Melhores de Todos os Tempos: 2008

Melhores de Todos os Tempos: 2008
Whitesnake em 2008: Doug Aldrich, Chris Frazier, David Coverdale, Reb Beach, Uriah Duffy e Timothy Drury
Whitesnake em 2008: Doug Aldrich, Chris Frazier, David Coverdale, Reb Beach, Uriah Duffy e Timothy Drury

Por Diogo Bizotto

Com Alissön Caetano Neves, André Kaminski, Bernardo Brum, Christiano Almeida, Davi Pascale, Fernando Bueno, Flavio PontesJoão Renato Alves, Leonardo Castro*, Mairon Machado e Ulisses Macedo

Participação especial de Rodrigo Gonçalves, colaborador do portal Metal Revolution e editor do Rock Blog

Como comentou um colega mais abaixo: “Metallica, Whitesnake, Guns N’ Roses, Mötley Crüe. Isso aqui é uma lista de 2008 ou 1988?”. Mas não se preocupem, também há doses cavalares da década de 1970, vide a entrada de Beardfish e Bigelf. Pra nos situarmos melhor na época abordada, Portishead e Slipknot dão as caras. O que isso tudo significa? Bom, é melhor que os próprios leitorem julguem, então fiquem à vontade para ocupar o espaço dos comentários. Como nunca deixo de fazer, lembro que o critério para elaborar todas as partes desta série obedece a pontuação do Campeonato Mundial de Fórmula 1. Boa leitura!


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Whitesnake – Good to Be Bad (90 pontos)

Alissön: Em certa altura do campeonato, tornou-se extremamente vergonhoso ouvir as performances vocais de David Coverdale, seja em estúdio ou ao vivo – onde a coisa só ficava mais vexatória ainda. Não há nenhum problema em envelhecer e não conseguir alcançar os timbres que outrora lhe fizeram famoso. O grande problema é tentar “forçar a barra”, tentando alcançar os mesmos timbres e tonalidades que já não é capaz de alcançar mais. É basicamente isso o Whitesnake hoje em dia, uma banda que sobrevive de ótimos músicos e um vocalista que insiste em não reconhecer suas limitações.

André: Claro que a fase de maior brilho criativo deles ficou nos anos 1980. Mas eu sempre considerei a banda como aquela sem disco que eu não gosto. Embora as guitarras de Doug Aldrich e Reb Beach soem quase heavy metal em muitos momentos, aquela veia melódica característica do Whitesnake sempre se faz presente. Ainda não me decidi se é Ozzy ou Coverdale o cara que melhor seleciona guitarristas para suas carreiras. Independentemente disso, “All I Want All I Need” é uma ótima balada, a grande especialidade de Coverdale, “Lay Down Your Love” varia entre peso e calmaria e “Got What You Need” tem aquele jeitão do hard setentista dos bons tempos do UFO. Quando se trata de Whitesnake, o tiro sempre vai na direção certa.

Bernardo: Recrutando músicos mais jovens para dar um novo gás ao seu AOR, Coverdale injetou um peso revigorado em seu disco, mas sem perder as características que o tornaram famoso. No final, tem seus momentos, mas é o tipo de farofada tão derivativa e autorreverente que é um representante dos mais esquisitos para dizer que o melhor da música em 2008 foi um disco cheio de chavões que já nasceu datado.

Christiano: Nunca considerei o Whitesnake uma banda fundamental. Não posso dizer que não gravaram bons discos. Na primeira fase de sua carreira, álbuns como Ready an’ Willing (1980), Lovehunter (1979) e Come an’ Get It (1981) mostraram que David Coverdale tinha muito a oferecer após sua saída do Deep Purple. No entanto, nunca fizeram um disco verdadeiramente excepcional. Por isso, fiquei bastante surpreso quando vi que Good to Be Bad, praticamente o primeiro de inéditas após Slip of the Tongue (1989), foi eleito o melhor álbum desse ano. Pode ser que o saudosismo explique esse resultado. De qualquer maneira, seria injusto não reconhecer as qualidades de um álbum que traz Doug Aldrich e Reb Beach fazendo um ótimo trabalho de guitarras: “A Fool in Love” e “Best Years” são bons exemplos disso. A voz de Coverdale, pelo menos em estúdio, continua muito boa. Claro que algumas baladas, como “All I Want All I Need” e “Till The End of Time”, tentam reviver antigos megahits radiofônicos de tempos atrás, o que soa meio forçado, mas não compromete o resultado final. Enfim, um bom disco.

Davi: Há quem defenda que bandas clássicas não deveriam mais aparecer nesta série para dar espaço às bandas novas. Sempre fui da tese que entra quem merece, independentemente do tempo de estrada. Não sou a favor de cotas. E, mais uma vez, temos uma banda com décadas de estrada em nossa lista. E merecidamente! Extremamente bem gravado, excelente trabalho vocal, riffs impactantes. Som vintage com um toque moderno, mantendo a veia hard rock e com qualidade de composição muito acima daquilo que bandas mais novas vêm apresentando. Assim é Good to Be Bad. “Lay Down Your Love” em outros tempos seria hit. “Best Years”, “Good to Be Bad” e “Call on Me” levantam até defunto. Um disco do Whitesnake não seria um disco do Whitesnake sem as famosas baladas mela-calcinha. Entre essas, minha preferida aqui é “All I Want All I Need”. Depois de dez anos sem lançar um álbum de inéditas, os músicos voltaram pegando fogo.

Diogo: Surpreende um pouco ver este álbum no topo, mas não ao ponto de causar estranhamento. Lembro que, como grande fã de David Coverdale e da banda, fiquei muito feliz quando o Whitesnake foi reativado e, como era de se esperar, com músicos de altíssimo gabarito. A expectativa para um novo registro de estúdio era alta e não foi decepcionada. Cheguei a ver a banda ao vivo em 2005, antes do lançamento, e ficou evidente que, apesar da voz de Coverdale não apresentar mais a mesma potência, estava suficientemente boa para levar adiante sua carreira, e isso percebe-se em Good to Be Bad: faixas sem os grandes abusos vocais de seus tempos mais áureos, mas que entregam boas performances, em um registro mais confortável para Coverdale. A parceria com Doug Aldrich nas composições funcionou muito bem, mesclando diferentes fases da carreira do grupo com um toque um pouco mais moderno e execução impecável, sem tantos arroubos virtuosos, focada no resultado. Canções boas surgem aos borbotões: “Best Years”, “Can You Hear the Wind Blow”, “Lay Down Your Love” e “Got What You Need” são minhas favoritas. Minha ressalva é em relação às baladas: Coverdale normalmente é um ás nesse tipo de música, e eu sou um “baladeiro” de carteirinha, mas “All I Want All I Need” e “Summer Rain” me deixaram um pouco decepcionado, pois passam bem longe da qualidade de obras como “Blindman”, “Love Ain’t No Stranger”, “Looking for Love”, “Now You’re Gone” e “Can’t Go On”. Ouvindo-o agora com um pouco mais de atenção, talvez eu devesse ter elencado Good to Be Bad uma ou duas posições acima em minha lista pessoal. Mais uma coisa: só uma banda habituada a trabalhar com músicos de tão alto nível tem a manha de colocar um guitarrista absurdamente competente como Reb Beach em posição secundária, ao menos em estúdio. Ponto pra ele, por ter a a consciência de que jogar pro time é o mais importante.

Fernando: Um disco que passou batido por muita gente que apenas deu uma ou duas ouvidas e não se atentou direito ao álbum. Lembro que quando saiu eu ouvi bastante. Acredito que o motivo dele ter sido bom é que Coverdale se conteve e cantou de acordo com o que sua voz estava podendo na época. Ninguém esconde que aquela voz dele foi pro saco.

Flavio: Sim, David Coverdale trazendo o Whitesnake de volta desde Restless Heart (1997) faz deste Good to Be Bad disparado o melhor disco do ano. Vamos encontrar um Whitesnake mais calcado no som do final dos anos 1980, porém com mais peso, devido ao timbre das guitarras mais agressivo de Doug Aldrich e Reb Beach. Apesar de notar que a voz de Coverdale não é mais a mesma desde algum tempo, as composições (em conjunto com Aldrich) estão inspiradas e não há pontos fracos no disco, desde o hard forte da faixa título, de “Best Years”, da zeppeliana “Lay Down Your Love” e “All For Love” (essa parece ter saido do disco de 1987), o blues hard de “A Fool in Love” e no estilo consagrado de baladas em “Summer Rain” e “All I Want All I Need”, além da outra zeppeliana e lindíssima faixa de fechamento “‘Til the End of Time”. O disco só não é recomendável para quem realmente não curte a banda. Caso apreciem, indico a aquisição da bolacha, sem erro.

João Renato: Gosto deste disco, mas fico surpreso com sua vitória. Apesar de não fugir tanto da sonoridade que o consagrou nos Estados Unidos, David Coverdale conseguiu fazer um disco mais direto em comparação com alguns de seus antecessores que tanto sucesso fizeram na segunda metade dos anos 1980, como o pedante Slip of the Tongue. Doug Aldrich possui méritos inquestionáveis nisso, sendo menos exibido que alguns de seus antecessores, deixando a música falar mais alto que solos. Não chegará a ser um clássico, mas tem seu valor.

Mairon: E olha a surpresa no primeiro lugar. Depois de somente o excelentíssimo Whitesnake (1987) ter entrado na edição de seu respectivo ano, eis que Good to Be Bad ocupa a primeira posição. Merecido, afinal, este disco mostrou que Coverdale ainda tinha muito o que ferver, ainda mais acompanhado por um timaço de novatos (nem tão novatos assim). O cara apresenta linhas acústicas, com sua voz rouquíssima, em “‘Till the End of Time”, baladas meigas (“Summer Rain”) e doloridas (“All I Want All I Need”), solta a voz na pesada “Call On Me” e resgata o som original do Whitesnake, mais ligado ao blues, em “Lay Down Your Love” e “Got What You Need”, além de mandar ver no hardzão pegado de “Can You Hear the Wind Blow”. Quando os teclados surgem com força, as qualidades de Good to Be Bad se elevam, principalmente na pancada que abre o álbum, “Best Years”, ou na nostalgia manjada, mas boa de se ouvir, “All for Love”. Mesmo o ritmo arrastado do boogie “A Fool In Love” traz aquela nostalgia oitentista para a mente. Doug Aldrich trouxe mais malemolência para as guitarras da banda, sendo a faixa-título a principal representante nesse quesito (e ouvi-la com Glenn Hughes fez ainda mais sentido). Um disco fantástico, que colocou Coverdale novamente no mercado depois de um bom tempo afastado (oito anos, mais precisamente), e que foi um das grandes audições que tive quando de seu lançamento, ainda mais em se tratando de um dinossauro como é o Whitesnake. Hoje em dia não o ouço com tanta frequência, até porque Whitesnake ainda é insuperável, mas vê-lo em primeiro aqui, e colocado novamente para ouvir, foi uma ótima experiência. Entrou em décimo na minha lista, mas acho que merece estar pelo menos umas cinco posições acima depois dessa nova e revisitada audição.

Rodrigo: Tivesse David Coverdale decidido encerrar a carreira do Whitesnake após o lançamento deste álbum (pelo menos no que diz respeito a lançamentos de estúdio), teria sido um final digno, pois Good to Be Bad é, com certeza, uma excelente adição à discografia do grupo. Um trabalho surpreendente, repleto de composições excelentes, em que David, apoiado por uma excelente banda, conseguiu dar aos fãs um álbum memorável. Destaque para a maravilhosa balada “Summer Rain”.

Ulisses: Não acompanho o Whitesnake, mas não achei que, em pleno 2008 os caras estariam em boa forma, com um Coverdale cuja voz envelheceu dignamente. Riffs pesados e composições bem arrumadinhas à beça no registro, algumas que até se seguram confortavelmente se colocadas lado a lado com clássicos. É um exagero a entrada na lista e mais ainda no topo, mas a audição, por si só, é sólida o suficiente. Destaque para “Call on Me” e “Lay Down Your Love”.


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Testament – The Formation of Damnation (79 pontos)

Alissön: O vocal “podreira” de Chuck Billy já me deu nos nervos. Fora isso, os discos do Testament pós The Gathering (1999) são bons para quem ainda liga para thrash metal mais modernizado. Mas no geral é tudo muito linear, monotônico e sem grandes atrativos.

André: O câncer de Chuck Billy em 2002 obrigou-os a dar uma parada nas atividades até que ele se recuperasse. Assim, demorou para que este registro viesse à tona. E voltaram muito bem. Mais um thrash vigoroso e chacoalhador de pescoços graças a ótimas faixas como “More than Meets the Eye” e “The Evil Has Landed”. Os solos de guitarra de Alex Skolnick são sempre de alta qualidade. Não vai revolucionar seus ouvidos, mas ao menos é capaz de animá-los caso curta o estilão Bay Area norte-americano.

Bernardo: Tem seus momentos, mas para mim não chega a se destacar. Certamente se aproveitaram do “big comeback” do thrash ocorrido poucos anos antes, mas não chegaram a fazer um grande disco com a oportunidade que tiveram. Tem bons riffs e solos, mas é pouco memorável.

Christiano: Perto de Death Magnetic, The Formation of Damnation soa como um dos melhores discos do ano. Se esse fosse o critério, de fato a escolha seria acertada. O Testament sempre foi da “série B” do thrash metal, mas, ultimamente, quando comparado com seus contemporâneos, a situação se inverteu. Enquanto Metallica e Megadeth gravam álbuns totalmente dispensáveis, o Testament tem conseguido bons resultados nos últimos lançamentos. “The Evil Has Landed” é um bom exemplo disso, assim como “Dangers of the Faithless”, que mostram uma banda bastante enérgica e nada burocrática. Boa indicação.

Davi: Grande banda!! Sempre gostei desses caras. A única bola fora deles foi Demonic (1997). E o que temos aqui é simplesmente mágico. Temos a formação clássica quase completa. Apenas Louie Clemente ficou de fora. Quem assumiu as baquetas foi nada mais, nada menos que o gigante Paul Bostaph. O resultado não poderia ser diferente. Thrash metal de primeira. Excelente trabalho de guitarra de Alex Skolnick, não que isso seja surpresa. Excelente trabalho de bateria de Paul Bostaph, não que isso seja surpresa. E Chuck Billy botando pra foder. Não tem muito o que dizer, além de “ouça no último volume”. Faixas de destaque: “More than Meets the Eye”, “The Persecuted Won’t Forget”, “Killing Season”, “Afterlife” e “Leave Me Forever”.

