Review Exclusivo: Titãs (Porto Alegre, 28 de julho de 2017)

Review Exclusivo: Titãs (Porto Alegre, 28 de julho de 2017)

Por Micael Machado

Titãs, ah, os Titãs… confesso que tenho uma espécie de relação amor/ódio com a banda… enquanto a maior parte das pessoas que acompanham o grupo gostam das musiquinhas pops e acessíveis e das baladas românticas regadas a sacarina que passaram a integrar o repertório dos paulistas principalmente depois da fase “acústico MTV”, eu gosto mesmo é dos Titãs agressivos e “bocas sujas” que começaram a aparecer nos discos Cabeça Dinossauro e Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas, mas atingiram o auge mesmo nos registros Tudo ao Mesmo tempo Agora e, principalmente, Titanomaquia, no começo da década de 1990. Estes Titãs ficaram por muito tempo adormecidos, mas começaram a ressurgir aos poucos, primeiro na turnê de comemoração aos trinta anos da banda, depois no excelente disco Nheengatu, de 2014, onde a banda (formada então por apenas quatro dos membros originais, Sérgio Britto nos teclados, baixo e vocais, Branco Mello no baixo e vocais, Paulo Miklos na guitarra e vocais, e Tony Bellotto nas guitarras, além do “convidado” Mario Fabre na bateria) parecia ter retomado o espírito roqueiro e rebelde abandonado na fase dos terninhos e covers. A primeira parte da tour em suporte ao novo disco manteve esta impressão, mas aí Paulo Miklos deixou o grupo para ser jurado do programa televisivo “X Factor Brasil”, sendo substituído por Beto Lee, filho da eterna rainha do rock nacional Rita Lee, e o grupo pareceu ter sentido a saída de mais um fundador, abrandando um pouco as coisas na parte final daquela excursão.

Para este segundo semestre de 2017, o quinteto montou uma nova turnê (chamada “Uma Noite no Teatro”), com shows mais “intimistas” a serem apresentados em teatros, e que contariam com partes acústicas e a apresentação de três músicas inéditas, que deverão fazer parte de uma “ópera rock” ainda em desenvolvimento, mas que o grupo pretende lançar o mais breve possível no mercado. Foi esta nova excursão que aportou no belíssimo Teatro do Bourbon Country, na capital gaúcha, na última sexta feira, 28 de julho, e mostrou que, infelizmente, os Titãs “rebeldes” e “transgressores” estão, novamente, adormecidos.

Em uma atitude que poucas vezes vi antes no mundo do showbizz, Sérgio Britto divulgou o set list da apresentação com alguma antecedência em suas “redes sociais”. Desta forma, já dava para sacar que o repertório da apresentação privilegiaria os hits e as baladinhas românticas do grupo, deixando de lado qualquer menção àqueles discos mais “agressivos” que citei lá no início, os quais não se encaixam nesse novo conceito “família” adotado pelos Titãs. Eu sei que a ideia da banda era fazer apresentações em locais menores e com maior proximidade do público, mas não deixa de ser sintomático o fato do Bourbon Country ser o lugar com menor capacidade de ocupação onde a banda se apresentou nos últimos trinta anos (pelo menos) em Porto Alegre. Sinal de decadência, ou de falta de relevância no cenário atual?

Tony Bellotto e Sérgio Britto, no palco do Teatro do Bourbon Country

Pode até ser, ainda mais quando se percebe que, apesar de muito cheio, os pouco mais de mil lugares disponíveis no teatro não chegaram a ter os ingressos esgotados (isso para uma banda que, nos melhores anos, lotava um Gigantinho para mais de 15 mil pessoas). Mesmo assim, quem compareceu estava a fim de diversão, coisa facilitada pelo repertório escolhido, bastante adequado ao gosto mais “popular” de quem tinha condições de arcar com o salgado preço do ingresso, e que, quase com certeza, dificilmente tem um disco dos caras em casa (talvez o citado Acústico MTV, e olhe lá), mas está acostumado a escutar os “grandes sucessos” no rádio e nos programas de televisão, especialmente aqueles forjados ainda nos anos 80, e que formaram a maior parte do repertório escolhido para a noite.

