Por Onde Anda? (Parte 3)

Por Onde Anda? (Parte 3)

Por André Kaminski

Mais uma parte de uma série que iniciei no ano passado, posto aqui mais cinco músicos que andam um tanto mais sumidos da imprensa especializada do rock e o que descobri sobre o que andaram fazendo desde que deixaram as suas bandas mais famosas.


Richard Bailey (ex-tecladista do Magnum, Trapeze, Phenomena entre outros)

Bailey adquiriu reconhecimento quando ficou responsável pelos teclados e flauta dos dois primeiros discos do Magnum de 1978 e 1979. Com a sua saída, ainda passou brevemente pelo Trapeze em 1982, gravou o primeiro disco da banda de AOR Alaska, gravou os dois discos de maior fama do Phenomena e ainda fez a tour (off-stage) de promoção do Slide It In, do Whitesnake em 1985. Depois disso, Richard ficou um tanto afastado dos holofotes e sem fazer parte de outras bandas ou trabalhos.

Ele voltou a aparecer mais nos últimos anos quando se juntou a ex-membros do Magnum para fazer o Kingdoms of Madness: Classic Magnum, em que eles tocam velhas canções da banda. Ano passado, ele juntou uns amigos e fundou a banda Droydswork, uma mistura de space rock com synthpop muito interessante em que o próprio Richard faz os vocais. Aliás, ele que nunca havia registrado nenhum vocal em discos que participava, tem arriscado mais à frente dos microfones e ele divulgou vários vídeos seus tocando teclado e cantando músicas do Magnum. Para quem quiser conferir, dê uma olhada em sua página do Facebook.


Rob Affuso (ex-baterista do Skid Row)

Affuso foi o baterista original do Skid Row desde sua formação em 1986 até a sua saída em 1996. Durante esse período na banda, também chegou a tocar nos discos solo de Gilby Clarke e Duff Mckagan. Quando houve o primeiro rompimento do Skid Row em 1998, Rob já era dono de uma banda que funciona meio que como uma empresa que toca em eventos chamada Soulsystem Orchestras, focada mais em fazer covers de músicas famosas do blues e do R&B.

Em 2015, foi convidado pelo baixista John Regan (ex-Frehley’s Comet) a tocar com ele na banda Four by Fate. Lançaram um disco chamado Restless em 2016. Atualmente ele segue vendendo merchandise do Skid Row autografado por ele e continua administrando sua empresa de eventos (mas que aparentemente anda parada devido a pandemia). Também fala que adoraria tocar novamente no Skid Row, mas apenas se Sebastian Bach também retornar (o que é bem complicado de ocorrer devido as trocas de farpas entre o loirão e Bolan e Sabo).


Kee Marcello (ex-guitarrista do Europe)

Marcello gravou dois discos com o Easy Action antes de se juntar ao Europe pós saída de John Norum. Gravou os discos Out of this World [1988] e Prisoners of Paradise [1991] e participou de um período de vacas gordas dos suecos. Porém, chega 1992 e aquele famoso trio de Seattle arrebentando nas rádios deixou o Europe sem muitas ideias do que fazer. Lançar um novo disco naquele período era suicídio financeiro e a banda entrou em um hiato de 7 anos naquela ideia de “vamos esperar para ver no que vai dar”, apenas com uma tour de reunião no inverno de 2000 tocando para públicos de milhares de pessoas mesmo em temperaturas negativas na Suécia. Aí o Europe voltou em 2003, mas com Norum de volta e Marcello ficou de fora.

Nos anos 90, ele lançou um disco solo Shine On [1995], participou de algumas reuniões do Easy Action, fez mais alguns outros álbuns solos nos anos 2010 até que montou uma banda com Tommy Heart (vocal do Foreigner) e lançou Kee of Hearts [2017]. Agora em 2021, com o mesmo Heart e sem poder usar o nome “Kee of Hearts” que pertence a Frontiers Records, ele lançou um novo disco de uma nova banda auto-intitulado Out of this World [2021], mesmo nome de seu disco de maior sucesso no Europe. Segundo ele, o disco tem recebido elogiosas resenhas dos sites estrangeiros que ele tem compartilhado com frequência em sua página oficial.


