Review Exclusivo: Bruce Kulick Brasil Tour (Porto Alegre e São Paulo, 03 e 05 de março de 2016)

Review Exclusivo: Bruce Kulick Brasil Tour (Porto Alegre e São Paulo, 03 e 05 de março de 2016)

O guitarrista Bruce Kulick, ex-Kiss, Union, Blackjack e várias outras bandas, que hoje empunha as seis cordas do Grand Funk Railroad, esteve excursionando pelo Brasil na primeira semana de março de 2016, passando por Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.

Nosso colaboradores Davi Pascale e Mairon Machado acompanharam as apresentações de São Paulo e Porto Alegre, respectivamente. Confira as impressões de ambos na sequência.

São Paulo – 05 de março de 2016 – Manifesto Bar

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Por Davi Pascale

E lá fui eu me aventurar em mais uma passagem do Bruce Kulick pelo Brasil. Tive a oportunidade de assisti-lo quando esteve com o Kiss em nosso país (na primeira edição do Philips Monsters of Rock, em 1994) e outras duas vezes, quando esteve em uma situação parecida com a de sua última passagem. Em 2007, onde esteve acompanhado da banda Killers e do vocalista Zeca Salgueiro (Mundo Cão), e em 2013, onde esteve acompanhando da banda Killers e do cantor argentino Sebastian Gava (Kefren, Mafia). Dessa vez, quem assumiu a bronca foi a banda Parasite.

Cheguei na casa pouco após às 16h. O Kiss sempre foi minha banda do coração. Sendo assim, não perderia a oportunidade de participar do Meet & Greet com o músico. Fui um dos primeiros à entrar na casa e tive a oportunidade de assistir o final da passagem de som. A banda cover já estava com os rostos pintados, mas sem as perucas e as roupas de show. Bruce fazia suas últimas checagens no equipamento. Timbragem, afinação, volume. Infelizmente, não tirei fotos desse momento. Estava assistindo à tudo com atenção. A habilidade do rapaz no instrumento é algo invejável.

17h! Chegado o horário do tal Meet & Greet. Já tinha conhecido o rapaz na vez anterior, quando falei com ele e com Sebastian Gava no final do show. Ambos, muito educados e solícitos. Como a fila estava muito grande, pedi para assinar 3 itens, tirei uma foto, agradeci a atenção e me mandei. Dessa vez, a empresa responsável pelo evento, avisou quem comprou o Meet que não haveria limites de ítens para assinar. Que o artista apenas se resguardava no direito de poder assinar ou não, caso alguém chegasse com uma coleção muito grande. Levei 6 ou 7 discos que considero raros na esperança de assinar com ele. E eis nossa decepção. Assim que chegamos no local, ouvimos que não assinaria mais do que 3 itens para cada. E o mais louco de tudo. Várias pessoas só puderam pegar uma assinatura. Mal pisavam na frente dele e já eram pressionados para saírem fora o quanto antes. A razão disso tudo? Provavelmente, venderam mais ingressos do que poderiam. E uma vez que o atendimento era antes do show… Entendo que para o músico é puxado dar milhares de autógrafos, mas do jeito que ocorreu, deu um ar de desorganização. Prometeram uma coisa. Entregaram outra.

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As pessoas que tinham esse ingresso tiveram acesso antes à área de merchandising. Consegui garantir 2 vinis (KKB e BK3) e um CD (nova edição do KKB). Fui obrigado a pagar com dinheiro vivo. Não havia maquina de cartão. Não vou dizer que os produtos estavam com valores abusivos, mas também não estavam uma pechincha. Diria, justo. Nos 3 discos, gastei 400 reais. Achei um erro. Devem ter perdido muito venda. Fiquei quieto. Estava ali para curtir a noite. Comprei os discos, fiquei na minha. Conversei com outros fãs. Não posso reclamar do Bruce. Mais uma vez, muito educado. Conversou comigo, enquanto assinava. Topou assinar até alguns itens a mais. Assinou os 3 que comprei e mais 3 dos que levei. Mas como disse, achei o evento desorganizado. Espero que solucionem na próxima vez. Já que estamos na era do politicamente correto, tenho certeza que receberei reclamações por meus parágrafos iniciais. Portanto, já deixo avisado que mais do que uma crítica, é um alerta. Acho que é papel de quem cobre o evento comentar dos acertos e dos erros. Só assim, esses podem ser sanados em uma próxima edição.