A apresentação iniciou com “Comida”, bastante conhecida e bem recebida pelo pessoal, mas logo após sua execução Britto interrompeu o show para pedir a um grupo na frente do palco que “resolvessem a situação” que haviam criado ao ficarem discutindo a respeito dos locais onde deveriam sentar no teatro (os quais são marcados nos ingressos, e, teoricamente, não deveriam gerar confusão alguma). Em um claro sinal de que o pessoal estava lá mais pelo “evento” do que para prestigiar a banda, o tal grupo seguiu discutindo e argumentando entre si, com Britto lhes chamando a atenção dizendo “ei, olha para cá, tô falando com vocês”, para então pedir aos seguranças que retirassem o pessoal dali e os levasse a um canto para resolver aquilo tudo, clamando por respeito a quem queria ver o show “e pagou caro para estar aqui”, como falou. Era o prenúncio de que algo não estava correto naquela situação toda (os Titãs em um teatro, tocando baladinhas românticas para um público comportadamente sentado, e mais preocupado com selfies e papinhos diversos que com a música do grupo… não combina, sabe?), mas a noite estava apenas começando.

O show então prosseguiu com os hits programados originalmente (incluindo a versão “titânica” para “Pro Dia Nascer Feliz”, original do Barão Vermelho, que o grupo regravou para servir de tema de abertura da novela global “Malhação”, o que mostra, mais uma vez, que algo anda errado no mundo dos Titãs), mas a banda parecia cansada, sem a disposição e vitalidade de outrora, e, apesar do público vibrar e cantar junto o tempo todo, parecia faltar garra ao quinteto em cima do palco, com se a banda tocasse no “piloto automático”, sabendo que, com a quantidade de sucessos escolhidos, o jogo já estava ganho antes mesmo de começar. Os poucos momentos mais “transgressores” da noite (“O Pulso”, “32 Dentes”, “Cabeça Dinossauro”) foram recebidos com certa indiferença pelo público, e, mostrando que havia mesmo algo estranho no ar, depois que a banda executou “Marvin”, o pessoal, espontaneamente, começou a cantar o refrão de “É Preciso Saber Viver”, música de Roberto Carlos registrada pelo grupo no disco Volume Dois, de 1998, e uma das maiores “babas” da carreira da banda (e que, felizmente, não estava programada no set list da noite). Britto então puxou a “intro” da música, para meu desespero, mas felizmente, parou por ali mesmo, emendando “Lugar Nenhum”, música bem mais agressiva e agitada que aquela solicitada pela “seleta” plateia. Poucas coisas mostraram mais o descompasso entre a vontade da banda e do público naquele instante, deixando claro que poucos ali estavam a fim de ouvir “lados B” da discografia da banda, desejando mesmo é por mais sacarose despejada nos ouvidos.

Britto, Branco e Belotto, na “parte intimista” do show

Mas, ainda antes de “Marvin”, houve a tal “parte intimista” do show, onde os três músicos originais fizeram um número solo cada um, com Bellotto na guitarra e vocais da balada “Isso”, de sua autoria, Branco resgatando “Toda Cor”, do disco de estreia da banda (apresentada aqui ao violão), e Britto interpretando ao piano a baladinha “Enquanto Houver Sol”, e os três tocando, juntos e “acústicos”, as faixas “Televisão” e “Porque Eu Sei que É Amor”, esta registrada no álbum Sacos Plásticos (de 2009), um disco, segundo o Britto, “muito massacrado pela crítica e por boa parte dos fãs, mas que tem muitas coisas bacanas” (onde?, queria eu saber). Foi nessa parte que houve talvez a maior “transgressão” ao repertório escolhido, com Branco interpretando ao violão um trechinho de “Lugar do Caralho”, originalmente gravada por Júpiter Maçã, mas que já se tornou uma espécie de “hino” do rock gaúcho, recebendo várias outras versões e frequentemente sendo executada por artistas de outros estados que passam por aqui. Fico eu a imaginar quantos dos presentes ao teatro naquela noite conheciam esta música, e quantas “senhorinhas” da plateia não ficaram ofendidas com o uso da palavra “caralho” em um show dos Titãs. Houve também a apresentação das tais músicas inéditas, que são “12 Flores Amarelas” (sombria e algo mórbida, encaixando no conceito explicado por Britto, de que na história ela significaria um feitiço de morte), “Me Estuprem” (mais pop, com uma excelente letra tratando da tal “cultura do estupro” tão falada atualmente, mais uma vez tocando em questões sociais relevantes, como o grupo fez em “Pedofilia”, do disco Nheengatu, mas que, devido exatamente ao seu conteúdo lírico, penso que não terá uma exposição midiática muito grande), e “A Festa”, mais estranha e “desconjuntada”, e a que menos me agradou das três, as quais tiveram uma recepção morna mas respeitosa por parte da plateia (que pelo menos se dispôs a escutá-las, e não ficou de conversas paralelas ou apenas tirando selfies, como ocorreu quando o grupo fez o espetáculo “Titãs Inédito” em Porto Alegre alguns anos atrás), e que, arrisco a dizer, não deverão ter uma vida longa no repertório ao vivo do grupo, como aconteceu, por exemplo, com as canções do disco mais recente, que já foram limadas por completo na atual excursão do quinteto.