Andy Brings (ex-guitarrista do Sodom)

O alemão foi o principal guitarrista da banda entre 1991 e 1995, substituindo Micha Hoffmann que durante uma tour sul-americana da banda pelo continente, resolveu ficar aqui no Brasil. Gravou dois discos bastante elogiados e considerados pelos fãs do thrash alemão que são Tapping the Vein [1992] e Get What You Deserved [1994]. Segundo o próprio, ele acabou saindo da banda devido a “disputas internas”.

Nos anos 90, fundou a banda de hard rock Andy & the Traceelords e a banda de power metal Powergod. Ambas acabaram um tempo depois e Andy passou a gravar discos solo e então vem tocando numa banda de hard/heavy/punk chamada Double Crush Syndrome. Também fez participações em discos de estúdio e produziu discos da Doro e de várias outras bandas alemãs.


Miss K (a suposta ex-vocalista do Stratovarius)

Se você leitor vivenciou o mundo do heavy metal naquele final de 2003 e início de 2004, provavelmente se lembra que as notícias de sites como Whiplash e vários outros dedicados ao estilo só falava das polêmicas envolvendo o Stratovarius. E de fato, a banda estava em um caos interno naquele momento, principalmente devido as brigas e discussões envolvendo o líder Timo Tolkki, o vocalista Timo Kotipelto e o baterista Jörg Michael. Depois do lançamentos dos dois Elements (Pt1 e Pt2), a turnê daquele disco foi um inferno. O baixista Jari Kainulainen estava perdido no meio das brigas e o tecladista Jens Johansson tentava, em vão, apaziguar os ânimos.

Tentando resumir tudo e contextualizar a situação, Tolkki acusava Michael de ser omisso quanto aos compromissos e tocar burocraticamente nos shows e dizia que Kotipelto odiava as canções do primeiro Elements e que se sentia frustrado de ter as suas composições rejeitadas por Tolkki. Já os dois diziam que o guitarrista gordão fazia a vida da banda um inferno com decisões estapafúrdias, reclamações, mentiras e as bebedeiras que pioravam ainda mais a já sua difícil personalidade. Os três chegaram até a trocarem socos entre si numa discussão já acalorada pelo álcool.

Foi então que Tolkki teve uma ideia maluca para tentar promover a banda: combinaram entre eles que Kotipelto e Michael sairiam da banda e que agora eles teriam um vocal feminino, a tal Miss K, que cantava na até então desconhecida banda Aurora K. A farsa durou um mês e meio e Miss K chegou até a fazer fotos promocionais como membro oficial da banda cujo título do próximo álbum seria Popkiller. Todavia, em 2004, a banda ainda tinha compromissos agendados e então Kotipelto e Michael apenas “retornariam” para cumprirem as datas. Claro que eles acabaram ficando, Tolkki se internou em uma clínica mental, chegaram a gravar o auto-intitulado Stratovarius [2005], não chamaram mais a Miss K, que nunca fez nenhum vocal para a banda, e o único mesmo que acabou na rua foi Jari Kainulainen que acabou demitido e dando lugar a Lauri Porra. Alguns anos depois, o próprio Tolkki sairia da banda.

Voltando à Miss K (nome verdadeiro Katriina Wiiala), ela aproveitou a exposição e em 2006 fundou a banda Musta Joutsen e lançou 3 discos em um estilo pop/rock cantado em finlandês. A banda morreu em 2012 e desde então, Katriina abandonou a música e trabalha em uma espécie de ONG finlandesa chamada Hyria Foundation, que oferece cursos de treinamento vocacional (tipo o nosso SENAC) em vários tipos de empregos diferentes para jovens entrarem no mercado de trabalho e adultos buscarem outras formações profissionais.

 

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