SevenCrows – Deep Thoughts [2020]

SevenCrows – Deep Thoughts [2020]

Por Thiago Reis

A banda brasileira SevenCrows de Porto Velho – RO lançou recentemente seu primeiro álbum chamado Deep Thoughts. A banda, que conta com Hugo Borges (vocal), Wendel França (guitarra), Lucas Souza (guitarra), Joel Oliveira (baixo) e Renan Lima (bateria) gravou o seu debut no estúdio Play Sonora, também localizado em Porto Velho. A produção ficou a cargo de Felipe Andreoli (Angra) e Hugo Borges. Já a mix e a master tem a assinatura de Brendan Duffey (Almah, Andre Matos, Angra, dentre outros). Outros detalhes sobre o álbum incluem a participação nos teclados de Nei Medeiros, Klayton Galdino e Ronaldo Oliveira, além do fato de que os baixos para Deep Thoughts terem sido gravados por Felipe Andreoli.

Destaca-se antes de começarmos a falar das músicas em si, do capricho em relação ao material físico, sendo um digipack bem caprichado, a capa de muito bom gosto e o encarte contendo as letras e informações técnicas de cada música. É de se admirar o profissionalismo com o qual uma banda relativamente nova tem com o seu lançamento. Para provar isso, o site da banda e o layout do encarte ficam a cargo do já conhecido na cena João Duarte, responsável também por sites de bandas como Angra, Edu Falaschi, Almah, etc. Falamos sobre a produção, capa, encarte, site e o profissionalismo da banda em relação aos citados aspectos, mas agora é hora de falarmos/escrevermos a respeito das nove músicas que compõem o disco.

“Prelude to the Message” se inicia de forma enigmática, com um violão muito bem executado, guitarras “cinematográficas” que nos fazem pensar que estamos em um filme. A faixa já nos leva diretamente aos ótimos riffs de “Deep Thoughts”, bem pesado e executado. Os vocais tomam conta e roubam a cena, com ótimos drives e melodias. Os refrões nos remetem a bandas como Symphony X e Pain of Salvation e os riffs intricados nos levam ao Dream Theater da fase Six Degrees of Inner Turbulence e Train of Thought. “Deep Thoughts” se mostra uma excelente faixa de abertura ao lado da “Intro”, mostrando exatamente as intenções da banda. “Reflections of my Past” tem riffs grandiosos de fazerem com que qualquer platéia cante junto, ao passo que segundos depois entram passagens mais complexas, mais uma vez com destaque para a dupla de guitarristas. A bateria de Renan Lima também ganha destaque com os dois bumbos bem velozes, de forma a proporcionar o acompanhamento perfeito, junto ao já experiente e renomado Felipe Andreoli. Hugo Borges se mostra muito versátil e com uma expressão muito forte em seus vocais, tornando-os bastante reconhecíveis. Destaca-se também o excelente trabalho lírico, também a cargo do já citado vocalista.


“Karma” é a próxima com riffs mais pesados e imprimindo um clima mais lento e intimista perante o ouvinte. Hugo agora tem os holofotes e canta perfeitamente com um belíssimo acompanhamento da “cozinha”. Quando os riffs voltam, o seguimento mais arrastado ainda toma conta, mas com algumas variações que não estavam presentes no início da música. O refrão dessa vez não é tão “grudento”, mas isso não tira a qualidade como um todo do material apresentado em “Karma”. “Coming for Blood” volta mais rápida e com ótimos solos, ditando o ritmo e mostrando exatamente o que título quer dizer. Algo está por vir e com grande “fome de sangue”. Os refrões dessa vez complementam perfeitamente os riffs, sendo este o ingrediente perfeito para que “Coming for Blood” se torne uma das favoritas do público para serem executadas ao vivo.

“Beyond the Chaos” vem bem na linha Dream Theater, ao menos no instrumental, com passagens que lembram os discos citados anteriormente e até mesmo a fase Systematic Chaos do grupo americano de Prog metal. Hugo mostra sua identidade, com belos drives e melodias escolhidas à dedo para a condução das letras. A qualidade do instrumental é de saltar os olhos e a presença de um músico experiente na produção e de quebra gravando o baixo, aumenta ainda mais a qualidade do material. “Say Goodbye to Your Soul” apresenta riffs sujos e pesados, bateria rápida e muito bem executada e baixo com a execução e timbragem características de Felipe Andreoli. Hugo apresenta mais cartas na manga, com versatilidade que se encontra em poucos vocalistas. Entretanto, os solos de guitarra da dupla Lucas Souza e Wendel França é que roubam a cena, mostrando precisão e técnica, além de ótimo feeling, tornando o solo digno de receber o título de melhor solo de guitarra do álbum.

“The Devil on the Cross” começa pesada, com a presença marcante da bateria e de riffs bem pesados, além de vocais muito bem escolhidos para acompanhar o clima apresentado pela parte instrumental.  O álbum se encerra com “The Wrong Way”de forma avassaladora, com excelentes riffs, vocais poderosos e um andamento bem interessante, com variações executadas de forma bem destacada, mas sem exageros. “The Wrong Way” mantém de forma muito concreta a qualidade do disco, mostrando de forma bem convincente a qualidade do álbum, no que tange a composições, execução, letras e produção.

Deep Thoughts mostra exatamente a capacidade da banda SevenCrows e apresenta à cena do país mais uma banda com muita qualidade, que merece ser apreciada e acompanhada de perto. A expectativa é que mantenham o ritmo e consigam lançar outros ótimos discos. Se você é fã de bandas como Dream Theater, Symphony X, Almah dos discos Fragile Equality e Motion, Pain of Salvation e até mesmo o Angra da fase mais recente (Secret Garden e Omni) com influências de prog, a banda SevenCrown merecerá a sua atenção.

Track list

  1. Prelude to the Message
  2. Deep Thoughs
  3. Reflections of my Past
  4. Karma
  5. Coming for Blood
  6. Beyond the Chaos
  7. Say Goodbye to Your Soul
  8. The Devil on the Cross
  9. The Wrong Way

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