Na Caverna da Consultoria: Marco Néo
Por Mairon Machado
A Caverna permanece no estado de São Paulo, e hoje traz uma coleção rara e distinta. Afinal, poucos são os colecionadores dedicados a carreira do grupo Voivod ao redor do mundo, e aqui no Brasil, mais precisamente em Mogi das Cruzes, São Paulo, está um dos maiores deles, Marco Néo. Uma belíssima coleção, um papo divertido e muitas histórias. Prepare o babador!
Lembrando que se quiser participar dessa seção e mostrar sua coleção, basta enviar um e-mail para consultoriadorock@gmail.com.
Olá Marco, obrigado por compartilhar conosco um pouco de suas histórias e sua coleção. Por favor, apresente-se para nossos leitores.
Eu que agradeço o espaço Mairon. Meu nome é Marco Néo, tenho 45 anos de idade, moro em Mogi das Cruzes/SP, sou servidor público e apreciador de música.
Show de bola. Qual é o primeiro momento que lhe vem à mente em relação ao fato de ouvir música?
Minha infância, minha saudosa mãe sempre gostava de ter um rádio ligado em casa, tanto para ouvir notícias quanto música. A primeira coisa que me lembro quanto à música é de um programa da Rádio Bandeirantes AM que se chamava, se não me engano, “Roberto e Julio”, em que eram tocadas músicas do Roberto Carlos e do Julio Iglesias. Foi ali que, de forma genérica, passei a me interessar por música, especificamente pelas músicas do Roberto Carlos. Até hoje me lembro de “Baleias” por causa desse programa.
“Carvalho”. Um programa só com Roberto Carlos e Julio Iglesias. Mas que melosidade. E você registrava isso em fitas cassete (Basf, Vat, Diplomat) ou ficava só na memória?
Era só a memória, eu deveria ter uns sete ou oito anos, hehehehehe. Mas apesar da maioria do programa focar nas mais famosas, tinha sempre algum “lado b” no meio, até porque o programa era diário, ao meio-dia!
E quando foi que o rock passou a fazer parte da tua vida?
Quando o Kiss veio ao Brasil, em 83, obviamente surgiu um interesse, mas naquele momento eu não assimilei. Isso foi acontecer um ano mais tarde, por influência de colegas de escola. Um em particular, o Marquinhos, começou a se interessar por Van Halen, até por causa da “Jump”, que tocou muito nas rádios, acho que essa foi a fagulha que acendeu a fogueira.
Daí eu comecei aos poucos a me interessar por qualquer coisa que ainda que remotamente lembrasse rock. Numa era pré internet obviamente era muito difícil um moleque de doze anos encontrar muita coisa, mas pelo menos o rock tinha um maior espaço nas rádios.
Ajudou também o fato de que do meio pro final do ano a Globo começou a promover o Rock In Rio, daí além do que tocava nas rádios, um Van Halen aqui, uma “Owner of a Lonely Heart” do Yes ali, começaram a aparecer bandas como AC/DC, Maiden, Ozzy.
Você chegou a ir na tour do Van Halen em nosso país? Ou no próprio Rock in Rio?
Não, eu era muito novo. Quando o Van Halen veio eu tinha onze anos de idade, no primeiro Rock in Rio eu tinha treze.
Uma lástima. Bom, curtindo rock na pré-adolescência, em que momento você percebeu que o “vírus de colecionador” havia entrado em sua corrente sanguínea?
Quando eu conheci a Rock Brigade, com certeza. Duas coisas: Comando Metal e Rock Brigade. Em 86 estreou o programa do Walcir, da Woodstock, e de uma vez só eu conheci Metallica, Slayer, Venom e outras bandas mais extremas para a época. Quase ao mesmo tempo, um pouco depois, a Rock Brigade passou a ter distribuição nacional e eu comecei a comprar com o número 19, com o Tom Warrior na capa, daí eu descobri um novo mundo a ser explorado, hahahahaha.
Aliás, essa Brigade eu tenho até hoje.
Qual o primeiro disco que comprou? O que o levou a comprá-lo? Você ainda tem ele?
