Discografias Comentadas: Scorpions [Parte 2]

Discografias Comentadas: Scorpions [Parte 2]

Por Fernando Bueno

Quando propus a escrever a discografia comentada do Scorpions sabia que estava entrando numa enrascada. Não só pela banda ter uma carreira longuíssima, mas principalmente por ter decidido de antemão que ficaria responsável pelos “discos ruins” da banda. O colaborador Mairon Machado, teoricamente, ficou com a parte mais fácil. Digo teoricamente já que a primeira metade dos discos lançado pelos alemães é claramente muito mais inspirada e aí que mora o perigo. Como a maioria dos fãs preferem aqueles discos provavelmente avaliaram a primeira parte com mais cuidado e atenção.

Ouvir todos esses discos, que muita gente se esquece na hora de tirá-lo da prateleira e pôr no aparelho de som, foi muito legal. Já conhecia todos, mas alguns deles ouvi poucas vezes e nunca com completa atenção. Várias músicas me pareceram novidade. Espero que todos os leitores façam como eu: tirem o pó daqueles discos que há tempos não ouve ou procure por eles na internet. Quando comecei a comprar os discos dos Scorpions tinham em mente completar todos até o Love at First Sting. Hoje me faltam apenas dois na coleção toda e não porque sou um completicionista, mas porque identifiquei coisas boas em todos eles (tá bom!!! sou um pouco completicionista sim!!!).

A partir desse ponto da carreira do Scorpions um detalhe muito importante guiou o direcionamento dos seus discos. Até Blackout o hard rock classudo do grupo tinha seu relativo sucesso e a banda já era grande, mas depois de Love at First Sting e principalmente com o absurdo sucesso de “Still Love You” ficaram enormes e se obrigaram a trabalhar melhor suas baladas tentando de todas as formas repetir seu sucesso. Cada disco a partir de então tem três ou quatro faixas mais lentas numa clara tentativa de emplacar uma delas. Outra música de sucesso que também influenciou a sequência de sua carreira foi o rock arena “Rock Like the Hurricane”. O pensamento dos músicos deve ser algo assim: “quem não quer tocar uma música que pode levantar um estádio cheio de gente? Então vamos criar músicas assim.” Para o bem ou para o mal isso se repetiu sucessivamente.

Rudolf Schenker é claramente o dono da banda. Ele é o fundador e único membro lá dos primórdios, mas quem faz mesmo a diferença ali é Klaus Meine. Faço esse comentário agora para não ficar repetitivo com elogios e mais elogios na análise dos álbuns. Sua voz e o timbre inconfundível não mudou nada ao longo dos anos e ele canta em Return to Forever o mesmo que cantava na década de 70. E pensar que no início dos anos 80 ele quase perdeu a voz e foi substituído por Don Dokken – pelo menos alguns ensaios foram feitos com ele enquanto Klaus se recuperava.

Para não deixar passar em branco, meu primeiro texto sobre a banda aqui no site não foi sobre sua música, mas sobre as artes de seus discos. Sempre muito polêmicas, elas são um fator a mais que nos incentiva a buscar todos os discos. O texto está aqui nesse link. Aproveitem essas duas partes da Discografia Comentada que Mairon e eu estamos apresentando e mais esse texto aí para tirar o pó de todos os discos dos alemães.

Para partimos logo para falar de cada um dos discos queria deixar um recado para que todos tenham em mentem enquanto leem meus elogios e críticas. Quando eu elogiar uma música estejam certos que o respeito que tenho pelos discos e músicas clássicas não está sendo violado. Os clássicos não ficarão menores quando eu elogio uma música que talvez você não goste. Para um clássico ser grande não precisamos necessariamente que outras músicas sejam pequenas, ruins. Muito pelo contrário, quanto melhor forem as canções menos aclamadas de uma banda, maior será a qualidade dos grandes sucessos. Estou certo, ou não?

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Scorpions no final dos anos 80: Herman Rarebell, Rudolph Schenker, Klaus Meine, Matthias Jabs e Francis Buchholz

Só para situar o momento da banda, antes de Savage Amusement a formação do Scorpions era: Rudolf Schenker e Matthias Jabs nas guitarras, Klaus Meine no vocal, Francis Buchholz no baixo e Herman Rarebell na bateria. Boa leitura!


Savage Amusement [1988]

Quatro anos se passaram depois de Love At First Sting. Eles nunca tinham tido esse tempo entre um lançamento de estúdio e outro. Isso mostra que eles aproveitaram bastante o sucesso do disco anterior e isso acaba criando uma expectativa grande para o próximo. Savage Amusement começa com umas das músicas mais heavy metal do Scorpions, “Don´t Stop at the Top”. Acredito que eles tiveram a intenção de metalizar o som já que em muitas músicas a guitarra tem uma distorção mais cheia de drive que o normal. “Passion Rules the Game” e “Media Overkill” mostram isso também. A balada da vez é “Rhythm of Love”, um refrão que fica na cabeça mais pela repetição do nome da música do que por ser marcante. Em “Media Overkill” um efeito de talk box é utilizado porco tempo depois de Richie Sambora obter um enorme sucesso com ele em “Livin´On a Prayer”, não sei se foi uma tentativa de embarcar no sucesso dos americanos. Lembrem-se que Bon Jovi era a banda de abertura dos alemães até pouco tempo atrás. Já “Walking on the Edge” é outra balada, mais dramática e sentimental que o normal, com um bom resultado principalmente de guitarras. O lado B do disco abria com mais um rock ao melhor estilo da banda, “We Let it Rock…You Let it Roll” com as guitarras bastante agressivas como já tinha comentado antes. Duas boas faixas na sequencia “Need Your Love” que tem um ótimo riff e “Love the Run” contando com uma introdução de bateria muito interessante e surpreendente. O disco fecha com a bonita “Believe in Love”. Quem tiver a oportunidade de conseguir a versão deluxe, lançada recentemente, contará com algumas versões demo bastante interessante e algumas faixas até então inéditas. O julgamento sobre o bom gosto ou não da capa eu deixo para vocês. Foi com a turnê de Savage Amusement que o Scorpions teve acesso à shows no leste europeu. Essa proximidade da banda os fez até a organizar um festival, o Moscou Music Peace Festival, com várias bandas de ponta da época como Mötley Crüe, Bon Jovi, Ozzy Osbourne, Skid Row e Cinderella.