Diogo: O Testament pode ter ficado muito tempo fora do estúdio após lançar o magnífico The Gathering – e muito disso tem relação com o câncer que Chuck Billy teve que enfrentar –, mas a espera pelo menos valeu a pena. The Formation of Damnation não é apenas o melhor álbum lançado em 2008, mas a confirmação de que o quinteto californiano é, com folgas, a grande banda de thrash metal do atual milênio. O esmero nas composições e a execução impecável, além de um Chuck Billy cada vez mais incomparável ao microfone, fazem com que o disco não tenha fillers. “Killing Season”, “Afterlife” e “Leave Me Forever” estão um pouco abaixo das demais, mas ainda assim são boas músicas. De resto, é cotovelada nos beiços seguida por soco no estômago e chute nas bolas. A adição de Paul Bostaph ao quarteto original dá um gás todo especial ao disco; afinal de contas, não dá pra imaginar Louie Clemente fazendo os absurdos que Bostaph faz atrás de seu kit, impriindo um ritmo alucinante a canções como “The Persecuted Won’t Forget”, “Henchmen Ride”, “F.E.A.R.” e a faixa-título. O momento mais melódico do álbum, “Dangers of the Faithless”, é o que mais remete ao passado da banda, com um refrão que poderia facilmente estar em um álbum como Practice What You Preach (1989). Acima de tudo, não dá pra negar o enorme poder de fogo das duas canções que iniciam o álbum após sua introdução, “More than Meets the Eye” (perfeita para ser executada ao vivo) e “The Evil Has Landed” (que eu gostaria que fosse tocada ao vivo muito mais vezes). Falar da capacidade de Alex Skolnick solando é repetitivo, por isso destaco a evolução constante de Eric Peterson, que nunca se contentou em ser apenas um bom guitarrista base, aperfeiçoando-se cada vez mais como músico e compositor.

Fernando: Estou na expectativa do novo disco do Testament e ouvi alguns deles recentemente. O longo tempo entre o anterior, The Gathering, de 1999, e este foi uma confusão. De Dave Lombardo até a efetivação de Paul Bostaph tiveram outros quatro bateristas. Steve DiGiorgio também saiu e outros três guitarristas passaram pela banda. Deu tempo para tudo isso acontecer e também para comporem um ótimo álbum.

Flavio: O representante do thrash metal com o retorno do Testament depois de vários anos de ausência na bolacha The Formation of Damnation. A paulada come solta em quase a totalidade do disco, com a manutenção do instrumental calcado no estilo, guitarras aceleradas, solos dobrados, rápidos, bases marcadas e pesadas, bateria com uso e abuso de dois bumbos em grande velocidade e o baixo se virando com esse barulho todo.  No vocal residem as minhas restrições, já que há uso do estilo “gutural/gollum”, com o qual não simpatizo, em boa parte do disco. Meus destaques: “More than Meets the Eye”, em que o vocal é mais rasgado e menos gutural, e “Dangers of the Faithless”, com um instrumental menos óbvio, com boa alternância ritmica, porém com o tal vocal desagradável em boa parte. Razoável disco, indicado para os fãs do estilo.

João Renato: O Testament é o caso de banda que ficou ainda melhor quando envelheceu. The Formation of Damnation oferece um grupo que não parou no tempo e, ao mesmo tempo, não abriu mão de suas características. Um verdadeiro exemplo de competência.

Mairon: Thrash tradicional de uma banda tradicional, que, com o passar dos anos, ganhou espaço entre os apreciadores do estilo, principalmente pela guinada musical dos gigantes Megadeth e Metallica. O Testament teve um início de carreira muito promissor, mas acredito que seus discos dos anos 2000 são mais coesos, como é este caso, em que Paul Bostaph se junta aos membros clássicos Chuck Billy (vocais), Alex Skolnick e Eric Peterson (guitarras) e Greg Christian (baixo) para criar um belo disco, mostrando por que ele foi o escolhido para substituir Dave Lombardo no Slayer durante a pancadaria da faixa-título ou nas estonteantes introduções de “F.E.A.R (False Evidence Appearing Real)” e “The Persecuted Won’t Forget”. O cara é um animal nos bumbos. No thrash, só Lombardo mesmo para batê-lo. Ao mesmo tempo, o trabalho de guitarras não fica atrás, destacando-se nas mesmas faixas citadas e também no ritmo avassalador de “More than Meets the Eye” e “Henchmen Ride”, pancadas para quebrar o pescoço, assim como “Leave Me Forever”, uma faixa diferente, mais cadenciada e trabalhada, que chapa o ouvinte entre as agressividades que rolam nos quase 50 minutos de disco. O álbum é um despejo de riffs que, para quem curte o estilo, não tem do que reclamar, principalmente em “The Evil Has Landed”, uma das melhores faixas do álbum, “Dangers of the Faithless”, que me lembra bastante Megadeth, “Killing Season”, pesadíssima e sem dó de ser, e “Afterlife”, para mim a mais fraquinha no geral. Não votei no disco, mas esteve na minha seleção para entrar. Apesar de eu achar que é muito disco de metal, este é merecido.

Rodrigo: Confesso que nunca fui um grande fã do Testament. Gosto dos hits da fase considerada clássica, mas dificilmente conseguia ouvir um álbum inteiro. A mesma situação ocorre comigo com o Accept. Porém, entretanto, todavia, essa fase mais contemporânea da banda, após o retorno de Alex Skolnick, é excelente. Como um todo, os álbuns são melhores e consigo escutá-los do começo ao fim, caso de The Formation of Damnation.

Ulisses: Em termos de thrash metal, o Metallica obviamente teve todos os holofotes do ano para si, mas é o Testament que leva a melhor na audição. Com vários momentos empolgantes e solos derretedores de faces, Formation mantém a peteca no ar e não escorrega em praticamente nenhum momento.


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Metallica – Death Magnetic (78 pontos)

Alissön: O disco que tirou o Metallica da obscuridade e responsável por dar sobrevida à carreira dos caras ainda é um produto completamente desprovido de fibra e maiores atrativos. Um resumo prático deste disco é o seguinte: estruturas técnicas inspiradas na fase áurea da banda, mas executadas de maneira execrável e completamente sem técnica (as linhas de bateria de Lars neste disco são vergonhosas), embaladas em uma produção ridícula (Rick Rubin já foi um ótimo produtor) e mixagem horrorosa. Salvo momentos pontuais, é o produto de outra das inúmeras bandas clássicas dos anos 1980 que só cumprem tabela lançando discos burocráticos atualmente (com o agravante de você sair da audição com os ouvidos estourados pela gravação equivocada).

André: Confesso que, na época em que liberaram as primeiras músicas deste disco, achei que poderia vir coisa muito boa. “O Metallica voltou depois daquele lixo do St. Anger [2003]” eu dizia. Até comprei o disco na empolgação após uma única ouvida. Depois disso ele acabou caindo na categoria dos álbuns “bonzinhos, mas nem tanto assim”. Ok, “The Day that Never Comes”, que foi bastante divulgada, ainda soa legal, mas depois de um tempo passa a ser um álbum comum e não o de um gigante como é o Metallica. Estou até esperando coisas muito melhores nesse próximo CD que eles vão lançar em breve. “Moth Into Flame” bate o Death Magnetic inteiro sozinha.

Bernardo: Digam o que disserem, sempre achei o Metallica uma banda ousada. Enquanto a maioria faz o que faz para tentar não perder os fãs que, se você tocar uma guitarra com afinação diferente, está “traindo o movimento” e bobagens afins, eles tentaram sair do óbvio, ainda que não fossem proficientes em determinadas direções em que atiraram. Mas não dá para negar a ousadia e a coragem. Dito isso, não fiquei na ponta dos pés quando veio aquela festa toda de “o Metallica das antigas está de volta” – por mim dane-se, quando quero ouvir o Metallica clássico, ouço os discos clássicos e ponto. Ainda que haja um esforço para soar o mais heavy/thrash o possível, o disco se salva com grandes composições, que é o que interessa – como “The Day that Never Comes”. Como acontece em boa parte de seus discos pós-década de 1980, quando perderam a concisão, nem sempre é divertido, é mais longo do que o necessário e um ou outro momento pode ser enfadonho. Mas é QUASE um grande disco.

Christiano: Parece que, depois de lançar Load (1996), o Metallica começou a ter a certeza de que qualquer porcaria que levasse o seu nome poderia vender bem. E estavam certos: St. Anger (2003) é um bom exemplo de que tinham razão. Death Magnetic é só uma tentativa de mostrar que conseguem retomar o que fizeram no passado, justamente o que seus fãs desejam. Por isso, o que temos é só uma coleção de músicas pouco inspiradas de uma banda que já deu o que tinha que dar. Pra piorar, a gravação soa extremamente saturada, com os instrumentos tão altos que se embolam em uma massa sonora muito desagradável. O somatório de composições ruins com gravação horrível é um absurdo de ruindade. Passe longe.

Davi: “Eles eram thrash e deixaram de ser, mimimi”, “se venderam para a MTV, mimimi”. Se a tua principal diversão do dia não é ficar soltando essas pérolas nos comentários de sites e fóruns, você certamente curtirá esse álbum do Metallica. O que temos aqui é Metallica sendo Metallica. Faixas longas, a bateria sempre criativa de Lars Ulrich, além do vocal pra lá de característico de James Hetfield. “The End of the Line”, “Broken, Beat & Scarred”, “All Nightmare Long”, “Cyanide” e “My Apocalypse” estão entre as melhores músicas escritas pelo Metallica nos últimos anos e justificam a compra do disco. O ponto baixo fica por conta do single “The Day that Never Comes”.

Diogo: Tenho sentimentos conflitantes em relação a Death Magnetic. Ao mesmo tempo em que preciso fazer críticas, devo admitir que a capacidade da banda ainda é inegável. Sinto falta de arranjos mais caprichados, especialmente de Lars – que soa como um rockstar que toca bateria, não como o grande baterista que já foi –, além da apara de algumas arestas, mas, no geral, gosto das músicas. Algumas estão abaixo da média, como o single “The Day that Never Comes”, uma tentativa desconjuntada de ressuscitar a glória de “Fade to Black” e “One”; e “The Unforgiven III”, que soa pouco inspirada. A trinca inicial (“This Was Just Your Life”, “The End of The Line” e “Broken, Beat & Scarred”) empolga especialmente pelos seus bons riffs, enquanto a trinca final (“The Judas Kiss”, “Suicide & Redemption” e “My Apocalypse”) emula o grande …And Justice for All (1988), mas sem a mesma gana. O grande destaque do álbum, pra mim um clássico instantâneo desde que ouvi o disco, é “All Nightmare Long”, justamente uma canção que, ao menos pra mim, não parece buscar referências no passado, soando mais original e carregando com orgulho a valorosa assinatura do Metallica. O que impressiona negativamente em Death Magnetic é que uma banda como o Metallica, com todo acesso aos recur$o$ possíveis e que gravou uma das obras mais referenciais quando o assunto é qualidade sonora, possa ter soltado um disco tão mal produzido e mixado, cujos instrumentos perdem coesão a todo tempo e soam ora descolados uns dos outros, ora muito sobrepostos. Vergonha para o quarteto e para Rick Rubin, que deixou de ser um grande produtor há um bom tempo e atualmente só tem enganado bobo.

Fernando: O Metallica soltou dois álbuns controversos pela mudança de estilo e depois lançou um disco já fraco com uma produção que o deixou horrível. A volta ao thrash metal veio com Death Magnetic. Muita gente nem sequer ouviu e já o classifica como um álbum ruim. Outros não ouviram porque “o Metallica traiu o movimento e nunca mais ouço eles. Eles ficam feios bobos e com cara de melão”. “That Was Just Yout Life”, “The End of the Line”, “Cyanide”… Pô, tem várias músicas legais aí. Talvez, no geral, elas sejam um pouco mais longas que o necessário, mas são boas sim.

Flavio: Outro retorno esperado, o Metallica resolveu deixar as grandes experimentações do lançamento anterior pra trás e voltou com seu competente thrash/heavy Metal em Death Magnetic. Visivelmente inspirado nos estilos vencedores anteriores, o disco começa muito bem com “That Was Just Your Life” e “The End of the Line”. Não se percebe mais a bateria genial de Ulrich de …And Justice For All, um tema muito comentado pelos fãs (talvez desde Load), mas seu trabalho é competente.  A seguir, a bolacha dá uma caída até a manjada “The Day that Never Comes”. As boas “All Nightmare Long” e “Cyanide” precedem a terceira continuação de “The Unforgiven”, para mim uma desnecessária preocupação em manter uma espécie de trilogia. Não gostei da primeira sequência e também não vejo “muita coisa” nessa. Ainda há dois bons momentos com “The Judas Kiss” e “My Apocalypse”, e a longa e descartável “Suicide & Redemption”. Enfim, Death Magnetic é um disco forte, com algumas falhas, que se justifica facilmente como ótimo integrante desta edição.

João Renato: A surpresa foi bem agradável à época. O tempo não o sustentou como obra superior, mas garantiu a satisfação, ao menos momentânea. Não dá para negar que Death Magnetic é um disco focado, o que já era grande coisa, em se tratando do turbilhão que o Metallica havia se tornado.