Depois da execução de “Lugar Nenhum”, a primeira parte encerrou com “Homem Primata”, a qual, aliás, mesmo com o repertório sendo conhecido de antemão, vinha sendo insistentemente solicitada por um sujeito da plateia ao longo da noite, gerando alguns comentários e respostas por parte de Britto e Branco, que, quando chegou ao ponto da execução da mesma, perguntou ao microfone: “Cadê o menino que queria ouvir Homem Primata? Então, chegou a hora”. Outras pessoas, ao longo da apresentação, pediam por “Polícia”, por “Bichos Escrotos”, e muitas vezes por “É Preciso Saber Viver”, demonstrando que a divulgação do set list feita por Britto não havia atingido muitos dos presentes ali. A banda se retirou do palco, mas, como planejado, retornou para dois encores, o primeiro com “Polícia” e “Bichos Escrotos” em sequência (duas músicas que, apesar de agressivas, já estão “assimiladas” pelo pessoal), e o segundo com “Desordem”, mais “desconhecida” e meio deslocada ao ser escolhida como música de encerramento. Talvez notando isso, Tony se aproximou de Britto, e ambos se reuniram com Mario e Branco, decidindo fazer, meio de “improviso”, a tão “aguardada” “É Preciso Saber Viver”, a qual Britto anunciou que eles iriam tocar “para que vocês possam ir dormir em paz”, de certa forma reconhecendo que aquele público queria mesmo era “baba”, e não agressividade.

Branco Mello em Porto Alegre

Foi um show ruim? Com a quantidade de hits que a banda tem, não tem como fazerem uma apresentação deste tipo (por mais que recheada de “baladinhas” cheias de sacarose), mas foi uma das mais fracas que assisti desde a citada turnê de comemoração dos trinta anos. Mas o pior foi saber que muita gente ali deve ter saído do teatro achando que foi o melhor show que já viram (talvez o único a que assistiram nesta década, quem sabe neste século), porque a banda “tocou todas as conhecidas” e “todas aquelas baladas lindas”. Mas, pergunto eu, é a isto então que se resumem os Titãs? Enfim, resta esperar que, com o lançamento da tal ópera rock (ainda sem nome), o grupo reencontre sua verve roqueira e agressiva, e que o público da banda abra os ouvidos para o lado mais agressivo da música da banda, que, ao contrário do que este pessoal pensa, não é apenas um grupinho pop como outro qualquer, mas sim um dos mais relevantes e importantes representantes do rock nacional, embora a própria banda pareça não se recordar mais disto. Uma pena!

Set List

01. Comida
02. Aluga-se
03. A Melhor Banda de Todos Os Tempos da Última Semana
04. O Pulso
05. Família
06. Diversão
07. Aa Uu
08. 32 Dentes
09. Sonífera Ilha
10. Cabeça Dinossauro
11. Isso
12. Toda Cor / Lugar do Caralho (trecho)
13. Enquanto Houver Sol
14. Por Que eu Sei que é Amor
15. Televisão
16. 12 Flores Amarelas
17. Me Estrupem
18. A Festa
19. Flores
20. Pro Dia Nascer Feliz
21. Pra Dizer Adeus
22. Epitáfio
23. Go Back
24. Marvin
25. Lugar Nenhum
26. Homem Primata

Bis 1:

27. Policia
28. Bichos Escrotos

Bis 2:

29. Desordem
30. É Preciso Saber Viver

29 comentários sobre “Review Exclusivo: Titãs (Porto Alegre, 28 de julho de 2017)

  1. pô, que pena. Fiquei esperançoso após o Nheengatu, mas pelo visto a banda vai seguir pelo caminho mais fácil. Também começo a pensar se realmente a “marca” Titãs faz sentido, sendo que só tem 3 membros originais na banda. Me parece que a fórmula já diluiu demais…

  2. Eu não espero muita coisa dos Titãs hoje em dia. Com sua formação sendo esfacelada ao longo dos anos e essa imagem de banda da família que foi criada depois do Acústico a banda ficou preguiçosa. O último disco quase me enganou.