Cara, o primeiro que eu comprei foi o primeiro do Ultraje a Rigor, o Nós Vamos Invadir Sua Praia. Não tenho mais, vendi na época de transição do vinil para o CD. Sim, eu fui um dos que trocou quase que toda a coleção de vinis por CDs.
Puxa, e se arrepende disso?
Na época em que eu vendi meus vinis, início/meio dos anos 90, o vinil não tinha muito valor, um disco novo de vinil custava 10 reais e um CD, 20. Só me arrependo porque hoje estaria sentado em uma boa grana, hehehehehe, mas tudo o que me interessava, pelo menos, eu consegui “recuperar” em CD.
Já que estamos tratando de números, conte-nos a quantas anda sua coleção. Quantos são os discos e quais os formatos que predominam?
Rapaz, eu não tenho tanto essa coisa de contar minha coleção. Predominam CDs, mas ainda tenho alguns discos de vinil, especialmente os importados, que mantive e alguns nacionais mais raros, como alguns ao vivo com capa gatefold, tipo o Live Evil do Black Sabbath e o Exit Stage Left, do Rush. Além desses, curto muito também livros sobre música, tanto as biografias quanto livros de fotos e até um livro de logotipos de bandas/artistas!
Como você organiza sua coleção?
Sempre por ordem alfabética. Daí, dentro de uma determinada banda/artista, eu coloco em ordem cronológica.
E como você separa seu tempo para o trabalho e as questões ligadas ao colecionismo, tais como garimpar, limpar discos e claro, ouvir os mesmos?
Ultimamente, em razão de circunstâncias de trabalho, eu não tenho tido tanto tempo assim para organizar minha coleção. Acaba que quando eu paro pra ouvir meus CDs, normalmente aos finais de semana, eu os coloco em ordem, dou uma limpada quando necessário. Quanto a garimpar, hoje em dia, com a derrocada da Galeria do Rock, eu prefiro comprar pela internet, seja de lojas online ou de alguns pouquíssimos vendedores particulares que eu conheço por intermédio de grupos como o Hard’n’Heavy, do Facebook. Tenho um pouco de receio de comprar de pessoas desconhecidas e tomar um chapéu. Até hoje deu certo e, claro, em time que está ganhando não se mexe!
Você tem alguma loja online, ou algum vendedor, que queira recomendar para nossos leitores?
Lojas online são poucas e acho que a maioria conhece, mas o pessoal da Die Hard e da Paranoid, ambas lojas da Galeria do Rock, são bem honestos e têm um acervo muito bom de discos. A CD Point, do Rio de Janeiro, também é uma loja bastante abrangente, Tem muita coisa ali que não se acha em nenhum outro lugar, só que estamos falando de preços mais altos.
Fora isso, tem uma distro aqui na minha cidade que tem inclusive página na net, a Metal Maniac, que está há mais de quinze anos na batalha e é também muito boa, o Afonso, responsável pela lojinha, é um cara muito sério e confiável e sempre tem coisas boas para oferecer dentro do Metal.
Como sua família vê sua relação com os discos?
Sou casado e minha esposa não cria muitos problemas não. Ela não gosta da maioria dos meus discos mas me apoia porque sabe que é uma coisa que eu curto há mais de trinta anos. De outra parte, até como forma de reconhecimento, eu não compro nada sem consulta-la antes, daí fica tudo em harmonia.
Aquela velha história de “disco caro pra caralho, vou dizer que custou 10 reais?”
Hahahahahahaha, não, eu prefiro falar o preço real, nesse caso muita “esperteza” demais acaba complicando o simples. 😎
Você indicou lojas no Brasil. Costuma comprar no exterior também? (ebay, discogs, amazon). Caso positivo, quais os melhores vendedores, em relação a país, que você indica aos nossos leitores?
Não com tanta frequência, mas já comprei na Amazon algumas vezes, foi bem tranquilo. Também já adquiri discos na loja da Century Media alemã, da mesma forma não tenho do que reclamar. Mas ultimamente tem sido mais complicado, com dólar/euro em alta eu acabo dando preferência por comprar em lojas nacionais.
E com os Correios hoje em dia atrasando mais que menstruação de mulher grávida … Bom, para encerrar a primeira parte de nossa entrevista, quais os estilos musicais que você mais gosta de ouvir, e por que você considera esses estilos os que mais lhe atraem. Ao mesmo tempo, o que você não consegue ouvir de jeito nenhum?