Bem… Vamos ao show. A apresentação iniciou sem muito atraso. Os músicos fizeram igual ao Kiss. Tocaram “Rock N´Roll” (Led Zeppelin) nos falantes, deixaram um pano preto estendido na frente do palco com o logo do Kiss desenhado. No final da música, entraram com “Creatures Of The Night” enquanto o pano ia ao chão. Idêntico ao que o Kiss realizou no Monsters of Rock 2015.

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A primeira meia hora de show, fizeram sozinhos. Os músicos tiveram a preocupação de utilizar instrumentos similares. Buscaram fazer os movimentos de palco que seus ídolos faziam. A banda fez uma apresentação com bastante garra. Gustavo Winck (catman) esmurrava a bateria sem dó. Erico Soares (demon) colocava a língua para fora e imitava os movimentos de braço de Gene. Felipe Piantá (starchild) agradecia o tempo todo ao público e não parava de comentar sobre a participação do Bruce. Vale comentar também sua presença de palco. Um dos melhores caras que vi para fazer os movimentos de palco do cantor do Kiss. Colocava palheta na língua, jogava palheta pro publico, fazia biquinho, se jogava no chão. O único senão é que ele é canhoto. As músicas de Stanley são bem difíceis de serem cantadas. Achei que ele segurou bem a bronca. Fernando Santos (Spaceman) é quem menos se movimenta no palco, mas interpreta os solos corretamente. Estavam, visivelmente, felizes. A casa estava cheia, mas não exatamente lotada. Na vez anterior, o público foi maior. Provavelmente, por conta do preço dos ingressos. Mas quem apareceu, curtiu. A banda estava muito bem entrosada e fizeram por merecer a conquista. Nessa primeira parte, rolaram clássicos como “Love Gun”, “Let Me Go, Rock n´ Roll”, “Deuce”, “War Machine” e “Black Diamond”.

E eis que chega a hora de Bruce Kulick subir ao palco. Extremamente aplaudido, o rapaz demonstrou simpatia, mais uma vez. Conversava com a plateia, fazia brincadeiras, sorria o tempo todo. Parece estar em uma fase de bem com a vida. Enquanto músico, não há o que questionar. O cara é um monstro. Toca com uma puta vontade, tem uma habilidade impressionante no instrumento, uma técnica e um conhecimento invejável.

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Nessa segunda parte, focaram mais nas músicas da fase desmascarada. Os músicos já haviam avisado que focariam no Alive III para a criação do repertório. Dali, vieram “Domino”, “Unholy”, “Forever”, “God Gave Rock n Roll To You II”, “Heaven´s On Fire”, “Lick It Up”… Trouxeram também alguns clássicos que não foram regravados no álbum de 1993: “Tears Are Falling”, “Hide Your Heart”, além de um medley com “Crazy, Crazy Nights” e “Turn On The Night”. Show, no mínimo, respeitoso. Quem é fã do músico, certamente não tem do que reclamar. A noite, obviamente, foi encerrada com a execução do hino “Rock n´ Roll All Nite”. Não tinha como ser diferente.

Vi algumas pessoas na internet tentando diminuir o evento e questionando a participação do Bruce. É sempre bom lembrar que esse tipo de evento só é recomendado para aqueles que são realmente fãs da banda ou do músico. E não é para ser encarado como um show solo. Sim, como uma festa, uma celebração, com a participação de uma figura que foi importante na trajetória do grupo original. Para quem é fã, o evento é mágico. Não tem nada mais emocionante do que ver seu ídolo tocando ali, debaixo do seu nariz, músicas que foram trilha sonora da sua vida. O saldo final da noite foi extremamente positivo. Uma noite realmente bacana, com diversos momentos memoráveis. A empresa acertando os detalhes do meet na próxima vez, teremos um evento para ninguém botar defeito. Keep on rockin´!

Porto Alegre – 03 de março de 2016 – Anexo B

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Por Mairon Machado 

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A noite chuvosa da primeira quinta-feira pós-show dos Rolling Stones na capital gaúcha teve como sobremesa a apresentação de Bruce Kulick no apertado Anexo B. O local lotado (pouco mais de 200 pessoas) recebeu o ex-guitarrista do Kiss com muita gratidão e paixão, relembrando os momentos farofas dos anos 80 que conquistaram uma nova legião de fãs para os americanos pós-fase mascarada, afastando ao mesmo tempo uma grande safra de seguidores dos anos onde as máscaras do quarteto estampavam as capas de seus discos.