    1. Me chamou Mairon? Eu gosto do “Domingo” que veio depois. Tem algumas músicas boas ali, apesar de soar mais acessível e pop. Só que eu fico pensando se o Branco e o Britto tivessem desistido dos Titãs e continuado com o Kleiderman até hoje. Seria muito mais interessante. Capaz que tivessem tocando rock de verdade até hoje.

      1. Domingo foi o último trabalho bom. De lá pra cá, ficaram no automático para se manter na mídia: tocar em uma rádio aqui, uma trilha sonora de novela ali… Nunca fui fã da banda, mas escuto algumas músicas de vez em quando.

  3. O que eu acho curioso é que o Tony sempre foi o “roqueiro” do grupo, pelo menos na atitude, e o Branco e o Britto fizeram o Kleyderman, a coisa mais próxima do Titanomaquia que algum titã já fez. Quando o grupo ficou na mão deles, eu pensei que a coisa voltaria para os tempos de distorções e peso, algo que o Nheengatu já tinha sinalizado, mas parece que me enganei inteiramente! Lamentável!

      1. O Titãs é a banda mais comercial e picareta do rock nacional. Tudo ali só gira em torno do $$$$$$$$$$$$$. E são oportunistas. Por exemplo, a banda só voltou a fazer músicas de cunho social depois das manifestações de junho de 2013. E também por causa de muitos temas que são abordados hoje em dia na grande mídia. Você vê pelos temas desse último disquinho deles o Nheengatu. Ali os títulos soam bem caricatos e forçados. “Pedofilia”, “Fardado”. Não sei o que é pior sabe? Uma banda cantando musiquinhas românticas ou forçando a barra e tentando fazer aquilo que não sabe mais que é tocar rock pesado.

  4. Os Titãs envelheceram e não tem sentido algum esperar que os caras façam um som parecido com aquele que a banda fazia há trinta anos atrás. Quando os caras tentaram isso o resultado foi caricato, como no disco Nheengatu, um dos piores da discografia deles. Nada mais ridículo do que um coroa tentando bancar o rebelde revoltado. Isso não combina mais com eles. Acho que não demorará muito para o Titãs anunciar o encerramento de suas atividades.

    1. Assino embaixo meu caro! O Nheengatu é um dos piores discos da carreira deles, tão abominável e desprezível quanto o ridículo e patético Sacos Plásticos. Com a diferença é que o primeiro é como você mesmo disse, soa caricato. E muito forçado, e acho engraçado alguns jornalistas clamando o disco como uma “volta às origens da banda” sendo que é uma agressividade artificial e completamente forçada. Os caras perderam o senso do ridículo e se prestaram a gravar um disco “contestador” come temática superficial e com letras lugar comum e cheias de clichês. O segundo foi sem sombra de dúvidas ainda mais medonho e ridículo do que o até então pior disco dos Titãs “As Dez Mais”. É uma banda que já passou da hora de acabar, se tornaram uma banda de mortos-vivos.

  5. Putz, eles continuam tocando aquelas musiquinhas cafonas e bregas que nem “Pra Dizer Adeus” e “Sonífera Ilha”? Vale lembrar que o AcústiCUzinho MTV desses picaretas e canastrões completou ou completa 20 anos agora nesse ano! Quer dizer, é uma banda que já fazem vinte anos que os caras vem fazendo papel de bobo tocando com pagodeiro, gravando música pra novelinha da globo e sendo uma banda que virou sinônimo de música brega. Sobraram só três da formação original. Se a gente fizesse uma aposta, qual Titãs para vocês será o que irá apagar a luz e terminar a banda? Branco Mello, Sérgio Britto ou o medíocre Tony Bellotto?

  6. Quando eu li que o próximo disco deles será uma “ópera-rock” pensei comigo mesmo: lá vem merda! Porque em se tratando do Titãs isso será mais um desastre iguais a todos os discos de inéditas que eles lançam desde o distante “A melhor banda de todos os tempos da última semana”. Eles tentarem criar algo diferente e mais pesado eles não arriscam. E eu até compreendo eles não conseguirem mais tocar com a fúria de antes. Talvez eu que seja radical demais nas minhas opiniões. Mas eu parto do seguinte princípio, se você não tem mais vontade de tocar, e se está de saco cheio da sua banda como os Titãs transparecem isso para a gente, então eu acho que é hora de parar. Não adianta tu ficar forçando e tentar parecer “radical” “doidão” porque não engana mais ninguém. E o que falta nessa banda é senso-crítico. Eles deveriam parar e analisar que o tempo deles já acabou. Mas se for por causa do $$$$$$$$$$ aí então a história muda. Realmente, deve ser triste envelhecer e não ter o que fazer se a banda acabar.