Crazy World [1990]

Na primeira parte da discografia, Mairon Machado citou o hard rock e o heavy metal para descrever o Scorpions. Apesar e entender o termo heavy metal empregado para a época eu ainda os classifico como hard rock. Mas daí ouço o riff de “Tease Me Please Me” e não sei mais o que pensar. Claro que essas classificações seriam apenas um academicismo já que os estilos são muito próximo e muitas bandas transitam muito bem pisando com caca um dos pés em cada lado. “Don´t Believe Her” me faz lembrar de “Big City Nights”, mas sem o mesmo brilho. Uma queda de interesse pelo álbum pode ocorrer em “To Be With You in Heaven”, mas isso não atrapalha nada, pois é com a faixa seguinte que o disco se paga. Anos de tentativa de recriar a magia de “Still Love in You” acabou com “Winds of Chance”. A música de cunho político fez tanto sucesso que até Mikhail Gorbachev os convidou para tocar na praça do Kremlin e provavelmente acompanhou o assovio inconfundível de sua introdução junto da multidão. Essa foi a música mais tocada no mundo do ano de 1991 e ajudou a banda a ganhar o World Music Award como banda mais bem sucedida da Alemanha. Na sequencia mais um riff metaleiro em “Restless Nights”, pena que a música não empolga tanto como sua introdução, apesar de no todo não ser uma música ruim. Em “Lust or Love” e “Kicks After Six” temos o hard rock padrão Scorpions. “Hit Between the Eyes” virou tema de filme que tinha Mick Jagger no elenco – chamado Freejack – mesmo sendo apenas ok. O ponto baixo do disco está na chata “Money and Fame”, antecedendo a interessante faixa título. Fechando o álbum outra balada, “Send Me An Angel”, que possui nota 8 na escala Still Loving You das baladas (escala de 1-10). Em apenas um álbum eles quase conseguiram emplacar duas faixas com o mesmo formato, mas “Winds of Change” acabou roubando a cena, apesar desta “Send Me Na Angel” ser um puta som. Destaque negativo para a péssima capa.


Face the Heat [1993]

Antes da gravação do disco o grupo sofre uma baixa em sua formação, sai Francis Buchholz e entra Ralph Rieckermann para o posto de baixista. Face the Heat abre com a densa “Alien Nation”, um trocadilho esperto com alienação, tem um início mais promissor do que a faixa se revela, apesar de um bom refrão. Algumas faixas não temos como defender e “No Pain No Gain” é uma delas. Aquele tipo de música que qualquer boa banda consegue fazer no piloto automático para preencher um álbum. O problema é que ela é ainda a segunda do disco e isso mostra muito como vai ser o restante. Se tivesse sido trocada a segunda pela terceira teríamos uma melhor perspectiva de Face the Heat já que “Someone to Touch” é interessante. Na sequência mais uma balada com o selo “Still Loving You” de qualidade. “Under the Same Sun” é inferior ao clássico e um pouco abaixo de “Wind of Change”, mas é mais um acerto dos alemães e o grande motivo para alguém adquirir o álbum. Algo que se destacano álbum é o peso que a banda procurou nesses discos desde Savage Amusement, como podemos notar em “Unholy Alliance”. Nessa mesma época eles gravaram em single uma música em prol da Unicef chamada “White Dove”.

A banda aproveita os shows da turnê de Face the Heat para a gravação de seu terceiro disco ao vivo, Live Bites (1995). Nessa época também mais uma troca de formação: desta vez o baterista Herman Rarebell deixa o grupo e foi substituído por um músico de estúdio, Crut Cress, que apenas gravou o álbum seguinte e deu seu lugar para o primeiro não-alemão a fazer parte do grupo, o americano James Kottak.


Pure Instinct [1996]

De todos os discos dessa fase que me propus a comentar esse foi o que mais cresceu aos meus ouvidos. Em “Wild Child” O Scorpions mostra que não esqueceu de como fazer rock and roll dos bons. Acho essa faixa a mais setentista dessas gravadas nos anos 90. Gosto muito do trabalho de guitarras ao longo da música. Ouçam prestando atenção só nelas. Talvez o excesso de baladas tenha atrapalhado um pouco a atenção do grande público que talvez estivesse enjoado desse tipo de canção na ocasião. Temos que lembrar que essa foi a época do grunge, inicío do nü metal, metal industrial e início do brit pop. Mesmo assim não dá para não notar o ótimo solo, apesar de curto, de “But The Best For You” uma balada que num primeiro momento pode parecer genérica, mas cresce com a audição. Estou certo que se “Does Anyone Know” tivesse sido lançada uns 6-7 anos antes teria sido parte do repertórios dos bailinhos que frequentava. Mas concordo com os que acham que duas baladas em sequência pode cansar um pouco. As coisas ficam mais agitadas com a boa “Stone In My Shoe”, com seu refrão característico, e “Soul Behind the Face”, que apesar de ser mid tempo não deixa a peteca cair. Algo de Beatles ou Beach Boys no jogo de vozes na introdução de “Oh Girl (I Wanna Be With You)”, mas no todo a faixa é abaixo das expectativas e tem um refrão bastante óbvio e sem inspiração. Ainda bem que a linda “When You Came Back to My Life” nos faz esquecer a faixa anterior. A quase acústica “When the Rivers Flows” é gostosa de ouvir, enquanto “Time Will Call Your Name” tem adição de teclados e cordas dando uma dramaticidade interessante para música. “You And I” é a balada de trabalho da vez e a melhor do álbum com certeza. Os violinos e as cordas do início de Are You The One” são como um trailer do caminho que a banda seguiu uns anos depois. O dedilhado do violão é bonito, mas a música não empolga.