“O” estilo musical que define é o Metal, sem sombra de dúvidas. É o tipo de música que me agrada e, neste ponto, não tem como fugir do clichê, ele me acompanhou nos momentos bons e ruins. O sentimento quando estou ouvindo Metal é o de conforto, familiaridade. É isso, pra mim pelo menos o Metal é o “Comfort Food” da música!
Além do Metal eu ouço obviamente hard rock, que é um estilo irmão, hardcore/punk também tem lugar cativo na minha coleção, além de um progressivo aqui, um jazz ali, um erudito acolá, mas quanto a esses eu não me considero um especialista.
Com relação à parte final da pergunta, não sei se necessariamente tenho um estilo de música que “odeio”, eu pra falar a verdade não me importo com aquilo que não gosto. Hoje em dia quase não ouço rádio e vejo muito pouco da TV aberta, então acaba que passo razoavelmente ileso a modas.
Você é daqueles colecionadores que busca 666 versões diferentes de um mesmo disco, ou se contenta apenas com uma única versão?
Eu até acho bacana quem tem várias versões de um mesmo disco, mas eu prefiro completar os buracos da minha coleção, com uma única exceção, que é o trabalho dos canadenses do Voivod. Aí eu procuro ter, dentro do possível, tudo o que der.
Essa é a banda que você tem mais itens? Se sim, quantos itens são?
Sim, pelo menos no tocante a ter várias versões de um mesmo título. Levando-se em conta que o Voivod não é exatamente o Kiss ou o Iron Maiden em termos de merchandising, até que eu tenho bastante coisa, eu tenho de trinta a quarenta itens entre CDs, discos de vinil, DVDs e até o livro com a arte do Michel Langevin, baterista.
Mas ainda me falta bastante coisa, aos poucos vou completando a coleção, me faltam por exemplo os dois singles pictures em vinil que eles lançaram nos anos 80, assim como alguns singles em CD dos anos 90. Mas boa parte eu tenho aqui.
Mas bah. Uma coleção do Voivod desse porte não é todo dia que aparece. É a sua banda favorita? Como faz para atualizá-la? Acredito que seja um garimpo bem intenso.
Sim, o Voivod é a minha banda favorita de Metal desde 1989, 1990. Foi aquela coisa de identificação, não tem um motivo específico, bateu. Aliás, quanto a itens do Voivod, eu tenho um aqui que é a “mosca branca” deles, que é a versão em vinil do The Outer Limits, disco de 1993, que eu comprei na época do lançamento, encomendado na Hellion, que tinha loja na Galeria. Tempos depois, no início dos anos 2000, eu participava (e participo até hoje) de um fórum em um fan-site dos caras, o voivodfan.com. Em determinado momento eu disse que tinha o Outer Limits em vinil, versão holandesa, e ninguém acreditou, literalmente. Eu tive que tirar fotos e mandar para comprovar. Pra encurtar a história, essa foi a única versão que saiu desse disco até hoje e, na época, nem os caras da própria banda tinham conhecimento dela!
Caralho, que massa
Ah, dá um orgulho, hehehehehehe. É difícil de achar as coisas. Te dou um exemplo: o livro Worlds Away – Voivod & The Art of Michel Langevin. Quando esse livro saiu eu tentei de todas as formas compra-lo mas a venda era restrita à editora e eles não encaminhavam para o Brasil. Como eu não conhecia ninguém no exterior que pudesse fazer a gentileza de receber o livro e depois me mandar, eu passei o óleo de peroba na cara e mandei um e-mail para o dono da editora, explicando a situação. No final das contas o cara foi super gente-fina e me mandou o livro. Mas é isso, se já é difícil obter coisas de bandas mainstream, imagina uma banda underground…
Massa. Com certeza, dá um baita orgulho. Uma certa feita, encontrei o Thijs Van Leer (Focus) junto com meu irmão, que levou um compacto para o flautista autografar, do Focus, o qual o flautista nunca tinha visto. Detalhe que eu havia comprado o compacto e dado para meu irmão. Momentos únicos. Você citou o Outer Limits em vinil como uma raridade de sua coleção. Que outros álbuns você faz questão de apresentar para seus amigos, e quais aqueles que ficam praticamente armazenados a 34 chaves, para que poucos cheguem perto?