Mairon: Depois do fiasco que foi St. Anger, qualquer coisa que o Metallica lançasse tinha que ser no mínimo boa, e assim foi. Death Magnetic, assim como Chinese Democracy, foi esperado por um bom tempo, e não é um Ride the Lightning (1984) ou um Master of Puppets (1986), tampouco um Black Album, mas foi o disco que colocou o Metallica novamente no mercado, com faixas que respeitam o thrash em sua integridade. Por vezes, o álbum me lembra bastante … And Justice for All, acho que por conta das faixas serem longas, o que não é nenhum demérito. A rifferama de “Broken, Beat & Scarred” é uma das mais complicadas que já ouvi. Em parceria com “The Judas Kiss” e “My Apocalypse”, forma a trinca central que me traz essa sensação de que o primeiro disco com Jason Newsted está na vitrola. O quarteto conseguiu finalmente mesclar o som que criou a partir de Load com o que o consagrou nos anos 1980, e assim apresentou ao mundo faixas que, se não marcaram época, tampouco merecem ser jogadas fora. Nesse sentido, cito “That Was Just Your Life” e “Cyanide”, que se mantiveram presentes nos setlists desde então. “The End of the Line” e “All Nightmare Long” com certeza poderiam estar em Load, apesar de serem mais pesadas do que a maioria das faixas daquele álbum, e os únicos senões são a baladinha “The Day that Never Comes”, que tenta pegar uma mistura de “One” com a onda de “The Unforgiven”, mas não convence, assim como a própria “The Unforgiven III”, muuuuuuuuuito aquém das versões anteriores; e, vamos ser honestos, esse piano na introdução é muito Evanessence. Por outro lado, a fantástica instrumental “Suicide & Redemption” compensa toda a sensação negativa que esses senões possam ter causado, pois é uma grandiosa faixa, e os senões nem são tão terríveis assim. Ter ouvido algumas dessas canções, fresquinhas, na Death Magnetic Tour, fizeram com que eu pegasse ainda mais apreço por este grande disco, e não é nenhuma surpresa vê-lo por aqui.

Rodrigo: Este trabalho do Metallica foi uma surpresa, pelo menos para mim. Confesso que não esperava muita coisa da banda após o fiasco de St. Anger, mas o quarteto voltou em plena forma mostrando por que é uma instituição do thrash. Repleto de músicas longas, com boas letras e solos (!!) interessantes, o álbum é uma bênção após um mar de decepções com o lançamento anterior.

Ulisses: Não ouvia este disco há muito tempo e, francamente, ele está até soando um pouco melhor do que eu lembrava. Os riffs cavalares, em especial, estão mais cremosos aos meus ouvidos. Porém, a longa duração das composições, estruturadas de uma forma que não casa bem com isso, continua sendo a maior ressalva deste álbum um tanto quanto cansativo. Para piorar, a mixagem original do CD foi polêmica ao ponto de muita gente falar para correr atrás de mixes ripados do game “Guitar Hero 3”, que soavam melhores. É claramente superior aos oferecimentos anteriores da banda, ReLoad (1997) e St. Anger (2003), porém, ainda não chega a realmente impressionar.


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Blaze Bayley – The Man Who Would Not Die (43 pontos)

Alissön: Instrumentalmente impecável, mas ainda continuo achando o Blaze um péssimo cantor.

André: Blaze tem uma carreira solo da qual gosto muito e vários de seus discos são ótimos. Porém, confesso que não sou muito chegado a este trabalho. Considero Promise and Terror (2010) e King of Metal (2012), lançados alguns anos depois, ainda superiores. Este foi um álbum de recomeço para Blaze após muitos problemas com gravadoras e músicos, sendo que dele em diante o próprio tomou as rédeas da carreira para si. Talvez por isso o considero um trabalho sólido, mas não muito mais que mediano. A melhor faixa é “Voices from the Past”, cadenciada e com aquela guitarra hipnotizante do início. A situação de Blaze ainda pioraria nesse mesmo ano com a morte de sua esposa. Outro choque para um cara que varia tanto da sorte (ter entrado no Maiden) para o azar (tais tragédias e problemas já citados) mas que traduz tudo isso em ótima música. Esse cara sempre terá o meu respeito e os meus ouvidos atentos para sua música.

Bernardo: Para resumir, um bom álbum de heavy metal, com repertório consistente e cheio de grandes riffs e refrãos, mas prejudicado por sua longa duração (62:16) e por não apresentar muita variação entre suas faixas.

Christiano: Blaze Bayley é, no máximo, um vocalista mediano. The Man Who Would Not Die é só mais um disco de sua carreira irregular, que sobrevive apenas pelo fato de Blaze ter sido vocalista do Iron Maiden. Infelizmente, a tentativa de gravar um álbum bastante pesado soou forçada. Principalmente pela péssima decisão do baterista de usar bumbos duplos indiscriminadamente, atrapalhando muito as músicas. No mais, não existem momentos a serem destacados, visto que o disco é irritantemente reto e sem nuances, e Blaze continua tendo o péssimo hábito de criar refrãos cansativos e repetitivos

Davi: Tomei conhecimento de Blaze Bayley por conta de sua passagem pelo lendário Iron Maiden. Confesso que não fiquei nem um pouco impressionado. Não gostei de seu trabalho vocal em The X Factor (1995), nem de sua performance no Monsters of Rock de 1996. Contudo, comecei a mudar minha percepção (sobre ele, não sobre os discos que fez com o Iron, que continuo achando o ponto baixo da linda carreira construída pela donzela), depois que ouvi Silicon Messiah (2000). Em The Man Who Would Not Die, o músico iniciou uma nova fase. Veio acompanhado de novos músicos, o projeto Blaze morreu, nasceu a fase solo, Blaze Bayley. O disco traz aquilo que seus fãs esperam. Um heavy metal tradicional, uma mixagem moderna, um quê de melancolia. Seu trabalho vocal está bacana. Soube explorar bem suas limitações vocais. O disco é bom, foi legal reescutá-lo, mas não o considero seu melhor trabalho, nem um dos melhores de 2008.

Diogo: É tentador querer elogiar Blaze Bayley. O cara é um trabalhador incansável, que foi injustiçado por muitos e provou seu valor como compositor em várias oportunidades, inclusive no próprio Iron Maiden – ninguém me tira da cabeça que The X-Factor é o melhor álbum da banda pós-Seventh Son of a Seventh Son (1988). Vocalmente nunca foi grande coisa, mas sabendo trabalhar as composições ao redor das suas capacidades, muitas vezes os resultados são positivos. Em The Man Who Would Not Die, há vários momentos em que isso dá muito certo. A banda que o acompanha, inclusive, é surpreendentemente boa, colaborando com performances afiadas. Consigo imaginar canções como “Blackmailer”, “Robot”, Voices from the Past”, “The Truth Is One” e a faixa-título com a voz de Bruce Dickinson, sendo seguidas por comentários do tipo “Iron Maiden voltando com tudo!”, “Sabia que o Iron Maiden não tinha perdido a mão pra fazer um heavy metal mais direto, sem frescuras!”. Mas né, quem está cantando é Blaze, então os critérios mudam para muita gente. O álbum não mantém o tempo todo o nível dessas faixas citadas, mas satisfaz na maior parte do tempo. Não é um grande disco, mas é bom.

Fernando: Blaze grava discos bons desde que saiu do Iron Maiden. Este é o primeiro lançado como Blaze Bayley e não apenas Blaze. Isso significa que a banda que o acompanhava foi toda reformulada. Esse fato não afetou este álbum, mas sim os seguintes.

Flavio: O disco começa muito bem com a pauleira heavy “Crack in the System”, talvez a melhor composição que já ouvi de Blaze. A seguir vem uma baladinha chata pacas, que já expõe algumas restrições da vocalização de Blaze, com repetições de trechos, sem dinâmica, me lembrando a triste passagem pelo Iron Maiden. Apesar de trechos interessantes, o que vem a seguir realmente não mantém o padrão da primeira música; não são composições inspiradas, nas quais, novamente, o vocal limitado de Blaze me incomoda. Gostei apenas da última, “While You Were Gone”, e não encontro motivos para que o disco pertença aos melhores de 2008.

João Renato: Mais agressivo que em qualquer outro momento da carreira, Blaze Bayley exorciza demônios neste disco. Continua tendo um registro vocal bem questionável, mas compensa com qualidade superior nas composições e uma banda que faz a diferença. Junto com Silicon Messiah, é seu melhor lançamento pós-Maiden.

Mairon: Cada vez me convenço mais que a carreira solo de Blaze é melhor do que a da sua ex-banda a partir dos anos 2000. Só a faixa-título deste disco já me fez pegar uma air guitar, algo que nenhuma das canções do Iron pós-Virtual XI (1998) fez. Blaze nos traz um som realmente pesado, com boas músicas e refrãos que ficam na cabeça, seja em “Crack in the System” e “Voices from the Past”, essa com uma belíssima introdução. Curti o ritmo acelerado de “Samurai”, a velocidade impressionante dos riffs de “Robot” e a sequência de notas trabalhadíssimas de “The Truth Is One”. Em inevitáveis comparações com o Iron, “Blackmailer” até tem um ar de “Wasted Years” no seu início, mas é uma potência sonora com um excelente trabalho de guitarras de Jay Walsh e Nick Bermudez. Bom, quando ele realmente inventa de emular Iron Maiden, como em “At the End of the Day”, e, principalmente, em “While You Were Gone”, surge aquele medo de “Lá vem mais Em, C e D”, mas não é bem isso o que acontece, já que é uma faixa arrastada e pesada que dificilmente o Iron criaria algo parecido, e a virada para a segunda metade é fantástica. E para mostrar que Blaze é um cara acima da média, as faixas longas mostram o valor de seus trabalhos de composição. Não tem como não se prender nas caixas de som com a fantástica “Smile Back at Death”, as linhas orientais das escalas na enigmática “Serpent Hearted Man”, ou com a pegada quebradora de pescoço de “Waiting for My Life to Begin” – muito bom esse batera Lawrence Paterson, falando nisso. Um balde de gelo na cabeça do Iron, e um belíssimo disco. Vou ter que começar a buscar a obra de Blaze para minhas prateleiras …

Rodrigo: Um trabalho surpreendente e ao mesmo tempo emocionante, por tudo o que aconteceu na vida de Blaze durante e após as gravações desse álbum. Blaze é um compositor competente e isso se reflete em pérolas como a faixa-título, em que Blaze brada “eu sou o homem que nunca irá morrer!”. Praticamente uma sessão de terapia com ele tentando curar a dor de perder a esposa diante do mundo.

Ulisses: A primeira leva de álbuns solo do ex-Iron Maiden – ainda sob o nome de Blaze – teve boa recepção de crítica e nem tanto de público, embora problemas financeiros e de gerenciamento rondassem a vida do cantor, que ainda lidava com alcoolismo e depressão, fatos que ficaram marcados mais profundamente ali pela época de Blood & Belief (2004). As coisas começaram a melhorar para o careca quando ele finalmente se casou com Debbie Hartland, que passou a administrar tanto sua vida quanto a nova banda que Blaze montou (com os irmãos colombianos Nico e David Bermudez na guitarra e no baixo, o batera Lawrence Paterson e o segundo guitarrista, Jay Walsh). Juntos, gravaram o que parece ser uma espécie de segundo renascimento da carreira de Bayley, com um som mais rápido, pesado e moderno, além de um conteúdo lírico catártico e vingativo, e que fora potencializado com a internação de Debbie em julho de 2008 (um dia após o lançamento do álbum) e sua morte em setembro. Faixas como “Blackmailer”, “Smile Back at Death”, “Voices From the Past” e a faixa-título são petardos inesquecíveis, fazendo da audição algo memorável e muito mais intenso do que o que os fãs do careca estavam acostumados – Blaze realmente não morrera!


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Mötley Crüe – Saints of Los Angeles (36 pontos)

Alissön: Só vale a pena para quem é fã, pois é uma espécie de encerramento da carreira criativa do Mötley Crüe. Não sendo o seu caso, passe longe, pois será uma experiência insípida.

André: Bom disco do Crüe. Os caras começam muito bem com “Face Down in the Dirt”, pena que não mantêm o nível ou este seria um dos melhores álbuns deles. A pegada vai naquele sleaze bem sujo, típico dos anos 1980, e seguem nele do início ao fim. Não há aquele momento em que “a criatividade rola solta” mas é um bom álbum para fechar a carreira deles sem uma impressão ruim, visto que juraram que não farão mais nada após esta última tour que acabou recentemente.

Bernardo: Metallica, Whitesnake, Guns N’ Roses, Mötley Crüe. Isso aqui é uma lista de 2008 ou 1988? Bom, um mais do mesmo. Ouça só se você realmente quer acreditar que não se faz nada mais interessante além da mesma farofada enjoativa que deu o último respiro criativo lá atrás, no disco com John Corabi, e desde então só faz cumprir contrato com os fãs.

Christiano: Um bom disco de hard rock. “What’s It Gonna Take”, “The Animal In Me” e “Just Another Psycho” agradarão os fãs de hard rock oitentista. Vince Neil continua fazendo um bom trabalho, assim como toda a banda. Saints of Los Angeles soa como uma boa despedida, visto que foi o último disco do grupo.

Davi: O Mötley Crüe só pisou no tomate em Generation Swine (1997). Todos os outros álbuns deles são, no mínimo, bons. Saint of Los Angeles não foge à regra. Arriscaram aqui ao trazer um pouco daquela modernidade que experimentaram na época de “Afraid”, mas dessa vez sem descaracterizar o som da banda. Utilizaram os elementos como um complemento e não como a tônica da composição e deu certo. Guitarra sujona, Tommy Lee arrebentando, como de costume, além dos vocais característicos de Vince Neil. Trouxeram a festa de Los Angeles para os anos 2000. Ataque o som no talo, chame umas putas e divirta-se ao som de canções classudas como “Down at the Whiskey”, “Just Another Psycho”, além da faixa-título, que traz um riff inicial que remete bastante à fase de ouro da banda.

Diogo: Gosto muito do Mötley Crüe, mas tenho consciência de que a banda fez apenas quatro grandes discos: Too Fast for Love (1981), Shout at the Devil (1983), Dr. Feelgood (1988) e Mötley Crüe (1994). De resto, há várias boas canções em meio a discos medianos, no máximo bons. Este é um caso de bom disco, com algumas canções memoráveis (“Face Down in the Dirt”, “Mutherfucker of the Year”, “Goin’ Out Swingin'” e a faixa-título) e outras bem menos atraentes. O que eu mais gosto em Saints of Los Angeles é de seu tom autobiográfico, cujas letras fazem com que se trate praticamente de um álbum conceitual, mas sem os aspectos negativos que esse tipo de obra pode ter. Quem acompanha a série e tem boa memória vai lembrar que citei The Heroin Diaries Soundtrack (2007), do Sixx:A.M., na edição passada, e reparar que não citei Saints of Los Angeles por aqui. O porquê é simples: o Sixx:A.M. tornou-se mais relevante que o Crüe, um veículo mais apto a colocar em prática as ideias de Nikki Sixx, inegavelmente um bom compositor. Claro que os bons riffs de Mick Mars fazem falta, assim como a pegada do grande Tommy Lee, e eu gostaria muito de ter tido a oportunidade de vê-los ao vivo, mas a despedida soou adequada. Muito melhor encerrar a carreira com Saints of Los Angeles do que com New Tattoo (2000), que, apesar de legal, soa como um disco de uma banda que perdeu por completo a pujança do passado. Mötley Crüe sem ser metido a besta não é Mötley Crüe.