Ralph Rieckermann, Herman Rarebell, Klaus Meine, Matthias Jabs e Rudolph Schenker
Ralph Rieckermann, Herman Rarebell, Klaus Meine, Matthias Jabs e Rudolph Schenker

Eye II Eye [1999]

Quem chegou até aqui percebeu que estou tentando de todas as formas seduzir os leitores a ouvir todos esses discos. Mas a tarefa fica difícil com Eye II Eye. Podia até acabar o comentário sobre o disco por aqui e tenho certeza que ninguém se incomodaria, mas eu prometi avaliar todos os discos e encontrar suas qualidades. O Scorpions conseguiu sucesso suficiente na sua carreira para figurar entre os grupos que podemos chamar de pop na definição de popular. Porém em Eye II Eye eles tentaram abraçar a música pop no sentido musical. Não sei se isso foi influência da baixa popularidade que o hard rock e o heavy metal estavam enfrentando na época, mas me parece que o grupo quis descolar desses estilos, tentando soar como o U2. O baixo marcado, levadas de bateria com um certo groove e as guitarras sem o peso dos discos anteriores marca o disco como um tod como em “Mysterious” a faixa de abertura que é um bom resumo para o disco. Não digo que é um resumo perfeito já que a faixa não é de toda ruim e consegue empolgar pelo menos no refrão. A coisa fica feia mesma em “To Be No. 1”, que apresenta uma marcação eletrônica ridícula, seus constrangedores backing vocals e uma mistureba de estilo ao longo da faixa. Não poderia faltar a balada da vez e “Obsession” está perdida em um álbum fraco já que seria uma boa música se tivesse sido melhor trabalhada. Algumas decisões que me parecem ter sido tomadas no momento da produção foram bastante equivocadas. Será mesmo que foi uma boa idéia colocar um bongô em “10 Lights Years Away”, por exemplo? Elementos como esses não faziam parte do repertório da banda e ficaram um pouco deslocados. Pode ser com o tempo você consiga se acostumar com o álbum e contradizendo um pouco o que disse lá no início desse texto é muito difícil dissociar o conteúdo desse disco dos clássicos que a banda já produziu. Já se perguntou como seria se eles cantassem em sua língua natal? Você terá uma idéia em “Du Bist So Schmutzig”,mas tente não cair na risada com a música. Para não falarem que eu só desci o cacete vou elogiar o refrão de “Skywriter” – exceto quando a tal Michelle Wolf se esgoela junto no fim música – e a boa “A Moment In A Million Years” toda tocada com piano e teclados de fundo. Eu olho para a capa desse disco e penso em duas coisas. A primeira, mais óbvia, é que ela reflete seus membros mais importante fazendo com que James Kottak e Ralph Rieckermann sejam encarados apenas como coadjuvantes. A outra é uma interpretação pessoal e me diz que quem comandou as ações na gravação desse disco foi Rudolf, que inclusive está com as mãos ao lado do rosto mostrando que não levou em consideração o que os outros estavam pensando, enquanto Klaus e Mathias estão com a maior cara de “olha a merda que você fez a gente fazer”.


Com a baixa repercussão de Eye II Eye e a clara falta de criatividade que se abateu para o grupo nada melhor que outros projetos para tentar melhorar as coisas. Assim o Scorpions aceitou o convite da Filarmônica de Berlim que procurava um grupo para fazer uma parceria. Moment of Glory foi o resultado dessa parceria e fez um enorme sucesso. Muita gente que nunca tinha tido contato com a banda acabou se rendendo ao seu hard rock clássico acompanhado da orquestra que inspirou outras grandes bandas a fazer o mesmo. Quem nunca ouviu “Rock You Like A Hirricane” nesse formato? Um ano depois mais um projeto diferente foi testado também com muito sucesso. Acoustica trazia os alemães no melhor estilo banquinho e violão, que acabou arrebatando mais uma quantidade enorme de fãs. Com os formatos acústico e com orquestra o Scorpions foi certamente mais reconhecido, me refiro em termos quantitativos, que como uma banda de hard/metal que sempre foi. Antes de entrar em estúdio para as gravações de Unbreakable o baixista Ralph Rieckermann é substituído por Pawel Maciwoda, um polonês, se tornando mais um não-alemão a fazer parte do Scorpions e fechando o line up que dura até hoje sendo a formação mais longeva da banda.


