os vocais entram, um pouco menos caóticos que nas outras faixas, mas não menos pesados. A intensidade sonora claramente é liderada pela bateria e pelos riffs sujos e pesados. O poder vocal e a velocidade aumentam a partir da metade da canção, conferindo uma interessante variação ao ouvinte.

O grupo na época da gravação de Vile: Rob Barrett, Paul Mazurkiewicz, Alex Webster, George Fisher e Jack Owen

“Bloodlands” apresenta uma introdução bem diferente do restante das outras faixas, com riffs mais cadenciados, porém não menos pesados. Uma boa variação nas composições se torna interessante para a dinâmica do álbum como um todo e “Bloodlands” apresenta essa variação com maestria. “Puncture World Massacre” já nos remete a um campo de guerra, caos, morte e violência. Se quisermos colocar uma trilha sonora para o fim do mundo ou até mesmo um violento conflito, “Puncture World Massacre” tem tudo para conseguir o clima perfeito para tal evento. “Relentless Beating” apresenta como grande destaque a bateria de Paul Mazurkiervicz (bateria), com excelentes viradas, mudanças de andamento e claro, muita violência nas batidas. O nome da canção reflete perfeitamente o que se passa musicalmente, destacando que a presente faixa é instrumental.

“Absolute Hatred” já começa em seguida, mantendo o destaque para as linhas de bateria, mas dividindo o pódio com os excelentes riffs e os vocais muito bem colocados ao longo da faixa. Vale destacar um pouco mais o trabalho das guitarras, que além de ótimos riffs, encaixa um solo bem inspirado. “Eaten from Inside” pode ser o título de uma música que definiria bem o que é o Cannibal Corpse. Além disso, possui melodias marcantes (quem diria?!) na guitarra, participação destacada dos vocais e a mesma brutalidade de sempre. “Orgasm Through Torture” é insana e doentia, apresentando riffs poderosos e muito bem executados, bateria com ótimas variações e vocais que resumem bem o título da música, com trechos como “from behind, pain shivering down my spine, I feel paralyzed, only controlling my mind”.

Rob Barrett, Alex Webster, George “Corpsegrinder” Fisher, Erik Rutan e Paul Mazurkiewicz. Cannibal Corpse atualmente

Finalizamos com “Monolith”, que resume muito bem o cenário de destruição provocado pelas 10 faixas anteriores. Podemos conferir mesmo dentro do caos, ótimos e interessantes riffs, com os vocais mais uma vez servindo perfeitamente ao seu apocalíptico propósito final, com trechos como “iminente decay of life, cause by this monolith, human race was sacrificed, their future does not exist”.

Para os que já conhecem Cannibal Corpse, o álbum Vile é mais do que conhecido, servindo inclusive de inspiração para outras bandas de Death Metal ao longo do tempo. Aos que ainda não conhecem a obra da banda, Vile pode ser uma ótima porta de entrada ao mundo do Death Metal. De qualquer maneira, o álbum já é considerado um clássico atemporal, que contribuiu para moldar todo um estilo musical.

Contra-capa da versão relançada recentemente no Brasil

Track list

  1. Devoured By Vermin
  2. Mummified In Barbed Wire
  3. Perverse Suffering
  4. Disfigured
  5. Bloodlands
  6. Puncture Wound Massacre
  7. Relentless Beating (Instrumental)
  8. Absolute Hatred
  9. Eaten From Inside
  10. Orgasm Through Torture
  11. Monolith

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