Fernando: Depois de duas bombas e um período de muita confusão interna, o Mötley Crüe apareceu, do nada, com Saint of Los Angeles. Não esperava nada quando ouvi e talvez por isso tenha gostado. Pode ser em razão da época de gravação, mas o peso dele é maior do que qualquer outro da banda.

Flavio: O Mötley Crüe talvez lançando o seu último disco visa manter o hard/glam rock tradicional de sua carreira, com boa competência. A presença de DJ Ashba como coprodutor e cocompositor em grande parte das músicas dá um pouco de “frescor” à banda, fazendo de Saints of Los Angeles um disco com boas canções.  Não é um trabalho de destaque, o vejo muito longe de um álbum como Shout at the Devil, mas traz um bom peso, soa espontâneo e coeso, traduzindo a essência da banda, e tendo Los Angeles como pano de fundo para o tema principal de suas letras. Como destaques, indico “What’s It Gonna Take”, a faixa-título (a melhor) e “Motherfucker of the Year”.  Havia coisa melhor em 2008, mas Saint of Los Angeles não compromete e está bem indicado aqui na lista.

João Renato: Esperei muito deste disco. Talvez por isso tenha me decepcionado um pouco. Não é ruim, mas falta algo. Ouço ele inteiro e lembro de pouca coisa quando termina. A situação da grande banda que vai se desintegrando aos poucos e, quando se dão conta, cada músico está em uma vibe distinta.

Mairon: O disco que marcou o retorno da formação clássica do Crüe entre os dez mais, que surpresa. Bom, tirando a ironia de lado, aqui o quarteto fantástico Mick Mars, Vince Neil, Nikki Sixx e Tommy Lee faz um álbum pesado, bem diferente daquilo que os consagraram nos anos 1980, e muito modernoso, se aproximando mais do Sixx A.M. do que do próprio Crüe, o que se deve principalmente à parceria com James Michael e DJ Ashba, vocalista e guitarrista, respectivamente, da banda de Sixx. Ouvir faixas como “Down at the Whisky” me causa muita tristeza em saber que essa é a mesma banda que gravou antologias como Girls Girls Girls (1987), Theatre of Pain (1985) e Dr. Feelgood. Bem honestamente, tirando a guitarra de Mars, que dá um banho em “Mutherfucker of the Year”, na divertidíssima “Chicks = Trouble”, e do ritmo puxado em “Goin’ Out Swingin'”, bem como a viajante “Welcome to the Machine”, o resto chega a ser melancólico. Não por acaso, as canções com nomes mais inteligentes são as melhores para quem é fã dos primeiros álbuns. Entrou pelo fanatismo, pois não merece estar entre os dez mais.

Rodrigo: Nada contra o Mötley Crue, mas 2008 teve álbuns melhores que poderiam ter entrado nessa lista.

Ulisses: Hard rock mais bobinho e desinteressante que eu já ouvi. Caia fora dessa.


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Portishead – Third (31 pontos)

Alissön: O disco que salvou a lista de ser um amontoado de irrelevância é um atestado intimista e intrigante do poder da música eletrônica. Passando pelo mistério de suas estruturas musicais e a estranha “Regra dos 3” (confesso que, quando ouvi este álbum pela primeira vez, fiquei meio bolado), Third é um disco estupendo  em sua introspecção e encantador por sua riqueza sonora.

André: Caras, estranhei logo no início e não sei se foi o mesmo com vocês. Eu cliquei e começou umas falas em português. Achei que era propaganda do YouTube e voltei. Comecei de novo e novamente aquelas falas. Fiz umas três vezes para daí perceber que é parte do álbum… Enfim. Tenho o maior respeito pelo Portishead e seu trip hop, inclusive conheço seu maior hit, “Glory Box”. Neste disco, parece que eles usaram a experimentação acima de tudo, lembrando-me aquelas bandas alemãs de krautrock dos anos 1970. A sonoridade passa várias sensações, desde tranquilidade até melancolia e uma coisa meio lisérgica. Marco Gaspari é um que deveria ouvir este disco. E aposto minhas fichas que ele iria adorar.

Bernardo: Até hoje, o Portishead só lançou três discos. Todos maravilhosos, equilibrando de forma delicada, e com grandes composições, o pop barroco, a eletrônica, o folk, o rock, o trip hop e o industrial… Uma banda que traduziu de maneira perfeita o paradoxo dos anos 2000, confuso entre “soar como antigamente” e “mirar para frente”. Third é o “menos bom”, mas ainda assim é maravilhosamente insano, atmosférico e inusitado em sua construção, com a voz suave e ao mesmo tempo intensa de Beth Gibbons, que sabe soar doce e raivosa, sempre nos acertando de jeito. Ouça “Plastic” e “Machine Gun” como uma amostra e depois caia de cabeça. Para terminar fascinado.

Christiano: Se pensarmos que o Portishead foi um dos principais nomes do trip hop, é meio estranho notar que lançaram somente três discos de estúdio, sendo que o último, Third, saiu mais que dez anos após o segundo álbum. Mas gravar um álbum depois de tanto tempo tem suas vantagens. Uma delas é a ausência de pressão para produzir a qualquer custo. Por isso, fica a impressão de que só gravariam o que realmente julgassem relevante. E é justamente isso que temos em Third. Um disco bastante experimental, meio estranho até, que exige algum tempo para ser assimilado. De maneira alguma repetiram o que já haviam feito em seus dois álbuns anteriores e, ainda assim, mantiveram sua identidade. “The Rip” é um bom exemplo disso. Essa música ganhou um videoclipe que, na época, chegou a rolar na MTV. Com certeza, um dos melhores discos do ano, mas que exige boa vontade para ser assimilado.

Davi: Beth Gibbons estava sonolenta, mas não conseguia cair naquele sono profundo que tanto desejava. Resolveu levantar da cama, dar um tempo e ir fazer algumas coisinhas. Brincou com barulhinhos no seu teclado Casio, jogou Pacman no seu Atari empoeirado, enquanto isso ficava tentando criar umas linhas vocais para mostrar no próximo ensaio. Por um acaso, isso acabou sendo gravado. Algum infeliz encontrou o registro e achou que tinha um disco em mãos. Pronto, Beth, já pode ir dormir. Basta dar o play que você dormirá por hooooras e hooooras…

Diogo: Sempre trato com o maior respeito possível todos os artistas que dão as caras nesta série, não importando meu conhecimento ou desconhecimento prévio. Fazer diferente seria desrespeitar a inteligência dos meus colegas que se dispõem a participar deste processo. Não raro, inclusive, surpreendo-me com a qualidade de alguns citados dos quais não esperava muito, como ocorreu com o Arcade Fire, na edição passada. Desta vez, porém, não tenho nada de muito bom para dizer a respeito de Third, do Portishead. Tirando a faixa “Small”, pouquíssima coisa despertou meu interesse. Talvez se o vocal de Beth Gibbons ficasse em segundo plano mais vezes, como na canção citada, o disco tivesse mais atrativos, pois é ele o elemento que mais incomoda ao longo do tracklist. Desculpa, pessoal, mas desta vez não deu mesmo.

Fernando: Toda vez que recebo o resultado de cada edição, dou uma passada de olhos e vejo aqueles discos que vou ter que escutar de novo e aqueles que nunca ouvi. Os que nunca ouvi deixo por último. Nessas últimas edições, esses últimos sempre são algo na linha do hip hop, rap e coisas do tipo. Dá uma preguiça… Começa com um cara falando em português mesmo? Tive que procurar para confirmar se eram brasileiros, mas são britânicos. Favor explicar isso aí pra mim. Porém, achei bem melhor do que esperava. A música nos passa a sensação de enclausuramento (não sei se essa é a melhor palavra), como se estivesse ouvindo o som em um quarto fechado, sem luz e apenas com um colchão jogado no chão…

Flavio: Em alguma outra edição da série, indiquei que tinha muita dificuldade de perceber o rock alternativo e suas vertentes com “genial” ou “admirável” da maneira que vejo outras pessoas fazerem. Neste terceiro disco do Portishead, encontro todos os elementos que me fazem não distinguir estas características. Canções monótonas, com excesso de repetições em todos os instrumentos, e é notavel a aproximação dos anos 1970 em 2008, com uso dos sintetizadores, guitarras com timbres bem característicos da época. O vocal de Beth Gibbons, tido como “extraordinário” por várias resenhas, me parece fraco, limitado, até oscilante em afinação, realmente nada que me interesse. Ao ver que a “banda” tem três integrantes, e um pseudointegrante (engenheiro produtor), fiquei pensando como esses três conseguiriam reproduzir (mesmo com algumas limitações) o som deste Third ao vivo.  A resposta (novamente óbvia) é que “vem gente de todo o lado” (inclusive no disco) pra ajudar, o que também não me agrada. Mas o importante aqui é o disco, não é?  Ok, é o disco, o disco é chato, fraco, repetitivo, lento. Em resumo: não vi nada de bom.  Não destaco nada em nenhuma das 11 canções  Passo, passo, passo e pseudopasso.

João Renato: Em português, seria considerada a perfeita junção do rock psicodélico setentista com a sofrência.

Mairon: O que que é isso? Meu Deus, de onde tiraram isso? Disco estranhíssimo, e inacreditável que foi um sucesso no Reino Unido e nos Estados Unidos, ou pior, em boa parte do mundo. Poucos são os momentos que consegui apreciar (uma que outra passagem de “Hunter” e “Machine Gun”, o dedilhado da introdução de “The Rip” e a curtinha “Deep Water”) em um disco muito, mas muito difícil de se escutar. Não tem ritmo, não tem melodias marcantes, é só a voz sofrida de uma vocalista desafinada e instrumentos eletrônicos aqui e acolá. Disco pra doidos, é o que posso dizer, ou eu é que sou doido de não entender isso daqui.

Rodrigo: Mais uma banda na lista cujo trabalho eu efetivamente não conhecia, apenas tinha ciência da banda. Após ouvir o álbum, devo dizer que, infelizmente, continuarei não sendo um entusiasta do trabalho do grupo britânico.

Ulisses: Entrando pela “cota alternativa” da série, Third procura criar um clima tenso e tem um approach experimental. A parte instrumental é atmosférica e, em alguns momentos, intrigante, procurando tragar o ouvinte em uma hipnose de melodias diversas e esquisitinhas, mas não o suficiente para se salvar de seu aspecto, ultimamente, tedioso.


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Beardfish – Sleeping in Traffic: Part Two (28 pontos)

Alissön: Aqui tem de tudo para quem é fã de prog sinfônico. Longas passagens instrumentais, ambientação, nuances viajantes, teclados e execução cirúrgica. A única coisa que falta, e a mais importante, é qualidade e identidade. Fora isso, está tudo em seu devido lugar.

André: Já gostava do Beardfish por já ter escutado o ótimo disco Destined Solitaire (2009), mas este aqui é simplesmente fantástico. O instrumental deste disco é simplesmente perfeito. Instigante, bonito, animado, bem tocado e de um bom gosto sem igual. Lindos solos de hammond e de moog, baixo debulhando, efeito wah wah da guitarra, bateria variada… É cada minuto de faixa uma surpresa diferente. Às vezes vem uma guitarra mais pesada, às vezes uma calmaria reflexiva típica do prog setentista, às vezes uma linha instrumental meio cômica como “Cashflow”. Se eu conhecesse, teria votado nele em alta posição. Um dos melhores discos de progressivo dessa década, sem dúvida nenhuma. Vou ouvi-lo muito ainda nesta vida. Por essas e outras que eu adoro participar desta série: talvez este disco pudesse ter me passado batido durante muito tempo ainda. Aos consultores que votaram nele, meus parabéns, vocês têm um bom gosto do caralho.

Bernardo: Eu entendo o que agrada o pessoal: é tocado com maestria e chega a lembrar o Genesis em seus melhores momentos, alternando entre paisagens sonoras e momentos mais diretos e pesados. Mas ainda faltou uma “substância”, algo além da virtuose.

Christiano: O rock progressivo é amado por alguns, odiado por muitos. Mas isso não impede que o estilo continue a produzir ótimas bandas de tempos em tempos. O Beardfish é um desses casos. O que temos aqui é uma adaptação da linguagem clássica dos gigantes do estilo para o século XXI: seja pela timbragem dos instrumentos, os vocais de Rikard Sjöblom ou mesmo por algumas pitadas de indie rock aqui e ali, os rapazes conseguiram gravar algo próximo de um clássico do estilo sem soarem deslocados da contemporaneidade, e isso é muita coisa. Logo em “Into the Night”, que abre o disco, fica claro que não se trata de apenas mais uma banda progressiva em pleno 2008, pois momentos de grande elaboração musical coexistem com melodias extremamente agradáveis. A instrumental “Cashflow” mostra que os meninos são admiradores do Gentle Giant. “The Downward Spiral/Chimay” talvez seja o momento mais sublime de todo o disco, que mereceu ter entrado nesta lista.

Davi: Não conhecia essa banda e gostei bastante. Como estou descobrindo agora, não sei dizer se ele é melhor ou pior do que a parte 1, mas o álbum é excelente. Ótimos músicos, excelente trabalho de teclado, composições fortes, vocal de acordo com o estilo praticado pelos músicos. Trabalho muito bem desenvolvido. A banda apostava – sim, já foram para o espaço – em um rock progressivo com bastante influência de Genesis da fase Peter Gabriel, Gentle Giant e Emerson, Lake & Palmer. Se você curte um som com essa pegada, pode ir sem medo de ser feliz. Faixas preferidas: “The Hunter” e “Sleeping in Traffic”.