Ah, eu não tenho tanta coisa nesse nível de raridade. Fora o Outer Limits, acho que dá pra citar uma versão em vinil alemã do It’s Alive, dos Ramones, em perfeitas condições, que sempre foi difícil de achar. Fora isso, minha versão do Fresh Fruit …, primeiro dos Dead Kennedys, aquela nacional com o vinil branco, vem também com um release da Continental em um papel vermelho escuro que até dói a vista na hora de ler, hehehehe.
Esse release aí só você tem.
Nem os herdeiros da Continental sabem da existência dele …
Hehehehehehehehehehehe, verdade.
Um caso que me causou surpresa foi a reação do Tiago Rolim, que você entrevistou recentemente, quando ele viu minha coleção de Cds do Lard, projeto do Jello Biafra com os caras do Ministry. Ele pirou a ponto de falar que nunca tinha visto alguns dos CDs ali. E, olha, causar inveja no Tiago quando o assunto é Cds não é uma coisa que acontece todo dia, hahahahahahahahahahahahaha!
Hahahaahaha. E quais aqueles que você esconde, mas quando a galera olha pergunta “Meo, por que você tem isso?”
Em meio à barulhada aqui, acho que o que mais causa surpresa são os meus poucos discos de jazz. Por exemplo, pela ordem alfabética, o Dave Brubeck fica entre ô Darkthrone e o Dead Kennedys, hehehehehe. Mas eu curto todos, então tá valendo.
Em termos de curiosidades, qual a quantidade máxima de discos que você já comprou de uma levada só?
Ah, foi na época áurea da Galeria, na época do Plano Real, em que um dólar valia um real. Imagina chegar num lugar com três andares de lojas coladas uma na outra e ver CDs importados, muitas vezes recém lançados, a dezoito reais. Não raro eu saia de lá com uns dez cds na mão, isso porque eu nunca fui muito afoito, hehehehehehehehe.
Hahaha. E shows meu caro, você costuma assistir muitos?
Já fui mais, ultimamente não ando com muita paciência pra sair de casa, precisa ser um show muito fora da curva. Já vi a grande maioria dos shows que queria, inclusive o Voivod, mas é bem trabalhoso ter que ir até São Paulo toda vez. Aqui na minha cidade eu ainda acompanho um pouco mais, mas como em todo lugar a cena é quase inexistente e composta em sua maioria por bandas covers, raramente temos uma banda de som autoral com qualidade.
Ainda assim, em meio à escassez temos algumas bandas autorais muito boas em Mogi das Cruzes atualmente, como a Dawn Back, de Stoner/Doom Metal, a Shaytan, de Black Metal ou a Reffugo, que toca Death Metal. Eu bato palmas pra eles, acho que estamos passando por uma das épocas mais difíceis para se ter uma banda de som autoral, independente de estilo, quem insiste nisso evidentemente o faz por muito amor ao estilo.
Teve a oportunidade de trocar uma ideia com o pessoal do Voivod?
Pessoalmente não. Eu fiquei sabendo que um dia antes do show eles apareceram na Galeria, mas eu estava trabalhando, nem tinha como ir até lá. Tenho algum contato através da internet, mais com o Blacky, que saiu uma vez da banda no começo dos anos 90, voltou depois do falecimento do Piggy e já saiu de novo. É gente boa, mas bem reservado. Eu, por minha vez, não ligo tanto assim pra conhecer os músicos de bandas que aprecio, pra mim o trabalho deles já é o suficiente.
Bom, sua mulher já deve estar rondando o computador, então, vamos encaminhar para as rapidinhas do Faustão. Começando pelo básico: Box set ou edições limitadas?
Hehehehehehehehe, box set, tem algumas edições lindas, como essas do Metallica.
São de babar né. Ando doido para meter a mão nelas. Mas a $ tá curta, e a importação só piora. Jewel Case ou Digipacks abrindo-se em trocentas e 14 partes?
Vou na contramão da maioria: digipack com trocentas e quinze partes, kkkkkk.
Rocky + Snake ou E-Force?