Antes do show, o movimento já era intenso no local, ainda mais com a apresentação marcada para às 8 horas da noite, o que considerei muito bom, e também para a promoção do ingresso, cujo valor do ingresso normal comparado com o valor do Meet & Greet era muito similar, possibilitando com que vários fãs, inclusive eu, desfrutasse de alguns minutos de conversas, fotos e autógrafos com o músico.

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Bruce foi extremamente simpático na recepção aos fãs, autografando o que vinha pela frente sempre com um sorriso na face. Comigo, ele foi bastante atencioso, tendo ficado alguns segundos comentando sobre o LP do MTV Unplugged que levei para ele assinar, e ainda, ficando muito satisfeito com a troca que fiz com ele (entreguei uma palheta personalizada da Consultoria do Rock em troca de uma palheta personalizada do guitarrista).

Assinaturas garantidas, era a vez de conferir a banda de abertura, a Parasite. Os guris de Porto Alegre mostraram uma performance que inacreditavelmente surpreendeu pelo profissionalismo. Desde a abertura com a famosa frase “You wanted the best and you’ve got, the hottest band in the world, Kiss“, até as máscaras e fantasias, era tudo perfeito. Claro, ficou estranho ver “Paul Stanley” canhoto, mas isso foi o de menos. Gostei bastante do vocal do Paul gaúcho, e achei a performance de Gene digna de nota, e o único defeito veio com alguns problemas no som da guitarra de Ace, compensados por Peter, que tocou bem mais do que o original.

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O set list dos garotos durou pouco mais de meia hora, concentrado essencialmente em canções da fase mascarada, abrindo com “Creatures of the Night”, sempre uma bela pancada para sacudir o esqueleto no início de um show, passando por “Deuce”, “Love Gun” e “Let Me Go, Rock ‘n’ Roll”, surpreendendo com “War Machine” e “Psycho Circus” e encerrando com “I Love It Loud” e “Black Diamond”, com a primeira sendo cantada em uníssono pelos presentes, que apoiaram a banda do início ao fim, e a segunda tendo direito a Ace ajoelhado no palco durante seu solo enquanto Gene e Paul dançam sincronizado.

Isso foi outro ponto positivo que me chamou bastante a atenção dos guris. A semelhança não fica só nas roupas e fantasias. Além de tocarem muito bem as faixas do Kiss, eles fazem as mesmas danças que o grupo apresentava em seus shows. Era impossível não se sentir de volta ao início da carreira da banda, quando vemos em DVDs shows da fase inicial do grupo, em pequenos locais dos Estados Unidos. Ali no Anexo B, o Parasite me remeteu direto a 1974, e confesso que viajei um bocado com o ótimo som que estava saindo das caixas de som, mas também com uma performance extremamente profissional e irreparável, que só atestou a propaganda de o Parasite ser uma das melhores bandas cover daqui do estado.

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Bruce subiu ao palco, e foi a hora de irmos para os anos 80. Apesar dos mascarados continuarem por ali – outra surpresa, pois achei que Bruce viria acompanhado de uma banda solo, mas fez o show ao lado da Parasite, foi legal ver a alegria do guitarrista recordando o riff de “Heaven’s on Fire”. O peso de “Domino” estremeceu as paredes do pequeno recinto portoalegrense, e antes de “Tears are Falling”, Bruce disse que aquela canção era para os apaixonados da noite.

Mais uma surpresa surgiu na inesperada “Hide Your Heart”, faixa quase que esquecida do menosprezado Hot in the Shade, de onde saiu a próxima canção, a baladaça “Forever”, também cantada em uníssono por barbados e gatinhas (nem tão novas assim) que amontoavam-se diante de um dos principais nomes do hard oitentista.

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Com “Crazy Crazy Nights” a plateia ficou na mão de Bruce, que aproveitou para agradecer aos presentes e dizer que iria tocar duas faixas que ele gostava uma, a qual a primeira era uma festa e a segunda era um hino. Então vieram “Turn on the Night” – que coisa linda foi ver e ouvir essa faixa ao vivo, e “God Gave Rock ‘N’ Roll To You II”, para mim a melhor faixa que Bruce gravou na época de Kiss, e que teve seu solo tocado perfeitamente, abrilhantando ainda mais a noite.