Unbreakable [2004]

Depois de cinco anos de um disco fraco e um período revisitando as músicas do passado o Scorpions resolveu soltar um disco de inéditas. E o peso voltou! Basta um minuto da arrastada “New Generation” para percebemos que o melhor da banda é quando eles fazem rock puro. “Deep and Dark” tem toda a atmosfera oitentista da banda enquanto “Borderline” já remete ao que estavam fazendo uma década antes. A primeira balada é a melosa “Maybe I Maybe You”, que só se salva mesmo pela voz de Meine. Quase toda ao piano, remete à “A Moment In A Million Years” do álbum anterior. “Someday Is Now” é uma boa faixa que nos faz lembrar que o Scorpions é uma ótima banda quando se presta a tocar mais rápido. Uma banda com tantos anos de carreira certamente tem várias faixas que acabaram não entrando nos discos e ficaram perdidas e é o que aconteceu com “My City My Town” que é da época do Pure Instinct e entrou aqui para completar o set list. Mesmo assim é uma música interessante e superior à “Can You Feel It” que foi composta para Unbreakable. Mais uma balada fraca em “Through My Eyes”. Será que as idéias deles para músicas do tipo acabaram? Afinal “She Said” também não é lá grande coisa. “Remember the Good Times” fecha o disco com um clima lá em cima e faz parecer que o álbum é melhor que é. Essa faixa foi gravada e produzida pela própria banda e eles e é descrita como RETRO GARAGE MIX. A idéia ao meu ver era tentar uma abordagem mais simples e orgânica e creio que conseguiram um resultado positivo. A versão japonesa tem mais duas músicas inéditas de bônus, mas nada que faria o álbum mudar de patamar na discografia dos alemães. Foi na turnê de Unbreakable que eles tocaram no Wacken Open Air. Essa apresentação é histórica por reunir ex-membros do grupo como Michael Schenker, Uli Jon Roth e Herman Rarebell.


Humanity – Hour I [2007]

Para esse disco não tenho muito mais o que acrescentar sobre ele do que escrevi em uma resenha específica para Humanity – Hour I. Como não temos mais esse texto disponível no site por conta do problema que tivemos com a UOL Host vou tentar resumir. Humanity – Hour I é um disco conceitual, o único de sua carreira – que narra os acontecimentos de uma guerra civil entre a humanidade e robôs. Parece meio estranho uma banda que sempre cantou temas mais rock and roll fazer um disco tão sério e sombrio quanto esse, mas é isso que aconteceu. A parceria com o hit maker Desmond Child fica clara em várias passagens. “The Game of Life” é o hit maior e as boas baladas ficam por conta de “We Were Born to Fly” e “The Future Never Dies”. É certamente o melhor disco do grupo desde Love at First Sting e permanece o melhor desde que foi lançado. Porém ele é, inexplicavelmente, um dos álbuns mais ignorados do grupo. Foi na turnê desse disco que eles fizeram um show em Manaus a pedido da própria banda. Por conta do tema eles acharam que seria uma boa ideia tocar no “pulmão do mundo”. Deu certo porque no ano seguinte eles voltaram para mais um show lotado. O show foi lançado em DVD chamado Amazônia: Live in the Jungle. Não sei se foi o fato de ser um disco mais experimental, mas não entendo eles não terem usado o logo original na capa.

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James Kottak, Rudolph Schenker, Klaus Meine, Matthias Jabs e Paweł Mąciwoda

Sting In The Tail [2010]

Vamos todos processar o Scorpions por propaganda enganosa. Afinal Sting in the Tail saiu sendo anunciado como o último discos que eles lançariam e tinha até adesivos nas capas prometendo isso. No fim das contas essa propaganda deu certo, pelo menos para mim, já que acabei adquirindo o CD e voltando a ouvir o grupo depois de muito tempo longe deles. No fim foi bom, certo? O espírito de “Rock You Like a Hurricane” está em “Raised on Rock”. O efeito de voz no início e refrão de “Sting in the Tail” dá um clima diferente para a música e fica grudado na cabeça. Nota-se também que o peso das guitarras voltou como não se fazia já há um bom tempo. Com “Slave Me”, temos uma trinca de abertura digna dos melhores discos do Scorpions e, sem nenhuma balada ainda. A primeira delas é “The Good Die Young”, porém de uma forma diferente já que ela é uma daquelas power baladas do metal cheia de peso. Klaus canta em um tom mais grave dando uma sobriedade interessante para a faixa que é bastante melancólica. Em Eye II Eye disse que a mudança de sonoridade seria devido à uma tentativa de descolar a imagem da banda do heavy metal, dando uma imagem mais pop ao grupo. A participação de Tarja Turunen nessa música, bastante discreta é verdade, talvez tenha a intenção contrária, já que na época a moça era quase uma unanimidade no meio do metal. Mais duas boas faixas mais rápidas “No Limit” e “Rock Zone” antecipam a canção mais grudenta da banda em anos, “Lorelei”, uma meia irmã de “Under the Same Sun”. Para finalizar o álbum algumas faixas menos marcantes, mas nenhuma que possamos classificar de ruins. Seria um excelente ponto final na carreira se eles tivessem realmente acabado a banda.

A idéia de gravar um disco de covers e algumas regravações parece algo de quem está sem rumo ou sem inspiração. Comeblack é uma compilação de alguns covers de bandas que os influenciaram como The Beatles, T. Rex, Small Faces, Soft Cell, The Kinks e Rolling Stones. Seria um lançamento legal caso tivessem feito só covers sem a regravação dos clássicos. A pergunta que faço é: para que fazer isso e mexer com o que já era bom?