Eita, agora você me pegou! Mas o Snake é a voz do Voivod, então fico com Snake + Blacky.
Jason Newsted ou Robert Trujillo (compará-los ao Cliff seria injusto)
Newsted, ele é muito mais a cara do Metallica, por mais que o Trujillo seja um músico monstruoso.
Mustaine ou Hetfield?
Mustaine. Ele fez parte de duas das quatro bandas do Big Four e de lambuja ainda deu uns toques para o Kerry King.
kkkkkkkk. Boa. DVD de show ou um Documentário?
Documentário, especialmente se tiver algum podre da banda, hehehehehehehehe.
HAUHAUAHUAHU. Os dez melhores discos da década de 60 (entre 1961 e 1970)
Vixe, vamos ver…
Sem ordem de preferência:
Black Sabbath – Black Sabbath
Black Sabbath – Paranoid
The Beatles – Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band
The Beatles – Abbey Road
The Beatles – White Album
Beach Boys – Pet Sounds
King Crimson – In The Court of the Crimson King
The Jimi Hendrix Experience – Are You Experienced?
Led Zeppelin – Led Zeppelin I
Deep Purple – In Rock
Quais os dez melhores discos da década de 70 (1971 – 1980)
Sem ordem de preferência:
Judas Priest – Unleashed in The East
Black Sabbath – Sabbath Bloody Sabbath
Deep Purple – Machine Head
Led Zeppelin – Physical Graffiti
Ramones – Rocket To Russia
The Clash – London Calling
Van Halen – Van Halen
Motorhead – Ace of Spades
AC/DC – Back in Black
Rainbow – Rising
Quais os dez melhores discos da década de 80 (1981 – 1990)?
The Metal Years:
Voivod – Nothingface
Iron Maiden – Powerslave
Slayer – Reign in Blood
Metallica – Ride the Lightning
Motorhead – Another Perfect Day
Mercyful Fate – Don’t Break The Oath
Judas Priest – Defenders of the Faith
Celtic Frost – To Mega Therion
Morbid Angel – Altars of Madness
Sepultura – Beneath The Remains
Quais os dez melhores discos da década de 90 (1991-2000)
Tempos de mudança:
Voivod – Angel Rat
Morbid Angel – Covenant
Motorhead – 1916
The Reverend Horton Heat – Liquor in the Front
Bolt Thrower – … For Victory
Fear Factory – Demanufacture
Darkthrone – Transilvanian Hunger
Mayhem – De Mysteriis Dom Sathanas
Lard – Last Temptation of Reid
Brujeria – Raza Odiada
Quais os dez melhores discos dos anos 2000 (2001 – 2010)?
Difícil…
Mastodon – Leviathan
Sigh – Hangman’s Hymn
Darkthrone – Hate Them
Nile – Annihilation of the Wicked
Fear Factory – Mechanize
Machine Head – The Blackening
Halford – Live Insurrection
Immortal – Sons of Northern Darkness
Voivod – Target Earth
Voivod – Post Society
A última pergunta, na verdade, é um pedido para você contar uma história engraçada, curiosa, envolvendo sua relação com os discos, com um show que você foi ou algo relacionado a sua paixão pela música
Perto de gente que toma banho com os CDs eu sou um marasmo, hahahahahahahaha! Tem uma história curiosa de quando eu fui ver o Fear Factory no primeiro show deles no Brasil (primeiro show dos caras com o Gene Hoglan na bateria). Estava com meus amigos próximo à porta de entrada do local, uma das bandas de abertura estava quase pronta pra começar o show, faltavam alguns ajustes. De repente entra no lugar um cara todo esbaforido, correndo.
“Meu, eu sou da banda tal (a que iria começar a tocar em instantes)”.
Sério? Sua banda já está no palco!
“E o que eu faço???”
VAI LÁ TOCAR!!!!
Essa história é verdadeira.
AHuahuahauhauaha. Massa. Meu velho, muito obrigado pela sua disposição, e por seu tempo até agora. Uma saudação aos nossos leitores.
Gostaria de agradecer a você, Mairon, pela oportunidade de mostrar minha modesta coleção, e a todos os leitores da Consultoria do Rock por manterem a chama acesa. Por fim, um abraço especial aos chapas da comunidade Hard’n’Heavy, a melhor comunidade de música pesada do Facebook!
