Skid Row – B-Side Ourselves [1992]

Skid Row – B-Side Ourselves [1992]

Por Davi Pascale

O Skid Row foi uma das últimas bandas de hard rock à se destacarem antes de ocorrer a explosão do grunge. Os garotos atingiram o estrelato já com seu debut, lançado em 1989. Porém, foi com seu segundo álbum, Slave To The Grind, que os músicos conquistaram respeito. O disco trazia um som mais pesado, uma aproximação maior ao heavy metal, embora as baladas continuassem presentes. A popularidade da banda crescia por minuto e realmente acreditava que se tornariam um dos grandes nomes do rock. Conseguia enxerga-los com uma popularidade tão grande quanto à de um Guns n Roses ou de um Van Halen. Uma pena que não tenham conseguido segurar a onda.

Naqueles tempos, era comum a gravadora lançar produtos especiais. Inúmeros singles, não só de diferentes músicas, mas diferentes versões, com capas e faixas complementares diferenciando de país para país. Formatos diferentes. Compactos, Lp´s promos, Lp´s pictures… Os colecionadores ficavam malucos. Esse álbum é uma compilação de covers que haviam sido lançados nesses singles e LP´s promocionais. Apenas 1 versão era inédita, de fato.

B-Side Ourselves é um trabalho muito bacana. Disco curtinho. 5 faixas distribuídas em aproximadamente 20 minutos. Aqui, era possível seus jovens seguidores descobrirem um pouco de suas influências, quem eram os artistas que faziam a cabeça deles quando garotos, que fizeram com que eles quisessem aprender a tocar um instrumento, montar uma banda… Como os caras surgiram no fim dos anos 80, era de se imaginar que suas principais influências viessem dos anos 70. E essa é a época que realmente predomina o repertório.

“Psycho Therapy”, clássico dos Ramones, abre o CD. Versão explosiva, rápida e pesada. Os vocais ficaram por conta do baixista Rachel Bolan. Trabalho vocal funcionou bem. O timbre de voz dele é bacana e combinou com a música. Ouvindo com atenção, você irá reparar em uma segunda voz de fundo. Trata-se de Taime Downe, músico conhecido entre os fãs de hard rock da época. O rapaz era vocalista de uma banda chamada Faster Pussycat. Banda que não teve um destaque muito grande, mas que gravou algumas coisas bacanas. O debut deles é bem interessante.

E eis que Sebastian Bach finalmente aparece no álbum. Quem conhece minimamente sua trajetória, sabe que o cantor é fanático pelo Kiss. Deve ter ficado muito contente em poder registrar um som de seus ídolos. Em “C´mon and Love Me”, os músicos mantiveram o arranjo, mas deram uma acelerada de leve e atacaram uma dose extra de peso. No final da canção, temos o músico soltando alguns de seus famosos agudos. Ficou muito bom..

“Delivering The Goods” vem a seguir. A faixa faz parte do repertório clássico do Judas Priest e surge aqui em um registro ao vivo, ao lado de Rob Halford. Uma vez que Sebastian e Halford estavam em seu auge, não precisa dizer que a gravação é destruidora. É simplesmente empolgante ouvir os dois berrando juntos. “What You Are Doing” é uma versão metalizada da galera do Rush. O instrumental é convincente, mas quem se destaca, mais uma vez, é Sebastian Bach. Essa é a fase que mais gosto dele, até esse disco é o que considero seu auge.

Para encerrar, temos uma interpretação destruidora de “Little Wing”, a tal faixa inédita. Lembro quando ouvi o CD pela primeira vez, na época, de ter pensado: “Skid Row tocando Hendrix!? Isso não vai funcionar….”. Estava errado. A gravação é sensacional. Trabalho de guitarra lindíssimo e, para variar, Sebastian quebrando tudo de novo. Essa música virou faixa de trabalho e ganhou um vídeo promocional, na época. Lembro que, assim como acontecia com “In a Darkned Room”, a versão do clipe era um pouco maior . Até hoje, lamento aquela não ser a versão oficial.

Claro… Não dá para comparar o nível técnico dos músicos do Skid Row com os músicos do Rush ou com Jimi Hendrix, mas também não dá para diminuir o trabalho deles. Souberam escolher direitinho qual música gravar e o que fazer. Tudo bem que se trata de um EP, mas não há nenhuma faixa que a voz não tenha combinado com a música ou que o instrumental tenha ficado morto. Pelo contrário, trata-se de um álbum divertido e empolgante. E aí? Vamos aproveitar o feriado e relembrar essa pérola? Diversão garantida.

Faixas:

  • Psycho Therapy
  • C´Mon and Love Me
  • Delivering The Goods
  • What You´re Doing
  • Little Wing

7 comentários sobre “Skid Row – B-Side Ourselves [1992]

  1. O EP é ótimo, mas o que nunca entendi é pq na versão em vinil colocaram as mesmas faixas dos dois lados. Podiam ter caprichado mais …

    1. Nunca tive o vinil. Comprei direto em CD. O encarte é bem legal. Você vai desdobrando e ele vira um pôster. Quero comprar a reedição em LP, com o vinil colorido, mas ainda não encontrei aqui no Brasil. Mas o que eles fizeram? Colocaram as 5 faixas nos dois lados?

      1. Exatamente. São as mesmas 5 faixas nos dois lados … Picaretagem monstra. Ainda bem que comprei na época que o vinil era mais barato que bala de leite!!

        1. Kkkk. Bem… é um EP, mas poderiam ter colocado 3 faixas de um lado e 2 de outro. Acho que faria mais sentido.

  2. Sim, no mínimo. Ou fazer uma “Best of” que fosse. É impressionante. E nunca soube por que fizeram isso!!

  3. O Skid Row é uma banda que ficou devendo um álbum ao vivo da turnê do Slave to the Grind, que, como o Davi mesmo citou, foi o auge deles. Mas o que eu não entendo mesmo é como a edição deluxe do debut deles, que saiu este ano pela Rhino comemorando os 30 anos do seu lançamento, não ganhou versão física. Para nós colecionadores foi uma grande decepção.

    1. Pois é… Saiu somente uma edição com o vinil vermelho, mas sem os bônus ao vivo e tiragem bem simples. Sem encarte com letras, fotos ou comentários, sem capa dupla. O único diferencial é a cor do vinil. Esse eu não quis pegar…

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