  7. Eles podiam ao menos incluir Felizes são os Peixes, Agonizando e Estados Alterados da Mente né? Essas três citadas nunca mais irã tocá-las. O Branco Mello ainda chegou a tocar Estados Alterados da Mente em alguns shows solo que ele fez em 2006 fora outros lados b dos Titãs que eles não tocam a mais de vinte anos tipo Filantrópico, outra porrada maravilhosa.

  8. A verdade é uma só: O Titãs sempre foi uma banda vendida que fazia o que estava vendendo, e por isso mesmo, a discografia da banda, em sua grande maioria é uma droga.

    O início da banda foi New Wave/Ska, porque? Porque as bandas do momento estavam todas fazendo isso, Lobão, Paralamas, Engenheiros, etc

    Depois a banda decidiu ser ‘rebelde’, com o disco que todo mundo considera um ‘clássico’, saiu o risório e com ‘violência de supermercado’ que foi o Cabeça Dinossauro. A verdade é que eles só fizeram isso pra criar polêmica.

    Logo em seguida a banda decidiu entrar na onda do Depeche Mode e gravar um disco com um som Rock, mas com um pé no Eletrônico. Jesus Não Tem Dentes…

    Depois a banda ficou meio no mesmo som tentando ser diferente de todo mundo e nunca acertando em porra nenhuma (Õ Blésq Blom & Tudo ao mesmo tempo agora).

    Percebendo como as coisas estão indo, sai Arnaldo Antunes

    Depois, quando a bola da vez era ser Alternativo e pesado, saiu o Titanomaquia.

    Depois, quando ser Alternativo já não era mais importante, botaram de vez o pé no Pop Rock (Domingo)

    Depois, quando o Acústivo era a ordem, saiu um deles.

    Aí, embalados por terem vendido quase um milhão de discos pela primeira vez, a banda decidiu que queria vender mais. Esse tipo de coisa só consegue o contrário, vender menos, taí Volume 2 e As 10 Mais que não me deixam mentir.

    Após ter escavado cada centímetro do comercial tal era possível, decidiram que era hora de gravar algo mais ‘Titãs’, saiu o bom A melhor banda de todos os tempos da última semana

    Percebendo como as coisas estão indo, sai Nando Reis

    Gravam dois discos Pop insossos, já que a banda não tem mais fôlego nenhum (Como estão vocês? & Sacos plásticos)

    Percebendo como as coisas estão indo, sai Charles Gavin

    Quando a bola da vez era ser contra tudo isso que ta aí, sai o Nheengatu. Que era pra voltar ao tempo do Cabeça (na verdade, era pra tentar ganhar em cima de sua fama)

    Percebendo como as coisas estão indo, sai Paulo Miklos

    O que acontece hoje é uma banda que só continua porque a marca Titãs é forte, mas tudo tem seu limite, essa história de ‘shows intimistas em lugares pequenos’ é desculpa de banda que não enche mais ginásio e sabe disso.

    A verdade é que é bem provavel que ninguém mais na banda tenha tesão no que está fazendo, mas a grana que entra por show é muito maior do que o querer fazer música de coração.

    Sei lá porque ainda os fãs acompanham a banda

      1. Perfeita a sua análise Diego! É duro mas é a mais pura verdade. O Titãs é aquela banda que só toca aquilo que estiver fazendo sucesso no momento. Porque eles mudaram rapidamente o som ali entre 96 e 97 na época em que estavam ensaiando e se preparando para o Acústico? Porque naquela época o rock tinha desaparecido da grande mídia e não tinha mais tanta $$$$$$$$$$ saída. E o que fazia sucesso naquela época sombria(e bota sombria nisso) musicalmente? Pagode romântico, sertanojo(o falso sertanejo), axé e muita música brega. Eles precisavam $$$$$$$$ sobreviver no mercado musical $$$$$$$ então precisavam mudar de estilo nem que pra isso tivessem que pagar micos tocando com pagodeiro e com a múmia ambulante Roberto Carlos. Comentário excelente!!!!!