Bela coleção, parabéns! Acho muito legal quando alguém se dedica a ter uma coleção de uma banda não mainstream total, realmente aparecem coisas muito legais!
Muito obrigado!
Gostei bastante de boa parte das escolhas do Marcão de dez melhores discos em décadas diferentes, só não gostei muito da escolha de Ride the Lightning em sua lista pessoal dos anos 80, descrito por mim como o “patinho feio” dos 4 primeiros discos do Metallica, aquele disco cuja faixa mais fraca está justamente no final (“The Call of Ktulu”). O álbum já foi citado por boa parte dos entrevistados aqui do quadro “Na Caverna da Consultoria”, e isso é algo que me soa estranho e intrigante…
Eu curto Call of the Ktulu, mas concordo que não é exatamente a estrela da companhia. Mas um disco que tem Creeping Death, Fade to Black, Fight Fire…, For Whom The Bell Tolls tem lugar em qualquer lista de melhores, hein?
Sim Marcão, com certeza, mas “The Call of Ktulu” é pra mim o ponto mais baixo de Ride the Lightning por ser uma música diferente das demais que compõem o segundo LP do Metallica – é uma faixa instrumental e com quase 9 minutos de duração. Não acho que ela fica bem como uma boa faixa de “Grand Finale”… Alguém já disse uma vez: “essa é a ‘Los Endos’ do Metallica”. No mais, gostei de suas citações para as faixas “Creeping Death”, “For Whom the Bell Tolls” e a progressiva “Fade to Black” – essa sim, a melhor faixa do Ride the Lightning, no meu ponto de vista. Não curto o restante do álbum (incluindo seu ponto mais baixo descrito acima), mas não chega a comprometer. Valeu mesmo, Marcão!
Que belíssima coleção, e eu também curto muito o Voivod. Meu preferido deles é o War and Pain.
Aliás, com base na sua coleção, eu imagino que as vertentes do Metal que você não curte são o power e o doom?
Power nem tanto, mas de Doom eu gosto bastante. O problema é que a gente sempre acaba esquecendo alguma coisa, faltou um Candlemass e um Saint Vitus nas minhas listas!
Apesar de não ser efetivamente um fã de Voivod é impossível não admirar uma coleção dessas. Aliás, várias vezes nessas entrevistas isso aconteceu. Alguém dedicando seu tempo e dinheiro (muitas vezes muito dinheiro) à uma banda é bastante louvável. Ainda mais quando não é uma banda mainstream como é o caso. Quando vejo ítens tão específicos quanto alguns citados fico fazendo analogias com ítens de banda que curto e que coleciono também.
Parabéns Marco Néo pela coleção!!!
Obrigado Fernando, além do dinheiro, muito tempo, algumas décadas já alimentando essa coleção…
Excelente coleção! Parabéns! E é interessante ler histórias da época em que os preços eram mais justos. Os colecionadores podiam aproveitar sem moderação. Hoje em dia se o preço não é um absurdo, os Correios demoram ou cobram fretes abusivos, fora a dificuldade para achar determinados itens!
Novamente parabéns!
Muito obrigado. Cara, nisso realmente não dá pra reclamar dos anos 90, às vezes na mesma semana do lançamento a gente já via um determinado CD em umas dez lojas da Galeria, sem exagero. Imagina em que mundo hoje em dia você pagaria 18 reais por um CD, por exemplo, do Slayer, recém lançado nos Estados Unidos?
Gostei demais da entrevista e a coleção é sensacional. Vou atrás de Voivod graças a você meu caro. Abraço!
Muito obrigado e bom garimpo, garanto que o resultado vai ser altamente satisfatório!
Conheço o Marco há um bom tempo, desde a época do finado Orkut. Sou testemunha de sua generosidade em compartilhar seu vasto conhecimento sobre Heavy Metal com os reles mortais como eu. Excelente entrevista e uma belíssima coleção. Parabéns!
Quem sou eu, Daniel, quem sou eu, hehehehehehe.
Aliás, quanto ao conhecimento do Metal e do rock em geral, você mata a pauta qualquer pretensão minha com o seu excelente blog, o “Rock: Álbuns Clássicos”!