Return to Forever [2015]

Fiquei surpreso quando saiu Return to Forever. Como eles disseram que a turnê de Sting in the Tail seria sua última, não esperava mais nenhum um álbum completo, ainda mais depois de Comeblack que tinha toda a cara de raspa de tacho. Return to Forever é uma celebração ao Rock and Roll. Várias músicas têm esse tema, como “Rock My Car”, “Rock ‘N’ Roll Band” e “Hard Rockin’ The Place”. A faixa de abertura “Going Out With a Bang” é o tipo hard rock do Scorpions com seu refrão característico. Você saca que é banda de cara. Em “We Built This House” você vai se lembrar de alguma música lá do início dos anos 80. É uma música de andamento médio, com jeitão de balada, mas bem rockeira e novamente com um refrão marcante. “House of Cards”, “Rollin’ Home” e “Gypsy Life” fazem parte da cota das baladas e se não são tão memoráveis quando as clássicas, não fazem feio. A introdução e “Rock ‘N’ Roll Band” é muito parecida com “I Can” dos também alemães do Helloween, podem conferir. Já em “Catch Your Luck And Play” tem introdução priestiana, mas a música não é tão metálica quanto parece no início. Em “Dancing With the Moonlight” (não, não é aquela lá do Genesis!) algo de setentista volta a aparecer no som do grupo. Não sei se eles sentiram o peso da carreira estar acabando e isso acabou influenciando os músicos em estúdio, mas a grande quantidade de faixas – são dezessete ao todo – me dá a impressão que as coisas se encerram por aqui mesmo. Return to Forever não vai mudar o patamar da carreira fantástica dos alemães, mas vai dar um final digno para ela.


Nessas duas partes dessa discografia comentada tivemos Mairon Machado comentando de The Lonesome Crow (1972) até Love At First Sting (1984) e eu tentando mudar a opinião dos nossos leitores sobre os álbuns Savage Amusement (1988) até Return to Forever (2015). Notem que a primeira parte abrangeu nove discos gravados num intervalo de 12 anos. Já na parte que ficou ao meu cargo foram dez álbuns em um período de vinte e sete anos. Isso quer dizer muito sobre como eram as carreiras das bandas na década de 70 e como ficou na década de 80 para a frente. As coisas naquela época aconteciam muito mais rápido com as bandas tendo a obrigação de produzir material com muito mais rapidez. O impressionante é que são dessa época os melhores discos. Mas isso é um assunto para outra oportunidade.

30 comentários sobre “Discografias Comentadas: Scorpions [Parte 2]

  1. Segunda parte da discografia do Scorpions, vamo que vamo!

    Após a tremenda decepção com Love at First Sting em 1984 e a passagem pelo Brasil no primeiro Rock in Rio em 1985, o grupo alemão mereceu um merecido descanso, até retornarem em 1988 á sonoridade de Blackout misturada á novos elementos com “Savage Amusement” outro dos meus 5 discos favoritos deles. Destaque para “Don’t Stop at the Top”, “Passion Rules the Game”, “We Let it Rock, You Let it Roll”, “Rhythm of Love” e “Believe in Love”.

    O disco seguinte, Crazy World (1990) completa o meu top 5 dos melhores discos do Scorpions e foi pra mim o último disco realmente relevante deles. Claro, é nele que está a melhor balada que eles criaram em toda sua carreira, sem dúvidas: “Wind of Change” foi a música que me devolveu todo o ânimo perdido após ouvir aquela intragável chatice que vocês sabem qual é, como eu sempre venho falando. A verdade é que “Wind of Change” fez muito mais sucesso do que aquela coisa tediosa e medonha que encerra Love at First Sting, veja só: este single vendeu mais de 14 milhões de cópias, tornando-o um do top cinquenta de melhores venda de singles de todos os tempos. O Scorpions detêm o recorde para o single mais vendido por um artista e banda alemã.

    E o vídeo de “Wind Of Change” foi visto mais de 211.038.953 milhões de vezes no YouTube até o momento. Com isso, os Scorpions são a primeira banda alemã a quebrar a marca de 100 milhões de visualizações. Além disso, destaco ainda “Send me an Angel” que é a música que meu pai mais gosta do grupo alemão, também de Crazy World. No mais, o disco é todo bom, mas só essas duas faixas fazem a audição do disco todo valer a pena.

    Nos discos seguintes, o grupo começou a declinar (ao mesmo tempo em que emplacavam vários hits nas paradas) até eles se reinventarem nos anos 2000, com os discos Moment of Glory e Acoustica, que simbolizavam a volta do Scorpions á mídia. São álbuns que revisitam os grandes hits da banda e trazem algumas inéditas. Vou começar falando do Acoustica, álbum gravado em Lisboa (Portugal) durante 3 concertos por lá. Além dos clássicos e das inéditas (“Life Is Too Short”, “Back to You”, “I Wanted to Cry” e “When Love Kills Love”), eles também fizeram releituras de “Dust in the Wind” (Kansas) e “Drive” (Cars), além de uma homenagem á Freddie Mercury e sua turma do Queen, em “Love of my Life”.

    Em Moment of Glory, disco gravado com o apoio da Orquestra Filarmônica de Berlim, a grande surpresa foi a melhorada que a banda deu em “Still Loving You” (aquela música tediosa e medonha descrita acima), e que melhorada! Aí eu me pergunto: por que na época do LAFS eles não tinham pensado em gravar apenas esta música com o apoio de uma grande orquestra sinfônica? Podia ser uma simples orquestra de cordas também, e eles optaram em gravar originalmente sem esse recurso. E esse é o principal motivo pelo qual não me simpatizo com o disco Love at First Sting, cuja sua entrada na lista dos melhores de 1984 foi uma das maiores “piadas de mau gosto” que já ocorreram na Consultoria em todos os tempos.

