Cinco Discos Para Conhecer: Mark/Marcie Free

Cinco Discos Para Conhecer: Mark/Marcie Free

Por Igor Miranda (Publicado originalmente no site vandohalen.com.br)
Ele? Ela? Tanto faz. O que importa é que ao longo de sua carreira, Mark/Marcie Free construiu uma sólida reputação como um dos melhores intérpretes no segmento do AOR/Melodic Rock. E é um pouco dessa história o que trazemos aqui e merece ser conferida por todos os adeptos do estilo.
King Kobra – Ready To Strike [1985]
Logo após ser demitido da banda de Ozzy Osbourne, o lendário baterista Carmine Appice decidiu montar uma banda de Hard Rock, aos moldes oitentistas. Para isso, músicos extremamente competentes foram convocados, como a dupla de guitarristas David Michael-Philips (Keel) e Mick Sweda, o baixista Johnny Rod e o talentoso vocalista Mark Free. Nasce, daí, o King Kobra, com visual exagerado e apelo bem comercial para os padrões da época. Apesar das vestimentas femininas dos integrantes, o primeiro trabalho do grupo, Ready To Strike é paulada do início ao fim. É Hard/Heavy direto e muito bem feito, com peso decisivo, melodias grudentas, refrães magníficos e grande performance dos músicos. Sucesso de vendas e crítica, o King Kobra teve uma boa estreia, mas foi afundando a partir daí.
Mark Free (vocal), David Michael-Philips (guitarra, sintetizadores), Mick Sweda (guitarra, sintetizadores), Johnny Rod (baixo), Carmine Appice (bateria)
1. Ready To Strike
2. Hunger
3. Shadow Rider
4. Shake Up
5. Attention
6. Breakin’ Out
7. Tough Guys
8. Dancing With Desire
9. Second Thoughts
10. Piece Of The Rock
Signal – Loud & Clear [1989]
As diferenças criativas entre Free e Appice cresciam cada vez mais, e o fracasso comercial de Thrill Of A Lifetime, segundo do King Kobra, culminou na saída do vocalista. O projeto seguinte de Mark foi o Signal, banda do estilo que melhor encaixou com sua voz: o AOR. Os desconhecidos Danny Jacob (guitarra), Erik Scott(baixo/teclado, ex-Alice Cooper) e Jan Uvena (bateria) completam a formação do grupo, que teve vida curta. Loud & Clear é basicamente o que o próprio título diz: alto e limpo. O som é bem trabalhado, detalhista, repleto de ganchos melódicos e nuances musicais exuberantes. A competência de Mark Free é incontestável, mas o trabalho dos outros integrantes também é incrível. Infelizmente, a banda acabou logo após a turnê de divulgação do debut, que inclusive não emplacou, mas deixou dez canções que grudam na cabeça de qualquer fã de Hard melódico.
Mark Free (vocal), Danny Jacob (guitarra), Erik Scott (baixo, teclado), Jan Uvena (bateria)
1. Arms Of A Stranger
2. Does It Feel Like Love?
3. My Mistake
4. This Love, This Time
5. Wake Up You Little Fool
6. Liar
7. Could This Be Love
8. You Won’t See Me Cry
9. Go
10. Run Into The Night
Unruly Child – Unruly Child [1992]
(Por João Renato Alves)
O Unruly Child é a última banda que Mark Free participou até hoje. Depois, iniciaria sua carreira solo, mudaria de sexo e sumiria dos holofotes, até voltar para o próprio grupo em 2010. Mas o seu legado é ouro puro. Aqui temos um trabalho com um pouco mais de peso em relação ao Signal, seu projeto anterior. Mas a base continua sendo o AOR/Melodic Rock, estilo que Mark dominava com maestria. A banda também é espetacular, não apenas na parte instrumental, mas as harmonias vocais são simplesmente soberbas. O grupo se apresentou ao vivo pouquíssimas vezes com essa formação, nem chegando a cinco shows. Posteriormente os músicos ainda acompanhariam Mark Free em sua carreira solo. O Unruly Child ainda lançaria discos com Kelly Hansen e Philip Bardowell no comando do microfone, até que o grupo se separou, voltando apenas no ano citado anteriormente, com Marcie.