    1. O Cabeça Dinossauro existiu por causa dos Inocentes. Dizem que o Branco Mello se influenciou muuuuuuuito pelo som deles porque esse picareta produziu o primeiro disco do inocentes junto com Pena Schmidt. O próprio Clemente ficou puto depois quando eles lançaram o disco porque a imprensa passou a bajular os Titãs como se eles fossem a primeira banda punk do Brasil, sendo que os Inocentes já tinham uma música que falava mal da polícia no começo dos anos 80 que é “Maldita Polícia”.E também pelo fato do Clemente ter apresentado ao Branco muitos discos de bandas punks pra ele. E isso sem contar que as Mercenárias já tinham temas como “Igreja” e “Polícia”. Coincidência não? Plágio puro! Pelo menos nas temáticas. E no Cabeça Dinossauro tem uma música que é tipo um pastiche de Ratos de Porão “A Face do Destruidor”.

    2. Excelente análise, Diego! Nâo mudo uma vírgula dela, e concordo com tudo!

      Não fosse o passado “glorioso” (Cabeça, Jesus e Blesq, que forneceram os maiores sucessos), e a carreira da banda já teria acabado há tempos.

      Mas, como muita gente acha que eles são uma banda de baladinhas insossas e musiquinhas pop para cantar junto, os shows ainda rendem $$$$$$$, mesmo que menos, então não dá para largar o osso enquanto ainda há alguma coisa a roer nele!

    3. Como o que importa para mim é apenas o disco em si e não se ele foi feito com “sinceridade”, se é “verdadeiro” ou “se foi feito por causa do momento musical”, não entro em debates conceituais como esse e acho que os Titãs possuem bons discos, sendo que um deles é um dos melhores discos de rock de todos os tempos, o sensacional Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas. Está certo que ali eles surrupiaram ideias principalmente dos Talking Heads, mas se o disco em si é bom, pelo menos para mim “honestidade”, “sinceridade” e “originalidade” não têm importância nenhuma…

  9. Acho os Titãs uma bela banda, mas os caras precisam se acertar o quanto antes. Pra começar, os cantores precisam voltar a focar na posição de cantor (adoro a banda, mas vamos combinar que Branco Mello tocando baixo é horripilante). Também poderiam aproveitar a onda do revival e tentar voltar o Arnaldo e o Charles Gavin para a banda. Tomariam um outro nível, mas diz aí, como o Beto Lee tem se saído?

    1. O melhor baixista deles foi o Paulo Miklos que assumia o instrumento lá nos primórdios da banda. Já o Nando Reis tocava praticamente forçado se quisesse ainda ter alguma função na banda.

    2. Davi, o Beto é discreto na banda. Fica mais nas bases, faz alguns backings, mas ainda atua como um “músico convidado”, parece que está ali apenas para fazer a função dele, que ainda não se sente “parte” da banda, se é que me faço entender!

      1. O Beto Lee e nada é a mesma coisa Micael, ele é tão medíocre e limitado quanto o canastrão do Bellotto, não acrescenta em p…. nenhuma na banda. O pior é que os Titãs substituem os integrantes originais por substitutos ainda piores. Os caras ao invés de colocarem gente que gosta de som porrada, gente mais nova ainda não. Os caras pões uns músicos cuja as bandas favoritas são os Stones e sempre MPB e brega.

      2. Entendi e é uma pena. O cara é um bom músico. Poderia acrescentar à banda. Quando começaram a tirar foto promocional com os 5 músicos envolvidos achei que eles iriam assumir esses caras como novos ‘titã’. Poderia trazer novas influências. Pena!

  10. Eu queria que eles tocassem uma velha música que gosto muito que é “Babi Índio”. Não há impedimento algum visto que o líder vocal da música é o Branco Mello. A não ser é claro que seja por ter que pagar os direitos autorais ao Ciro Pessoa que a banda não quer (o que não duvido muito).

  11. Dá pra perceber que os caras perderam o gosto pela música e só estão nessa por causa do $$$$$$$$$. Se esses picaretas tivessem alguma dignidade teriam acabado depois do Domingo. Depois disso se tornaram uma banda vendida e patética.

  12. A melhor notícia que se poderia ter desses picaretas é eles anunciarem o fim da banda porque eles se tornaram mortos-vivos. Deveriam acabar de uma vez por todas com essa piada de mal gosto que se tornou o Titãs.

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