    Pra encerrar, em relação aos discos novos do Scorpions, o que eu posso dizer é que eu ainda nem os ouvi direito. Só ouvi durante horas a faixa “The Good Dies Young” (Sting in the Tail, 2010), depois, nada. Preciso ouvir estes discos pra depois chegar num acordo.

  2. Só tenho duas coisas para dizer: 1° Fernando, você é muuuuuuuuuuuuuito corajoso em defender álbuns como Face the Heat e Unbreakable. 2° Eye to Eye é um dos piores discos da história. No mais, uma belíssima revisão de uma obra que, mesmo com altos e baixos, irá marcar gerações pela eternidade. Valeu meu caro

    1. Bom dia Mairon!!! Tenho uma opinião sobre Scorpions, pra mim acabou em 1978 e ponto final, com a saída do mestre Uli Jon Roth, eles se entregaram ao rock farofa, ao famigerado mercado americano, acabou a visceralidade do seu som, a mágica. Respeito outras opiniões, mas Rainbow, Scorpions, Uriah Heep e Deep Purple são as minhas bandas preferidas nos anos 70. E considero Uli Jon Roth e Tony Iommi os maiores guitarristas q já pisaram na terra.

  3. É muito comum que bandas mais velhas depois do sétimo ou oitavo álbum começar a levar as coisas meio que no piloto automático. Não digo que muitas vezes saem maravilhas, mas também há bandas que eu considero seus trabalhos menos famosos com muita qualidade, tal como o Scorpions. Face the Heat e Humanity – Hour I mereciam ter mais faixas tocadas nos shows. Uma pena que o fã comum só gosta mesmo dos “hits”.

    Por sinal, eu tinha que ouvir esse disco novo do Scorpions que baixei mas nem ouvi nada ainda.

  4. Desconhecia qualquer coisa do Scorpions de 1985 pra frente, à exceção do disco com a orquestra. Porém, ao escutar os álbuns listados aqui percebo que eles nunca fizeram falta na minha educação musical. O Scorpions dos anos 70/80 é realmente insuperável.

  5. Parabéns pela matéria, Fernando.
    Até os discos mais fracos, como Eye II Eye, ganharam ótimas análises, que não se prenderam aos chavões já consagrados pela crítica musical da época em que foram lançados.

  6. Olá Fernando, primeiro parabéns por aprofundar tão bem nas obras de Scorpions. É a banda que eu mais curto por sinal kkk.

    Porém eu tenho algumas ressalvas e adendos, já de início com o Savage, um fato curioso por ser o maior intervalo de tempo entre um álbum e outro, é que ao chegarem para gravar, o produtor na época “Dieter Dierks” reprovou todo material que levaram, decidindo que todos voltassem mais tarde com o trabalho todo refeito. Uma correção nessa parte se trata da chamada “Need YourLove” mas que de fato se chama “Every Minute, Every Day”. Outra coisa é o uso do talkbox, já que já era usado nas musicas desde o Lovedrive (1979) e a entrada de Matthias Jabs na época.

    Partindo para o Face The Heat, vale ressaltar que Under the same Sun e No Pain, No Gain foram singles comemorativos da Copa do Mundo de 94 realizada nos EUA. Uma correção: James Kottak não foi o primeiro “não alemão” a entrar na banda, podemos citar o também baterista Joe Wyman também americano ainda em 1973 após o Lonesome Crow, ou Rudy Lenners, belga, presente em Virgin Killer e In Trance, e por aí vai…

    Por fim, só acrescentando um fato curioso que deve ser levado em consideração, após a “volta da aposentadoria” foi conversado que sairia um disco de sobras dos anos 80, o projeto caminhou por anos até chegar no Return To Forever (ou “outtakes” nome dado ao álbum pela banda e alterado pela gravadora para o que conhecemos), ou seja, metade das 19 musicas do disco são sobras não aproveitadas dos anos 80, 90 e até 2000 (rock my car, hard rockin the place, dancing with the moonlight, gipsy life… Por exemplo).

    Ah, você acabou pulando o Live 2011 e o MTV Unplugged.

    Forte abraço,
    David Araújo

    1. Obrigado pelos esclarecimentos David. Eu devo ter comido bola em relação aos bateristas e fui traído por algum outro texto que li. Eu nem iria acrescentar esse detalhe, olha só! Pulei os dois ao vivo citados pq não é de praxe comentarmos esse tipo de lançamento nas nossas discografias comentadas. Apenas falei do Acoustica e o Momento of Glory por ter sido grandes marcos da carreiras dos alemães.
      Como disse no texto tentei comentar esses discos aqui sem compará-los com os da primeira parte, vc como fã da banda o que tem a dizer sobre a qualidade dos discos da forma que tentei passar?

      1. Olá Fernando, de uma forma geral você passa exatamente o que cada álbum representa dentro da discografia, claro que sempre teremos opiniões adversas sobre um ou outro, como por exemplo o Humanity não me empolgar tanto. Acho que desde que nasci (93) o melhor álbum é sem dúvida do Return To Forever, talvez por ter uma base oitentista.

        Voltando a questão de você ter pulado o Live 2011 (que de fato não representa muito, além do Bluray lançado em 3D) e o MTV Unplugged. Esse último tem uma certa importância por ter sido a “virada” pra continuidade da carreira após o anúncio de aposentadoria. Depois de a Sony oferecer mais o Comeblack como um bônus, surgiu esse convite de fazerem o show ao vivo acústico com a MTV. Inicialmente o pensamento era de não ter nenhum dos clássicos que estiveram presentes no Acoustica, e mais uma vez a gravadora foi irredutível. Mas por fim o álbum é bom, versões curiosas de musicas dos anos 70 e 80, experimentos solos bem legais… Mais do mesmo apenas com as velhas rock you like a hurricane, still loving you etc.