Diogo: Tanto o Mairon insistiu em incensar a banda que ela acabou dando as caras por aqui. Não vou negar: o disco é bom. Trata-se de músicos que se inspiraram nos melhores e sabem traduzir essas influências em boa música, com grande esmero nos arranjos e na execução. Genesis, ELP, Gentle Giant… essas são as influências mais óbvias, mas certamente há muitas mais, pois fica evidente que estamos lidando com pesquisadores do prog, apaixonados pelo que fazem e capazes de levar adiante seu legado. A época é diferente, o cenário idem e, convenhamos, não há todo o brilho dos artistas citados (seria impossível, certo?), mas o Beardfish faz muito melhor que todas as bandas com evidentes influências da era de ouro do prog que surgiram de 20 (30?) anos para cá. No meu entendimento, um álbum longo e com tantas nuances quanto este merece mais audições para que eu teça comentários mais detalhados, então por ora, limito-me a afirmar que gostei da indicação. O álbum é bom e o grupo é muito talentoso. Além disso, a produção é condizente com o estilo, destacando cada instrumento, inclusive o baixo, muito bem tocado por Robert Hansen.

Fernando: Conheci essa banda meio por acaso e acabei comprando o novo CD deles, que já achei ótimo. Quando fui ver, descobri que eles já eram uma banda estabelecida, com vários discos, sendo que essa dupla intitulada Sleeping in Traffic eram os pontos altos. Em algumas passagens lembra-me o Genesis, mas outras já a colocam no mesmo pote de bandas mais atuais, como Spock’s Beard. Pena que não os conheci antes.

Flavio: Aqui sim! Opa! Destaquei aqui e vou repetir (desculpem, de novo): o melhor de fazer parte desta série é quando nos deparamos com um álbum como este.  Os elementos que aprecio estão todos reunidos: vocal bem feito, duplicado e bem harmonioso em grande parte do disco, alternando partes mais sutis e mais pesadas; instrumental bem valorizado, alternância de ritmos, as tais “odd time signatures”. E há espaço para tudo aqui, tanto o uso de guitarra mais clássica (Yes, Genesis e até Beatles em sua fase final), quanto momentos mais modernos (com uso de hammer-ons e licks mais caracteristicos dos anos 1990/2000). A cozinha é muito bem executada, o baixo realmente participa, trazendo harmonia e complementos para o instrumental, não só permanecendo em uma base reduzida. Enfim, um trabalho coeso, de muito bom gosto, no estilo progressivo bem aproximado do clásssico e que me agrada e muito. Uma pena que a banda parece ter se dissolvido recentemente. E há ainda a referência a “Stayin’ Alive” (Bee Gees) na faixa-título, genial… Apesar de gostar muito da lista que fiz, entendo que o trabalho do Beardfish é bem indicado para esta edição.

João Renato: Tem umas boas trilhas para o Telecurso 2000 aqui. Sério, não é sacanear, algumas parecem mesmo, até porque já fiz trabalhos para tevês educativas e até pensei em passagens que poderia usar. Sobre o trabalho, para quem gosta, deve ser muito bom. De minha parte, dormiria no tráfego e acabaria morrendo. Mas o cara lembra o Phil Collins cantando…

Mairon: Aqui está a segunda parte da viagem musical criada pelo tecladista, vocalista, guitarrista e faz tudo Rikard Sjöblom, que resolveu narrar as 24 horas no dia de um ser humano. Os suecos já haviam criado um grande álbum conceitual (The Sane Day) em 2005, e aquele disco, lançado no formato duplo (segundo da carreira da banda), causou rebuliço entre os admiradores do progressivo. Sleeping também estava previsto para ser duplo, mas as dificuldades no término da segunda parte da história ocasionaram a fissão dos lançamentos, com a primeira parte narrando as primeiras 12 horas, e a segunda – e melhor – narrando as últimas 12 horas, que vão do pôr do sol até o início da manhã. Musicalmente, o Beardfish estava afiado com suas influências de Frank Zappa, Gentle Giant (esses dois as principais referências da banda segundo os próprios integrantes), Yes e King Crimson, mostrando uma maturidade incrível que liquidificou esses – e muitos outros – nomes em uma sopa apimentada e inovadora, com uma criação inédita até então, que os destacam dos demais grupos de sua geração, sempre com uma novidade e surpresas para quem ouve a banda pela primeira vez. Ouvir este álbum é ser levado por uma séria de lembranças musicais que irão lhe dirigir para um monte de referências, mas tudo soando como inédito, e predominando o incrível e descomunal talento de Sjöblom. Começando exatamente do término da parte 1, com a sequência de notas no piano da vinheta “As the Sun Sets”, o álbum mergulha na noite em “Into the Night”, com os teclados de Sjöblom sendo o centro das atenções, em uma faixa muito trabalhada e que levanta os ouvidos com certeza, com referências explícitas para Jethro Tull, Zappa, Yes, Focus, Uriah Heep, além das passagens intrincadas em que o quarteto faz misérias. “The Hunter” eleva o baixo de Robert Hansen sobre as caixas de som, e começamos a ser hipnotizados pela magistral criação instrumental que os suecos estão nos propiciando, sendo que o solo de órgão é qualquer coisa acima do sobrenatural de tão encantador. Com “South of the Border”, a diversão torna-se garantida, sendo uma passagem hilária entre as 24 horas do personagem central, que deve ter feito Mr. Zappa aplaudir de pé dos rincões do paraíso. Quem ouve “Cashflow” e não reconhece as claríssimas fontes gentlegiantianas que brotam é porque desconhece as canções do gigante gentil; só que, ainda assim, muito original, principalmente porque o acordeão é um dos instrumentos-chave dessa canção, enquanto a dupla “The Downward Spiral/Chimay”, trazendo mais citações ao Gentle Giant, dessa vez para as magistrais sequências de duelo de violão entre Gary Green e Ray Shulman, primordialmente resgatadas pelos suecos, além de uma pitada de Yes fase Drama (1980) em seu encerramento, é uma viagem musical de preparação para o êxtase da madrugada, que está embutida na incrível, maravilhosa e longa faixa-título. Uma das primeiras criações de Sjöblom (a canção foi criada em 2002, sendo que a banda teve seu primeiro lançamento em 2003), ela era uma faixa tradicional nas apresentações do grupo, mas demorou seis anos para ser registrada (praticamente ao vivo) em estúdio. Poderia ser interpretado como uma presunção e pomposidade fazer uma faixa de 35 minutos, mas bah, sinceramente, QUE FAIXA. Não vou comentar muito sobre ela (baita introdução, riff poderosíssimo, letra sensacional, mudanças inacreditáveis), apenas digo: OUÇA!! Encerrando, nasce o dia em “Sunrise Again”, e aí voltamos para a parte 1, em um ciclo que se repete em audições inevitáveis, já que os dois álbuns são fantásticos. Ok, me passei, mas este álbum merece, pois é um discaço, e confesso, fazia horas que não ficava tão feliz em ver um álbum em uma edição da série. Ouça sem preconceito, você curtirá e muito!

Rodrigo: Um dos motivos pelos quais eu mais gosto de participar desta série é que eu sempre acabo descobrindo coisas novas, que não conhecia. Caso do Beardfish e deste álbum. Tendo dito isso, obviamente não vou me ater a fazer comentários elaborados sobre algo que acabei de conhecer, mas o que posso dizer é que gostei bastante do álbum e da banda. Definitivamente, correrei atrás para conhecer a discografia do grupo.

Ulisses: Um exemplar razoável de rock progressivo sinfônico. Gostei, em especial, dos riffs setentistas de “South of the Border” e do conteúdo lírico meio debochado. Porém, no geral, quando chega o momento em que determinada faixa vai engatar, termina por se perder em firulas prog que nada acrescentam à audição. Tem seus bons momentos, mas nada de outro mundo.


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Slipknot – All Hope Is Gone (28 pontos)

Alissön: Sou fã do Slipknot, mas esta empreitada dos caras por sons mais técnicos, mais comportados e influenciados mais efetivamente pelo thrash metal passam longe de representar a capacidade criativa real do Slipknot. O disco flutua entre ótimas composições criativas e outras em que a inspiração faltou e o resultado mais se assemelha a uma sobra do Stone Sour.

André: Como eu gostaria que Corey Taylor cantasse apenas com a voz urrada. Se encaixa perfeitamente na sonoridade caótica deles. Quando utiliza aquele vocal limpo “pop” me dá um certo desânimo. No mais, o instrumental é bom, mas as composições ficaram devendo comparadas com os dois primeiros discos. Apesar de “Psychosocial” copiar (não sei se é intencional) o riff principal de “Something Wicked this Way Comes”, do Nuclear Assault, a faixa ainda é a melhor do CD. Como já havia comentado antes, é uma boa banda, só não rolou os gostos deles com os meus.

Bernardo: Depois de surgir no manancial do nu metal em Slipknot (1999), destacar-se pelo peso e intensidade em Iowa (2001) e mostrar amadurecimento e versatilidade em Vol. 3: The Subliminal Verses (2004), o Slipknot de All Hope is Gone já era uma banda amadurecida, que não precisava provar mais nada a ninguém. Sim, era possível misturar metal extremo e eletrônica pesada, vocal rapeado com vocal gutural e fazer música muito boa. Agora eles não eram mais promessa ou curiosidade, mas uma banda grande, headliner de festivais, lançando um álbum que é uma porrada na orelha, mas que também se sai bem pisando no freio e também quando aposta em atmosfera sombria e amargurada – “Psychosocial”, “Dead Memories” e “Gehenna” atestam o que estou falando.

Christiano: Essa banda sempre me pareceu uma tentativa de fazer metal pesado para playboys. Neste disco, isso ficou ainda mais evidente: guitarras pesadas, bateria veloz, vocal meio gutural, mas que tem lá seus momentos de Creed. No fim das contas, a mesma chatice de sempre.

Davi: Depois do razoável Subliminal Verses, o Slipknot voltava à boa forma em seu quarto álbum. Corey Taylor continuava mesclando vocal limpo com agressivo, conforme esperado, enquanto a banda voltava à porradaria usual. O trabalho de bateria de Joey Jordison neste álbum é simplesmente destruidor. “Psychosocial”, “Vendetta”, “Dead Memories”, “Gematria” e “Sulfur” são os grandes destaques.

Diogo: Este é o álbum do Slipknot que eu indicaria para pessoas que não têm muita simpatia pela banda, especialmente aqueles que ainda guardam ranço com o nu metal e o fato da banda já ter sido associada a esse subestilo. Digo isso pois julgo All Hope Is Gone como o disco mais “convencional” em se tratando daquilo que se espera de uma banda de heavy metal mais tradicional, se é que se pode dizer algo assim do Slipknot. Além do uso de percussões estar mais discreto, de haver mais solos de guitarra em evidência e de Joey Jordison oferecer uma grande performance, estão mais evidentes as influências de thrash metal, além de alguns lampejos death (parte de “Vendetta” parece com algo que o Morbid Angel faria em sua fase com Steve Tucker) e até doom (como na arrastada “Gehenna”, um dos destaques). Consigo imaginar pessoas batendo cabeça com a rifferama inicial de “This Cold Black” e logo depois mudando de postura ao perceber que é Corey Taylor urrando nos vocais. O fato de um álbum como este ter ocupado o primeiro posto da Billboard é mais um para a longa lista de méritos do Slipknot; entre eles também está a capacidade de compor músicas cativantes, equilibrando extremismo e melodia, como “Gematria (The Killing Name”, “Sulfur” e “Psychosocial”, três petardos que se somam a uma longa lista construída ao longo de apenas cinco discos. “Snuff”, maior sucesso extraído do álbum, é uma boa balada, mas nessa seara mais comercial, a melhor canção é “Dead Memories”.

Fernando: Quem diz que Kamelot e Nightwish aparecem em todas as listas se esquece que todos os discos do Slipknot já apareceram aqui. Seria pra tanto?

Flavio: Realmente, o Slipknot deu uma mudada neste quarto disco. O som está um pouco mais marcado, bem construído, mais harmônico, acredito que há elementos de thrash progressivo, principalmente nas primeiras músicas, também senti um pouco menos de uso de afinações baixas e até da redução da marcação percussiva “olodum metal” ou mesmo de momentos mais “doom/heavy metal (“Gehenna”). Tudo muito legal,  mas os elementos marcantes da banda estão presentes, aí que a coisa pega, pois me desculpem, não consigo suportar os momentos extreme metal, com o vocal gritado que predomina na bolacha toda. Na terceira música, “Sulfur”, um dos singles, bem no refrão, Corey Taylor abandona a gritaria e resolve cantar, o que me deu uma esperança para o resto do álbum. Ao perceber que essas pitadas de vocal mais “normal” ficariam apenas em poucos momentos do disco (alguns segmentos de refrão de algumas músicas – “Butcher’s Hook”, “Gehenna”, “Wherein Lies Continue”) e é apenas mantido na boa balada “Snuff” e nas faixas-bônus (nem sei se considero isso). Enfim, que decepção. Para terminar, a insuportável faixa-título. Realmente, não dá para gostar do disco; apesar de alguma mudança, neste aqui toda esperança se foi…

João Renato: O disco do Slipknot que, até hoje, não consigo desfrutar. Assimilo algumas músicas, mas não consigo apreciar o conjunto da obra. O que menos curto da carreira deles. De qualquer forma, vender mais de 1 milhão de cópias no cenário que, em 2008, era até pior que o atual, é um feito e tanto.

Mairon: Não sabia que o grupo tinha taaaanto prestígio aqui na Consultoria. Afinal, este é o quarto disco deles a entrar na série, sendo que este é exatamente o quarto álbum da banda. O disco até começa surpreendendo, ou vai dizer que “Gematria (The Killing Name)” não te causa uma sensação de “Quê? O Slipknot resolveu tocar de verdade agora?”. O batera 1 é o grande centro das atenções, tocando muito bem, e até que gostei do disco no geral. Destacar mais faixas é complicado, porque todas têm o mesmo nível, mas uma que está um pouco acima das demais é a arrastadíssima e surpreendente “Gehenna”. Por outro lado, apenas cito que, quando eles inventam de fazer um som mais moderno, principalmente em “Psychosocial” e a baladinha “Snuff”, a banda fica muito comum, e aí não dá de gostar, assim como um vocal que outro aqui, e uns eletrônicos mal encaixados por ali me fizeram ter alguns segundos de desprezo, mas nada de mais. Bom disco, não para os dez melhores de 2008, mas talvez seja o melhor álbum do grupo entre os quatro que entraram até agora.

Rodrigo: O Slipknot para ser ruim precisa melhorar bastante.