“Lick it Up” encerrou o período pós-máscaras, e como uma homenagem maior ao quarteto mascarado, veio duas faixas clássicas: “Detroit Rock City” e “Rock and Roll All Nite”, onde o Parasite mostrou toda sua louvação ao Kiss, e Kulick fez valer a longa espera dos fãs que viram seu show pela primeira vez. A emoção dos meninos do Parasite era evidente, e Bruce compensou com muito carisma, simpatia e bom-humor, praticamente selando um contrato de mais vindas ao sul do Brasil em suas próximas passagens pelo país, fazendo um show que certamente marcou o coração dos apaixonados seguidores da banda.

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Set list do show de Porto Alegre / São Paulo

Parasite KISS Cover:

  1. Creatures of the Night
  2. Deuce
  3. Love Gun
  4. Let Me Go, Rock ‘N’ Roll
  5. War Machine
  6. Psycho Circus
  7. I Love It Loud
  8. Black Diamond

IMG_4070Bruce Kulick + Parasite KISS Cover

  1. Heaven’s on Fire
  2. Domino
  3. Tears Are Falling
  4. Hide Your Heart
  5. Forever
  6. Unholy
  7. Crazy Crazy Nights
  8. Turn on the Night
  9. God Gave Rock ‘n’ Roll to You II
  10. Lick It Up
  11. Detroit Rock City
  12. Rock and Roll All Nite

7 comentários sobre “Review Exclusivo: Bruce Kulick Brasil Tour (Porto Alegre e São Paulo, 03 e 05 de março de 2016)

  1. Muito legal Davi. Pena que a desorganização estragou o Meet & Greet, mas em PoA foi diferente. Quanto ao fato de diminuirem o show, bom, é babaquice de quem não sabe aproveitar uma festa de rock ‘n’ roll. Valeu pela parceria meu caro.

    1. Que bom que foi diferente. Fico feliz em ler isto. Bruce Kulick, além de um grande músico, é um cara muito bacana. Mas, sem problemas. Teremos outras oportunidades. Aparentemente, ele gosta do Brasil e deve voltar mais algumas vezes ainda. Quanto à parceria, estamos juntos. Mandou bem na sua parte também… O resultado final ficou muito bacana.

  2. Não fui ao show por não ser o tipo de música que eu mais aprecio, mas acho muito legal esta iniciativa de trazer um artista importante para se apresentar ao seu público, mesmo que seja em companhia de uma banda que não é a sua “companhia” usual. Como bem disse o Davi, para o fã de verdade é uma festa, uma celebração, não um “mega espetáculo milimetricamente produzido”. Aposto que aqueles que foram se divertiram muito, e quem se preocupa em diminuir este tipo de ação ficou em casa fazendo algo bem mais chato!

    1. Sim, Micael, para quem é fã, é muito bacana. Ver o cara de pertinho, vendo ele solar praticamente na sua cara, conseguir trocar algumas rápidas palavras, é o tipo de situação que não tem preço para quem admira o trabalho de um artista.E o show realmente foi muito divertido.

  3. Realmente em relação ao Meet foi algo BEM decepcionante e até mesmo com sinais de amadorismo…. lógico, isentando completamente Bruce Kulick. Esse pessoal chegou a empurrar minha esposa, que estava prestes a bater uma foto minha ao lado do Bruce. Sorte que o próprio Bruce Kulick pediu pra eles maneirarem. Eu e minha esposa fomos os primeiros a ser atendidos pelo Bruce nesse Meet de São Paulo, e já havia o stress todo.

    1. Eu estava logo atrás de você. Lembro que do nada, o rapaz interditou a visão que tinha lá de fora. Agora entendi a razão. Não sabia essa de empurrarem sua esposa. Lamentável a atitude. Amadorismo total.

      1. Pois é, Davi… foi algo um tanto quanto constrangedor… não havia necessidade de empurrá-la, ainda mais que você deve ter percebido o quanto ela é baixinha… foi um stress desnecessário, NINGUÉM estava ali para querer criar confusão, todos são fans do Bruce….

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