        Tenho uma página sobre Scorpions com uns amigos no Facebook, notícias atualizadas, promoções, curiosidades e até entrevistas bem interessantes, como a conversa que tivemos com Rudy Lenners. Vale a conferida, se puder siga conosco por lá.

        Grande abraço,

        David Araújo
        Facebook.com/ScorpionsNewsBR

  7. O Eye 2 Eye é um dos piores discos lançados por uma banda de rock em todos os tempos. Nada contra mudanças…mas é que as músicas deste disco são muito ruins…mas muito ruins mesmo.
    Na minha opinião o Scorpions ficou sem muito a dizer a partir do Crazy Word e Savage Amusement que, apesar de serem bons discos, já mostravam o desgaste da fórmula. A partir tudo que ouvi deles fica entre o bem medíocre e o péssimo. Os bons momentos de verdade meio que se contam nos dedos de uma mão.

    1. Concordo em número, gênero e grau, Fábio. Dei chances para alguns discos que o Fernando defendeu aqui, mas não consegui elogios para mais do que dez canções

  8. Com todo o respeito, mas discordo de quase tudo o que o crítico disse. E tem vários erros no texto.
    Ademais, acho que pra comentar uma fase tão longa e rica (sim, rica) da banda, poderiam ter chamado um crítico que conhece como a palma de sua mão esses discos, e não alguém que precisou reouvir tudo.

    1. Apesar de eu gostar de alguns discos dessa fase, chamá-la de “rica” faz com que você faça parte de uma minoria da minoria, ainda mais considerando tudo o que a banda fez nas décadas anteriores. Um “crítico” que conheça a banda como a palma de sua mão provavelmente iria malhar ainda mais vários destes discos, ainda mais considerando os caminhos que a banda resolver tomar no decorrer dessas décadas.

      1. Olá, André. Tudo bem? Então, respeito sua opinião e entendo seus pontos de vista, mas a coisa é complexa, amigo. Veja bem, quando nos propormos a comentar uma discografia, acho que temos basicamente três tendências naturais a seguir: o senso comum, o senso crítico e o olhar de fã. Achei que o texto do site foi muito para o lado do senso comum, consideravelmente para o senso crítico e pouco analisou a obra da banda com o olhar de fã. Posso estar enganado, mas o crítico que escreveu este texto (e talvez este também seja seu caso) não me pareceu alguém que ouvia incessantemente álbuns como Face The Heat, Live Bites, Pure Instinct ou mesmo Eye to Eye às suas respectivas épocas de lançamentos. Me pareceu aquele fã da banda que parou nos 80… o que não critico, tenho amigos assim, porém, acho que justamente pra comentar esta fase da banda, poderia ter sido escolhido um fã que gosta da fase. Só pra falar bem? não! Não acho que um fã tem que sempre dizer ”amém” pra banda, mas um fã tem que no mínimo ter prazer GENUÍNO nas músicas da banda.

        E sobre eu considerar esta fase rica, sim, AMO os anos 90 do Scorpions! Aliás, só a fase pós 2000 que não amo, mas acho boa também. E sei que faço parte de uma minoria. Mas aí que tá o diferencial em sair do senso comum e ter senso crítico. Perceba que na análise da primeira fase da banda (1972-1985) o crítico comentou que acha ”Only a Man” do mesmo patamar que as pérolas da era Roth! perfeita colação!!!!! Eu e o crítico também somos minoria por falar isso de uma música desconhecida, mas isso é ser genuinamente um fã. E achei que faltou isso nesse crítico que comentou a segunda fase do Scorpions.
        E quanto a fase ser rica, poxa, muita coisa boa foi composta nesse período… Don Believe Her, Wind of Change, Kicks After Six, Alien Nation, Someone to Touch, Hate to be Nice, Ship of Fools, Partners in Crime, Under the same Sun, daddýś girl, Destin, White Dove, edge of time, Wild Child, But the Best For You, Eye to Eye, Du Bist So Smuchtzig, Life is Too Short, Bad For Good, Cos I Love You, Deep and Dark, Can You Feel It, 321, The Best is Yet to Come, Delicate Dance, Catch Your Luck and Play…

        1. Então Caio, a questão das discografias comentadas é que este tipo de matéria exige que façamos a discografia completa e nem sempre temos lá um gosto mais de fã sobre certas fases de algumas bandas mais longevas. Aí escolhermos uma banda para resenhá-la e parar só na fase que gostamos acaba fazendo a matéria ser incompleta.

          Com relação a fãs, não creio que tenhamos alguém aqui que seja exatamente fã dessa fase. Maior parte é bastante crítico. Eu mesmo acho que o Fernando até foi bem mais suave com suas críticas com relação a alguns discos.

          Mas também respeito sua opinião de não concordar com algumas críticas. Eu gosto de alguns discos desse período como Face the Heat e Humanity – Hour I, mas meio que para aí. Bacana que goste dessa fase, apesar de não ser lá muito do meu agrado, concordo sim que há ótimas faixas perdidas em alguns discos que não curto e você mesmo citou algumas.

          1. André, entendo seus pontos de vista. E na verdade nem ouso dizer que vc está errado (ou que eu estou certo). É tudo questão de pontos de vista diferentes, mesmo. Talvez tenha sido uma semi-utopia eu imaginar que leria uma crítica da discografia do Scorpions escrita por um fã de todas as fases da banda rs Como vc mesmo apontou, o senso comum só considera ”rica” a fase dos 80 (infelizmente nem a fase 70 é valorizada) e eu sei que sou exceção por gostar (E MUITO!) da fase dos anos 90.