Ulisses: A balada emo “Snuff” é, claro, completamente descartável (embora, se bem me lembro, seja o single de maior vendagem da banda), mas o restante de All Hope Is Gone tem um direcionamento similar ao do álbum antecessor, explorando melodias, influências de thrash metal e abrindo um pouco mais de espaço para solos de guitarra. Apesar de ser o disco que menos curto do grupo, ele tem várias ótimas e pesadas faixas, com destaque para a matadora tríade de abertura: “Gematria (The Killing Name)”, “Sulfur” e “Psychosocial”.


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Guns N’ Roses – Chinese Democracy (28 pontos)

Alissön: Nem vale a pena comentar.

André: Quinze longos anos para lançarem isto. Preciso acrescentar algo mais?

Bernardo: Apesar de gostar de outros discos do Guns, sempre achei Chinese Democracy um álbum mais marketing do que música. Enrolou pra cacete pra lançar, prometeu mundos e fundos, pôs tudo na conta do “perfeccionismo”… Para no final ser um álbum medíocre, que soa quase paródico quando tenta ser “moderno”, hiperproduzido até o limite do artificial e cheio de composições fraquíssimas. Um pálido fantasma que tenta de todo o jeito recuperar a grandeza que teve por quatro anos, entre 1987-91.

Christiano: O famoso disco que demorou mais de 20 anos para ficar pronto. Fruto da carreira solo de Axl Rose vendida com o rótulo de sua antiga banda, Chinese Democracy tentou ser moderno ao incorporar alguns elementos de nu metal, tentou ser meio industrial e hard rock, mas, infelizmente, só conseguiu mostrar quão lunático é seu idealizador, um megalomaníaco de voz irritante e ego gigantesco. Um vexame.

Davi: O tão aguardado e tão odiado álbum de Axl Rose. Não considero este disco uma obra prima, mas também não acho o álbum abominável como gostam de pintar por aí. Considero-o um bom trabalho. Muitos torcem o nariz por conta dos elementos eletrônicos inseridos no disco. Não tenho nenhum problema com isso quando é bem feito, como é o caso aqui. O álbum possui alguns ótimos momentos como “Chinese Democracy”, “Better” (excelente faixa, por sinal), “There Was a Time”, “I.R.S.”, “Madagascar” e “This I Love”. Há, sim, alguns fillers, mas nada que seja abominável. Se você não estiver esperando um Appetite Part 2 ou um Illusion III, pode ser que você se divirta.

Diogo: Creio que nunca, jamais houve um disco tão criticado por pessoas que sequer se deram ao trabalho de ouvi-lo. É verdade que a espera foi longa e isso gerou um clima de impaciência é até mesmo de irritação entre aqueles que tinham um mínimo interesse no grupo, mas isso não chega a justificar toda a má vontade com que Chinese Democracy foi recebido. Eu, que vivia uma época com acesso bem limitado à internet, não dei muita bola para músicas vazadas e todas as especulações que cercavam o lançamento e seu acúmulo de atrasos. Recebi Chinese Democracy como quem recebe um álbum normal de uma banda da qual gosto muito, escutei-o com atenção e fui cativado por sua personalidade e por algumas ótimas composições. Misturadas a elas estavam algumas bem mais fracas, mas isso não é o normal na maioria dos discos, inclusive nos melhores? Para manifestar minhas impressões, escrevi, há mais de cinco anos, uma edição da seção “Discos que Parece que Só Eu Gosto” abordando esta obra e indiquei os motivos pelos quais Chinese Democracy é digno de elogios. Quem quiser saber mais detalhes a respeito, pode clicar no link e conhecê-los. Por aqui, digo que as qualidades superam, de longe, os defeitos que o álbum tem. Se por um lado há canções pouco memoráveis, como “Scraped” e “I.R.S.”, além de uma ou outra mais chatinha, caso de “If the World”, por outro há faixas como “Better”, “Street of Dreams” e aquela que dá título ao álbum, músicas que me cativaram desde a primeira audição. A trinca final (“Madagascar”, “This I Love” e “Prostitute”), é ainda melhor, com destaque para a interpretação de Axl em “This I Love”. Muito se apontou influências negativas relacionadas ao industrial e ao nu metal, supostamente presentes especialmente em “Shackler’s Revenge”, mas, pra mim, isso é algo bastante superestimado. Inclusive, músicas como essa, que atestam o fato de que a intenção não era repetir o passado (como a banda nunca fez), fazem com que meu respeito pela obra só aumente. Já me estendi demais, mas não posso deixar de citar: “There Was a Time” não é apenas a melhor canção do álbum, é uma das melhores em toda a carreira da banda. Estivesse em Use Your Illusion II (1991), seguiria sendo um dos grandes destaques ao lado de “Estranged”, “Civil War” e “You Could Be Mine”. Além do uso magnífico das orquestrações e de outros recursos que só percebemos ao longo de repetidas audições, os solos de guitarra feitos por Robin Finck e Buckethead são embasbacantes, certamente entre meus favoritos.

Fernando: Acredito que muita gente vai descer o cacete nesse disco injustamente e por puro preconceito, ao meu ver. Não chega aos pés do Appetite for Destruction (1987), não é tão bom quanto os dois Use Your Illusion (1991), mas é um disco bastante correto. Faixas mais fracas junto de faixas muito boas, como qualquer outro desta lista. O fato dele ter demorado anos e anos para ficar pronto pode afetar a opinião das pessoas, já que a expectativa atrapalha nesse caso.

Flavio: Um disco controverso, previsto para sair desde 2000 (ou até antes), Chinese Democracy cansou os fãs pela espera até a exaustão, finalmente sendo lançado em 2008. Em um álbum que pouco tem do Guns N’ Roses original lá de 1987, o que é quase compreensível após tantos anos de ausência, há momentos bons e outros não tanto. Axl tentou modernizar o som, trazendo elementos de nu metal e eletronic rock, para o hard rock mais tradicional consagrado anteriormente e também verifica-se a presença de muitas baladas. Outro aspecto interessante é ver que a voz de Axl deu uma boa mudada, e há momentos em que o vocal originalmente ríspido fica suave, resultado da operação nas cordas vocais, fazendo a voz de Axl ficar mais “lisa”. Avaliando as músicas e deixando de lado a comparação com o Guns original dá para destacar as boas “Better”, a faixa-título, a baladinha “Madagascar” e “Scraped” (menos o início). Em compensação, há momentos bem ruins, como “If the World”, “Riad N’ the Bedouins”, a insonsa Prostitute e o início de “Scraped”. Apesar de “uns dez” ótimos guitarristas terem participado da bolacha, sinto falta de Slash trazendo o som para um estilo mais clássico. Enfim, há bons momentos que justificam o disco na lista, mas (para aqueles que ainda não ouviram) não esperem nada extraordinário.

João Renato: Não foi a tragédia que se anunciava, mas é difícil escutar de cabo a rabo sem dar umas trinta bocejadas. De qualquer modo, merece algum crédito por ter fugido do caminho seguro.

Mairon: O disco mais esperado de todos os tempos, um dos álbuns mais odiados de todos os tempos, e, para mostrar como esta série é sempre surpreendente, taí ele entre os dez melhores. Acho que houve muita injustiça com Chinese Democracy. Os fãs esperavam um Appetite for Destruction? Com certeza não. Um Use Your Illusion? Talvez. Mas o fato é que Axl Rose demorou tanto tempo para fazer este disco porque nem ele tinha noção do que seguir. O resultado é um álbum muito bom, que trouxe como destaque a participação mais do que fundamental de Buckethead, um guitarrista virtuoso que conseguiu superar sem muito problema a ausência de Slash. O disco tem canções esquecíveis, sim, como muitos têm (“Scraped” certamente é a pior faixa do Guns N’ Roses e “I.R.S.” é totalmente desnecessária), mas tem várias faixas boas e marcantes para quem presenciou o retorno da banda nos anos 2000, como “Sorry”, “Madagascar” – com breve citação à introdução de “Civil War” – e a própria faixa-título, que já vinham sendo apresentadas há algum tempo (lembro de ouvir as duas últimas pela primeira vez no show do Rock in Rio de 2001!). Claro que a modernice eletrônica de “Shackler’s Revenge” e “If the World” podem assustar quem é acostumado com “Welcome to the Jungle” e afins, mas mesmo essa parte mais moderna – que chegaram a comparar com Limp Bizkit e bandas do gênero – não é de toda ruim, principalmente em “Better”, que logo virou presença marcante nos shows. Canções que passaram despercebidas na época do lançamento, muito mais por arrogância dos ouvidos do que por suas qualidades, hoje ganham status de preferidas dos fãs. Nisso se encaixam “There Was a Time”, faixa pesada e bem trabalhada, com inserções de cordas e que facilmente poderia estar em Use Your Illusion II, contando com um belíssimo solo de guitarra de Robin Finck, a violenta “Riad N’ the Bedouins”, com uma agressiva bateria tomando conta das caixas de som, e “Prostitute”, cujas cordas deram uma cara diferenciada para uma faixa do Guns. Além disso, temos a linda “Street of Dreams”, uma irmãzinha mais faceira de “Breakdown”, com Axl se sobressaindo ao piano, presente também na linda “This I Love”, uma canção que quanto mais ouço, mais aprecio. Quem curte as megalomanias do início dos anos 1990, certamente saberá apreciar “Catcher in the Rye”. Se o disco fosse um pouco mais curto, seria muito mais aplaudido, sem dúvidas, mas do jeito que foi lançado, com certeza é um dos melhores de 2008.

Rodrigo: Este álbum é um porre

Ulisses: Produzir um disco por mais de uma década não o fará melhor. Menos ainda quando isso de G’N’R não tinha nada; era apenas a banda solo do Axl mesmo. Mas, sendo justo, apesar de Chinese não chegar nem perto da qualidade dos clássicos da banda, ele tem seus momentos. A voz de Axl continua bastante competente e as guitarras são cativantes, ainda que as composições sejam ora esquisitas (tipo a moderninha “Shackler’s Revenge”), ora descartáveis (tipo todas as baladas), tendo poucos momentos de qualidade inadulterada, como “Better”, “If the World” e “Scraped”. Mas é aquela coisa: por mais que a gente tente salvar, este é o tipo de disco que, penso, só entrou mesmo por causa do nome estampado na capa.


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Bigelf – Cheat the Gallows (27 pontos)**

Alissön: Entre um arremedo mal gravado de sons setentistas e o original, prefiro ir ouvir outra coisa, pois nem do prog sinfônico setentista eu sou fã. Passo.

André: Mais uma banda prog, desta vez com uma influência maior ainda da década setentista que o Beardfish. Outra característica notável é que tenho certeza que Damon Fox é fã de Jon Lord. A forma como ele toca o hammond lembra muito a do velho tecladista purpleano. A banda me parece uma fusão entre o experimentalismo de Bowie, o peso do Sabbath e do Purple e as viagens progressivas e psicodélicas do Pink Floyd e do Yes. E como essa mistureba toda saiu um disco bom. Faixas como “Blackball”, “Hydra” e “Demon Queen of Spiders” são fascinantes.

Bernardo: Uma banda que pegou o melhor do rock dos anos 1960-70: é progressivo, é pesado, é acessível e é dramático/teatral. É bem divertido de ouvir – de momento em momento parece que estamos ouvindo uma versão menos brilhante de Black Sabbath, Deep Purple, Genesis ou Yes. Não que estejamos frente a frente com plagiadores descarados – os medalhões estão mais no campo da inspiração, e a banda tem bastante identidade, e pode surpreender bastante um desavisado.

Christiano: Em minha opinião, o melhor disco do Bigelf, exemplo de grande banda que nunca recebeu o devido reconhecimento. A abertura com “Gravest Show on Earth” dá uma ideia de todo o potencial dos caras: hard rock setentista, psicodelia, progressivo, órgão hammond e ótimos vocais. A união perfeita entre peso, melodia e loucura. “Money, It’s Pure Evil” é uma semibalada com refrão pegajoso que chega a lembrar alguma coisa entre Beatles e Deep Purple. “Counting Sheep” fecha o disco em grande estilo, com 11 minutos de musicalidade invejável e muitas variações. O melhor disco desta edição.

Davi: Tomei conhecimento dessa banda recentemente, por conta das indicações de uma edição da seção “Consultoria Recomenda”. Confesso que fiquei bastante impressionado com o EP. Este álbum já me emocionou bem menos, mas ainda assim é um trabalho bacana. Os caras criaram um som super interessante mesclando hard rock, progressivo, psicodelia com um quê beatle. A influencia dos anos  1970 corre solta durante todo o play. Vou buscar ouvir mais algumas coisas desses caras…

Diogo: Empatado em todos os critérios possíveis com Nostradamus (Judas Priest), Cheat the Gallows foi escolhido pela maioria dos colaboradores, inclusive por mim, para ocupar o décimo lugar. Não que eu morra de amores por este álbum, até porque só fui ouvir a banda bem recentemente, é que Nostradamus é fraco mesmo, pedante em excesso. Na verdade, gostei mais do EP Closer to Doom (1996), indicado na mais recente edição da seção “Consultoria Recomenda”, do que de Cheat the Gallows, que pende mais para o lado “cheesy” do rock progressivo, vide as características quase circenses de canções como “Gravest Show on Earth”, “Blackball” e “Money, It’s Pure Evil”. Não são músicas ruins, mas também não são bem o que eu espero de uma banda assim. O Uriah Heep, por exemplo, que parece ser uma fortíssima inspiração para o grupo, soa como algo a ser levado bem mais a sério, mesmo em sua fase mais “mística”. Quando a banda pisa no acelerador com mais força, como em “The Evils of Rock & Roll” e “Hydra” é que as coisas ficam bem mais interessantes. Gostaria de ouvir o vocal de Damon Fox com menos dobras e efeitos, pois parece que o cara não confia tanto em seu taco, por isso lança mão desses recursos o tempo todo.

Fernando: Já falamos do Bigelf há algumas semanas quando foi apresentado um EP do grupo. Cheat the Gallows tem músicas melhores que as do referido Closer to Doom, mas a diferença entre as primeiras músicas com as da metade para a frente são enormes e chega a cansar um pouco. O Bigelf é uma banda legal, com muitas músicas boas, mas que cansam um pouco depois de um tempo.