Mark Free (vocal), Bruce Gowdy (guitarra), Larry Antonio (baixo), Guy Allison (teclados), Jay Schellen (bateria)
1. On the Rise
2. Take Me Down Nasty
3. Who Cries Now
4. To Be Your Everything
5. Tunnel of Love
6. When Love is Gone
7. Lay Down Your Arms
8. Is It Over?
9. Wind Me Up
10. Let’s Talk About Love
11. Criminal
12. Long Hair Woman
Mark Free – Long Way From Love [1993]
(Por João Renato Alves)
Mais que um divisor de águas musical, Long Way From Love representa um marco em toda a vida de Mark Free. Afinal de contas, esse foi o último disco do cantor antes de sua cirurgia de mudança de sexo, quando se tornou Marcie Free. Mas se as confusões pessoais eram enormes, em termos musicais o momento era especialmente inspirado. E foi assim que uma das melhores vozes do AOR lançou o álbum que é considerado uma referência histórica no estilo. As onze faixas são de qualidade superior, com melodias irrepreensíveis e competência instrumental da dezena de músicos que acompanham Mark. Mas o que se destaca acima de tudo é o poderoso registro daquele que é um dos maiores talentos já surgidos no gênero. Apesar da impossibilidade em citar algum momento como mais brilhante que os outros, algumas canções ficaram marcadas e caíram no gosto dos fãs sem o menor esforço. É o caso de “Someday You’ll Come Running”, que abre o play mostrando toda a categoria em um arranjo espetacular. Da mesma forma a bela “Stranger Among Us” e a densa “The Last Time” são obras-primas, assim como a balada “Coming Back For More”, que emociona já na primeira escutada. Mas elas são apenas o começo de um belíssimo trabalho, cheio de pontos fortes.
1. Someday You’ll Come Running
2. Stranger Among Us
3. Coming Back For More
4. The Last Time
5. Hard Heart To Break
6. High Life
7. State Of Love
8. Slow Down The Night
9. Look Love In The Eye
10. Never Be A Next Time
11. Long Way From Love
Marcie Free – Tormented [1996]
(Por Marcelo Vieira)
Mark Free precisou arrancar o saco fora para fazer seu disco com mais colhões. Tormentor não tem nada de AOR, a não ser teclados de ambiência em uma ou outra música. Nota-se muita influência de Heavy Metal tradicional (sobretudo nas guitarras) e alguns flertes industriais que incluem efeitos (às vezes em demasia) nos vocais. A bateria dá um show a parte e ressoa forte nos fones de ouvido; digo o mesmo quanto ao baixo, que também é bastante presente e versátil. Mesmo sem pinto, Mark Free segura a peteca do início ao fim e, como de costume, não decepciona nem mesmo nas notas mais altas. Peso do começo à penúltima música; a acústica Still Believe fecha o disco dando ao ouvinte quatro minutinhos pra respirar antes de colocar o CD pra rolar de novo.
Marcie Free (vocal), Bruce Gowdy (guitarra, teclados, programação eletrônica), Larry Antonino (baixo), Jay Schellen (bateria)
Guy Allison – teclados e programação eletrônica
1. Talk to Myself
2. The Devil Knows Your Name
3. Forever
4. Standing on the Wrong Side of Love
5. Falling
6. High and Dry
7. Get it Right
8. The Damage Is Done
9. Tormented
10. Unruly Child
11. Still Believe

4 comentários sobre “Cinco Discos Para Conhecer: Mark/Marcie Free

  1. Acho que Someday You’ll Coming Running é do FM… Acho que é daquele disco que tem um menino sujo de graxa na capa.

    1. Someday You’ll Coming Running e do Mark Free mesmo, ele compôs para os meninos do FM na época!!

  2. Mark/Marcie tem uma linda voz! Dancing With Desire e Stranger Among Us grudaram na minha cabeça, muito show!

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