The Giant Void – Thought Insertion [2021]

The Giant Void – Thought Insertion [2021]

Por Anderson Godinho

The Giant Void é um projeto liderado por Felipe Colenci, conhecido produtor musical paulista, que traz consigo o vocalista Hugo Rafael (sim, aquele do polêmico Sambô) e como convidado o baterista reconhecido Michael Ehré atualmente no Primal Fear e The Unity e que já tocou com o Gamma Ray, Firewind, dentre oturas. Ainda como convidado, agora apenas para o single Bite the Bullet, Adrián Barilari (Rata Blanca) divide os vocais com Hugo. Com a produção do próprio Felipe (que possui uma importante produtora de jingles comerciais e efeitos sonoros para diferentes produtos) o álbum realmente apresenta uma qualidade muito alta. A capa ficou por conta de Carlos Fides artista brasileiro que já trabalhou com importantes nomes como Kamelot, Evergrey ou Shaman.

O álbum conta com nove músicas distribuídas por quase 50 minutos e que vão de um Hard ‘n’ Heavy até um Power Metal bem característico. Alguns elementos épicos aparecem aqui e ali, bem como algo de Thrash. “Voidwolker” é a primeira e traz um Power Metal rápido, mas que não empolga. Logo após surge um Hard ‘n’ Heavy com “Bite the Bullet” em que o vocalista Hugo Rafael divide os vocais com Adrián Barilari. Essa música se destaca no álbum com um ótimo trabalho de Hugo que apresenta bons drives e pela já conhecida competência de Adrián. A sonoridade geral da música me remeteu ao Dr. Sin, e isso ocorre também com a música seguinte “Dead End” que ganha corpo na segunda metade por meio de uma roupagem mais melódica.

A partir de então o que presenciamos é muito Power Metal. Os destaques ficam com “Beltaowda” e “Pale Blue Dot”, que são com certeza as mais belas e gostosas de ouvir. Alguns elementos de guitarra são referencias claras ao Iron Maiden, mas a tônica da música é um Power Metal da escola alemã. Em relação a outras músicas como “Throught Insertion” ou “Rotten Souls” uma perspectiva mais épica é mostrada, mas as ideias não se desenvolvem como tal e as músicas acabam passando despercebidas. Por fim, “Chernobyl” merece uma atenção especial. Essa música destoa das demais apresentando uma agressividade maior tanto em velocidade quanto em função dos vocais guturais. A melodia tem muitos elementos do thrash como Metallica e Annihilator. É uma ótima música apesar de destoar das demais.

O primeiro play do The Giant Void mostra uma banda (Duo ou apenas projeto, como queira) promissora que possui uma estrutura que poucas bandas no Brasil possuem, mas para além da estrutura merecem destaques tanto Hugo quanto Colenci uma vez que ambos apresentam um nível alto de performance, versatilidade e competência, o que fica muito evidente pela forma como acompanham Michael Ehré, que aliás faz um trabalho de primeiríssima. Entretanto, The Giant Void ainda precisa amadurecer quanto à proposta musical que pretende seguir. O álbum não soa conciso trazendo muitos elementos diferentes que por vezes causam momentos de anticlímax ou que causam alguma estranheza quando não são completamente desenvolvidos ficando pelo meio do caminho. É um trabalho que merece o tempo de quem gosta de conhecer coisas novas e é eclético dentro do metal.

Track list

1. Voidwalker
2. Bite the Bullet
3. Dead End Job
4. Ordinary Men
5. Beltalowda
6. Pale Blue Dot (Meant to Last)
7. Rotten Souls
8. Thought Insertion
9. Chernobyl

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