Flavio: Mais uma presença interessante, o Bigelf resgata o glam rock horror show e o rock progressivo dos anos 1970, com muita propriedade, em pleno 2008. Um pouco menos “straight” rock e aproximação ao clássico progressivo, em que as músicas trazem muito bom gosto, com ênfase na proposta temática e sem no entanto destaque ou abuso das “instrumentalidades”. Vamos encontrar muitas referências na bolacha toda (Uriah Heep, Beatles, Pink Floyd, Alice Cooper, etc.) e realmente não tem nada de realmente novo por aqui.  Deixo claro que tal falta de novidade não diminui em nada a minha apreciação pelo álbum, com músicas de fácil digestão, bem produzidas e tocadas, e já há um clássico single: “Money, It’s Pure Evil” (“…Money! It’s pure evil! It changes, well it changes people! Yeah! Money, it’s your best friend! Until it leads you, to bitter end…”), que talvez fosse consagrada como um grande hit nos anos 1970. Destaques: “Blackball”, “The Game”, “Money, It’s Pure Evil”, “The Gravest Show on Earth” e a mais progressiva “Counting Sheep”.

João Renato: Rola um apito estilo mestre de bateria de escola de samba no começo da primeira faixa que ficou muito legal! O Bigelf é uma banda que merece atenção. Criativos, sabem juntar temas díspares e criar uma nova tensão a partir deles. Não é a melhor coisa do mundo, porém, tem valor inegável. Mas o disco que mais curto ainda é o primeiro, Money Machine (2000).

Mairon: Cheat the Gallows é o terceiro álbum dos netos do Black Sabbath, e com essa definição, você já sabe que ouvirá influências sabbáthicas comendo soltas. Mas aqui eles foram além, colocando os teclados na frente e criando tonalidades diferenciadas do Sabbath, que, apesar de se fazerem presentes, não são tão explícitas e predominantes assim. Com isso, o grupo acaba trazendo inspirações orientais em “Gravest Show on Earth” (e com uma já esperada inserção circense), adaptando-se aos anos 1990 em “Superstar” e criando um estilo próprio em “Hydra” – belo riff para pular da cadeira – e “Blackball”, essa com uma surpreendente participação de um saxofone. Gostei do encerramento com os teclados em “The Evils of Rock & Roll”, do piano e das cordas em “Race With Time”, cordas essas presentes na modernosa “The Game”, que me lembrou um pouco das músicas de Steven Wilson, mas não apreciei as vozes cheias de efeitos em “No Parachute” e, principalmente, “Money, It’s Pure Evil”, ambas baladas desnecessárias no conjunto de Cheat the Gallows. As cordas também são o destaque positivo na longa e pomposa “Counting Sheep”, epopeia criada pelo líder da banda, Damon Fox, e que encerra um disco interessante, muito megalomaníaco, e, honestamente, inflado demais pelo próprio ego. Parodiando Chaves: “Preferia ter visto o disco do Judas” …

Rodrigo: O meu conhecimento dessa banda se resume à vez em que os assisti abrindo um show do Dream Theater, em 2010. Confesso que não me causou espécie na hora, impressão essa que confirmei novamente quando parei para ouvir o álbum que entrou nesta lista.

Ulisses: Na disputa pelo décimo lugar (Cheat the Gallows vs. Nostradamus), escolhi votar no Bigelf. Nem conheço a banda; prefiro muito mais os ingleses metaleiros, mas realmente não aprecio muito Nostradamus, e aí o som setentista e com uma atmosfera ligeiramente teatral do Bigelf é mais atraente.


* Devido a seu novo compromisso como pai de gêmeos, o colega Leonardo Castro não conseguiu enviar seus comentários a tempo. Ficam registrados aqui nossos desejos de saúde e felicidade.

** Cheat the Gallows (Bigelf) ficou empatado com Nostradamus (Judas Priest), ambos com 27 pontos. Como não foi possível aplicar nenhum critério de desempate, a decisão a respeito do décimo colocado foi tomada através de uma enquete na qual participaram todos os colaboradores da série.


Listas individuais

Alissön Caetano Neves

  1. Earth – The Bees Made Honey in the Lion’s Skull11-the-bees-made-honey-in-the-lions-skull
  2. Have a Nice Life – Deathcontiousness
  3. Dead Congregation – Graves of the Archangels
  4. Fleet Foxes – Fleet Foxes
  5. ROME – Masse Mensch Material
  6. Russian Circles – Station
  7. Portishead – Third
  8. Septicflesh – Communion
  9. Vampire Weekend – Vampire Weekend
  10. Bongripper – Hate Ashbury

André Kaminski

  1. Six Minute Century – Time Capsules12-time-capsules
  2. Oomph! – Monster
  3. Alice Cooper – Along Came a Spider
  4. Blood Ceremony – Blood Ceremony
  5. Thanatoschizo – Zoom Code
  6. Elmodic – Monoism
  7. Uriah Heep – Wake the Sleeper
  8. Jackson Conti – Sujinho
  9. Danava – UnonoU
  10. Sex Machineguns – Cameron

Bernardo Brum

  1. Portishead – Third13-808-and-heartbreak
  2. Kanye West – 808 and Heartbreak
  3. Nick Cave and the Bad Seeds – Dig, Lazarus!!! Dig!!!
  4. Sigur Ros – Med Sum I Eyrum Vid Spilum Enderlast
  5. The Raconteurs – Consolers of the Lonely
  6. TV on the Radio – Dear Science
  7. David Byrne and Brian Eno – Everything that Happens Will Happen Today
  8. Madonna – Hard Candy
  9. Adele – 19
  10. The Killers – Day and Age

Christiano Almeida

  1. Júpiter Maçã – Uma Tarde na Fruteira14-uma-tarde-na-fruteira
  2. Goldfrapp – Seventh Tree
  3. Bigelf – Cheat the Gallows
  4. Madrugada – Madrugada
  5. Combination Head – Progress?
  6. Extreme – Saudades de Rock
  7. The Last Shadow Puppets – The Age of the Understatement
  8. The Raconteurs – Consolers of the Lonely
  9. Elbow – The Seldom Seen Kid
  10. Beardfish – Sleeping in Traffic: Part Two

Davi Pascale

  1. Whitesnake – Good to Be Bad15-revelation
  2. Journey – Revelation
  3. Kings of Leon – Only By the Night
  4. Metallica – Death Magnetic
  5. Mötley Crüe – Saints of Los Angeles
  6. Slipknot – All Hope Is Gone
  7. Fireman – Electric Arguments
  8. Queen + Paul Rodgers – The Cosmos Rocks
  9. The Black Crowes – Warpaint
  10. Sarah Brightman – Symphony

Diogo Bizotto

  1. Testament – The Formation of Damnation16-the-circus
  2. Slipknot – All Hope Is Gone
  3. Take That – The Circus
  4. Guns N’ Roses – Chinese Democracy
  5. Metallica – Death Magnetic
  6. Cynic – Traced in Air
  7. Whitesnake – Good to Be Bad
  8. Journey – Revelation
  9. Kip Winger – From the Moon to the Sun
  10. Krisiun – Southern Storm

Fernando Bueno

  1. In Solitude – In Solitude17-in-solitude
  2. Steve Winwood – Nine Lives
  3. Testament – The Formation of Damnation
  4. Bigelf – Cheat the Gallows
  5. Metallica – Death Magnetic
  6. Mötley Crüe – Saints of Los Angeles
  7. Blaze Bayley – The Man Who Would Not Die
  8. Il Bacio della Medusa – Discesa Agl’inferi d’un Giovane Amante
  9. Beardfish – Sleeping in Traffic: Part Two
  10. Birds & Buildings – Bantam to Behemoth

Flavio Pontes

  1. Whitesnake – Good to Be Bad18-lonely-are-the-brave
  2. Metallica – Death Magnetic
  3. Jorn – Lonely Are the Brave
  4. The Black Crowes – Warpaint
  5. Guns N’ Roses – Chinese Democracy
  6. Extreme – Saudades de Rock
  7. AC/DC – Black Ice
  8. Steve Lukather – Ever Changing Times
  9. Adele – 19
  10. Oficina G3 – Depois da Guerra

João Renato Alves

  1. Blaze Bayley – The Man Who Would Not Die19-marcello-vestry
  2. Testament – The Formation of Damnation
  3. Marcello/Vestry – Marcello/Vestry
  4. Blindman – Subconscious in Xperience
  5. Cavalera Conspiracy – Inflikted
  6. Whitesnake – Good to Be Bad
  7. Metallica – Death Magnetic
  8. Southern Gentleman – Valley of Fire
  9. AC/DC – Black Ice
  10. King Bird – Sunshine

Leonardo Castro

  1. Amon Amarth – Twilight of the Thunder God20-twilight-of-the-thunder-god
  2. Mötley Crüe – Saints of Los Angeles
  3. Testament – The Formation of Damnation
  4. Avantasia – The Scarecrow
  5. Trivium – Shogun
  6. Warbringer – War Without End
  7. Death Angel – Killing Season
  8. Grand Magus – Iron Will
  9. Cradle of Filth – Godspeed on the Devil’s Thunder
  10. Airbourne – Running Wild

Mairon Machado

  1. Beardfish – Sleeping in Traffic: Part Two21-o-casulo
  2. Van Züllat – O Casulo
  3. Judas Priest – Nostradamus
  4. El Efecto – Cidade das Almas Adormecidas
  5. Il Bacio della Medusa – Discesa Agl’inferi d’un Giovane Amante
  6. R.E.M. – Accelerate
  7. Guns N’ Roses – Chinese Democracy
  8. Metallica – Death Magnetic
  9. Uriah Heep – Wake the Sleeper
  10. Whitesnake – Good to Be Bad

Rodrigo Gonçalves

  1. Whitesnake – Good to Be Bad22-global-warning
  2. Metallica – Death Magnetic
  3. Jon Oliva’s Pain – Global Warning
  4. Judas Priest – Nostradamus
  5. Krisiun – Southern Storm
  6. Motörhead – Motorizer
  7. Testament – The Formation of Damnation
  8. Alice Cooper – Along Came a Spider
  9. Cynic – Traced in Air
  10. Glenn Hughes – First Underground Nuclear Kitchen

Ulisses Macedo

  1. Perfume – Game23-game
  2. Disturbed – Indestructible
  3. Benedictum – Seasons of Tragedy
  4. Blaze Bayley – The Man Who Would Not Die
  5. Virgin Black – Requiem – Fortissimo
  6. Haggard – Tales of Ithiria
  7. Capsule – More! More! More!
  8. Almah – Fragile Equality
  9. Slipknot – All Hope Is Gone
  10. Tygers of Pan Tang – Animal Instinct

69 comentários sobre “Melhores de Todos os Tempos: 2008

  1. Só valeu a pena pelo pessoal ficando boladão com a Regra dos 3 no Third. De resto… é resto mesmo.

  2. No geral uma boa lista e aquele abismo de pontos depois do terceiro lugar, mostra que a mistureba podia ter sido bem pior.
    Tirando o Blaze (nem sozinho convence) e o Oludum berrado, que ainda consigo ouvir, tem coisas bem legais aqui, e destaco também o Davi, um excelente comentario num treco que não precisa mais comentários.
    Os consultores são sensacionais, levam a sério e ouvem todos os discos, e principalmente trazem algo, mesmo que não apreciem.
    Há outros comentários hilários, sempre um tira sarro sensacional, principalmente os inspirados, como alguns do Guns.
    E Fernando, concordo, dá para tirar o Olodum daqui? hahahahahaha ….

  3. Uma lista com mais do mesmo, tirando uma ou outra surpresa. A lamentar a ausência do REM que voltou em grande forma com Accelerate.

  4. “Cada vez me convenço mais que a carreira solo de Blaze é melhor do que a da sua ex-banda a partir dos anos 2000”

    A partir daqui eu parei de ler os comentários do Mairon

    1. Mas é verdade. Pelo menos os discos não são repetitivos. Até o Brave New World o Iron ainda era bom e novo, mas depois, pffffffffff

  5. Fui pesquisar rapidamente os melhores da lista de cada um, principalmente os que conhecia pouco ou não conhecia, afinal são 25 pontos preciosos.
    André com o Six Minute Century – Time Capsules e Fernando com In Solitude – In Solitude
    vou ouvir mais com certeza. Valeu!

    1. Flávio, ouça Take That – That Circus, recomendação do Diogo. Para grandes apreciadores de New Kids on The Block, Menudos e Br’Oz.

        1. Mas falando sério, eu gosto muito deste disco do Six Minute Century. É um disco daqueles metal progressivo um tanto mais direto e a banda é bem desconhecida, mas que vale a pena conhecer e acho este disco deles excelente.

      1. Pode ouvir mesmo. Vai se surpreender. Mais ainda se ouvir o disco anterior, “Beautiful World”, que citei em segundo lugar na edição dedicada a 2006. Procura a versão com faixas-bônus, que vale ainda mais a pena. Tem uma chamada “6 in the Morning Fool” que é pra ouvir dez vezes em seguida.