          2. Eu até acho bem legal quando aparece gente que gosta de uns discos costumeiramente malhados ou quando se gosta de algumas fases meio controversas de algumas bandas em questão. É o tipo de conversa que agrega muito conhecimento e até me ajuda a rever certos conceitos sobre muitos discos que antes não gostava.

            Por exemplo Caio, para você ter uma ideia, a minha fase preferida do Rush é justamente a oitentista do Signals até o Roll the Bones, com aquela tecladeira e tal. Eu meio que fico na tua posição com relação ao Scorpions, visto que a grande maioria despreza essa fase. hahahahahahahahahaha

            Bem vindo ao site cara, espero que goste aí das matérias que já publicamos e de muitas outras que estão por vir. Abraços!

    2. Caio

      Obrigado pelo seu comentário.
      Eu digo logo no começo do texto que estava entrando em um enrascada. Afinal eu conheço, ouço e gosto muito mais da fase que o Mairon escreveu do que essa que ficou a meu cargo. Mas como o André disse, quando fazemos a discografia comentada temos que fazê-la por completo. Por isso mesmo sugeri ao Mairon de fazermos e fiquei com essa segunda metade dos discos pq não poderia convidá-lo e deixá-lo com a “pior parte”. Falo no texto também que alguns dos discos eu não tinha ouvido mais do que um par de vezes e creio que ouvi mais vezes agora para escrever a matéria do que tinha ouvido antes e é exatamente isso que vc identificou.
      Fossemos escrever apenas sobre aquilo que conhecemos como a palma da mão, para usar um expressão que vc mesmo usou, nossa gama de possibilidades seria muito reduzida. as resenhas de novos discos por exemplo nem poderiam ser feitas logo após o lançamento. Aliás, isso afetaria todos os críticos que escrevem sobre música, não é verdade? Afinal, a grande maioria das resenhas que vemos por aí são de álbuns recém lançados e que ninguém tem o conhecimento profundo para fazer. Nós temos centenas de resenhas de discos clássicos ou discos que foram lançados há décadas atrás que pode satisfazer esse seu anseio de fã escrevendo sobre algo que conhece completamente.
      No mais, agradeço novamente seu comentário, que apesar de crítico é bastante educado e é de bate papos assim que precisamos aqui no site.
      Espero que goste de outros textos, temos muita coisa aí…

      Valeu

      1. Olá, Fernando! Primeiramente obrigado pela resposta (muito educada, por sinal)! Valeu!
        Então, espero que não tenha me levado a mal rs Pois é, cara, eu havia lido, sim, o que vc disse sobre a ”enrascada” rs E justamente isso ficou nítido no texto. Como eu disse pro André Kaminski, vc não passava horas dos seus dias nos longínquos anos 90 ouvindo o face the Heat, Live Bites, Pure Instinct ou Eye to Eye rsrs (como vc mesmo falou agora, que só ouviu alguns discos aí um par de vezes rs) Esses álbuns foram minha trilha sonora dos anos 90 rs Não só esses discos, claro. Minha fase preferida SEM DÚVIDA sempre foi os 70 (também sou minoria neste ponto rs), mas isso não me impediu de curtir cada nota dos ábuns do Scorpions dos anos 90! Todos esses CDs dos 90 acompanhei o lançamento e os ”discos quase furaram” de tanto que ouvi rs (o que é uma força de expressão, haja vista que lançamentos em vinil pararam no face The Heat).
        Sobre escrever sobre o que conhece como a palma da mão… tá certo, confesso que exagerei na colocação rs Mas, de fato, acho que seria mais interessante se quem comentasse fosse um crítico que genuinamente gosta dessa fase, porém, como eu disse pro André, sem precisar falar ”amém” pra tudo que a banda faz.
        Agora, vc tocou num assunto muito interessante: esse lance de que se fosse preciso o crítico conhecer bem o disco, ele não poderia fazer uma resenha de um lançamento. Olha, isso é super polêmico. Vc alguma vez na sua vida já achou ruim um disco ao ouvir pela primeira vez e depois foi ”acostumando”, ”diferindo”, até gostar muito? Eu já! Nossa, tenho alguns exemplos impressionantes. Não sei se todo mundo é assim ou se eu que sou meio doido rsrs Mas lembro com clareza que as primeiras vezes que ouvi ”Carnival of Souls” (Kiss), ”Queen II” (Queen) e quase tudo do David Bowie (rsrs) eu estranhei MUUUITO!!!! Lembro de ter pensado: ”Que porra é essa??!!” Mas depois, com várias ouvidas, após assimiliar o disco, comecei a gostar (e hoje AMO tudo isso que citei).
        Bem, acho que é isso. E saiba que gostei do site, sim, inclusive quero muito ler uma matéria que vi aqui sobre a discografia do King Crimsom.
        E depois quando eu tiver com mais tempo vou escrever um pouco aqui sobre este tema (Scorpions 1988-2015).
        Grande abraço!

  9. Crazy World, Face The Heat e Humanity Hour I são os que mais gosto dessa fase. O pior é o Eye II Eye que é pavoroso…

  10. O Jabs já usava talkbox em The Zoo. Creio que o Sambora que foi na onda do Jabs, e não o contrário. O Humanity é o melhor álbum depois do Love At First Sting. Humanity Hour 1 foi um álbum conceitual e saiu da “casinha” dos anos 80. Eye To Eye é o pior. Eu considero o Pure Instinct, Savage Amusements, Love At Fist Sting e Humanity Hour 1 os melhores por um motivo: Soam muito hard rock americano.

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