    2. Pule o primeiro da minha lista, que eu já adivinho que não vai gostar, e me diz o que acha do segundo (Disturbed).

  6. Votos recebidos pelos primeiros colocados dessa série, em ordem.

    Physical Graffitti – 173 (12 participantes) 1975
    Holy Diver – 162 (12 participantes) 1983
    Ride the Lightning – 155 (11 participantes) 1984
    Burn – 151 (12 participantes) 1974
    Close to the Edge – 147 (12 participantes) 1972
    Megadeth – Rust in Peace – 146 (12 participantes) 1990
    Dark Side of the Moon – 142 (12 participantes) 1973
    Appetite for Destruction – 142 (11 participantes) 1987
    Led IV – 137 (10 participantes) 1971
    The Number of the Beast – 137 (11 participantes) 1982
    Moving Pictures – 136 (12 participantes) 1981
    Heaven and Hell – 133 (10 participantes) 1980
    Are You Experienced – 128 (9 participantes) 1967
    Accident of Birth – 121 (12 participantes) 1997
    The Wall – 120 (10 participantes) 1979
    Master of Puoppets – 120 (11 participantes) 1986
    THe Real Thing – 118 (12 participantes) 1989
    Pet Sounds – 116 (8 participantes) 1966
    Back to Black – 115 (14 participantes) 2006
    In the Court of Crimson King – 111 (8 participantes) 1969
    Operation: Mindcrime – 110 pontos (13 participantes) 1988
    Rising – 109 (11 participantes) 1976
    Toxicity – 108 pontos (12 participantes) 2001
    Brave New World – 108 (13 participantes) 2000
    The Chemical Wedding – 104 pontos (13 participantes) 1998
    Mezmerize – 102 pontos (12 participantes) 2005
    Use Your Illusion II – 98 pontos (12 participantes)
    Countdown to Extinction – 92 (12 participantes) 1992
    Awake – 92 (12 participantes) 1994
    Good to be Bad – 90 (13 participantes) 2008
    In Rock – 90 (9 participantes) 1970
    Highway 61 Revisited – 90 (7 participantes) 1965
    Metropolis Pt. 2 – Scenes From a Memory – 82 pontos (12 participantes) 1999
    Electric Ladyland – 81 (8 participantes) 1968
    The Black Saint and the Sinner Lady – 80 (5 participantes) 1963
    Van Halen – 77 (12 participantes) 1978
    Damnation 76 (13 participantes) 2003
    Nola – 75 (12 participantes) 1995
    Heartwork – 72 (12 paticipantes) 1993
    Smile – 72 (13 participantes) 2004
    A Hard Day’s Night – 70 (6 participantes) 1964
    Low – 67 (10 participantes) 1977
    Holy Land – 65 (12 participantes) 1996
    Revoluções por Minuto – 62 (11 participantes) 1985
    In Absentia – 61 (13 participantes) 2002
    Humanity: Hour 1 – 60 pontos (13 participantes) 2007

  7. Bandas que apareceram mais entre os 10 primeiros (em ordem)

    Black Sabbath – 10 vezes

    Iron Maiden e Rush – 9 vezes

    Rolling Stones e Kiss – 8 vezes

    Pink Floyd, Beatles e Led Zeppelin – 7 vezes

    Bob Dylan, Bruce Springsteen, David Bowie, Dream Theater, Judas Priest, Metallica e Yes – 6 vezes

    Nightwish e Slayer – 5 vezes

    Angra, Anthrax, Bruce Dickinson, Guns N’ Roses, Neil Young, King Crimson, Megadeth, Deep Purple, Sepultura, Death, Helloween, In Flames, Bon Jovi, System of a Down, Slipknot – 4 vezes

    The Who, Yardbirds, Genesis, Tom Waits, Exodus, Experience, Kamelot, Rainbow, Ramones, Queensryche, Faith No More, Madonna, Mötley Crüe, Rage, Richie Kotzen, Testament – 3 vezes

    AC/DC, Accept, Aerosmith, Alice in Chains, Beach Boys, Bigelf, Blaze, Celtic Frost, Cream, ELP, Gentle Giant, Jethro Tull, Velvet Underground, John Coltrane, Jeff Beck, Kraftwerk, Queen, Manowar, Van Halen, Thin Lizzy, Ozzy Osbourne, Kreator, Michael Jackson, Mercyful Fate, Dio, Marillion, The Cult, Pixies, Viper, Nick Cave, Skid Row, Nirvana, Pantera, U2, Sonic Youth, Living Colour, Porcupine Tree, Rage Against the Machine, Scorpions, Therion, The Smashing Pumpkins, The Byrds, Tony Iommi, Whitesnake, Zombies – 2 vezes

    Arcade Fire, Arch Enemy, Amy Winehouse, Animals, Ark, Arnaldo Baptista, Audioslave, Bad Company, Beardfish, Big Brother & The Holding Company, Blackfield, Blind Guardian, Blind Faith, Brian Wilson Buena Vista Social Club, Black Flag, Buffalo Springfield, Camel, Cock Sparrer, Carcass, Candlemass, Charles Mingus, Captain Beyond, Children of Bodom, Chico Science e Nação Zumbi, Crashdïet, Crosby Stills Nash & Young, Danzig, David Gilmour, David Lee Roth, Def Leppard, Depeche Mode, Derek & The Dominos, Descendents, Destruction, DJ Shadow, Dinosaur Jr., Dissection, Dokken, Donovan, Down, Duke Ellington, Eduardo Rovira, Europe, Evanessence, Free, Funkadelic, Gamma Ray, George Harrison, Glenn Hughes, Gotthard, Halford, Iced Earth, Immortal, Jeff Buckley, Joanna Newson, Joni Mitchell, John Mayall, Jorge Ben, Joy Division, Journey, Julian Bream, J-DIlla, Kansas, King Diamond, Leonard Cohen, Los Hermanos, Lynyrd Skynyrd, Madvillain, Mamonas Assassinas, Marilyn Mason, Masterplan, Melvins, Miles Davis, Minutemen, Morbid Angel, Motörhead, Mr. Big, Mutantes, Neutral Milk Honey, Nevermore, Overkill, Oasis, Opeth, Orphaned Land, Paradise Lost, Paul McCartney, Paul Stanley, Pelican, Portishead, Prince, Queens of the Stone Age, Racionais Mc’s, Radiohead, Rammstein, R. E. M., Red Hot Chili Peppers, RPM, Robert Plant & Alisson Kraus, Roy Orbison, Runnig Wild, Sam Cooke, Santana, Secos & Molhados, Shaman, Shania Twain, Simon & Garfunkel, Sleep, Small Faces, Soundgarden, Spock’s Beard, Steve Howe, Stevie Wonder, Stooges, Stratovarius, Supertramp, Tangerine Dream, Teenage Fanclub, The Band, The Black Crowes, The Clash, The Doors, The Hollies, The Kinks, The Mars Volta, The Moody Blues, The Replacements, The Smiths, The Ventures, The White Stripes, Titãs, Transatlantic, Tygers of Pan Tang, Type O Negative, Ulver, Van der Graaf Generator, Waterboys, Wings, Winger, W. A. S. P. – 1 vez

      1. Faltando dois anos, o Iron Maiden pode chegar no Sabbath ( no total de quais mais apareceram). KISS, Rolling Stones e Rush poderiam, mas não tem dois álbuns em 2009 e 2010 para chegar. Só o KISS tem, e um apenas. Abaixo desses, nenhum. Rolará um empate, ou poderemos considerar o Heaven and Hell como um Black Sabbath disfarçado ?

        Alexandre

  8. 2 vezes na primeira posição: Deep Purple, Experience, Iron Maiden, Led Zeppelin, Pink Floyd e Metallica, Megadeth, Bruce Dickinson, Dream Theater, System of a Down e Guns N’ Roses

    1 vez na primeira posição: Amy Winhehouse, Bob Dylan, Brian Wilson, Van Halen, Black Sabbath, The Beatles, Yes, Beach Boys, King Crimson, Rainbow, David Bowie, Rush, Charlie Mingus, Dio, Queensryche, Faith No More, Carcass, Angra, Down, Porcupine Tree, RPM, Scorpions e Whitesnake

  9. Minhas dez menções honrosas:

    Beardfish – Sleeping in Traffic: Part Two
    Brother Firetribe – Heart Full of Fire
    Dokken – Lightning Strikes Again
    Extreme – Saudades de Rock
    Glenn Hughes – First Underground Nuclear Kitchen
    Lady Gaga – The Fame
    Rick Springfield – Venus in Overdrive
    Taylor Swift – Fearless
    The Gaslight Anthem – The ’59 Sound (11º colocado)
    The Mars Volta – The Bedlam In Goliath

    1. Minhas menções honrosas além das citadas no texto

      Marcelo Camelo – Sou
      The Black Crowes – Warpaint
      Queen + Paul Rodgers – The Cosmo Rocks
      Marcin Wasilewski Trio – January
      Jack Bruce & Robin Trower – Seven Moons
      Magnum Opus – Magnum Opus
      Acid Mothers Temple & The Cosmic Inferno – Pink Lady Lemonade – You’re From Outer Space

  10. Canções que passaram despercebidas na época do lançamento, muito mais por arrogância dos ouvidos do que por suas qualidades, hoje ganham status de preferidas dos fãs. Nisso se encaixam “There Was a Time”, faixa pesada e bem trabalhada, com inserções de cordas e que facilmente poderia estar em Use Your Illusion II, contando com um belíssimo solo de guitarra de Robin Finck

    MAIRON,VOCÊ É,UM,GÊNIO!!!1!!ONZE!!!

  11. Certamente a lista mais “rockeira” dessa série desde umas, sei lá, 15 edições. Bom isso não quer dizer muito coisa, já que 70% dos discos são pavorosos 🙁

  12. “Ainda não me decidi se é Ozzy ou Coverdale o cara que melhor seleciona guitarristas para suas carreiras.” Acho que é o Ozzy, pois o Coverdale, apesar de sempre cercado de bons guitarristas, nunca revelou ninguém no porte de Randy Rhoads, Jake E. Lee ou Zakk Wylde

    1. Na verdade acho que o Ozzy é um grande revelador de guitarristas também (mesmo que involuntário), enquanto Coverdale é mais malandro e escolhe caras que já tinham boas experiências, como foi o caso de caras como John Sykes e Adrian Vandernberg.

      1. Estiveram no Whitesnake, além dos competentes guitarristas da fase mais blues rock da banda ( Moody, Galley e Marsden principalmente):
        John Sykes, Adrian Vandenberg, Vivian Campbell, Steve Vai, Warren De Martini, Steve Farris, Doug Aldrich, Reb Beach e agora o extraordinário Joel Hoesktra.
        Coverdale ainda tocou, pelo menos, com: Ritchie Blackmore e Tommy Bollin ( no Purple) e Jimmy Page, no Coverdale/Page.
        Acho Jake E. Lee um excepcional guitarrista e Randy Rhoads está no nível dos melhores de todos os tempos. Ozzy ainda esteve ( e está) com Tommy Iommi. Mas os demais guitarristas da banda do madman (incluo o Zakk Wylde aqui) não chegam no nível da grande maioria dos guitarristas que já estiveram ou estão junto a Coverdale.

        Então , pra mim, rola um empate técnico, no mínimo.

        1. Mas o fato é que quase 90% dos guitarristas que tocaram com o Coverdale já eram consagrados. Em termos de REVELAR guitarristas, Ozzy dá um banho

  13. O meu top 10 de 2008:

    1º – Moon Safari – [blomljud] (pérola desconhecida)
    2º – The Mars Volta – The Bedlam In Goliath
    3º – Buena Vista Social Club – At Carnegie Hall (é ao vivo, eu sei, mas minha lista minhas regras)
    4º – Blood Ceremony – Blood Ceremony
    5º – The Black Keys – Attack & Release
    6º – Jack Bruce & Robin Trower – Seven Moons (inacreditável como esqueceram desse)
    7º – Júpiter Maçã – Uma Tarde Na Fruteira
    8º – Von Hertzen Brothers – Love Remains The Same
    9º – Black Mountain – In The Future
    10º – Cripple Bastards – Variante Alla Morte

    1. Esse disco do Bruce ficou na minha lista por um bom tempo, mas também saiu, aos 45 do segundo

  14. “Enquanto Metallica e Megadeth gravam álbuns totalmente dispensáveis” – Cara, Dystopia é um baita disco. Será que não vai entrar na lista de Melhores de 2016?

    1. Dos mais recentes considero “Endgame” o melhor. Acho que tem chance de aparecer entre os melhores de 2009. O problema é que a concorrência, ao menos pra mim, foi muito forte nesse ano.

      1. Endgame é um dos discos mais fracos do Megadeth, mas o pior ainda acho que é o Super Collider

  15. Algumas menções honrosas para 2008:

    Esoteric – The Maniacal Vale (11º colocado)
    Deeds of Flesh – Of What’s to Come
    Kayhan Kalhor & Brooklyn Rider – Silent City
    Melvins – Nude With Boots
    Outlaw Order – Draggin Down the Enforcer
    Phurpa – Trowo Phurnag Ceremony
    Pig Destroyer – Natasha [EP]
    Kurt Vile – Constant Hitmaker
    Kanye West – 808s & Heartbreak

  16. Quem lê os comentários sobre o Death Magnetic até o comentário do Davi deve pensar que é a lista dos “Piores de Todos os Tempos”

  17. ” ninguém me tira da cabeça que The X-Factor é o melhor álbum da banda pós-Seventh Son of a Seventh Son (1988).”. Idem meu caro, Idem!

  18. Ler os comentários sobre o disco do MC me faz pensar: como ele entrou? Não há um grande elogio para o disco, só comentários mornos … Essas listas …

  19. “Caras, estranhei logo no início e não sei se foi o mesmo com vocês. Eu cliquei e começou umas falas em português. Achei que era propaganda do YouTube e voltei. ” Foi algo parecido que aconteceu comigo André, mas achei que tinham upado o disco errado mesmo.

    1. “Marco Gaspari é um que deveria ouvir este disco. E aposto minhas fichas que ele iria adorar.” Com certeza. Marco, ouça o POrtishead e nos diz o que achou, please

    2. O comentário do Davi para o disco do Portishead valeu a entrada do disco. Parabéns meu caro!

  20. “A única coisa que falta, e a mais importante, é qualidade e identidade. “. Alisson, você tem problemas de audição??

    1. “Tanto o Mairon insistiu em incensar a banda que ela acabou dando as caras por aqui”. Insisti nada, os discos são excelentes. O brabo é que poucos conhecem (eu mesmo, só fui ouvi-los no ano passado).

  21. “Quem diz que Kamelot e Nightwish aparecem em todas as listas se esquece que todos os discos do Slipknot já apareceram aqui. Seria pra tanto?”. Particularmente, com certeza não!

  22. Essas citações diversas do Bigelf parecer Yes me fazem pensar se eu ouvi o mesmo disco qe os companheiros e camaradas daqui do site

  23. Muita saúde para os bebês do Leonardo, e se precisar se desfazer de alguns discos para comprar fraldas, to na fila

  24. Dessa lista, fiquei atiçado pra ouvir o Beardfish e o Bigelf mesmo, de resto talvez devo fuçar no Testament tbm(tenho alguns discos no meu HD, mas não parei pra ouvi-los com a devida atenção).
    Whitesnake em 1º lugar numa lista de 2008 é meio (?), mas fazer o quê, é a consequência da falta de bendas de referência(existem boas bandas atualmente, mas nenhuma com uma grande relevância) no mainstream contemporâneo, coisas da vida…

    A vitória do disco do Heaven & Hell na lista de 2009 é mais certa do que a Porcada ganhar o Brasileirão desse ano?

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